Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HC 82424
e Acórdão (3)
524
S T F 102.002
525
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
526
HC 82.424 I RS
A C Ó R D Ã ()
~ ~~=~~
'-,,O!"i\ii\r·o" ÍCIO CORRÊA - /DENTE: E RELATOR PARA O ACÓRDÃO
STF 102_002
Relatório (5)
527
12/12/2002
RELATÓRIO
S-T F \ 02.002
528
HC 82.424 / RS
redação dada pela Lei 8. 081/90, foi e!<:~ condenado pelo delito de
os judeus não são uma raça, requerem que "seja liminarmente suspensa
S.T F. 102.002
529
HC 82.424 / RS
S,T F. 102.002
530
BC 82.424 / RS
crime;
crime ina:fiançáve.l e
crime imprescri tí"t•e1
S.TF- 102.002
531
HC 82.424 / RS
É o re1atório.
5
Voto - MOREIRA ALVES (14)
532
HC 82.424 / RS
VOTO
S.T F. 102.002
533
HC 82.424 / RS
S~T F. t 02.002
534
HC 82.424 / RS
alega que, no caso, não foi cometido crime de racismo e que este só,
8
535
HC 82.424 / RS
formas de discriminação".
graça ou anistia.
S,T F. 102.002
536
;b 11
HC 82.424 / RS
10
S,.T f. i02.002
537
HC 82.424 / RS
País, Castro Alves, em 'O Navio Negrei:::-o' ", recitou essa poesia,
11
s.r F 102.002
538
HC 82.424 / RS
jamais!"
57, Editora Saraiva, São Paulo 1997): "A forma comum de racismo é a
12
S-T F 102,002
539
HC 82.424 / RS
devendo ser caracterizado pela lei como crime". CELSO RIBEIRO BASTOS
Saraiva, São Paulo, 1989) tece seus comentários ao artigo 5°, XLII,
salientar: "Quando a Constituição diz, no art. 5°, XLII, que 'a lei
13
S-T F. 102.002
540
c2--l 5
HC 82.424 / RS
questão.
14
STF 102.002
541
HC 82.424 / RS
propósito, observa:
15
STF to2.002
542
HC 82.424 / RS
16
STF 102.002
543
HC 82.424 / RS
os judeus não acreditam numa outra vida depois da morte? Por que os
17
STf' 102.00:2
544
ol--1 q.
HC 82.424 / RS
18
STF 102.002
545
HC 82.424 / RS
anos.
/mal
19
STF 102.002
Vista (8)
546
VISTA
1
B.S. Livro de Gênesis, capítulo 12, versículos de 01 a 09
STF 102.002
547
&'~ @~cffe<ÍE~
HABEAS CORPUS 82.424-2 RIO GRANDE DO SUL
2
B.S. Livro de Gênesis, capítulo J. 7, versículos de 04 a J.6
3
B.S. Livro de Gênesis, capítulo J.6 / versículos de OJ. a 04
4
B.S. Livro de Gênesis, capítulo J.8 I versículos de 09 a J.5
5
B.S. Livro de Gênesis, capítulo 25, versículos de J.9 a 26
2
ST F t02.002
548
6
B.S. Livro de Gênesis, capítulo 37, versículos de 01 a 28
7
B.S. Livro de Gênesis, capítulo 41, versículos de 37
··~
8
B.S. Livro d.e Gênesis, capítulos 42 ao 46
3
STF t02.002
549
9
B.S. Livro de Juízes, capítulo 16, versículos de 04 a 22
u B.S. Li~ de 1 Samuel, capítulo 17 .. versículos de 24 a~
ST F 102.002
550
evento e lhe deu o nome de Ebenezer11 , que quer dizer "Até aqui
o Senhor nos ajudou".
11
B.S. Livro de 1 Samuel, capítulo 07, versículos de 05 a 17
12
B.S. Livro de Mateus, capítulo 01, versículos de 18 a 24
5
S TF 10:2.002
551
9~ cfT~ ç;fjT~tJtal
HABEAS CORPUS 82.424-2 RIO GRANDE DO SUL
ST F !02.002
552
J_J.:-t-
15. Não estou dizendo que os judeus são ou não uma raça.
Mas pergunto: será que a melhor exe9ese não seria a de entender
o conjunto dos demais preceitos da Carta Federal relacionados
com a matéria para situar essa discriminação contra os judeus
como crime de racismo? Ou devo ler a disposição, conforme quer
o Ministro Moreira Alves, como diriHido à discriminação racial,
STF 102.002
553
8~ dT~ dfiedé~
HABEAS CORPUS 82.424-2 RIO GRANDE DO SUL
ST F t02.00!2
Extrato de Ata (1)
554
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
(~
Lu:Í.\!,· Tomimatsu
Coordenador
Incidências ao Voto - MAURÍCIO CORRÊA (39)
555
S T F 102.002
556
HC 82.424 I RS
STF 102.002
557
HC 82.424 / RS
2
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
S T F 102.002
558
~33
HC 82.424 I RS
13. Por ele foi possível concluir que o homem possui cerca de
30 mil genes, e não os 100 mil então imaginados. A interação desses
genes com o mundo é que deu e vem dando forma à essência do
desenvolvimento do ser humano.
3
Genoma - Conjunto de genes de um organismo, o patrimônio genético armazenado no conjunto de seu DNA ou de seus
cromossomos. ·Possui informações sobre as principais características hereditárias, alterações e doenças que o ser pode
sofrer em sua vida. Conhecer e localizar os genes humanos possibilita intervir sobre aqueles responsáveis pelas doenças.
4
O trabalho da Celera foi publicado pela revista americana "Science" (www.sciencemag.org) e o d Projeto Genoma pela
britânica "Nature" (www.nature.com).
S T F 102.002
559
HC 82.424 I RS
17. Acrescenta, ainda, que "com tudo o que nós sabemos sobre
raças, hoje em dia, ou sobre a ausência de raças, já ficou claro que
a variabilidade dentro dos chamados grupos raciais é muito maior, 19
vezes maior, do que entre os grupos raciais. Em outras palavras,
isso significa que as diferenças gené>micas entre o Sérgio Pena
[entrevistado] e o Marcelo Leite [entrevistador] são tão grandes
quanto as diferenças genéticas entre o Sérgio Pena e alguém na
África agora", e esclarece que "a inexistência de raças não
significa que todo mundo é igual. É çrue todo mundo é igualmente
diferente".
5
''www. mazen.hpg.ig.com.br/saúde/10/index_int_4.html" - Fonte: O Globo e Folha On line
6
www.gene.eom.br/Dr_sergio/publica-atuais05.htm. "Cf. "Folha On Linc".
ST F 102.002
560
HC 82.424 I RS
6 ~·
S T F 102.002
561
HC 82.424 / RS
7
Casa Grande & Senzala, José Olympío Edítora, 16ª edíção, págs. 294/5.
8
Dícionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa.
S T F 102.002
562
HC 82.424 / RS
9
"Art. l - 1 Ali human beings be/ong to a sing/e species and are des.~ended from a common stock. They are equa/ in
dignity and rights and ali form an integral part ofhumanity. "
"Art. l - 2 Ali individual and groups have the right to be different, to consider themse/ves as different and to be regarded
as such. However, the diversity of life styles and the right to be different may not, in any circumstances, serve as a pretext
for racial prejudice; they may not justifY either in law or in fact any drscriminatory practice whatsoever, nor provide a
groundfor the po/icy of "apartheid", which is the extremeform ofracism."
"Art. 2 - l Any theory which involves the claim that racial or ethnic groups are inherently superior or inferior, thus
implying that some wou/d be entitled to dominate or eliminate others, presumed to be inferior, or which bases value
judgements on racial differentiation, has no scientific foundation and is contrary to the moral and ethical principies of
humanity. n
S T F 102.002
563
HC 82.424 I RS
cruel, aquela que nos deixou marcados para o resto da vida foi a da
Segunda Guerra Mundial, em que seis mílltões de judeus foram .mortos,
exterminados nos campos de concentração de Auschwitz, de Dachau e em
tantos outros. Antes, porém, experiÉ~ncias sem nenhum sentido
científico utilizaram esses seres humanos como cobaias, legando a
alguns sobreviventes, a seus amigos e familiares, e à humanidade
como um todo lúgubres memórias e marcas indeléveis de dor e de
aflição".
S T F 102-002
564
HC 82.424 / RS
inquisição, que no seu período áureo teve como alvo maior também os
judeus, cujo resultado atingiu a casa de~ muitos milhares de .mortos,
além de outras vítimas que foram condenadas com penas diversas, após
torturas cruéis e desumanas, e ao confisco de seus bens, como
registram estudos e estatísticas posteriormente realizados, para
10 11
dizer de seus efeitos apenas na Espanha e em Portugal •
10
O historiador espanhol Joaquín de! Castillo y Mayone, no seu trabalho O Tribunal da Inquisição, editado em 1835, em
Barcelona, dava o número de vítimas causadas por cada inquisidor-geral (no total houve 41), desde Torquemada até
Jerónimoo Carstellón y Salas (1818). O saldo apresentado é o seguinte: queimados 366212; qneimados em efígie, 19790;
outros penitenciados, 289624. Total 345626.
