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ESTADO DE ALAGOAS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


13ª GERÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO INTEGRAL TEOTÔNIO VILELA
PORTARIA N° 012/2017 SEE/AL - D. O. E 17/01/2017.

ESCOLA TEOTÔNIO VILELA

NEM PRETO, NEM BRANCO, MINHA RAÇA É HUMANA: CAMINHOS PARA


UMA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA

MACEIÓ
2021
ESTADO DE ALAGOAS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
13ª GERÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO INTEGRAL TEOTÔNIO VILELA
PORTARIA N° 012/2017 SEE/AL - D. O. E 17/01/2017.
ESCOLA ESTADUAL TEOTONIO VILELA – TEMPO INTEGRAL
PROJETO INTEGRADOR – 2021

Projeto: Nem preto, nem branco, minha raça é humana: Caminhos para uma educação
antirracista
Professor Orientador: Cynthia Ranyelle da Silva Santos
Disciplina/as envolvida/as: Ciências
Tempo Estimado: 12 meses Turma: 8A
1 – TEMÁTICA:
Racismo
Nem preto, nem branco, minha raça é humana: Caminhos para uma educação antirracista
2 – INTRODUÇÃO:
O racismo é o ato de discriminar, isto é, fazer distinção de uma pessoa ou grupo por associar suas
características físicas e étnicas a estigmas, estereótipos, preconceitos. Essa distinção implica um
tratamento diferenciado, que resulta em exclusão, segregação, opressão, acontecendo em diversos
níveis, como o espacial, cultural, social. Conforme definição do Artigo 1º do Estatuto da Igualdade
Racial:
“Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência
baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular
ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos
humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em
qualquer outro campo da vida pública ou privada” (BRASIL, 2010, 13).

É fato que o preconceito racial e a discriminação são fatores que causam evasão e baixo
rendimento escolar de estudantes afrodescendentes nas escolas públicas. Estas ocorrências podem se
demonstrar de forma sutil ou por meio de apelidos que desqualificam o cabelo, a cor, os lábios, em
suma, características físicas que individualizam as pessoas, sobretudo, as afrodescendentes. Isso
acontece nos espaços de convívio da escola, com frequência e principalmente no horário do recreio.
Como que para se estar ali houvesse um padrão ideal pré-estabelecido, não reconhecendo a diversidade
de povos e culturas que fazem parte do contexto de formação de nosso país.
Uma das explicações centra-se na proposição da teoria darwinista às ciências humanas ao
produzir teorias racialistas e evolucionistas sociais que partiam de premissas de que haveria
uma superioridade racial de determinados grupos sociais sobre outros e que a história humana era
unilateral e dividida em fases, as quais levariam da barbárie à civilização (as sociedades consideradas
superiores julgavam-se no estágio de civilização). Esse tipo de pensamento serviu como justificativa
para empreendimentos neocoloniais e também para a já estabelecida escravidão de povos não brancos,
que reverberaria nos séculos seguintes nas mais variadas formas de racismo.
O termo raça, no século XIX, era baseado nas classificações taxionômicas das ciências
biológicas pelas quais os seres vivos eram categorizados. Assim, presumia-se que, nos grupos
humanos, características genéticas determinavam características fenotípicas e mesmo sociais. A
expressão, ainda hoje utilizada, que bem exemplifica essa associação é dizermos que uma pessoa tem
determinado comportamento ou habilidade porque “está no sangue”.
Ressaltamos ainda que existe uma distinção conceitual importante: racismo, discriminação e
preconceito não são, exatamente, a mesma coisa. Preconceito é um julgamento sem conhecimento de
causa, ou seja, julgar algo ou alguém sem antes conhecer. Discriminação é o ato de diferenciar, de
tratar pessoas de modo diferente por diversos motivos. Já o racismo é uma forma de preconceito ou
discriminação motivada pela cor da pele ou origem étnica.
Apesar do Brasil ser o país com a maior população negra fora da África em números absolutos, o
racismo se configura como estrutural o qual permeia todas as esferas da vida social, na cultura, nas
instituições, na política, no mercado de trabalho, na formação educacional. É o resultado secular de
um país assentado em bases escravocratas, influenciado por dogmas racialistas e que não buscou
integrar a população de ex-escravizados em seu sistema formal, relegando-os à marginalidade e
culpabilizando-os pelas consequências nefastas desse abandono proposital. Pode parecer algo
longínquo, mas a escravidão foi abolida há apenas 131 anos, e a desigualdade racial provocada por ela
e pela transição incompleta para a liberdade, posto que não proporcionou meios para a autonomia, são
perceptíveis no Brasil de hoje.
Assim, tomando como ponto de partida a necessidade de conhecer as origens do racismo bem
como seus desdobramentos, esse projeto se preocupa em estabelecer caminhos para uma educação
antirracista, e para isso é necessário utilizar essa via em todas as etapas da educação.
4 – OBJETIVO GERAL:
 Evidenciar a importância do conhecimento da origem histórico do racismo e seus
desdobramentos nos mais variados contextos sociais e culturais.
5 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
 Despertar nos estudantes a redução da prática do racismo na escola por meio de atividades;
 Promover o respeito às diferenças em todos os ambientes;
 Destacar aspectos históricos na construção da identidade do povo brasileiro, enfatizando a
contribuição do povo negro.
 Refletir sobre as consequências de atos racistas ao longo da formação da sociedade brasileira.
 Construir uma identidade própria e uma visão integral da sociedade a partir da leitura de textos
propostos pelo professor.
 Possibilitar o olhar critica na construção das encenações.
 Propor atividades lúdicas utilizando obras de autores negros e com personagens negros;
 Apresentar a trajetória e os aprendizados de personalidades negras da história e da atualidade a
fim de valorizar a cultura negra
6 – JUSTIFICATIVA:
O projeto que discute sobre o racismo foi construído de maneira coletiva a fim de fomentar a discussão
sobre essa temática tão presente em nosso cotidiano. Essa temática se coloca como relevante por
permitir a interação com os jovens-alunos, a questão do preconceito racial e o processo de construção
sócio-histórica deste fenômeno no Brasil e no Mundo. Por que existe racismo? Historicamente,
podemos datar e/ou indicar onde surgiu a discriminação racial e de quem ela está a serviço? Por que as
pessoas se tornam racistas? Existe lógica em categorizar as pessoas segundo a sua cor? Realmente
existe raças entre os seres humanos? As pessoas nascem racistas ou a educação que eles recebem as
tornam racistas? Essas e outras questões irão nortear nossos estudos.

