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20/03/2020 ConJur - Reconhecimento da união homoafetiva vira patrimônio da humanidade

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JURISDIÇÃO SOCIAL

Reconhecimento da união homoafetiva pelo


STF vira patrimônio da humanidade
12 de dezembro de 2018, 17h51 Imprimir Enviar

Por Ana Pompeu

 Ouvir: onhecimento da união homoafetiva vira p 0:00

A Unesco certificou a decisão do Supremo Tribunal Federal de equipara a


união estável entre pessoas do mesmo sexo à entre casais heterossexuais
como patrimônio documental da humanidade. Os acórdãos agora serão
inscritos no Registro Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da
Unesco (MoW-Unesco).

O reconhecimento da união estável homoafetiva como unidade familiar


aconteceu em maio de 2011. O Supremo julgou procedentes duas ações de LEIA TAMBÉM
controle, ambas relatadas pelo ministro Ayres Britto. A ação direta de EFEITO BOLSONARO
inconstitucionalidade foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República Proibir casamento gay afrontaria
e a arguição de descumprimento de preceito fundamental, pelo estado do decisão do STF, dizem especialistas
Rio de Janeiro — o ministro Luís Roberto Barroso, na época procurador de
DIREITOS IGUAIS
Estado do Rio, foi quem assinou a ação.
Cartórios registram 19,5 mil
De acordo com a ONU, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a união casamentos homoafetivos em três
estável homossexual por meio de decisão judicial. A inscrição das decisões anos
no MoW-Unesco foi anunciada nesta quarta-feira (12/12) pelo presidente do AMOR SEMELHANTE
Supremo, ministro Dias Toffoli. O certificado será entregue também nesta STF publica acórdão sobre herança
quarta ao ministro Britto e à secretária-geral do STF, Daiane Nogueira de de cônjuges e companheiros
Lira.
PRESSÃO PUNITIVISTA
“Esse reconhecimento representa a consolidação dos direitos alcançados Juízes têm o dever de nadar contra a
pela sociedade e o compromisso do Estado brasileiro de construir uma corrente, diz Gilmar Mendes
sociedade, na forma do seu inciso 4º, artigo 3º, mais livre, justa e solidária,
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor ou quaisquer outras formas de ATRASO LEGISLATIVO
discriminação”, disse Dias Toffoli. Entrevista: Ivone Zeger, advogada
especialista em Direito LGBTI
Depois do anúncio, Barroso brincou: "A homenagem não cita o advogado da
causa?" Em sua sustentação oral no julgamento, veio dele o argumento de
que a história da civilização é a história da superação do preconceito, depois Facebook Twitter
usado no voto do ministro Britto.
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https://www.conjur.com.br/2018-dez-12/reconhecimento-uniao-homoafetiva-vira-patrimonio-humanidade 1/4
20/03/2020 ConJur - Reconhecimento da união homoafetiva vira patrimônio da humanidade

Apesar da homenagem, em círculos acadêmicos a decisão é motivo de


amplas discussões. O professor Ives Gandra da Silva Martins, por exemplo,
acredita que o Supremo não poderia ter tomado a decisão, mas enviado uma
proposta de emenda à Constituição para que o Congresso fizesse a
equiparação.

É que o parágrafo 3º do artigo 226 da Constituição diz que "é reconhecida a


união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar". Para o
professor Carlos Blanco de Moraes, diretor da Faculdade de Direito da
Universidade de Lisboa, com a decisão, o Supremo "derrogou a
Constituição".

Leia aqui a carta-convite da Unesco ao Supremo.

Leia aqui livreto do Supremo sobre a certificação MoW-Unesco.

ADI 4277
ADPF 132

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Ana Pompeu é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 12 de dezembro de 2018, 17h51

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COMENTÁRIOS DE LEITORES
4 comentários

UMA VISÃO EQUIVOCADA


O IDEÓLOGO (Outros)
14 de dezembro de 2018, 18h16

BACHAREL EM DIRETO E PÓS GRADUADO (ASSESSOR TÉCNICO).


As pessoas, ilustre Doutor, não se unem apenas para reprodução. Elas se unem,
também, para buscar a felicidade, esse conceito, extremamente, diáfano.
Na Rússia e nos países nórdicos, encontram-se o maior número de pessoas que não
acreditam em Deus; nos países nórdicos não há orientação com relação ao
comportamento e religião. O indivíduo é livre para optar pela atitude social que o
guiará pelo restante da vida.

Responder

RELIGIÃO
O IDEÓLOGO (Outros)
14 de dezembro de 2018, 18h08

Não percam consciência crítica.


O psicólogo Steve Pinker explica que os códigos morais da religião são autoritários.
Tribais. Consistem em submissão à força, culto a fachadas, pureza e limpeza étnica
(quem não se lembra da noite de São Bartolomeu, na França?) Se não fosse a
atuação laica e, algumas vezes, contrária à religião, baseada na paridade e
reciprocidade, justiça e coerência, não teríamos conseguido abolir a escravidão, os
castigos cruéis, emancipar as mulheres e garantir plena cidadania às minorias.

Responder

DOIS DO MESMO SEXO PROCRIAM?

https://www.conjur.com.br/2018-dez-12/reconhecimento-uniao-homoafetiva-vira-patrimonio-humanidade 2/4

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