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TRABALHO DE SOCIOLOGIA
Cianorte 2023
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Sumário
Resumo .............................................................................................................................. 3
Introdução ..................................................................................................................................4
Capitulo 1° ......................................................................................................................... 5
1.1. Racismo e preconceito .....................................................................................................5
1.2. Etnia e Raça: diferentes concepção ..............................................................................9
Capitulo 2° ....................................................................................................................... 11
2.1. A questão da desigualdade social e desigual ..................................................................11
2.2. Racismo no contexto escolar ......................................................................................16
Capitulo 3° ....................................................................................................................... 18
3.1. A história marcante de Maria Felipa .............................................................................18
Considerações finais ........................................................................................................ 20
Referências bibliográficas ................................................................................................ 21
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RESUMO
INTRODUÇÃO
Com isto este trabalho, tem como finalidade, relatar a realidade desigual do
Brasil e de como todos são responsáveis por permitir tal realidade. Pretende-se aqui
também fazer uma crítica ao sistema social, cultural e educacional do país, permitindo
a oportunidade de geração de diálogo sobre o tema proposto.
CAPITULO 1º
presente na humanidade desde o início da mais remota história, rotulando raça, gênero
e classe social, aos quais durante todo processo de desenvolvimento da vida humana
vão sendo incorporadas ideias, valores, sentimentos e maneiras de pensar que nem
sempre são aceitos por todos. (SILVA, 2015, p.1).
Portanto, é evidente que a população brasileira é miscigenada, porém na
hierarquia social os negros continuam como base, pois os próprios habitantes
consideram as diferenças (físicas, comportamental, social, etc.), como diversidade
cultural e étnica, como algo positivo e que posa incrementar para a sociedade
brasileira, dessa forma, constitui-se um impedimento de diálogo de conhecimento de
maneiras de vidas e aceitação do outro, e tal atitude acontece por nós seres humanos
não aceitarmos as qualidades e diferenças do nosso oposto, denominando assim, o
preconceito.
Percorrendo assim até hoje, contudo o racismo apresenta duas maneiras: na
forma individual e institucional. Na forma individual o racismo se manifesta “por meio
de atos discriminatórios cometidos por indivíduos contra outros, podendo atingir níveis
externos de violência, como agressões, destruição de bens ou propriedades e
assassinatos.” (MUNAGA E GOMES, 2001, p. 180)
Entretanto, esse tipo de racismo existe no Brasil e apresenta-se geralmente
camuflado por alguns setores do Estado e pelos veículos de comunicação de massa que
muitas vezes deturpam a imagem do negro, outros exemplos que podemos reportar é o
regime do Apartheid que vigorou na África do Sul ou os conflitos raciais nos Estados
Unidos. Assim, O que existe por aqui é muito racismo camuflado e que todo mundo faz
questão de não enxergar. Os alvos são os mesmos. Negros, mestiços, nordestinos,
pessoa fora do padrão de moda e, principalmente os mais pobres sofrem com a
discriminação e não conseguem emprego, estudo, dignidade e respeito. Estes não tem
vez na sociedade brasileira.
Outra forma de racismo bem acentuada é o institucional. Ele se aplica através
de práticas discriminatórias muitas vezes alimentada direta ou indiretamente pelo
Estado, manifestando-se através de isolamento dos afrodescendentes em determinados
bairros, escolas, emprego, etc. Também nos livros didáticos, propagandas, novelas,
publicidades que utilizam de personagens ou indivíduos negros com imagem
estereotipada que a mídia insiste em mostrar esta forma de discriminação indevida e
equivocada.
Também, podemos reportar os mais terríveis acontecimentos de racismo
institucionalizado como o que aconteceu na Alemanha nazista com o povo judeu,
através das práticas de genocídio, tortura e limpeza étnica entre outros países que até
hoje choca o mundo.
De acordo com Azevedo (1987) [...] qualquer forma de racismo por si só já é
condenável, devido aos efeitos bloqueadores que impõem ao outro – racismo é o mais
destruidor dos sentimentos pois impede até o fazer natural de ser um ser. (AZEVEDO,
1987, p. 49).
Com isso durante séculos foi implementado pelos colonizadores o complexo de
inferioridade no negro, daí a prática do racismo no Brasil ter-se tornado rotineira o que
mais tarde disfarçadamente fez com que o Estado chegasse a promover ações através
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de atos sociais que na realidade eram um legitimar direito por cidadania, os quais eram
concedidos como um ato de bondade piedosa. Se levarmos para as instituições
escolares da época, poucos tinham acesso ou nenhum.
Todavia só através do Decreto Nº 7.031 – A de 06 de setembro de 1878 é que
foram estabelecidos as primeiras ações afirmativas de introdução de negros na escola,
porém os mesmos só podiam estudar no período noturno, porém foram montadas
estratégias no sentido de interromper o acesso dessa clientela nos estabelecimentos
escolares (JAROSKEVICZ, 2008).