Confirmando estes números 40 anos depois, José Amador de los Rios obteve o seguínte resultado: queimados
28540; queimados em efígie, 16520; atingidos por outras penas: 303840. Total 348900. (lossif Grigulévitch, Editorai
Caminho S.A., Lisboa, págs. 324/329). (CF. S.G.Lozínski, História da Inquisição de Espanha, págs. 140 e 127,
respectivamente; apud ob. cit.,p. 262).
11
Segundo Mary Brearley (M. Brearley, Hugo Gorgeny. Prisoner ofLisbon Inquisition, p.11) eis a estatística da inquisição
em Portugal de 1536 a 1821: queimados vivos na capital portuguesa 355 homens e 221 mulheres; torturados 6005 homens
e 4960 mulheres; morreram na prisão 706 homens e 546 mulheres; morreram na prisão 706 homens e 546 mulheres. Total
12793 p"'°"" ... quoi• 5727 mulh=<. (foMif Grigulé"1to: ;'torial C•nllnho S. A., L " n : : \ 328).
S T F 102.002
565
HC 82.424 I RS
12
Histoire Générale et Comparée dês Langues Sémitiques, 1855, apud Izidoro Blikstein, Professor Titular de Semiótica e
Lingüística da Universidade de São Paulo, em parecer juntado aos autos.
13
A França Judaica - 1886 apud Izidoro Blikstein, em parecer juntado aos autos.
14
Mein Kampf- "Minha Luta" - SP, Moraes, 1993, pp. 185-212, apud I:ddoro Blikstein,, em parecer juntado aos autos.
11
S T F 102.002
566
HC 82.424 / RS
15
"The Distruction os the European Jews - Chicago, 1961.
16
"Racismo é muitas vezes uma questão latente nos fatores econômicos e políticos que levam a guerras e conflitos. É
explícito em algumas ideologias politicas, como certas formas de fascismo. Um exemplo extremo das conseqüências do
racismo é o dos nazistas alemães, cuja crença na superioridade dos povos nórdicos ou germânicos em relação aos 'não
arianos' levou à discriminação crescente e, por fim, ao genocídio de mílhões de judeus, eslavos e ciganos na Europa,
durante o regime nazista "("Leis Penais Especiais e sua interpretação jurisprudencial", Coordenação Alberto Silva Franco e
Rui Stoco, Revista dos Tribunais, 7º,ed. v. 2, p. 2645, por José da Silva Franco).
12
S T F 102.002
567
HC 82.424 I RS
17
"racismo é o conjunto de crenças de que diferenças orgânicas (reai.s e imaginárias), geneticamente transmitidas entre
grupos humanos, são intrinsecamente associadas à presença ou à ausência de algumas características ou capacidade
socialmente significativas e, portanto, que tais diferenças constituem base legítima de distinções injustas entre grupos
socialmente definidos como raça" (James M. Jones, "Racismo e precom;eito", Edgard Blucher, Edusp, p. 4, 1973 -Apud
José Silva Júnior, obra citada).
18
Elogio da Serenidade e Outros Escritos Morais, São Paulo, UNESP, 2002, pp.125-126.
19
Professora da Universidade de Brasília, em laudo antropológico sobre e tema, datado de 14/02/03.
13
STF 102.002
568
HC 82.424 / RS
20
J. A. Lindgren Alves, A Conferência de Durban contra o racismo e a responsabilidade de todos, Revista Brasileira de
Política Internacional, ano 45, nº 2, 2002,pp. 206 e 208, apud Celso Lafer, em parecer juntado utos.
14
S T F 102.002
569
HC 82.424 / RS
21
Breve storia dei razzismo, Roma, Universale Donzelli, trad. Annalisa Merlino, 2.002, p. 11 e 172, apud Miguel Reale
Júnior, em parecer juntado aos autos.
22
Gordon Marshall, Oxford University Press, 1998:548/9, por Sonia Bloomfield Ramagem em parecer juntado aos autos.
15
S T F 102.002
570
HC 82.424 / RS
16
S T F 102.002
571
HC 82.424 I RS
17
~··
S TF 102.002
572
BC 82.424 / RS
23
Revista L 'Histoire, nº269 de outubro de 2.002, p. 60, por Miguel Reale: Júnior em parecer juntado aos autos.
18
S T F 102.002
573
BC 82.424 / RS
24
Art. 1° - Todos os homens nascem livres e iguais em.dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem
agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Art. 2º - 1 - Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e liberdades estabelecidos nesta Declarações, sem
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião ou de outra natureza, origem nacional ou
social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição.
25
"A palavra do Brasil nas Nações Unidas - 1946-1995", Luiz Felipe Sdxas Corrêa, FUNAG, p. 134, apud Celso Lafer,
em parecer juntado aos autos.
26
Decreto Legislativo 2/51eDecreto30822/52.
19
S T F 102.002
574
HC 82.424 I RS
pela ONU em 1948 e que teve como origem nada menos do que o próprio
holocausto - negado pelo paciente a qt;.e submetidos os judeus.
27
Decreto nº 65.810 - de 8 de dezembro de 1969
Presidente da República, havendo o Congresso Nacional aprovado pelo decreto legislativo n. 23 (*), de 21 de junho de
1967, a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas Discriminação Racial, que foi aberta à assinatura
em Nova York e pelo Brasil 7 de março de 1966;
Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial
Os Estados partes na presente Convenção,(....) Considerando que a De1~laração das Nações Unidas sobre eliminação de
todas as formas Discriminação Racial, de 20 de novembro de 1963, (Resolução n. 1.904 (XVIII) da Assembléia Geral},
afirma solenemente a necessidade de eliminar rapidamente a discriminação racial através do mundo em todas as suas
formas e manifestações e de assegurar a compreensão e o respeito à di'gnidade da pessoa humana, Convencidos de que
qualquer doutrina de superioridade baseada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente condenável,
socialmente injusta e perigosa, em que, não existe justificação para a ~riscriminação racial, em teoria ou na prática, em
lugar algum, (. ..), Acordam no seguinte:
~··
20
575
c:L-SO
HC 82.424 I RS
Art. I. Nesta Convenção, a expressão "discriminação racial" signijicará qualquer distinção, exclusão, restrição ou
preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem acional oii étnica que tem por objetivo ou efeito anula ou
restringir o reconhecimento, gozo ou exercfcio num mesmo plano, {em igualdade de condição), de direitos humanos e
liberdades fundamentais no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio de sua vida (. ••)
Art. IV - Os Estados partes condenam toda propaganda e todas as organizações que se inspirem em idéias ou teorias
baseadas na superioridade de uma raça ou de um grupo de pessoas de uma certa cor ou de uma certa origem étnica ou
que pretendem justificar ou encorajar qualquer forma de ódio e de discriminação raciais e comprometem-se a adotar
imediatamente medidas positivas destinadas a eliminar qualquer incitação a uma tal discriminação, ou quaisquer atos de
discriminação com este objetivo, tendo em vista os princípios formulados na Declaração universal dos direitos do homem
e os direitos expressamente enunciados no artigo 5 da presente convenção, eles se comprometem princípalmente:a) a
declarar delitos puníveis por lei, qualquer difusão de idéias baseadas na superioridade ou ódio raciais, qualquer
incitamento à discriminação racial, assim como quaisquer atos de violência ou provocação a tais atos, dirigidos contra
qualquer raça ou qualquer grupo de pessoas de outra cor ou de outra origem étnica, como também qualquer assistência
prestada a atividades racistas, inclusive seu financiamento (. ..) ;
21
S T F 102.002
576
HC 82.424 / RS
28
Pacto ratificado pelo Brasil pelo Decreto Legislativo 226, de 12/12/91 e promulgado em 06/12/96 pelo Decreto 592.
29
13-5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou religioso
~e constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência.
3
Apud Celso Lafer, em parecer juntado aos autos.
22
S T F 102.002
577
HC 82.424 / RS
31
J. A.Ludgren Alves, "A Conferência de Durban contra o Racismo e a responsabilidade de todos", Revista Brasileira de
Política Internacional, ano 45, nº 2, 2002, p. 211.
23
578
HC 82.424 I RS
24
S T F 102.002
579
HC 82.424 ! RS
32
Pesquisa realizada por Miguel Reale Júnior, em parecer juntado aos autos.
33
Resolução B4-0108/98 - apud Miguel Reale Júnior, em parecer juntado aos autos.
25
S T F 102.002
580
HC 82.424 I RS
26
S T F 102.002
581
c::LSG
HC 82.424 / RS
raça como sendo distinta pela cor da pele (branca, amarela e negra},
tendo em vista que ao designar como preceito fundamental o inciso IV
do artigo 32 da Constituição, trata cor e raça com conceitos
diferentes, ao estimular a promoção do "bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, coJ':, idade e quaisquer outras
formas de discriminaçãon. A referência a raça deve ter conteúdo mais
amplo, sob pena de inaceitável inocuidade no que tange a cor.
27
S T F 102.002
582
HC 82.424 / RS
36
Comentários à Constituição Brasileira de 1988, Forense, p. 175, apud Miguel Reale Júnior, em parecer juntado aos autos.
37
Comentários à Constituição Brasileira de 1988, Saraiva, v. 1, 3ª Ed., 2000, p. 57.
38
Curso de Direito Constitucional Positivo, 2ª Ed., Malheiros, pp. 223/224.
