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18/10/2021 14:43 ConJur - 'Não há como negar caráter racista do anti-semitismo.

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Não há como negar caráter racista do anti- Comfort Shoes

semitismo, afirma ministro.


7 de julho de 2003, 15h20 Imprimir Enviar

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"Do ponto de vista estritamente histórico, não há como negar o caráter racista
do anti-semitismo". O entendimento é do ministro do Supremo Tribunal
Federal, Gilmar Mendes, que negou habeas corpus para Siegfried Ellwanger --
responsável pela edição e venda de livros com idéias anti-semitas. O
julgamento está em 7 votos a 1 no STF e foi interrompido por pedido de vista
do ministro Carlos Ayres de Britto.
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Para Gilmar Mendes, o racismo "enquanto fenômeno social e histórico
complexo, não pode ter o seu conceito jurídico delineado a partir do referencial Linkedin RSS
'raça'". Segundo o ministro, "cuida-se aqui de um conceito pseudo-científico
notoriamente superado". E acrescenta: "Não estão superadas, porém, as
manifestações racistas aqui entendidas como aquelas manifestações
discriminatórias assentes em referências de índole racial (cor, religião, aspectos
étnicos, nacionalidade, etc.)".

Ele citou obras de diversos autores com reflexões sobre o racismo e o anti-
semitismo. Entre eles, Kevin Boyle e Norberto Bobbio. Também lembrou que
o Brasil é signatário de tratados internacionais "que não deixam dúvida sobre o
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claro compromisso no combate ao racismo em todas as suas formas de
manifestação, inclusive o anti-semitismo".

Conheça a íntegra do voto:


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26/06/2003 TRIBUNAL PLENO

HABEAS CORPUS 82.424-2 RIO GRANDE DO SUL

VOTO-VISTA
https://www.conjur.com.br/2003-jul-07/nao_negar_carater_racista_anti-semitismo 1/4
18/10/2021 14:43 ConJur - 'Não há como negar caráter racista do anti-semitismo.' (página 1 de 10)

O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES:

Introdução -55%

Como já relatado pelo Ministro Moreira Alves, a questão gira em torno de


decisão do Superior Tribunal de Justiça que indeferiu habeas corpus para
manter a condenação de acusado de crime de discriminação contra os judeus,
sob o fundamento de que tal conduta se enquadraria como racismo sendo,
portanto, imprescritível.

Proferiu voto o Ministro-Relator no sentido de declarar a extinção da Tenis Casual Gigil Star Branco
punibilidade do paciente pela ocorrência da prescrição da pretensão punitiva
do Estado, ante a não configuração do crime de "racismo" nos moldes do
artigo 5º, XLII, da Constituição. -42% -43% -76%

Apontou como fundamentos de sua decisão, em síntese, que a expressão "nos


termos da lei", que se encontra na parte final do art. 5º, XLII, CF, não delega
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ao legislador ordinário a função de dar o entendimento que lhe aprouver sobre Salto Baixo Napa … Salto Conforto Nap… Tratorada Feminin…

o significado de "racismo", mas apenas que cabe a ele tipificar as condutas em -48% -37% -58%
que consiste esta prática e quantificar a respectiva pena. O Relator partiu de
uma interpretação restritiva e histórica do conceito de racismo, para concluir
que o anti-semitismo não está compreendido no conceito de racismo. Buscou a
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intenção do constituinte de 1987/88, ao mencionar as discussões acerca da Branco Sapatênis Branco Branco
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Emenda Aditiva que deu origem ao art. 5º, XLII, da Constituição. Afirmou o
Ministro: "O elemento histórico - que, como no caso, é importante na
interpretação da Constituição, quando ainda não há, no tempo, distância
bastante para interpretação evolutiva que, por circunstâncias novas, conduza a
sentido diverso do que decorre dele - converge para dar a 'racismo' o
significado de preconceito ou de discriminação racial, mais especificamente
contra a raça negra." E foi, por entender que o dispositivo constitucional não se
aplicava a outros grupos, que o Ministro concluiu que "não se pode qualificar o
crime por discriminação pelo qual foi condenado o ora paciente como delito de
racismo, e, assim, imprescritível a pretensão punitiva do Estado."

Em sede de voto-vista, afirmou o Ministro Maurício Corrêa que não se pode


emprestar isoladamente o significado usual de raça como expressão
simplesmente biológica, devendo-se levar em consideração as diversas
acepções a que o termo se submete, incluindo aí a antropológica e a
sociológica. Ademais, a experiência genética vem apontando que o conceito
tradicional de raça - negros, brancos e amarelos - não pode mais ser
considerado. Ressaltou ainda que a discussão se os judeus se constituem ou
não uma raça perde sentido na medida em que quem discrimina o está fazendo
como uma raça, promovendo e incitando a segregação. Assim, afigura-se mais
Learn More
relevante o conceito antropológico do que o científico. A existência de diversas
raças decorre de mera concepção histórica, política e social, sendo ela a ser
considerada na aplicação do Direito.

Entendeu, portanto, o Ministro Corrêa, que o anti-semitismo constitui forma de Skip Ad

racismo e, em conseqüência, crime imprescritível, seja porque o conceito de


raça não pode ser resumido à semelhança de meras características físicas, seja
porque tal movimento vê os judeus como uma raça, ainda que esta concepção
seja sob a ótica social e política.
https://www.conjur.com.br/2003-jul-07/nao_negar_carater_racista_anti-semitismo 2/4
18/10/2021 14:43 ConJur - 'Não há como negar caráter racista do anti-semitismo.' (página 1 de 10)

Na mesma linha, sustentou o Ministro Celso de Mello em antecipação de voto.

Pedi vista dos autos para melhor analisar a questão.

O conceito de racismo

A questão central trazida à análise do Supremo Tribunal Federal gira em torno


do alcance do termo "racismo" empregado pelo constituinte no art. 5º, inciso
XLII, para se considerar ou não imprescritível a conduta anti-semita atribuída
ao paciente.

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Revista Consultor Jurídico, 7 de julho de 2003, 15h20

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COMENTÁRIOS DE LEITORES
1 comentário

Protocolo dos Sabios de Sião.


Segundo o pont...

Simão, Wilson (Outros)
1 de março de 2006, 23h02
Learn More
Protocolo dos Sabios de Sião.
Segundo o ponto de vista judaico, o fato de ser uma
falsificação mentirosa não quer dizer que deixe de ser uma obra literária publicavel e
atualmente de interesse histórico e acadêmico, a autoria?? ve-se que é individual,
quanto ao conteúdo em si que só retrata mesmo um ponto de vista misturado a um
mar de fanfarronices, com certeza mostra que a obra foi dirigida a alguém, quem??,
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de um judeu ao Czar ? Talvez? Bem provável,... mas esse fato não tem a ver com
todo o povo judeu e sim com um só membro da comunidade. Se existe judeu ladrão
e assassino , não quer dizer que todos sejam. Generalizar é que é o mal, pensando
dessa forma questiono, qual o medo dos Protocolos do Sábios do Sião ? uma
sugestão quem sabe se essa obra é originária do Sião? que hoje é a atual Tailândia ?

https://www.conjur.com.br/2003-jul-07/nao_negar_carater_racista_anti-semitismo 3/4
18/10/2021 14:43 ConJur - 'Não há como negar caráter racista do anti-semitismo.' (página 1 de 10)

considerem que Sião não era Palestina nem Turquia em 1920, realmente é um caso a
ponderar.

Comentários encerrados em 15/07/2003.

A seção de comentários de cada texto é encerrada 7 dias após a data da sua publicação.

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