Embora o preconceito racial na sociedade brasileira seja representado de forma
não clara nas relações sociais, onde a grande maioria não se percebe racista, isto é algo
que muitas vezes praticamos inconscientemente, pois fomos culturalmente
condicionados a uma herança cultural fundamentada no racismo, com isso o
pertencimento racial tem contribuído decisivamente para a estruturação das
desigualdades sociais e econômicas.
Dificilmente alguém se reconhecerá racista até mesmo porque não tem
conhecimento do que é racismo e de quais as formas que ele se manifesta na sociedade.
Sutilmente [...] dizer-se não racista é uma afirmação questionável, embora
extremamente comum. Consiste na nobreza espiritual de igualdade fraterna, muitos
preferem a declaração de hipócrita que enaltece, a verdade que choca. É necessário a
coragem de reconhecer os erros da sociedade que herdamos e afim de aprendermos a
corrigi-los (AZEVEDO, 1987, p. 50).
Todavia utilizamos termos de caráter discriminatório sem nos darmos conta do
ato que estamos praticando, a exemplo de expressões depreciativas como: negrinho,
macaco, tição, negro preto, da cor de carvão, queimadinho, etc. As quais são inserias na
sociedade de maneira natural, o que demonstra a ignorância e o preconceito de quem as
utiliza.
Chegamos, consequentemente, a um ponto em que até aqueles que tentam
suprimir seus conceitos racistas deixam escapar esse sentimento através de mensagens,
comerciais, papeis artísticos inferiores, em cenas degradantes, cada vez mais a imagem
do negro. Entretanto das consequências da escravatura, pior que a miséria, a
marginalização e o analfabetismo é a desvalorização do ser humano, fundamentada em
um racismo que nem as próprias vítimas escapam da utilização de sentimentos
contrários a sua cultura.
Assim, não imporá como são definidos e caracterizados, racismo e
discriminação, constituem violação de direitos humanos. Não é uma questão de relação
interpessoal nem são apenas hábitos da pessoa humana. São questões que estão
incorporados as práticas, as políticas e composições institucionais. [...] (BOTT, 2006,
p. 17).
O Brasil é o país das desigualdades, visto que o capital está concentrado nas
mãos de uma minoria, ficando a maioria a mercê dessa hegemonia que opera na
sociedade. Porém, não para por ai, são inúmeros os maus tratos efetuados contra o
negro, o pobre e o analfabeto, etc. levando-os a um estado de vulnerabilidade social.
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CAPITULO 2°
população negra, no mesmo período, no mesmo país, cresceu 11,5%. É como se a gente
estivesse falando de países diferentes, territórios diferentes, tamanha a disparidade
quando a gente olha para o fenômeno da violência, segmentando entre negros e não
negros", complementa ela. "Isso nos ajuda a entender o quanto estamos completamente
dessensibilizados por isso."
Outro número que justifica a afirmação em torno do racismo diz respeito aos
homicídios de mulheres. Na década examinada, constatou-se uma redução de 11,7% na
taxa de vítimas não negras, ao mesmo tempo em que a relativa a negras subiu 12,4%.
No período, os estados que tiveram as mais altas taxas de homicídios entre a
população negra estão localizados nas regiões Norte e Nordeste, com destaque para
Roraima (87,5% mortos para cada 100 mil habitantes), Rio Grande do Norte (71,6%),
Ceará (69,5%), Sergipe (59,4%) e Amapá (58,3%).
"Então, que políticas são essas que a gente está implementando, que protegem
as mulheres não negras e não são capazes de proteger as negras?", questiona Samira.
No total, somente em 2018, 4.519 mulheres foram assassinadas em todo o país.
Nesse quantitativo, estão incluídas as ocorrências de feminicídio, embora não estejam
especificadas. O índice nacional foi de 4,3% homicídios para cada 100 mil habitantes
do sexo feminino, o que indica que uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas
horas. Em comparação ao ano anterior, o que se viu foi uma redução de 9,3% entre
2017 e 2018 na taxa geral, acompanhada por queda em 19 das 27 unidades federativas.
Segundo a diretora, particularidades referentes ao dado vêm sendo constatadas
ao longo do tempo. Como exemplo, ela cita o envolvimento de mulheres com membros
de facções criminosas e que acabam sendo executadas. Para ela, a situação consiste em
"uma nova gramática das facções", que precisa ser assimilada.
O relatório também chama a atenção para a preponderância de jovens entre as
vítimas de homicídios ocorridos em 2018. Ao todo, 30.873 jovens na faixa etária entre
15 e 29 anos foram mortos, quantidade que equivale a 53,3% dos registros.
No intervalo de 2008 a 2018, observou-se um aumento de 13,3% na taxa de
jovens mortos, que passou de 53,3% homicídios a cada 100 mil jovens para 60,4%. Os
homicídios foram a principal causa dos óbitos da juventude masculina, representando
55,6% das mortes de jovens entre 15 e 19 anos; 52,3% entre o grupo com faixa etária
de 20 a 24 anos; e 43,7% daqueles com idade entre 25 e 29 anos.