28
583
;;i_Sg
HC 82.424 I RS
29
584
BC 82.424 / RS
39
§ 2" - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não exclu.~m outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
40
Alexandre de Moraes, "Direito Constitucional", Atlas, 10" ed., p. 59.
30
S T F 102.002
585
HC 82.424 I RS
41
Le Debat de 1964 sur l'imprescriptibilité des crimes contre l'humaníté, in Droits, 31, 2000, p. 19, apud Celso Lafer, em
parecer juntado aos autos.
31
S T F 102.002
586
..2-G f
HC 82.424 / RS
"Tu sabes,
Conheces melhor do que eu
A velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
E roubam uma flor
Do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
Pisam as flores, matam nosso cão,
E não dizemos nada.
Até que um dia,
O mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a luz, e,
Conhecendo nossos medos,
42
"No Caminho com Maiakowsky" de Eduardo Alves Costa* :
*Escritor brasileiro, residente em São Paulo, nasci:do em Niterói em 1937. Fragmento extraído do
livro "POESIA VIVA", Editora Civilização Brasileira, 1968, pãgina 209. É como consta também como sendo de sua
autoria o poema no verbete que lhe consagra a ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante de
Sousa, SP, Fundação Biblioteca Nacional, 2001. Fica assim claro que o poema é de autoria de poeta brasileiro e não do
próprio Maiakowsky e/ou Berthold Brecht.
32
S T F 102.002
587
HC 82.424 I RS
43
"Direitos Humanos Fundamentais -Teoria Geral", Atlas, 3ª Ed., 2000, pp. 22/24.
33
S T F 102.002
588
HC 82.424 / RS
34
S T F 102.002
589
HC 82.424 I RS
35
S T F 102.002
590
HC 82.424 I RS
( ... )
95. Esse preconceito de raça em relação a eles judeus,
conforme me manifestei na sessão anterior em que pedi vista dos
autos, persistiu na memória da língua portuguesa, criando-se o
peculiar substantivo judiação como sinônimo de maus-tratos, assim
como todas as outras expressões daí decorrentes, tendo como matriz o
verbo judiar. Tais palavras, aliás, bem demonstram que na visão
popular essa discriminação soa indubitavelmente como racismo.
44
"O Racismo na História do Brasil", Maria Luzia Tucci Carneiro, 18ª Ecl., Ática, 2002.
45
"Vínculos do Fogo", Alberto Dines, vol. I, São Paulo, Cia. das Letras, 1992.
36
S T F 102.002
591
HC 82.424 I RS
46
"Curso de Derechos Fundamentales Teoria General, Universidad Carlos III de Madrid, Boletín Oficial Dei Estado, 1995,
p. 577, apud Celso Lafer, em parecer juntado aos autos.
37
S T F 102.002
592
HC 82.424 / RS
38
S T F 102.002
593
BC 82.424 I RS
---' !
47
Http://www.fernandomeyer.hpg.ig.com.br
48
Tradução de Leda Richard de Faria e Marina Camargo Celidonio, Rio de Janeiro: Otto Pierre, 1980.
39
S T F 102.002
Confirmação de Voto - MOREIRA ALVES (18)
594
09/04/2003 TRIBUNAL
~r
PLENO
VOTO
Maurício Corrêa.
Presidente,~
HC 82.424 / RS
STF ,02.002
596
HC 82.424 / RS
dos ciganos, grupos esses últimos com relação aos quais não há
imprescritibilidade.
STF 102.002
597
n~
BC 82.424 / RS
nenhuma punição se lhe será imposta com base nesse texto, sequer
se citou uma só, nem lei alguma de país algum, em que se tivesse
. 102.002
598
HC 82.424 / RS
extradição requerida.
STF 102.002
599
BC 82.424 / RS
STF 102.002
600
i\
mameluco~)
HC 82.424 / RS
STF tC2,002
601
HC 82.424 / RS
STF 102.002
602
HC 82.424 / RS
E prosseguia:
S TF 102.002
603
HC 82.424 / RS
culturais próprias.
10
STF 1a2.002
604
~
HC 82.424 / RS
que abarca qualquer grupo humano que ::::e distinga de outro, por
sua cultura, ter-se-á que alguém que, aos dezoito anos de idade,
e dois anos após o fato, vir a ser condenado por ele a uma pena
da gravidade da imprescritibilidade.
discriminação imprescritível.
11
STF 102,002
605
HC 82.424 / RS
12
STF f02.002
606
~I
HC 82.424 / RS
que é certo é que tal conceito tem sua aplicação restrita a essa
13
STF 102.002
607
cr~
HC 82.424 / RS
imprescritível de racismo.
14
STF 102.002
608
HC 82.424 / RS
paciente.
15
ST F 102.002
609
HC 82.424 / RS
que não quer dizer que, com isso, se firmava uma conceituação
RAV (como era indicado o réu, que era menor) versus a cidade de
16
ST F 102.002
610
('
hipóte~
HC 82.424 / RS
17
ST f' 102.002
611
BC 82.424 / RS
18
ST F 102.002
Antecipação ao Voto - CELSO DE MELLO (24)
612
VOTO
(Antecipação de voto)
Qv-------
S T F 102.002
613
HC 82.424 I RS
2
C-~-·
S T F 102.002
614
HC 82.424 I RS
(;!___ _
3
615
HC 82.424 I RS
suporte institucional.
causa.
4
C----
-=----------····
616
HC 82.424 I RS
bem situam o instante em que este julgamento tem lugar, cabe referir
(~---------
5
S T F 102.002
617
HC 82.424 I RS
esquecer".
humana, pois refletiu, nos trinta artigos que lhe compõem o texto, o
/)
(~------
6
618
BC 82.424 I RS
das necessidades.
proclamados.
7
619
HC 82.424 I RS
S T F 102.002
620
BC 82.424 I RS
STF 102.002
621
BC 82.424 / RS
S T F 102.002
10 e___
. -
622
BC 82.424 / RS
LINDGREN ALVES ( "Os Direi tos Humanos como Tema Global" , p . 135/144,
internacionais.
11
e _ __
S T F 102.002
623
HC 82.424 / RS
"inter al.ia".
12
S T F 102.002
624
HC 82.424 / RS
nações e as pessoas.
13
STF 102.002
625
HC 82.424 I RS
judeu.
C--
14
S T F 102.002
626
HC 82.424 I RS
15
S T F 102.002
627
HC 82.424 I RS
concernentes ao anti-semitismo:
16
(/9.....--_ __
S T F 102.002
HC 82.424 I RS
ilicitude penal.
17
S T F 102.002
S TF 102.002
301-t
629
HC 82.424 I RS
relembrada:
18
S T F 102.002
630
HC 82.424 / RS
Constituição.
diversos.
19 </};._·- - - - - - - -
S T F 102.002
631
BC 82.424 / RS
20 ((}------
S T F 102.002
632
HC 82.424 I RS
21
S T F 102.002
633
HC 82.424 I RS
raciais.
S TF 102.002
22
ª--
634
BC 82.424 I RS
de exclusão social.
que aquele que salva uma vida, salva tc•da a Humanidade, não é menos
23
)02
635
HC 82.424 / RS
É o meu voto.
/csm.
/rs.
/mmo.
24
S T F 102.002
Extrato de Ata (1)
636
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
Lui~imatsu
~1::~ador
S T F 102.002
637
Voto Vista - GILMAR MENDES (35)
V O T O - V I S T A
Introdução
S T F 102.002
638
HC 82.424 / RS
e; T F 107_00?
639
HC 82.424 / RS
O conceito de racismo
3
640
HC 82.424 / RS
S T F 102,002
641
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
642
HC 82.424 / RS
6
643
HC 82.424 / RS
Continua Taguieff:
S T F 102.002
644
HC 82.424 / RS
8
645
HC 82.424 / RS
[ ... ]
O preconceito não apenas provoca opiniões
errôneas, mas, diferentemente de muitas opiniões
errôneas, é mais difícil de ser vencido, pois o erro
que ele provoca deriva de uma crença falsa e não de
um raciocínio errado que se pode demonstrar falso,
nem da incorporação de um dado falso, cuja falsidade
pode ser empiricamente provada." (Bobbio, Elogio da
Serenidade, cit., p. 120-121)
9
646
3 .;2...- f
HC 82.424 / RS
Não é por outra razão que, tal como ressaltado nos votos
dos Ministros Maurício Cor rêa e Celso de Mello, diversos
instrumentos internacionais subscritos pelo Brasil não deixam dúvida
sobre o claro compromisso no combate ao racismo em todas as suas
formas de manifestação, inclusive o anti-semitismo.
10
647
HC 82.424 / RS
11
S T F 102.002
648
HC 82.424 / RS
12
649
HC 82.424 / RS
13
S f F 102.002
650
j _)_5
HC 82.424 / RS
14
S T F 102.002
651
HC 82.424 / RS
15
652
HC 82.424 / RS
16
653
HC 82.424 / RS
17
e T r 1n"' nn:--
654
HC 82.424 / RS
18
~ r e 107 007
655
HC 82.424 / RS
19
S T F 102.002
656
HC 82.424 / RS
O princípio da proporcionalidade
20
S T F 102,002
657
HC 82.424 I RS
21
658
HC 82.424 / RS
22
659
HC 82.424 / RS
~
23
\
STf= 102.002
660
HC 82.424 / RS
24
S r F 102.002
661
HC 82.424 / RS
25
j :3+--
HC 82.424 / RS
26
- rr; •A'll)f'!')
663
HC 82.424 / RS
27
~
J
664
HC 82.424 / RS
28
STF 102.002
665
HC 82.424 / RS
29
666
3~l
HC 82.424 / RS
Sobibor.
[ ... l
Outra sobre 'O POVO ELEITO'
[. ..l
Eu poderia citar muitas mais, retirando-as
capítulo por capítulo, mas penso que essas bastam
para definir o Sigfried Ellwanger escritor.
Vejamos os livros que ele, como editor,
distribuiu ao público.
O Judeu Internacional, de Henry Ford; Os
Protocolos dos Sábios do Sião, Brasil Colônia de
Banqueiros, e A Históri.a Secreta do Brasil, de
30
667
HC 82.424 / RS
31
668
HC 82.424 / RS
·~1\.\
judaica.
', \
32
:
669
HC 82.424 / RS
33
S T F !02.002
670
HC 82.424 / RS
34
srr- l02_c02
671
HC 82.424 / RS
35
Notas para o Voto (1)
672
sr 1 102_002
673
TRIBUNAL PLENO
à elucidação do caso.
w
S T F 102.002
674
HC 82.424 I RS
pensamento.
STF 102.002
675
HC 82.424 / RS
* * * * * *
~/
1
/
20 /
S T F 102.002
Antecipação ao Voto - CARLOS VELLOSO (15)
676
351
VOTO
S T F 102-002
677
HC 82.424 / RS
Constituição Federal.
que lhe foi imputado "foi contra judeus, contra o judaísmo, contra
raça.
estabelece: \ 1 .J
. ,.._,....../
S T F 102.002
678
HC 82.424 / RS
8.081/90.
II
S T F 102.002
679
HC 82.424 / RS
a garantia dos direi tos não é assegurada nem a separação dos poderes
STf 102.002
680
HC 82.424 / RS
coletividades", precisa "ser mantida como está", certo que vem ela
5 -
S T F 102.002
681
HC 82.424 I RS
19 9 9 , pág. 13 9 ) .
STf 102.002
682
HC 82.424 / RS
III
renome vai além das fronteiras do país, leciona que há apenas uma
S T F 102.002
683
HC 82.424 / RS
VIII) .
IV
8
-
S T F 102.002
684
HC 82.424 I RS
9
-
S T F 102.002
685
HC 82.424 / RS
judeus não são uma raça. Como não são uma raça os negros, os índios,
10
S T F 102.002
686
HC 82.424 / RS
VI
que nos ofereceu como amicus curiae, que "em diversas passagens dos
11
S T F 102.002
687
HC 82.424 I RS
Constituição.
XLII). ~
. /
12
STF 102002
688
HC 8.2.424 / RS
VII
liberdade de expressão."
-
no RE 111.787/GO (RTJ 136/1.292). ~
13
S T F 102,002
689
HC 82.424 / RS
desvirtuada.
14
S T f 102.002
690
HC 82.424 / RS
VII
eminente Ministro Moreira Alves, que não mais está aqui, porque
* * * * * * * * * * *
15
S T F 102.002
Antecipação ao Voto - NELSON JOBIM (6)
691
TRIBUNAL PLENO
ANTECIPAÇÃO AO VOTO
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
693
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
694
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
695
HC 82.424 / RS
vista.
dizer que o holocausto foi dos alemães, dos nazistas. t o mesmo que
Mentira do Século".
S T F 102.002
696
3-'t-I
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
Voto - NELSON JOBIM (53)
697
VOTO
Impetrou HABEAS.
Está na ementa:
S T F 102.002
698
HC 82.424 / RS
O STJ indeferiu.
Leio na ementa:
S T F 102 002
699
HC 82.424 / RS
São um povo.
S T F 102.002
700
HC 82.424 / RS
2 . VOTO DO RELATOR.
Está no Voto:
1 .............••.........•.•..•
a impetração não se insurge contra a condenação
por crime de discriminação ou preconceito, mas alega que, no
caso, não foi cometido crime de racismo e que este só, por
força do disposto no artigo 5º, XLII, da Constituição, é
imprescritível, e isso porque seu delito foi contra os judeus,
e não são os judeus uma raça.
S T F 102.002
701
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
702
HC 82.424 / RS
J 6
S T F 102.002
703
HC 82.424 / RS
S T F 102_002
704
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
705
HC 82.424 / RS
STF 102.002
706
HC 82.424 / RS
10
S T F 102.002
707
HC 82.424 / RS
11
S T F 102.002
708
HC 82.424 f RS
12
STF 102,002
709
HC 82.424 / RS
"9.
13
S T F 102.002
710
HC 82.424 / RS
14
S T F 102.002
711
HC 82.424 / RS
15
S T F 102.002
712
HC 82.424 / RS
16
S T F 102.002
713
HC 82.424 / RS
17
S T F 102.002
714
HC 82.424 / RS
18
S T F 102.002
715
HC 82.424 / RS
19
HC 82.424 / RS
20
STF 102.002
717
HC 82.424 / RS
21
S T F 102.002
718
HC 82.424 / RS
22
S T F 102.002
719
HC 82.424 / RS
23
S T F 102.002
720
HC 82.424 / RS
24
S T F 102.002
721
HC 82.424 / RS
25
722
HC 82.424 / RS
26
S T F 102.002
723
HC 82.424 / RS
27
S T F 102.002
724
HC 82.424 / RS
28
S T F 102.002
725
HC 82.424 / RS
29
S T F 102.002
726
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
J 30
727
HC 82.424 / RS
31
728
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
729
HC 82.424 / RS
33
S T F 102.002
730
HC 82.424 / RS
Está no Voto:
34
S T F 102,002
731
HC 82.424 / RS
3. VOTO.
Analiso.
35
S T F 102.002
732
HC 82.424 / RS
Leio:
"
36
S T F 102.002
733
4o C:Z
HC 82.424 / RS
37
S T F 102.002
734
HC 82.424 / RS
38
S T F 102.002
735
HC 82.424 / RS
39
S T F 102.002
736
HC 82.424 / RS
4 (1
S T F 102.002
737
HC 82.424 / RS
41
STF 102.002
738
HC 82.424 / RS
Leio:
Leio:
11
Direitos das minorias e liberdade religiosa em uma sociedade
democrática - RABINO HENRY I. SOBEL. Rotary Club de Copacabana, Rio de Janeiro, 25
de agosto de 1997.
1'1
Judaísmo. RABINO HENRY I. SOBEL. Conferência proferida na Igreja
Presbiteriana do Jardim das Oliveiras, 15 de fevereiro de 1998.
15
O Povo judeu no limiar do século 21: crise ou continuidade. HENRIQUE
RATTNER.Palestra proferida no Simpósio Latino Anericano organizado pela 'Sociedade
4 ')
L.
S T F 102.002
739
HC 82.424 / RS
Digo eu.
43
S T F 102,-002
740
HC 82.424 f RS
A resposta é afirmativa.
44
STF 102.002
741
/ ..
;;
'-1 1'
HC 82.424 / RS
Leio:
IX - Síntese Conclusiva.
45
S T F 102.002
742
HC 82.424 / RS
46
S T F 102.002
743
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
744
HC 82.424 / RS
43
S T F 102.002
745
HC 82.424 / RS
49
S T F 102.002
746
HC 82.424 / RS
50
S T F 102.002
747
HC 82.424 / RS
51
S T F 102.002
748
HC 82.424 / RS
52
S T F 102.002
749
HC 82.424 / RS
Indefiro o HABEAS.
53
STF 102.0-02
750
Antecipação ao Voto - ELLEN GRACIE (7)
VOTO
S T F 102.002
751
HC 82.424 / RS
É de ver, que neste texto, datado da década de 60, não vão referidas
as descobertas posteriores que, de uma vez por todas, desfizeram a teoria das raças. E,
vale lembrar que o Congresso da Unesco de 1964 já renegava o valor biológico da
idéia das raças humanas 1•
1
A Antropologia. Enciclopédia do Mundo Actual, Publicações Dom Quixote, Lfaboa, 1977, p. 166.
2
S T F 102.002
752
HC 82.424 IRS
- por exemplo, a cor da pele ou a capacidade para digerir leite - apresentam padrões
altamente diversos de variação geográfica ('racial'). Em conseqüência, a maior parte
dos cientistas já de há muito reconheceu que se trata de um exercício fútil tentar
definir raças humanas distintas. Tais entidades, ,rJe fato, não existem. Igualmente
importante é afirmar que a descrição de uma variação geográfica em um ou outro
traço, por parte de um antropólogo ou biólogo ou por qualquer outra pessoa, não
deve comportar juízos de valor em relação à valia das características definidas. "2
2
Wilson, Edward O., "On Human Nature", Harvard University Press, Cambridge, Massachusets, 1998, p. 48.
3
Winick, Charles, "Dictionary of Anthropology, Littlefield, Adams & Co., Totowa, New Jersey, 1977. p. 144.
S T F 102.002
753
HC 82.424 / RS
E, o que é um preconceito?
4
Bobbio, Norberto, "Elogio da Serenidade e outros escritos morais", São Paulo, Ed. UNESP, 2002, p. 103.
5
Idem, ibidem, p. 103.
6
P.-A Taguieff, La force du préjugé, cssai sur le racisme et ses doubles, Paris, Éditions de la Découverte, 1987.
1
Bobbio, N. op. et. loc cit. p. 121 ·
8
idem ibidem, p. 104
9
idem ibidem, p. 104
'º Ver Norman Cohn, I 966; Christofer Hitchens, "Jewish Power, Jewish Peril", ;:002.
S T F 102.002
754
HC 82.424 / RS
venenoso da teoria conspiratória e é dirigido contra um grupo que, quando não possa
ser atacado enquanto raça, possa sê-lo enquanto religião. Ou, quando não possa ser
incriminado como uma plutocracia capitalista, possa ser apontado como o gênio do
mal que inspira o comunismo. Os nazistas retrataram os judeus ora como
especuladores rotundos, ora como esquálidos e sinistros bolchevistas. O anti-
semitismo é como uma epidemia que ocorre em quase todas as sociedades, eclode nos
períodos mais diversos e deriva da paranóia. Por isso, não admite prova em
contrário. " 11
11
Vanity Fair. sept/2002.
12
T.Todorov, "Nous et les autres". La rétléxion française sur la diversité humaine, Paris Ed. Du Seuil, 1989)
S T F 102.002
755
HC 82.424 / RS
13
lngo Müler. "Hitler ·s Justice - The Courts of the third Reich ", Havard University Prcss, Cambridge, Massachusetts, l 991.
14
op. eit. p. 5.
15
op. cít. p. 6.
STF ~02_oc2
756
HC 82.424 / RS
Por isso, com a devida vênia dos que pensam diversamente, alinho-
me à divergência inaugurada por V. Exª, para denegar a ordem.
16
op. cit. p. J 9.
17
op. cit. p.19.
S T P 102.002
Antecipação ao Voto - CEZAR PELUSO (5)
757
26/06/2003
TRIBUNAL PLENO
ANTECIPAÇÃO AO VOTO
aos Ministros MARCO AURÉLIO e CARLOS BRITTO, para antecipar meu voto.
mas, após os votos eruditos agora proferidos, além daqueles que V. Exa. e o
erudição, proferido, e aos quais tive o acesso prévio, já não tenho dúvidas.
única raça, que é a humana, eu diria que, ainda quando essa não fora verdade
que significaria a palavra "raça", para efeito dt3 intelecção e incidência dessa
regra constitucional.
também tem suas próprias realidades, seus conceitos: o Direito cria, mediante
S T F 102.002
758
HC 82.424 / RS
que elaborou conceito próprio, isto é, um conceito normativo. E é com esta como
deve o intérprete lidar e, lidar com redobrado cuidado, porque está diante da
inata superioridade de alguns homens sobre outros, à vista das suas graves
HC 82.424 / RS
fazê-los alvo cego dessa perversão moral, que é a ideologia racista, expondo~os,
emprestar sentido restrito ao termo "racismd', até porque, se doutro modo não se
conjuntos muito reduzidos de pessoas. Acho que não foi tão mesquinha a
STF 102.002
760
HC 82.424 I RS
denegar a ordem.
autor, cujas atividades são de óbvia licitude - eu mesmo já li, sem nenhum juízo
caso, é o fato incontroverso de que o ora paciente se tornou, como editor e autor,
consideraria com outros olhos este habeas corpus. Não é esse o caso, porém,
editar e, como autor, publicar uma série de livros, com a constância e o evidente
isso tem significado óbvio: trata-se, a meu ver, de prática que contraria a tutela
S T F 10:?_00?
761
HC 82.424 IRS
*-
STF 102.002
Extrato de Ata (1)
762
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 82.424-2
PROCED.: RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
PACTE.; SIEGFRIED ELLWANGER
IMPTES.: WERNER CANTALÍCIO JOÃO BECKER E OUTRA
COATOR: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Ap6s o voto do Senhor Ministro Moreira
Alves, Relator, concedendo a ordem para pronunciar a prescrição da
pretensão punitiva, pediu vista o Senhor Ministro Maurício Corrêa.
Falou pelo paciente o Dr. Werner Cantalício João Becker. Presidência
do Senhor Ministro Marco Aurélio. Plenário, 12.12.2002.
S T F 102.002
763
Debates (3)
DEBATES
na seqüência imediata.
esse problema?
Carlos Britto, parece que esta questão não está em jogo, porque o
ofício.
S T F 102.002
764
HC 82.424 / RS
\ examinando toda uma prova sem ter os autos em mãos, pois tem os
Camões, redivivo: "Cessa tudo que a antiga musa canta que outro
é: é imprescritível ou não?
incriminadora da lei.
S T F 102.002
765
HC 82.424 I RS
autos?
tipificou o crime?
S T F 102.002
Voto s/ Questão de Ordem - MAURÍCIO CORRÊA (1)
766
S T F 102_002
Voto s/ Questão de Ordem - CEZAR PELUSO (6)
767
convictamente.
STí 102.002
768
HC 82.424 / RS
- E a Constituição?
S T F 102.002
769
HC 82.424 / RS
o fundamento da impetração.
concessão.
STf 102.002
770
HC 82.424 IRS
S T F 102.002
771
HC 82.424 / RS
então?
corpus, de ofício.
denegar-se a ordem.
5
772
HC 82.424 / RS
S TF 102 002
Debates (1)
773
V O T O
I
Voto s/ Questão de Ordem - MARCO AURÉLIO (2)
774
ação penal, não se tenha buscado a glosa desse mesmo açodamento. Não
de anterioridade.
STF 102,002
775
HC 82.424 / RS
elementos, o que não fecha a porta a uma nova impetração 1 uma vez
S T F 102,002
776
Voto s/ Questão de Ordem - CARLOS VELLOSO (3)
V O T O
(S/QUESTÃO DE OHDEM}
ser aprofundado.
STF 102.002
777
HC 82.424 / RS
nós.
nenhum momento, pretendeu isso. Será que não estaria bem assistido o
2 ~
S T F 102_002
778
HC 82.424 / RS
que o livro foi editado. Pode-se editar um livro, hoje, com data de
dez anos atrás para se evitar implic3ções V.Exa. sabe que isso
essa divulgação?
Britto, para o fim de decidir por não ser o caso, por não estarem
* * * * * * * * * * *
S T F 102,002
Voto s/ Questão de Ordem - SEPÚLVEDA PERTENCE (1)
779
V O T O
S/ QUESTÃO DE OF.DEM
CR/
s T r 102 no?
Voto s/ Questão de Ordem - CARLOS BRITTO (1)
780
TRIBUl\AL PLENO
aquela dúvida. A lei é de 90. Há dois .Livros que são de 90, mas o
STF 102.002
Voto Vista - CARLOS BRITTO (71)
781
VOTO
{VISTA)
Introdução
S T F 102.002
782
HC 82.424 I RS
STF 102,002
783
HC 82.424 / RS
STF 102.002
784
HC 82.424 I RS
condenatório.
S T F 10? 002
785
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
786
HC 82.424 / RS
imprescritibilidade e tudo.
S T F 102_002
787
HC 82.424 / RS
habeas corpus são fatos para cuja subsunção o magistrado tem que
delas.
STF 102,002
788
HC 82.424 / RS
confronto.
S T F 102_QQ2
789
HC 82.424 / RS
ditos populares que muito bem exprimem a incrível capacidade que tem
S T F 102,002
790
HC 82.424 I RS
10
s rr 10:-> oo;.;
791
HC 82.424 / RS
Questão de Ordem
conduta do réu, agora paciente. Quero dizer: nada nos autos atesta
11
S T F 102 002
792
HC 82.424 I RS
7.716 foi redigida para de pronto se concluir que dela não constava
a ocorrência do delito pela via a que s•a reporta a lei que lhe deu
S T F 102.002
793
HC 82.424 / RS
de 1988);
S T F 102.002
794
HC 82.424 / RS
14
S T r 1fl2_002
795
HC 82.424 / RS
julho de 1990} ;
22. Por que a exegese do in dubio pro reo? Pela clara razão
15
STF 102.002
796
HC 82.424 / RS
"Art. 1 º. ( . .. ) :
IV - os valores sociais do trabalho
e da livre iniciativa;º
"Art. ~[70. A ordem econômica,
fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes
princípios: ( ... )
Parágrafo único. É assegurado a
todos o livre exercício de qualquer atividade
econômica, independentemente de autorização de
órgãos públicos, salvo nos casos previstos em
leiº.
16
S T F 111? no:?
797
BC 82.424 I RS
17
S T F 102.002
798
HC 82.424 I RS
Jesus).
18 //~
~
S T F 102,002
799
HC 82.424 I RS
19
S T F 102,002
800
HC 82.424 / RS
Ou diante das quais Von Ihering pôde ajuizar que "a forma é inimiga
Mérito da Causa
HC 82.424 / RS
Republicana do Brasil.
21
S T F 102,002
802
HC 82.424 / RS
Senzala".
22
S T F 102.002
803
HC 82.424 I RS
23
S T F 102.002
804
HC 82.424 I RS
tenha dado elemento para que se infira uma acepção técnica" (em
38. Pois bem, é ainda no senso com.IID das pessoas que o verbete
24
S T F 102.002
805
HC 82.424 / RS
interferência.
tanto por palavra quanto por ação. Palavra escrita, ou oral. Ação
25
S T F 102.002
806
HC 82.424 / RS
desfruta quem. quer que seja para dizer o que quer que seja (em poema
26
S T F 102 002
807
HC 82.424 / RS
42. Deveras, o que a Lei das Leis garante a cada ser humano é
27
S T F 102.002
808
HC 82.424 ! RS
28
S T F 102 002
809
HC 82.424 / RS
29
S T F 102.002
810
HC 82.424 / RS
30
S T F 102.002
811
HC 92.424 I RS
imperativos de consciência e que são, pela ordem com que a Lei Maior
31
S T F 102,002
812
HC 82.424 / RS
política.
32
STF 102.002
813
HC 82.424 / RS
Governos soberanos).
33 I~
S T F 102.002
814
HC 82.424 / RS
34
S T F 102,002
815
HC 82.424 / RS
35
S T F 102 002
816
~G(
HC 82.424 / RS
("raça"):
de discriminação");
36
S T F 102.002
817
RC 82.424 / RS
37
STF 102.002
818
HC 82.424 / RS
Certamente não. É não ter ouvido falar sequer do citado livro "Casa
somente pelo azeviche da sua pele, erê, tratada como coisa. Pior
38
STF 102_002
819
HC 82.424 / RS
39
STF 102.002
820
HC 82.424 / RS
Embora com bem menor constância e crueldade (ou até, por vezes, de
(situação dos índios), ora tidos como apátridas (caso dos ciganos),
S T F 102.002
821
HC 82.424 / RS
41
S T r 102,ü02
822
HC 82.424 / RS
art. 4° e inciso XLII do art. 5°), já não foi para separar as duas
"díscrímínaçãon
42 (~
S T F 102.002
823
HC 82.424 / RS
formas de discriminação".
43
STF 102.ü02
824
HC 82.424 I RS
mais ou menos de forma genérica, pela mE~sma Lei federal n" 7. 716/89
44
S T F 102,002
825
HC 82.424 / RS
revoltante dor moral. Por vezes mais incômoda que a própria dor
física.
dos negros, das mulheres, dos deficient•2S físicos, dos pobres, dos
45 w
STF 102.002
826
50/
HC 82.424 / RS
material) como da que tem sido negada aos segmentos sociais de que
do art. 230).
46
S T F 102.002
827
HC 82.424 ! RS
indivíduo mesmo, a traduzir que ele, mais que parte de a1go, é a1go
47 lf
S T F 102.002
828
HC 82.424 / RS
48
S T F 102.002
829
HC 82.424 I RS
preconceitos.
Holisticamente.
realçado.
49 {]/
S T F 102.002
830
)05
HC 82.424 I RS
79. Que ainda me seja permitido dizer que esse tipo ideal de
sociedade é que o que mais eleva a au·c.o-estima do povo. E nem é
preciso enfatizar que um povo de elevado auto-apreço é o que melhor
digere as suas inquietações, os seus cotidianos problemas, nos
marcos da própria legalidade. Sem traumáticas rupturas
institucionais, portanto.
50
STF 102.002
831
HC 82.424 / RS
81. Que pretendo dizer com esta anotação? Que não faz sentido
51
S T F 102.002
832
HC 82.424 / RS
manifestação racista.
7.716/89.
52
S T F 102.002
833
HC 82.424 ! RS
86. Então que fique assentado, de uma vez por todas, ser o
53
I~
STF 102.002
834
HC 82.424 I RS
da imprescritibilidade.
não tem como prosperar. De revés, se não praticado o deli to, o wri t
é de ser deferido.
54
-S T F 102,002
835
HC 82.424 / RS
consiste.
55 Lr
S T F 102.002
836
HC 82.424 / RS
56
S T F 102.002
837
HC 82.424 I RS
demonstrar que toda a História da 2ª. Grande Guerra foi contada pelos
HC 82.424 / RS
História) . Para cimentar uma opinião que soa aos ouvidos do leitor
S T F 102 002
839
? fY
HC 82.424 / RS
examinar, incontinentemente.
portanto.
59
S T F 102_002
840
HC 82.424 I RS
literário. Mas sem poder negar a ele, paciente, o que é próprio dos
análise, ou que não aplica idéias alheias sem antes colocá-las sob o
crivo da razão.
60 l~
S T F 102 002
841
5L6
HC 82.424 / RS
possível.
Estados vencedores.
98. Sucede que não é crime tecer urna ideologia. Pode ser urna
pena, uma lástima, urna desgraça que alguém se deixe enganar pelo
61
STF 102.002
842
HC 82.424 ! RS
expressão vocabular:
dispõe:
62
STF 102.002
843
HC 82.424 / RS
que ele pode ser dividido em duas partes exatas: a) uma, manifestada
Confira-se:
63
S T F 102.002
844
HC 82.424 / RS
64
S T F 102.002
845
HC 82.424 I RS
ordem das coisas: para ele, Sigfried E1l.wanger Castan, quem sofreu
povo da Alemanha.
65
S T F 102.002
846
HC 82.424 / RS
organização fundamentalista)
66
~; 1 1 ln:• oo:'
847
HC 82.424 / RS
de quem quer que seja {extermínio que o paciente nega fosse a real
justificam os meios.
67
(~
S T F 102.002
848
HC 82.424 / RS
111. Por fim, acerca dos demais livros editados pelo paciente-
68
S T F 102.002
849
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
850
HC 82.424 I RS
prática do racismo) .
e governos soberanos.
Fecho
70
S T F 102.00:?
851
HC 82.424 I RS
frase "não concordo com urna só das palavras que dizeis, mas
presente Habeas Corpus. Habeas corpus d•= ofício, por entender que
******/
71
852
Debates (2)
DEBATES
S T F 102.002
853
HC 82.424 / RS
O SENHOR MINISTRO
----------
CARLC:::~s
. . .
BRITTO - Perfeito.
STF 102.002
Vista (1)
854
VISTA
S T F 102.002
Extrato de Ata (2)
855
.;
PLENARIO
EXTRATO DE ATA
S T F 102.002
856
53 \
r . .1';~lv t ~-~·C
\'
'\ ~
L .
tuiz TomimatsV1-· --r...-
1) Coordenador
S T F 102.002
857
Voto Vista - MARCO AURÉLIO (68)
V O T O - V I S T A
Lei nº 8.081/90:
S T F 102.002
858
HC 82.424 I RS
de origem judaica.
(folha 28):
S T F 102.002
859
HC 82.424 / RS
1
Lei n 2 8.081/90, Artigo 1 2 : "A Lei n2 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a
vigorar acrescida do seguinte artigo:
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar, pelos m9ios de comunicação social ou por
publicação de qualquer natureza, a discriminação ou preconceito de raça, por
religião, etnia ou procedência nacional.
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
§ 1 2 Poderá o juiz determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste,
ainda antes do inquérito policial, sob pena de d<~sobediência:
I - o recolhimento imediato ou a busca e aprE~ensão dos exemplares do material
respectivo;
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.
§ 2 2 Constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decis-o, a
destruição do material apreendido".
2
Constituição Federal, Artigo 5 2 , inciso XLI I: "a prática do racismo
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
lei".
3
860
HC 82.424 / RS
STF 102.002
861
HC 82.424 I RS
a ordem.
STF 102.002
862
HC 82.424 / RS
estrito.
S T F 102.002
863
HC 82.424 / RS
fez ver:
( - .. )
97. A meu juízo, o de que se pode acusar o autor-
paciente é de sobrepor a sua idéia fixa de revisão da História à
neutralidade que se exige de todo pesquisador. Não que ele
quisesse fugir dessa imperiosa neutralidade. Mas que não tinha
como a ela se apegar ou CÍJ~cunscrever, por já se encontrar
profundamente marcado por essêl deformação conceptual que timbra
o pensamento de todo aquele que se aferra a uma determinada
ideologia. Daí que ele, escritor e paciente, faça da sua
história de vida pessoal um eterno esforço por demonstrar que as
coisas não se passaram como na explicação dos Estados
vencedores.
S T F 102.002
864
HC 82.424 I RS
S T F 102.002
865
HC 82.424 I RS
( ... )
105. É certo não se pode obscurecer que o
autor-paciente sai erri defesa do Estado e do povo alemão, ao
explicar os fatos caracterizadores tanto da primeira quanto da
Segunda Grande Guerra. Mas é preciso ver o contexto em que o
faz. Ele fica do lado germânico, sim, e chega até mesmo a
revelar simpatia por Ado1f Hit1er, mas sem jamais falar de
arianismo. Nem de superioridade racial alemã, ou de
inferioridade racial judaica. Jamais! Muito menos de
justificar ou apoiar o Holocausto, até porque ele inverte a
ordem das coisas: para ele, Sigfried E11wanger Castan, quem
sofreu o holocausto ou o sistemático processo de dizimação
humana foi o povo da Alemanhê..
S T F 102.002
866
HC 82.424 / RS
sobre a questão, por mim reputada uma das mais importantes - se não
10
S T F 102.002
867
HC 82.424 / RS
11
STF 102.002
868
HC 82.424 / RS
12
S T F 102.002
869
HC 82.424 / RS
protestantismo.
3
BURNS, Edward McNall. História da Civilização Oclidental: do homem das ca em s às
naves espaciais. Tradução de Donaldson M. Garhagen. 40º ed. São Paul G obo,
2001, v. 1, p. 376-401; ARRUDA, José Jobson de A. História M e
Contemporânea. 23 • ed. São Paulo: Ática, 1990, p. 44- 54.
13
S T F 102.002
870
HC 82.424 I RS
revela.
14
S T F 102.002
871
HC 82.424 / RS
democracia.
15
STF 102.002
872
HC 82.424 / RS
democrático do poder".
4
J. J. Gomes Canotilho, Direito constitucional e Teoria da Constituição, Edi ora
Almedina, 1998, página 280.
16
S T F 102.002
873
HC 82.424 I RS
participação democrática. 6
5
J. J. Gomes Canotilho, idem, ibidem.
6 1, in
Ernst Wolfgang Bõckenfõrde, La democracia como principio constituci
Estúdios sobre e1 Estado de Derecho y 1a denrocrac:i.a, Editorial Trot a, 2000,
página 78.
17
S T F 102.Q02
874
HC 82.424 / RS
recorrem com tanta insistência à tolerância quer dizer que algo não
7
Jónatas E. M. Machado, Liberdade de Expressão - Dimensões const:it:ucionais da
esfera púbiica no sistema social., Universidade de Coimbra, Coimbra Editora 2002,
página 256.
8
Hans Kelsen, Teoria Gera1 do Direito e do Esta.do. São Paulo: Martins F
281.
18
ST f t02.002
875
HC 82.424 I RS
9
José Martínez de Pisón, Tol.erancia y derechos fundamental.es en l.as s cied es
19
S T F 102.002
876
HC 82.424 / RS
20
S T F 102.002
877
HC 82.424 / RS
12
Jónatas E. M. Machado, Liberdade de Expressiio - Dimensões constitucio ai
esfera púb1ica no sistema socia1, Universidade de Coimbra, Coimbra Editor , 2
página 279.
21
STF 102.002
878
HC 82.424 I RS
individualidade e da liberdade.
22
S T F 102.002
879
HC 82.424 / RS
mesmo porque tal liberdade necessita ser vista sob o ângulo daquele
fronteira".
13
Christoph Beat Graber e Gunther Teubner, Art and Money: Constitutional in
23
S T F 102.002
880
HC 82.424 I RS
restringi-la.
devem pensar?
the private sphere?, in Oxford Judiciai Lega1 Studies, 18, 1998, página 66.
24
STF 102.002
881
HC 82.424 I RS
pode ser justificado por quatro motivos, resumidos ainda por Mill 15 :
fragmentos.
14
Apud José Martínez de Pisón, To1eranoia y derechos fundamental.as
sociedades lllll1ticu1turales, Madrid: Tecnos, 2001, p.73.
1
" Apud José Martínez de Pisón, Toleranoia :i.· derechos fundamental.as
sociedades mu1ticu1tura1es, Madrid: Tecnos, 2001, p.76.
25
STF 102.002
882
HC 82.424 I RS
26
S T F 102.002
883
HC 82.424 / RS
27
S T F 102.002
884
HC 82.424 I RS
os mais variados aspectos, que devem ser estudados caso a cas as,
28
STF 102.002
885
HC 82.424 I RS
16
Konrad Hesse, E1ementos de direito constituciona1 da repúb1ica federa1 da
A1emanha, Sergio Antonio Fabris Editor, 1998, páçrina 309/310.
n ALEXY, Robert. Co1isão de Direitos Fundamentais e rea1ização de direitos
fundamentais no Estado de Direito Democrático. In: Revista de Direito
Administrativo, 217: I - VI, Rio de Janeiro: Editora Renovar, jul/set. 1999, p.
73.
18
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucio:na1. 11• ed. São Paulo: Mal ei
2001, p. 260.
29
S T F 102.002
886
HC 82.424 / RS
Times v. Sullivan".
outras questões.
19
Javier Cremades, Los limites e l.a l.iberdad de epresión em el. orde am ento
jurídico espaiíol, Distribuiciones La Ley S.A., 1995, página 182.
30
S T F 102.002
887
HC 82.424 I RS
essenciais.
desenganadamente negativa.
leitor. Por óbvio, a obra defende uma idéia que causaria repúdio
31
S T F 102.002
888
HC 82.424 I RS
concordarem com as idéias ali expostas não quer dizer que isso irá
brasileiro médio não tem sequer o hábito de ler. Tal fato, por si
32
S T F 102.002
889
HC 82.424 / RS
escreveu, mas defendo o direito que ele tem de divulgar o que pensa.
quando não expõe esse tipo de trabalho a uma censura oficial, mas,
33
S T F 102.002
890
HC 82.424 / RS
uma vez que iguala todos os que queiram expor as idéias e permite
som que fica jorrando idéias as quais todos são obrigados a ouvir. O
34
S T F 102.002
891
HC 82.424 I RS
sociedade.
35
S T F 102.002
892
HC 82.424 / RS
36
S T F 102.002
893
RC 82.424 / RS
terras.
37
STF 102.002
894
HC 82.424 I RS
que afirmado. Este autor - que, por duas vezes, presidiu a Academia
38
STF 102.002
895
HC 82.424 / RS
proporciona1idade
39
S T F 102.002
896
BC 82.424 I RS
20
J.J. Gomes Canotilho, Direito Constituciona1 e Teoria da Constituição,
40
S T F 102.002
897
HC 82.424 / RS
ainda em seu sentido aquém do racismo, sem que se tenha, nesse caso,
a cláusula da imprescritibilidade.
41
S T F 102.002
898
HC 82.424 / RS
42
S T F 102.002
899
HC 82.424 I RS
que, durante toda uma geração, foram tj_dos como ícones reveladores
43
S T F 102.002
900
HC 82.424 I RS
24
Nina Rodrigues. Os Africanos no Brasil. São Paulo, Companhia Editora N al,
44
S T F 102.002
901
HC 82.424 / RS
necessário e razoável.
1932, p. 13/17/391.
25
MOTA, Lourenço Dantas (org.). Introdução ao Brasil I. Um Banquete no Tr pico. 3ª
ed .. São Paulo: Editora Senac, 2001, p. 82.
45
S T F 102.002
902
HC 82.424 I RS
46
STF 102.002
903
HC 82.424 / RS
47
S T F 102.002
904
BC 82.424 / RS
48
S T F 102.002
905
HC 82.424 / RS
disputa, e que este objetivo poderia ser mais bem alcançado quando
Instância.
• Caso R.A.V. v. CITY OF St. PAUL (Supn~ma Corte Americana, 505 U.S.
49
STF 102.002
906
HC 82.424 / RS
manifestação de pensamento.
pelo Tribunal.
50
S T F 102.002
907
HC 82.424 I RS
51
S T F 102.002
908
HC 82.424 / RS
pregava: "A lei será igual para todos, quer proteja, quer castigue,
de conselho".
52
S T F 102.002
909
HC 82.424 / RS
ou de classe".
termos da lei" . Por sua vez, o inciso XLIV do mesmo artigo prevê:
Estado democrático".
Simbólica"
53
S T f 102.002
910
HC 82.424 / RS
26
NEVES, Marcelo. A Constituciona1ização Simbó:Lica. São Paulo: Acadêmic ,
54
S T F 102.002
911
HC 82.424 / RS
humanidade.
p.34.
55
S T F 102,002
912
HC 82.424 / RS
fatos elucidados.
27
Idem, Ibidem, p. 34.
23
Idem, ibidem, P~ 39.
56
STF 102.002
913
HC 82.424 / RS
57
STF 102.002
914
HC 82.424 I RS
que diariamente nos chegam, e é nesse ponto que reside nossa função
58
STF 102.002
915
HC 82.424 I RS
59
STF 102.002
916
HC 82.424 I RS
60
S T F 102.002
917
HC 82.424 ! RS
para prescrever exceção tão grave aos direi tos fundamentais e tão
61
S T F 102.002
918
HC 82.424 I RS
um lado, não ampliar essa exceção e, por outro, não tornar o inciso
constituídas.
62
S T F 102.002
919
HC 82.424 / RS
29
Apud CARVALHO FILHO, Aloysio de. Comentários uo Código Penal. Volume I , io de
Janeiro, 1979,p. 214.
30
MELLO, Celso de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público. 1 • e . RJ:
Renovar, 1994, p. 732.
31
Ver, nesse sentido, CARVALHO FILHO, Aloysio de. Comentários ao Cód · go
Volume IV, Rio de Janeiro, 1979, página 234 e ss,
63
S T F 102.002
920
HC 82.424 I RS
ARTIGO 1"
São imprescritíveis, i:'.ldependentemente da data em
que tenham sido cometidos, os seguintes crimes:
§ 1. Os crimes de guerra, como tal definidos no
Estatuto do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg
de 8 de agosto de 1945 e confirmados pelas resoluções n"3
( I ) e 95 { i ) da Assembléia Geral das Nações Unidas,
de 13 de fevereiro de 1946 e 11 de dezembro de 1946,
nomeadamente as "infrações graves" enumeradas na
Convenção de Genebra de 12 de agosto de 1949 para a
proteção às vítimas da guerra.
§2. Os crimes contra a humanidade, sejam cometidos
em tempo de guerra ou em tempo de paz, como tal definidos
no Estatuto do Tribunal Militar Internacional de
Nuremberg de 8 de agosto d9 1945 e confirmados pelas
Resoluções n-º3 ( I ) e 95 ( i ) da Assembléia Geral das
Nações Unidas, de 13 de fevereiro de 1946 e 11 de
dezembro de 1946; a evicção por um ataque armado; a
ocupação; os atos desumanos resultantes da política de
"Apartheid"; e ainda o crime de genocídio, corno tal
definido na Convenção de 1948 para a prevenção e
repressão do crime de genocídio, ainda que estes atos não
constituam violação do direito interno do país onde foram
cometidos.
32
Idem, ibidem, pg. 735.
64
S T F 102.002
921
HC 82.424 / RS
saber:
Artigo 5°
Crimes da Competência do Tribunal
Artigo 29
Imprescritibilidade
65
S T F 102.002
922
HC 82.424 / RS
jurídica.
Jorge Santos 33 :
33
SANTOS, Christiano Jorge. Crimes de Preconceito e de Discriminação. São Pau o:
Max Limonad, 2001, p. 153.
66
S T F 102.002
923
HC 82.424 / RS
da prescrição.
67
S T F 1-02.-002
924
HC 82.424 / RS
Carlos Britto.
68
S T F 102.002
Confirmação de Voto - CELSO DE MELLO (21)
925
VOTO
(Confirmação)
liberdades do pensamento.
Tribunal Federal.
e~---
926
HC 82.424 / RS
idéias e de pensamento.
não deve ser impedida pelo Poder Público, nem submetida a ilícitas
interferências do Estado.
S T F 10? 00?
927
HC 82.424 I RS
PAZ ("0 Arco e a Lira", p. 351, 1982, Nova Fronteira), para quem
(/)
3
<::;TÇ 1(i?f1.0?
928
HC 82.424 / RS
4
929
HC 82.424 / RS
natureza que envolvem perigo evidente .;;i atual ( 'c1ear and present;
S T F 102.002
930
HC 82.424 / RS
a 1iberdade de expressão.
S T F 102-002
931
HC 82.424 / RS
constitucional.
(RTJ 173/805-810, Rel. Min. CELSO DE: MELLO, v.g.), que não é
7
932
HC 82.424 / RS
grupos humanos.
social, impedindo que incida, sobre ela, por conta e efeito de suas
âmbito da coletividade.
STF 102.002
933
HC 82.424 / RS
penal que pune, como delito, o ato d1~ queimar uma cruz ( "cross
STF 102.002
934
HC 82.424 / RS
ameaçar.
10
S T F 102.002
935(, {O
HC 82.424 / RS
11
S T F 102.002
S T F 102.002 ---------
936
BC 82.424 / RS
expressão.
12
S T F 102 002
937
HC 82.424 / RS
13
7
938
HC 82.424 / RS
Sul:
14
STF 102002
939
(, \ tr
HC 82.424 / RS
15
STr 10?.00?
940
HC 82.424 I RS
constituinte.
16
STF 102002
941
HC 82.424 IRS
República:
17
STF 102.002
942
BC 82.424 / RS
18
S.TF 10?íl0?
943
BC 82.424 / RS
('Í _ _ _ ___
19
STF 102_002
944
HC 82.424 / RS
nele está em debate, uma vez mais, e> permanente conflito entre
20 (~~:~------~-
S T F 102.002
945
HC 82.424 / RS
crime de racismo.
É o :meu voto.
C-------
21
S T f 1-07 00?
Confirmação de Voto - CARLOS VELLOSO (2)
946
VOTO
CONFIRMAÇÃO DE VOTO
STF 102.002
947
HC 82.424 / RS
2
948
Aditamento ao Voto - GILMAR MENDES (24)
A D I T A M E N T O A O V O T O
S T F 102.002
949
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
950
HC 82.424 / RS
ST f 102.002
951
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
952
HC B2.424 / RS
S T F 102.002
953
HC 82.424 / RS
Kriele acrescenta:
6
954
HC 82.424 / RS
7
V)
S T F 102.002
955
HC 82.424 / RS
v;
8
S T F 102,002
956
HC 82.424 / RS
S l F 102.002
957
HC 82.424 / RS
10
S T F 102,002
958
HC 82.424 / RS
11
STF 102.002
959
HC 82.424 / RS
12
S T F' 1ú2.C02
960
HC 82.424 / RS
13
~\
~ T F 10? 00?
961
HC 82.424 / RS
14
S T F 102.002
962
HC 82.424 / RS
15
S T F 102 002
963
HC 82.424 / RS
16
STF 102002
964
HC 82.424 / RS
17
S T F 102.002
965
HC 82.424 / RS
18
S T F 10:?_002
966
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
19
V\
967
HC 82.424 / RS
20
S T F ".02.002
968
HC 82.424 / RS
~
21
S TF 102 007
969
HC 82.424 / RS
22
S T F 102.002
970
HC 82.424 / RS
S T F t02.002
23
,
971
HC 82.424 / RS
24
STF 102.002
Confirmação de Voto - NELSON JOBIM (5)
972
TRIBUNAL PLENO
CONFIRMAÇÃC DE VOTO
S T F 102.002
973
~ T F H17 '10?
974
S T F 102.002
975
650
cYr0 J'{'JJ/(J 0'--/n/,llJ/(fl c<-P,,,,/o-rrl
HC 82.424 / RS
baniu.
do ano 2000.
todos nós somos filhos de Abraão. Seja porque uns levam consigo o
S T F 102.002
976
HC 82.424 / RS
Corão, seja porque outros crêem nas escrituras, seja porque, por
o ódio e o racismo.
Maria.
Século XX desonrou.
# # #
STF 102002
Confirmação de Voto - CARLOS BRITTO (21)
977
CONFIRMAÇÃO DE VOTO
Aurélio, que proferiu voto hoje, também produziu uma obra alentada,
S T F 102.002
978
HC 82.424 / RS
HABEAS CORPUS?
S T F 102.002
979
HC 82.424 / RS
editados pelo paciente, basta ver o títJlo desses livros: "O judeu
S T F 102.002
980
HC 82.424 / RS
inciso:
"Art. 5° ...
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicçgo filosófica ou
política.
outro.
S T F 102.002
981
HC 82.424 / RS
Ninguém mais leu estes autos do que eu. Quem leu mais estes autos
empatou comigo.
livros?
S T F 102.002
982
HC 82.424 / RS
o racismo.
sim, condutas.
Grande do Sul.
livros.
denúncia.
STF 102.002
. 983
HC 82.424 / RS
As condutas havidas.
S T F 102_002
984
HC 82.424 / RS
autor.
autor, mas, sim, de Louis Marschal~o. Ele é húngaro, mas esse autor
S T F 102.002
985
HC 82.424 / RS
S T F 102.002
986
HC 82.424 / RS
art. 1º, III) e que justificam, bem por isso, o veto de permanente
político-ideológico.
Ministro Carlos Britto, tanto é verdade que ele aceitou o que foi
~
10
S T F '102_D02
987
HC 82.424 / RS
porque o habeas corpus tem um universo rLuito grande, tanto mais que
Nelson ,Tobim reagi1·, - uma brincadeira, certo, de bom gosto, não fo''
11
S T F 102.002
988
HC 82.424 / RS
E mais:
12
S T F t02.002
989
HC 82.424 / RS
13
S T F 102,002
990
HC 82.424 / RS
o preconceito e a discriminação.
arLinismo.
14
S T F 102.002
991
HC 82.424 / RS
ser:Jt1 inte:
no Chambe:;::lain?
15
S T F 102.002
992
BC 82.424 / RS
Chamberlain.
nisso.
transc~evendo um trecho.
posição assumida por V. Exª, que consi::lera que ele não praticou
crime.
16
S T F 102.002
993
HC 82.424 I RS
raci3mo.
Ele não chegou a dizer, como V. Exª fez, que não houve
crime.
17
S T F 102.002
994
HC 82.424 / RS
tribuna, por seu advogado, dizendo que n~o era isso que pediu, não
tinha nada a ver com isso, porque não sabia do que se tratava.
nona edição.
18
S T F 102.002
995
HC 82.424 / RS
o livro e se convença.
ter tomado uma atitude que o Ministro Marco Aurélio considerou, com
caráter.
19
STF 102.002
996
HC 82.424 / RS
Voltaire:
contextualiza isso.
aqui a dizer: não concedo o habeas corpus. Mas a minha leitura não é
20
S T F íú2.002
997
HC 82.424 / RS
Ellwanger?
a.leri.1à?
-·
;;,x a s, absoll+tamente.
Ellwnanger Castan.
21
STF 102.002
998
Explicação (1)
EXPLICAÇÃO
S T F \02.002
Voto - SEPÚLVEDA PERTENCE (11)
999
V O T O
l ! !O? 00?
1000
G·l.~
HC 82.424 / RS
2
1001
HC 82.424 / RS
3
/
1002
HC 82.424 / RS
"Art. 5° . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
XLIV constitui crime inafiançável e
imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
democrático;".
estão no Poder.
l 1 in:> no?
1003
HC 82.424 / RS
HC 82.424 / RS
HC 82.424 I RS
1 •. !'.}? 00/
1006
HC 82.424 / RS
Isto é, prática.
8
1007
HC 82.424 / RS
9
1008
HC 82.424 / RS
preconceito anti-semita.
10
1009
HC 82.424 / RS
11
Extrato de Ata (2)
1010
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
S T F 102.002
1011
Lu~~tsu
Coordenador