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FORMAS DE RACISMO
EJUS
julho de 2022
1º ENCONTRO:
Temas:
1. Neoconstitucionalismo e o Poder Judiciário.
1.1 O ativismo judicial.
2. O tratamento constitucional do racismo.
2.1 Breve panorama da Lei 7.716/89 e dos tratados e
convenções internacionais.
3. Conceito de homofobia/transfobia.
3.1 A quem se destina a proteção?
3.2 O que são práticas homotransfóbicas?
4. A homofobia e a transfobia como racismo na visão do STF.
1. NEOCONSTITUCIONALISMO E O PODER JUDICIÁRIO
1.1 O ATIVISMO JUDICIAL
✓ Conceito de Neoconstitucionalismo
✓ Etimologia do termo: Neo + Constitucional + Ismo
❖ Neo = Novo, recente
❖ Constitucional = Constituição
❖ Ismo = Teoria, doutrina, comportamento
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
✓ Ação direta de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, § 2º, CF; Lei nº
9.868/1999)
(Os termos “etnia, religião ou procedência nacional” foram acrescidos pela Lei n. 9.495/97)
• Existe “raça”?
• Raça simbólica
Entretanto, na medida em que o outro, considerado “diferente”, passa a reivindicar um lugar, uma posição, um direito,
começa a ser visto como uma ameaça aos olhos do ofensor, surgindo uma situação impossível de tolerar, que se
transforma em ódio.
Esse ódio intoxica a pessoa que o sente e volta-se para o outro; do contrário, quem o sente pode se destruir de dentro pra
fora (inconsciente).
A intolerância e o ódio levam à vontade de eliminar o outro, visto como uma ameaça ao que se entende por “padrão
social aceitável”. Almeja-se “roubar” a humanidade do outro, como se sua via não tivesse valor.
UMA PITADA DE PSICANÁLISE
Podcast Psicanálise de Boteco: @alexandrepatricio e @filipepv
Episódio: Configurações do Ódio
“O outro sempre dá medo; e quando você não consegue subjetivar isso, ‘o medo’, pensa-se: tenho que destruir, tenho que
exterminar aquilo que me provoca medo/intolerância/ódio. Na ciranda dos afetos o medo e o ódio se entrelaçam,
fazendo uma trança destrutiva. Uma coisa justificando a outra. Quanto mais medo, mais certeza de que o outro representa
o mal, construindo, assim, uma projeção do mal de maneira ignorante e deturpada. Tenta-se envelopar o mundo da
maneira como se deseja, na fantasia de que seja o certo, o bom, o seguro, sem cair em si de que a sexualidade, em suas
diversas vertentes, faz parte DA EXISTÊNCIA HUMANA” (Maria Homem, com adaptação para a escrita)
Por isso é extremamente importante saber lidar com o impulso do “ódio”, com a “diferença”.
A intolerância nasce da dificuldade em aceitar que “não somos senhores de nossa própria casa”, não temos controle sobre
a nossa própria vida, quiçá sobre a vida do outro. O não saber causa inúmeros desconfortos internos, aflições, angústias....
E tudo isso causa medo = fobia => intolerância => desejo de eliminar.
3.1 A QUEM SE DESTINA A PROTEÇÃO?
LGBTQI+
L - Lésbicas
G - Gays Orientação Sexual
B – Bissexuais
T – Transgêneros = “para além” do gênero (travestis, transexuais)
Q – Queer = pessoas que não se sentem representadas pelos termos acima,
nem com a heterossexualidade cisgênero.
I – Intersexuais = características físicas e/ou biológicas relacionadas a ambos
os sexos
+ - demais pessoas representadas por sua orientação sexual ou identidade de
gênero
3.2 O QUE SÃO PRÁTICAS HOMOTRANSFÓBICAS?
• Projeto de Lei da Câmara n° 122, de 2006: Altera a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal) e o Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT) para
definir os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero.
Estabelece as tipificações e delimita as responsabilidades do ato e dos agentes.
• 26/12/2014: Arquivada ao final da Legislatura (art. 332 do RISF)
• Projeto de Lei do Senado n° 457, de 2011: Aumenta a pena dos crimes contra a honra, previstos nos arts. nº 138, 139 e 140, caput
e § 2º; altera a redação do § 3º do art. 140, para incluir a orientação sexual e identidade de gênero como elementos para
injúria qualificada e acrescenta a possibilidade de aumento de pena para dois terços no art. 141, todos do Decreto-Lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
• 21/12/2018: Arquivada ao final da Legislatura (art. 332 do RISF)
• Projeto de Lei do Senado n° 4240, de 2019: Criminaliza a homofobia, editando uma norma em consonância com o que foi
decidido pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 26 e Mandado de
Injunção nº 4733.
• Em tramitação – desde 11/11/2021 está na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
2º GRAU
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva. 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 4ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2013.
BICKEL, Alexander M. The least dangerous branch: the supreme court at the bar of politics. New York: The Bobbs-Merrill Co., Inc., 1962.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. 15ª ed. Rio de Janeiro: Civilição Brasileira, 2017.
DIAS, Maria Berenice. Homoafetividade e direitos LGBTI. 7ª ed. São Paulo: RT, 2016.
JATENE, Karina Kassis Reis. O politicamente correto e a constituição de 1988: liberdade de expressão e minorias. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 23ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
PEARSE, Rebecca. CONNELL, Raewyn. Gênero uma perspectiva global. 3ª ed. São Paulo: nVersos, 2015.
NORIJI, Sergio. Neoconstitucionalismo versus democracia. Um olhar positivista. Curitiba: Juruá, 2012.
PIOVESAN, Flávia. Temas de direitos humanos. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
SANDEL, Michael J. Justiça: o que é fazer a coisa certa. 13ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
SILVA, De Plácido. Vocabulário jurídico. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2007.
VECCHIATTI, Paulo Roberto Iotti. Constitucionalidade e Dever Constitucional da Classificação da Homofobia e da Transfobia como Crimes de
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Links
BARROSO, Luís Roberto. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do Direito (O triunfo tardio do direito constitucional no Brasil).
https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/43618
ONU. Nascidos Livres e Iguais. Orientação Sexual e Identidade de Gênero no Regime Internacional de Direitos Humanos.
https://www.ohchr.org/sites/default/files/Documents/Publications/BornFreeAndEqualLowRes_Portuguese.pdf
Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil.
https://observatoriomorteseviolenciaslgbtibrasil.org/
Princípios de Yogyakarta: princípios sobre a aplicação da legislação internacional de direitos humanos em relação à orientação sexual e
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http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/gays/principios_de_yogyakarta.pdf
STF, ADO 26:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search?classeNumeroIncidente=%22ADO%2026%22&base=acordaos&sinonimo=true&plural=tru
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STF, MI 4733:
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ue&page=1&pageSize=10&sort=_score&sortBy=desc&isAdvanced=true
TJDFT, Diferença entre injúria racial e racismo.
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/injuria-racial-x-racismo
AGRADEÇO A PARTICIPAÇÃO!
PERMANEÇO À DISPOSIÇÃO PARA TIRAR DÚVIDAS E COLABORAR
COM O DESEMPENHO DO TRABALHO DESENVOLVIDO NO TJSP
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