7 – METODOLOGIA:
O que é o racismo? Discussão coletiva
Música: Gabriel o Pensador (Racismo é burrice)
Vídeo: “Racismo desde criança. Comparando as bonecas”
História das Bonecas Abayomis
Construção de quadros sobre mulheres negras
A turma foi dividida em grupos a fim de facilitar as produções.
Grupo 1: Apresentação oral sobre o conteúdo;
Grupo 2: Construção de cartazes
Grupo 3: Construção de um jogo didático
Grupo 4: Encenação
Grupo 5:Decoração do espaço.
Grupo 6: Oficina de produção das Bonecas Abayomis;
Além da decoração do espaço, os alunos também farão uma exposição de quadros produzidos e
coloridos por eles sobre mulheres negras e das bonecas Abayomis produzidas durante as aulas.

8 – CRONOGRAMA DO PROJETO
ATIVIDADE MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO
Escolha do Tema X
Pesquisa bibliográfica X X
Elaboração textual do projeto X X X
Elaboração da proposta do projeto X X X

Validação do projeto x

Aplicação da proposta. x

Culminância do Projeto do projeto x

Análise dos resultados x

09 – MATERIAIS NECESSÁRIOS:
Cartolinas; Balões; TNT.
10 - RESULTADOS ESPERADOS:
Espera-se como objetivo central deixar claro que o racismo é uma construção social e ideológica.
Ela é reproduzida e naturalizada por diversas instituições em nossa sociedade brasileira, como a família,
igreja, escola, política e a mídia e que precisamos como sujeitos ativos dessa sociedade promover
caminhos para uma educação antirracista em todos os espaços em nossa sociedade.

11- REFERÊNCIAS:
BRASIL. Estatuto da igualdade racial. – Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas,
2010.

Ass. dos professores envolvidos: Cynthia Ranyelle da Silva Santos


Recebimento: ____/___/____
Ass. Coordenação Pedagógica:_________________________________________________
E-mail:

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