Quando se observam as taxas de mulheres e homens, identifica-se uma
diferença importante. No caso delas, as proporções de homicídio são de 16,2% entre
aquelas que têm entre 15 e 19 anos; 14% na parcela de 20 a 24 anos; e de 11,7% entre
jovens com faixa etária de 25 a 29 anos.
Em 2018, 16 unidades federativas apresentaram taxas de mortalidade violenta
juvenil acima da nacional, que é de 60,4% por 100 mil. No topo da lista, aparecem
Roraima (142,5%), Rio Grande do Norte (119,3%) e Ceará (118,4%). As menores
taxas foram de São Paulo (13,8%), Santa Catarina (22,6%) e Minas Gerais (32,6%).
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"É uma geração inteira que a gente está matando e é algo que não nos
sensibiliza, infelizmente, que vai passando. [As vítimas] são sujeitos [considerados]
descartáveis", afirma Samira.
Sobre a morte prematura de jovens brasileiros, o pesquisador Daniel Cerqueira,
que também assina a publicação, ressalta que a efetividade do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) depende de como são conduzidas as políticas públicas. Os dados
apresentados mostram que o conjunto de normas fez com que a taxa de homicídios
entre crianças e adolescentes caísse para 3,1%, a cada ano, entre 1991 e 2018,
revertendo o crescimento anual de 7,8%, registrado entre 1980 e 1991.
"De 1980 a 2018, foram 265 mil crianças assassinadas no Brasil. É uma
barbárie, é muito chocante, é um número que nos leva a repensar o país. Tem algo
errado aí. Duas coisas que ajudaram a frear essa barbárie foram o ECA e o Estatuto do
Desarmamento. Antes do ECA, quando a gente vai olhar violência armada, a taxa de
homicídio anual crescia a incríveis 9,4% a cada ano. Depois do ECA e antes do
Estatuto do Desarmamento, de 1991 a 2003, o ritmo de crescimento dos homicídios de
crianças diminuiu para 4,9% e, depois do Estatuto do Desarmamento, o ritmo foi de
1,7%. Ou seja, quando a gente compara antes e depois dos estatutos, a morte por
violência armada de nossas crianças caiu a um quinto e, no entanto, nós estamos
desconstruindo parte dessa peça agora, com o desmantelamento do Estatuto do
Desarmamento e com um debate que começou a surgir na sociedade, com preconceitos
contra o ECA", explica Cerqueira, acrescentando que, desde 2009, foram promovidas
mudanças na legislação brasileira que permitiram uma circulação maior de porte de
armas de fogo e dificultaram o rastreamento de munições e armas, muitas delas usadas
por grupos criminosos, incluindo milícias.
O FBSP e o Ipea destacam, ainda, que, antes de 2003, quando o Estatuto do
Desarmamento passou a vigorar, a velocidade de crescimento das mortes era cerca de
6,5 vezes maior do que a observada depois da sanção presidencial. Caso o número de
homicídios se multiplicasse da mesma forma como acontecia antes do Estatuto do
Desarmamento, o total poderia ultrapassar 80 mil, em 2018.
Naquele ano, a quantidade já foi elevada: foram notificados 41.179 assassinatos
por arma de fogo no país, que correspondem a 71,1% de todos os homicídios do país.
Os dados relacionados a média de anos de estudo das pessoas de 10 anos de
idade ou mais são expressivos entre os afrodescendentes em relação aos brancos. A
Região Nordeste é a que apresenta a pior média de anos de estudos: 3,9%, enquanto
que os brancos detém 5,3% mais alta que a média total dessa região; a região Sudeste
aparece com a melhor média de anos de estudos comparados a cor e sexo das demais
regiões, os homens com média de estudos de 6,4% e as mulheres com 6,5%.
Percebe-se que a diferença da média é quase a mesma, mas quando comprados
ao requisito cor teremos um aumento significativos de anos de estudo entre as pessoas
de brancas, com média de 7,1% (maior que a média nacional que é de 6,6%), e os
negros e pardos tem 5,2% sendo porém essa média mais baixa que as das regiões Norte
(5,4%) e Centro Oeste (5,3%); já na região Sul há uma constante bem parecida se
comparada as médias de estudos por sexo: os homens 6,2% e as mulheres 6,3%; porém
quando analisamos o quesito cor teremos uma desigualdade bem acentuada na média
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de anos de estudos. Os brancos com 6,5% e os pretos e pardos 4,7%, bem abaixo da
média total dessa região.
CAPITULO 3º
que nega a neutralidade e prioriza a memória como saber situado (Kilomba, 2010) e
com a autorização das mesmas as localiza abaixo.
Bárbara é a fundadora e sócia majoritária. É mãe, mulher negra cis, nordestina,
professora, escritora, empresária, formada em Química, mestre e doutora. Maju se
tornou sócia da escola em 2020, é mãe, mulher negra cis, nordestina, dançarina e
empresária, investidora de lógicas não capitalistas. Cris é mulher negra cis, nordestina,
professora e diretora da escola.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS