Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao
Tráfico de Pessoas no Brasil
CURSO
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao
Tráfico de Pessoas no Brasil
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
Secretário-Geral
Gabriel da Silveira Matos
EXPEDIENTE TÉCNICO
Secretário Especial de Programas,
Pesquisas e Gestão Estratégica Coordenação Executiva
Ricardo Fioreze Marcelo Torelly
Natália Maciel
Diretor-Geral
Johaness Eck Conteúdo original
Tatiana C. Waldman
Revisão de conteúdo
Jennifer Alvarez
Natália Maciel
Tatiana Waldman
2023
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
SAF SUL Quadra 2 Lotes 5/6 - CEP: 70070-600
Endereço eletrônico: www.cnj.jus.br
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
LISTA DE SIGLAS
Ação civil pública (ACP)
Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude (ASBRAD)
Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC)
Comissão Municipal de Erradicação do Trabalho Escravo (COMTRAE)
Comitê de Migração e Refúgio (CER)
Comitê Municipal de Atenção aos Imigrantes, Refugiados, Apátridas e Vítimas do Tráfico de
Pessoas no Município de Porto Alegre (COMIRAT-POA)
Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (CONATRAP)
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB)
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
Coordenação Geral de Proteção às Testemunhas e Defensores de Direitos Humanos (CGPTDDH)
Coordenação Geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes
do Departamento de Migrações da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e
Segurança Pública (CGETP/SENAJUS/MJSP)
Defensoria Pública da União (DPU)
Departamento de Proteção e Defesa dos Direitos Humanos (DEPDDH)
Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (DETRAE)
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
Inquérito civil (IC)
Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC)
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
Ministério do Trabalho e Previdência (MTP)
Ministério Público Federal (MPF)
Ministério Público do Trabalho (MPT)
Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP)
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
Organização Internacional para as Migrações (OIM)
Organização por uma Cidadania Universal (OCU)
Polícia Federal (PF)
Polícia Rodoviária Federal (PRF)
Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (PNETP)
Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM)
Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM)
Projeto de Promoção dos Direitos de Migrantes (ProMigra)
Rede Advocacy Colaborativo (RAC)
Red Espacio Sin Fronteras (ESF)
Secretaria Nacional de Proteção Global (SNPG)
Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
Sistema Único de Saúde (SUS)
Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
1
APRESENTAÇÃO
DO MÓDULO 2
Sejam bem-vindas e bem-vindos ao segundo módulo do curso Brasil sem
tráfico humano!
7
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Ao percorrer este módulo, você observará sugestões de referências
complementares como publicações, vídeos, sites etc.
Não deixe de explorar esse material que foi selecionado com o
objetivo de aprofundar as discussões apresentadas no curso!
8
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
2
SOBRE A POLÍTICA
NACIONAL DE
ENFRENTAMENTO
AO TRÁFICO
DE PESSOAS
No módulo anterior, vimos que em 2004 foi promulgado no Brasil o Protoco-
lo de Palermo. Em seguida, no ano de 2006, por meio do Decreto n. 5.948
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5948.htm,
o país aprovou a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas
que estabeleceu princípios, diretrizes e ações de prevenção e repressão ao
tráfico de pessoas e de atendimento às vítimas1.
9
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
Vale destacar que entre suas diretrizes estão a “estruturação de rede de en-
frentamento ao tráfico de pessoas, envolvendo todas as esferas de governo
e organizações da sociedade civil” e o “fortalecimento do pacto federativo,
por meio da atuação conjunta e articulada de todas as esferas de governo na
prevenção e repressão ao tráfico de pessoas, bem como no atendimento e
reinserção social das vítimas”4.
Também em 2006, por meio do mesmo Decreto n. 5.948, foi instituído o Grupo
de Trabalho Interministerial para elaborar a proposta do Plano Nacional de
Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. O I Plano esteve vigente entre 2008 e
2010, o II Plano entre 2013 e 2016 e o III Plano foi aprovado em 2018 por meio
Decreto n. 9.440 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/
decreto/D9440.htm#:~:text=DECRETO%20N%C2%BA%209.440%2C%20DE%20
3,que%20lhe%20confere%20o%20art.
10
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
6 Cf. artigos 3º e 4º do III Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, Decreto n. 9.440/2018.
11
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
12
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para mais informações sobre o CONATRAP, acesse: https://www.gov.br/
mj/ptbr/assuntos/sua-protecao/trafico-de-pessoas/politica-brasilieira/
comite-nacional-de-enfrentamento-ao-trafico-de-pessoas-conatrap.
13
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
14
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para conhecer os comitês estaduais, verifique o seguinte link que
disponibiliza os contatos e endereços: https://www.gov.br/mj/pt-
br/assuntos/sua-protecao/trafico-de-pessoas/politica-brasilieira/
redes-de-enfrentamento/nucleos-e-postos-de-etp/comites-1
SAIBA MAIS:
Há, ainda, comitês em âmbito municipal, como é o caso, por exemplo,
do Comitê Municipal de Atenção aos Imigrantes, Refugiados,
Apátridas e Vítimas do Tráfico de Pessoas no Município de Porto
Alegre (COMIRAT– POA), instituído pelo Decreto n. 20.821, de 30 de
novembro de 2020 https://leismunicipais.com.br/a/rs/p/porto-alegre/
decreto/2020/2082/20821/decreto-n-20821-2020-institui-o-comite-
municipal-de-atencao-aos-imigrantes-refugiados-apatridas-e-vitimas-
do-trafico-de-pessoas-no-municipio-de-porto-alegre-comirat-
poa-e-revoga-o-decreto-n-18815-de-10-de-outubro-de-2014
15
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
A seguir, você poderá ter acesso às fichas técnicas, muitas delas elaboradas a
partir do olhar dos próprios atores infográfico. É importante reparar que cada
ficha tem uma ou mais faixas coloridas no seu cabeçalho. As faixas indicam
quais frentes a instituição está envolvida: denúncia e resgate – faixa vermelha;
atenção às vítimas (assistência e proteção) – faixa verde; e repressão e respon-
sabilização adequada dos perpetradores – faixa azul.
16
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
1
Denúncia e
resgate
2 3
Repressão e
Atenção às vítimas
responsabilização
(assistência e
adequada dos
proteção)
perpetradores
Denúncia e resgate:
z Disque 100 (Disque Direitos Humanos) – Ministério da Mulher, da Família
e dos Direitos Humanos
z Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) – Ministério da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos
z Núcleos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas
z Postos Avançados de Atendimento Humanizado ao Migrante
z Conselho Tutelar
z Ministério do Trabalho e Previdência
z Ministério Público Federal
z Ministério Público do Trabalho
z Ministério Público Estadual
z Polícia Federal
17
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
18
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
19
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
CANAIS DE PRESTAÇÃO
Telefone:
No Brasil: 100
20
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
Em outros países:
País Telefone
África do Sul 0800 99 00 55
Alemanha 0800 08 000 55
Argentina 0800 999 55 00
0800 999 55 01
0800 999 55 03
0800 555 55 00
Austrália 1800 88 15 50
Áustria 0800 200 255
Bélgica 0800 100 55
Bolívia 800 1000 55
Canadá 1800 46 366 56
Chile 800 360 220
800 800 272
China 800 4900 125
Chipre 800 932 91
Cingapura 8000 55 05 50
Colômbia 01800 955 00 10
Coreia do Sul 00722055
00309551
Dinamarca 808 855 25
Eslováquia 0800 00 55 00
Espanha 900 99 00 55
Estados Unidos 1800 745 55 21
Formosa 801550055
21
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
França 0800 99 00 55
Grécia 800 161 220 54 194
Guiana Francesa 0800 99 00 55
Holanda 08 000 220 655
Hungria 068 000 5511
Israel 1809494550
Itália 800 172 211
Japão 005 395 51
006 635 055
Luxemburgo 0800 200 55
México 01800 123 02 21
Noruega 800 195 50
Panamá 008 000 175
Paraguai 008 55 800
Peru 0800 50 190
Polônia 008 00 491 14 88
Portugal 800 800 550
Reino Unido 0800 89 00 55
República Dominicana 1800 7518500
Rússia 810 800 20 971 049
Suécia 207 990 55
Suíça 0800 555 251
Uruguai 000455
Venezuela 0800 100 15 50
E-mail: ouvidoria@mdh.gov.br
22
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
Postal:
Presencial:
Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos
Esplanada dos Ministérios Bloco A – Térreo
CEP: 70.049-900 – Brasília, DF
Dias de atendimento: de segunda a sexta-feira (exceto feriados).
Horário de atendimento: das 9h às 12h e das 14h às 18h.
Aplicativo móvel:
O Disque 100 está disponível pelo WhatsApp.
Para receber atendimento ou fazer denúncias, basta o cidadão enviar mensa-
gem para o número: (61) 99656-5008
Após resposta automática, ele será atendido por uma pessoa da equipe da
central única dos serviços.
Aplicativo móvel:
Também é possível utilizar o Disque 100 por meio do Telegram, basta digitar
“Direitoshumanosbrasil” na busca do aplicativo.
Após uma mensagem automática inicial, o atendimento será realizado pela
equipe do Disque Direitos Humanos (Disque 100).
SAIBA MAIS:
Para mais informações, acesse: https://www.gov.br/pt-br/
servicos/denunciar-violacao-de-direitos-humanos
23
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
CANAIS DE PRESTAÇÃO
24
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para mais informações, acesse: https://www.gov.br/mdh/pt-br/ligue180
25
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
15 As atribuições dos Núcleos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas foram definidas pela Portaria n. 31, de 20
de agosto de 2009.
26
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber se o seu estado tem um NETP, verifique no
seguinte link que disponibiliza os contatos e o endereço
para atendimento presencial: https://www.gov.br/mj/pt-br/
assuntos/sua-protecao/trafico-de-pessoas/politica-brasilieira/
redes-de-enfrentamento/ nucleos-de-enfrentamento
27
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
28
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber se o seu estado tem um Posto Avançado, verifique
o seguinte link que disponibiliza os contatos e o endereço para
atendimento presencial: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/
sua-protecao/trafico-de-pessoas/politica-brasilieira/redes-de-
enfrentamento/nucleos-e-postos-de-etp/postos-avancados
Conselho Tutelar
29
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o MTP:
https://wwwgov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br
Para saber mais sobre a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/
orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao
18 Para esta ficha houve a contribuição escrita de um representante do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP).
30
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=yYLnmwZrle4
Após tratadas tais denúncias, são designadas equipes de fiscalização para ave-
riguar a situação reportada e, caso o trabalhador venha a ser identificado como
submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de
escravo, será dessa situação resgatado pela Auditoria Fiscal do Trabalho. Esta
mesma também é competente para a emissão das guias de seguro-desempre-
go do trabalhador resgatado, no valor de um salário-mínimo por cada uma das
três parcelas (artigo 2.º- C da Lei n. 7.998 de 1990, Lei do Seguro Desemprego).
31
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
32
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
III – o pagamento dos créditos trabalhistas por meio dos competentes instru-
mentos de rescisão de contrato de trabalho;
IV – o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da
Contribuição Social correspondente;
V – o retorno aos locais de origem daqueles trabalhadores recrutados fora da
localidade de prestação dos serviços; e
VI – o cumprimento das obrigações acessórias ao contrato de trabalho, enquan-
to não tomadas todas as providências para regularização e recomposição dos
direitos dos trabalhadores.
Parágrafo único. Quando constatado que o recebimento das verbas rescisórias
previstas no inciso III ocasionar situação de risco adicional ao trabalhador res-
gatado, deverão ser envidados esforços para que os pagamentos sejam feitos
por meio de depósito em conta bancária em nome do trabalhador.
Artigo 34. O Auditor-Fiscal do Trabalho providenciará, manual ou eletroni-
camente, a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) ao trabalhador
resgatado que não possua este documento, sempre que o encaminhamento
às unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e Previdência possa
implicar prejuízo à efetividade do atendimento da vítima.
Artigo 35. Na hipótese de haver recusa do empregador em adotar as providên-
cias previstas no inciso I do art. 33 desta Instrução Normativa, e esgotados os
esforços administrativos de sua competência para afastar os trabalhadores
da situação de condição análoga à de escravo, o Auditor– Fiscal do Trabalho
comunicará os fatos imediatamente à sua chefia de fiscalização, para que in-
forme à Polícia Federal ou a qualquer outra autoridade policial disponível, e
ao Ministério Público Federal, ressaltando a persistência do flagrante do ilícito.
Artigo 36. Na hipótese de haver negativa do empregador em acatar as deter-
minações administrativas previstas nos incisos I a VI do art. 33, o fato será
comunicado ao Ministério Público do Trabalho, à Defensoria Pública da União
e à Advocacia-Geral da União para a adoção das medidas judiciais cabíveis para
a efetivação dos direitos dos trabalhadores.
Artigo 39. Com o objetivo de proporcionar o acolhimento do trabalhador sub-
metido à condição análoga à de escravo, seu acompanhamento psicossocial
e o acesso a políticas públicas, o Auditor-Fiscal do Trabalho deverá, no curso
da ação fiscal, observar a regulamentação vigente.
Artigo 40. Os trabalhadores migrantes não nacionais que estejam em situa-
ção migratória irregular e que tenham sido vítimas de tráfico de pessoas, de
trabalho análogo ao de escravo ou violação de direito agravada por sua con-
33
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=M7AapzXbkLE
34
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Acesse também a Portaria n. 3.484, de 6 de outubro de 2021,
que torna público o Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas
de Trabalho Escravo no Brasil: https://www.in.gov.br/en/web/
dou/-/portaria-n-3.484-de-6-de-outubro-de-2021-350935539
Ministério Público
35
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
No que diz respeito a atuação do MPF na área criminal, este recebe a denúncia
ou representação e ingressa na Justiça Federal com denúncia criminal contra
o autor (com base em inquérito policial ou não). O MPF pode ajuizar ações
cautelares como, por exemplo, de busca e apreensão, escutas telefônicas,
quebra de sigilo e sequestro de bens.20
Por ser titular da ação penal pública, o MPF pode acompanhar os trabalhos
das operações de resgate.
19 Cf. artigo 128 da Constituição Federal e link: http://www.mpf.mp.br/o-mpf/sobre-o-mpf . Acesso em: 11 jul. 2022.
20 Disponível em: http://www.mpf.mp.br/servicos/sac/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes. Acesso em: 11
jul. 2022.
36
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
“Como titular da ação penal pública, o MPF acompanha o trabalho dos órgãos de
autuação com o objetivo de garantir a legalidade da operação e, principalmente,
a produção qualitativa de provas relevantes para a persecução penal do crime de
redução a condição análoga à de escravo, previsto no art. 149 do Código Penal
Brasileiro, e outros delitos associados, como o aliciamento de trabalhadores e o
tráfico internacional de pessoas”
(Procurador regional da República Marcus Vinícius Macedo)
37
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para mais informações, acesse:
http://www.mpf.mp.br/o-mpf/sobre-o-mpf
21 Para esta ficha houve a contribuição escrita de um representante do Ministério Público do Trabalho.
22 Disponível em: https://mpt.mp.br/pgt/mpt-nos-estados . Acesso em 12 jul. 2022.
38
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
39
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
40
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
41
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
23 Neste sentido: “[...] as esferas criminal e administrativa são independentes, estando a Administração vincula-
da apenas à decisão do juízo criminal que negar a existência do fato ou a autoria do crime [...]”. In: RMS 32.641/
DF, Rel. p/ Acórdão Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 08/11/2011, DJe 11/11/2011.
42
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
não se enxergar como vítima de um crime, acreditando que possui uma dívida
de honra com seu aliciador.
No tráfico de pessoas para fins de redução à condição análoga à de escravo em
casas de prostituição, a pessoa pode concordar com o fato de que iria se prosti-
tuir (profissão prevista na Classificação Brasileira de Ocupação), mas é enganada
quanto às condições a que iria ser submetida, às dívidas e ao cerceamento de
liberdade, com a coação que lhe retira a liberdade, perdendo o controle sobre o
próprio corpo, e, consequentemente, sua liberdade, inclusive para decidir com
quantos parceiros se relacionará em um único dia.
A criatividade dos envolvidos surpreende. A forma de aliciamento se renova,
com situações que ocorrem pela rede mundial de computadores, recrutando
youtubers e instagramers com muitos seguidores para uma teia de exploração24.
Há, ainda, relatos relacionados com migrantes que buscam melhores condições
de vida e de trabalho em outros países e, após o ingresso no destino de forma
irregular, acabam sendo vítimas de quadrilhas que as exploram em regime de
trabalho forçado, com trabalho primoroso da OIM nesta seara.
A escuta das vítimas precisa ser cuidadosa , atenta e humanizada, evitando a
repetição dos depoimentos, tendo consciência de que estas pessoas já sofreram
demasiadamente com toda a situação de exploração25.
O ideal é acolher as vítimas e as testemunhas em local reservado para que pos-
sam ser ouvidas com segurança e tranquilidade, afastando julgamentos morais,
e oferecendo alternativa de acolhimento, considerando que se trata de pessoas
vítimas de um crime e que isso deve ser considerando pelas autoridades com
encaminhamento à assistência social.
Considerando que os crimes são realizados de forma sub reptícia, vivenciamos
um contexto de subnotificação de casos de tráfico de pessoas para fins de traba-
lho escravo no país (interno e internacional), e de situações em que são erronea-
24 GOLFIERI, Daniela. G1. Operação Harem: quadrilha investigada por tráfico de mulheres escolhia vítimas por
fotos nas redes sociais. 27/04/202 Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2021/04/27/
operacao-harem-quadrilha-investigada-por-trafico-de-mulheres-escolhia-vitimas-por-fotos-nas-redes-sociais.
ghtml. Acesso: junho, 2022.
25 Sobre a escuta qualificada, a Asbrad realiza trabalho pioneiro. Guia para atendimento humanizado. Dispo-
nível em https://www.asbrad.org.br/.
43
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
26 Disponível em https://www.asbrad.org.br/
44
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
Não é diferente quando crianças e adolescentes são traficados para fins de sub-
missão ao trabalho escravo, com prejuízos gravíssimos das mais diversas ordens,
representando uma grave violação dos direitos humanos e dos direitos e princí-
pios fundamentais no trabalho, uma das principais antíteses do trabalho decente.
O conjunto de direitos próprios à infância, diferentemente dos direitos funda-
mentais reconhecidos aos demais cidadãos, concretiza pretensões relacionadas
a comportamento negativo (abster-se da violação daqueles direitos) e positivo
através dos adultos encarregados de assegurar esta proteção27.
A criança tem o direito de ser educada sem o uso de castigo físico ou de tratamen-
to cruel ou degradante, como forma de disciplina, pelos pais, pelos integrantes
da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de seu cuidado
(artigo 18-A da Lei n. 8.069/90, Estatuto da Criança do de Adolescente - ECA).
O uso de ameaças como forma de dominação para realização de trabalho para
o qual a criança não poderia sequer se voluntariar é o que mais evidencia a anu-
lação de sua individualidade, sobretudo no caso dos jovens que são obrigados
a trabalhar sob constante ameaça, ao mesmo tempo em que veem sonegado o
direito à educação28.
No combate ao trabalho infantil, o membro do MPT deve se guiar por princípios
e normas da Constituição Federal; da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT);
do ECA; e das Convenções Internacionais ratificadas pelo Brasil (Convenção n.
138 e 182 da Organização Internacional do Trabalho).
As notícias de fato (denúncias) devem ter prioridade absoluta, impondo a
ação articulada e integrada com os órgãos que compõem a rede de proteção de
crianças e adolescentes, no âmbito de cada Estado da Federação, para avaliar se o
trabalho realizado ocorre em condições análogas à de escravo, se é proibido, se é
considerado educativo (artigo 68 do ECA), se caracteriza o estágio de estudantes,
nos termos da Lei n. 11.788/08, ou aprendizagem (artigo 428 e seguintes, CLT).
27 CURY, Munir (coord.). Estatuto da criança e do adolescente comentado: comentários jurídicos e sociais.
9ª ed., atual. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 36.
28 Dica: o documentário Rezar e obedecer, retrata como a dominação realizada por seitas religiosas mascaram
o tráfico de crianças para fins de exploração do trabalho em condição análoga à de escravo e exploração sexual.
45
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Confira também os dados do tráfico de pessoas e do trabalho
escravo no Brasil organizados pelo Observatório da Erradicação
do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas, em parceria do
MPT, com a OIT e a Secretaria de Inspeção do Trabalho, dentre
outros parceiros: https://smartlabbr.org/trabalhoescravo
29 Mapeamento do Tráfico de Pessoas no Brasil foi Resultado de projeto executado em parceria entre a Polícia
Rodoviária Federal (PRF), o Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do MPT, a Childhood
Brasil- Programa na Mão Certa e a Associação Brasileira de Defesa da Mulher da Infância e da Juventude (As-
brad). Consulte o estudo na página da Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude
também designada pela sigla ASBRAD Disponível em: https://www.asbrad.org.br/trafico-de-pessoas/projeto-
-mapear-etp/. Acesso: Junho, 2022.
30 GORTÁZAR, Naiara: Caso de Madalena, escrava desde os oito anos, expõe legado vivo da escravidão no
Brasil. Disponível em: https://brasil.elpais.com/internacional/2021-01-14/madalena-escrava-desde-os-oito-a-
nos-expoe-caso-extremo-de-racismo-no-brasil-do-seculo-xxi.html. Acesso: junho, 2022.
46
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
doméstico, sem ter acesso aos direitos trabalhistas e sem ir à escola. A vítima foi
resgatada em maio, após passar 72 anos nessa situação, sem salários e férias31.
Há relatos em que os pais vendem seus filhos para que a criança seja explorada
no trabalho doméstico, clássico caso de exploração e que aponta a necessidade
de atuação articulada entre os Ministérios Públicos, em razão da independência
de instância trabalhista e criminal e da inviolabilidade do domicílio.
Em caso notabilizado na mídia, a vítima foi resgatada após quarenta anos de ex-
ploração, revelando persistência das desigualdades para domésticas, que ainda
recebem parcelas limitadas do seguro-desemprego e convivem com a ausência
de abono do PIS, evidenciando que as discriminações na legislação que precisam
ser superadas32.
Em relação ao trabalho escravo doméstico, é necessário pontuar que há a invio-
labilidade de domicílio, sendo necessário o ajuizamento, em caráter antecedente,
de ação judicial para fiscalização no domicílio, acompanhada de pedido de ante-
cipação de prova (artigo 5º, inciso XI, Constituição Federal).
O cenário trazido acima é uma pequena amostra da realidade cruel vivenciada
por milhares de crianças e retratados na literatura33 e na dramaturgia34. Precisa-
mos unir esforços de todas as instituições para erradicar de uma vez por toda
o trabalho infantil em nosso território, sobretudo quando se fala de exploração
em condição análoga à de escravo.
31 SAKAMOTO, Leonardo e outro: Trabalhadora negra de 84 anos foi doméstica para três gerações de uma
família sem receber salário; essa é a mais longa exploração de escravidão contemporânea registrada no Brasil
desde criação do sistema de fiscalização. Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/2022/05/mulher-e-res-
gatada-apos-72-anos-de-trabalho-escravo-domestico-no-rio/. Acesso: junho, 2022.
32 G1:Doméstica resgatada após passar mais de 4 décadas em condições análogas à escravidão foi vendida pelo
próprio pai quando tinha 11 anos. Disponível em: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2022/07/01/
domestica-resgatada-apos-passar-mais-de-4-decadas-em-condicoes-analogas-a-escravidao-foi-vendida-pelo-
-proprio-pai-quando-tinha-11-anos.ghtml. Acesso: junho, 2022.
33 SOUZA, Luíza: ‘Casa Abandonada’: dona é acusada de trabalho análogo à escravidão. Disponível em: https://
www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2022/07/07/o-que-e-trabalho-analogo-a-escravidao-e-por-que-ne-
gras-sao-maiores-vitimas.htm. Acesso: junho, 2022.
34 Segue dica de filmes e documentários envolvendo a temática trabalho infantil e tráfico de pessoas para fins
de submissão ao trabalho análogo à de escravo: Orange e Sunshines e a Informante.
47
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
Considerações finais
No ano de 2022, só até o mês de maio, foram 500 trabalhadores são resgatados
de regime análogo à escravidão. Em um único resgate que ocorreu em lavoura de
cana-de-açúcar, 285 trabalhadores foram libertados35. Muitos anos se passaram
desde a abolição da escravidão, mas as notícias revelam que pouco se avançou.
A abolição não foi acompanhada por uma alteração social que fosse capaz de
extinguir tal chaga de nossa história, razão pela qual o MPT e demais parceiros
devem atuar de forma articulada para robustecer o combate a tais práticas, tão
arcaicas e tão presentes em nosso cotidiano.
Por isso, além da ação repressiva, o MPT atua no eixo da prevenção com o Projeto
Liberdade no Ar para disseminar conteúdo sobre o tema, evitando que pessoas
aceitem propostas encantadoras de emprego e busquem informação antes de
embarcar atrás de um emprego que apresenta a possibilidade de viagem36. No
entanto, sabemos que a mais importante ação no campo da prevenção só ocor-
rerá quando o Brasil efetivamente realizar reformas estruturais que reduzam
a pobreza, a desigualdade social e o subdesenvolvimento, e isso só se constrói
garantindo o direito ao trabalho decente.
Devemos ter em mente, como se fosse um mantra, que sem trabalho não há
vida digna. Assim, a maior contribuição dos operadores do ramo juslaboral para
alterar esta realidade é reconhecer a vítima do trabalho escravo e do tráfico de
pessoas como vítima de uma grave violação de direitos humanos, devendo atu-
ar incessantemente para garantir um patamar civilizatório mínimo de direitos
no trabalho, o que efetivamente rompe com o ciclo da exploração, promove a
inclusão e resgata a cidadania.
Em suma, é necessário voltar o olhar para a vítima e para os fatores que fazem
com que as pessoas se desloquem em busca de melhores condições de vida
e de trabalho, pois só com a cooperação interinstitucional e com o esforço do
Estado para a superação das desigualdades sociais, do subdesenvolvimento e
da pobreza, poderemos efetivamente superar o tráfico de pessoas para fins de
trabalho escravo.
48
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para mais informações: www.mpt.mp.br e
https://mpt.mp.br/pgt/areas-de-atuacao/conaete
Contato por e-mail: pgt.conaete@mpt.mp.br
Para conhecer um pouco mais sobre atuação do MPT nas operações
de resgate, acesse o artigo Operação Resgate: força-tarefa
interinstitucional liberta 140 trabalhadores de condições
análogas à escravidão http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-
pgr/operacao-resgate-forca-tarefa-interinstitucional-liberta-
140-trabalhadores-de-condicoes-analogas-a-escravidao e MPT-RJ
colhe depoimentos de trabalhadores resgatados em situação
análoga à escravidão em Duque de Caxias (RJ) https://mpt.
mp.br/pgt/noticias/mpt-rj-colhe-depoimentos-de- trabalhadores-
resgatados-em-situacao-analoga-a-escravidao-em-duque-de-caxias-rj
Consulte a publicação Tráfico de pessoas: uma visão plural do
tema (MPT, 2021) disponível na biblioteca virtual do curso!
https://www.youtube.com/watch?v=orGvfySigSo
49
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
ANEXO I
Artigo 39. À Polícia Federal cabe exercer as competências estabelecidas no §
1.º do art. 144 da Constituição, e, especificamente:
I -– apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento
de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas, além de outras infrações cuja prática tenha repercussão
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, conforme previsto
em lei;
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas e o contra-
bando e o descaminho de bens e de valores, sem prejuízo da ação fazendária
e de outros órgãos públicos nas suas áreas de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União;
[...]
50
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
38 Centro Internacional para o Desenvolvimento de Políticas Migratórias (ICMPD, International Centre for Migration
Policy Development). Guia Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas: aplicação no direito (2020). p. 77-78.
39 Disponível em: http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/atividade-fim/inqueritos-policiais . Acesso em 17
jul. 2022.
51
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
52
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o inquérito policial, confira o Livro I (do processo
em geral), Título II (do inquérito policial) do Código de Processo Penal:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm
Para saber mais sobre a Polícia Federal,
acesse: https://www.gov.br/pf/pt-br
A Polícia Federal divulga o endereço e contato de cada unidade
de atendimento em seu site oficial: https://www.gov.br/pf/
pt-br/acesso-a-informacao/institucional/quem-e-quem
53
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
ANEXO I
Artigo 49. À Polícia Rodoviária Federal cabe exercer as competências estabe-
lecidas no § 2.º do art. 144 da Constituição, no art. 20 da Lei n. 9.503, de 23 de
setembro de 1997 -– Código de Trânsito Brasileiro, no Decreto n. 1.655, de 3
de outubro de 1995, e, especificamente:
I – planejar, coordenar e executar o policiamento, a prevenção e a repressão
de crimes nas rodovias e estradas federais e nas áreas de interesse da União;
II – exercer os poderes de autoridade de trânsito nas rodovias e nas estradas
federais;
III – executar o policiamento, a fiscalização e a inspeção do trânsito e do trans-
porte de pessoas, cargas e bens;
[...]
VII – manter articulação com os órgãos de trânsito, transporte, segurança públi-
ca, inteligência e defesa civil, para promover o intercâmbio de informações[...]
54
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Conheça o Projeto MAPEAR, iniciativa desenvolvida em todo
o país pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), com apoio do
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, do
Ministério Público do Trabalho e da Childhood Brasil.
O projeto realiza um levantamento dos pontos vulneráveis à
exploração sexual de crianças e adolescentes às margens das
rodovias federais e elabora relatórios bienais sobre tais ocorrências:
https://www.gov.br/prf/pt-br/noticias_anteriores/estaduais/
paraiba/maio-2022/mapear-prf-combate-ao-abuso-e-exploracao-
sexual-de-criancas-e-adolescentes-nas-rodovias-federais-1
Acesse o relatório Mapear 2019/2020 na biblioteca digital!
Polícia Civil
55
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o inquérito policial, confira o Livro I (do processo
em geral), Título II (do inquérito policial) do Código de Processo Penal:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm
40 Centro Internacional para o Desenvolvimento de Políticas Migratórias (ICMPD, International Centre for Migration
Policy Development). Guia Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas: aplicação no direito (2020). p. 77-78.
41 Disponível em: http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/atividade-fim/inqueritos-policiais . Acesso em 17
jul. 2022.
56
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
Artigo 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3.º do art.
158 e no art. 159 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), e no art. 239 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança
e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia
poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da
iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, conterá:
I -– o nome da autoridade requisitante;
II – o número do inquérito policial; e
III – a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investi-
gação.
Artigo 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados
ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia
poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras
de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediata-
mente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
§ 1.º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de
cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência.
§ 2.º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
I – não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza,
que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei;
II – deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período
não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;
III – para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a
apresentação de ordem judicial.
§ 3.º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instau-
rado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da
respectiva ocorrência policial.
§ 4.º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a auto-
ridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de tele-
comunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata co-
municação ao juiz.
57
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
Polícia Militar
Guardas Municipais
A atuação das guardas municipais deve ser pautada na proteção dos direitos
humanos fundamentais e na preservação da vida (artigo 3º, Estatuto Geral das
Guardas Municipais) e entre as suas competências está o encaminhamento
“ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o autor da infração, preser-
vando o local do crime, quando possível e sempre que necessário” (artigo 5.º,
XIV, Estatuto Geral das Guardas Municipais).
58
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre as guardas municipais, conheça o Estatuto Geral
das Guardas Municipais (Lei n. 13.022, de 8 de agosto de 2014):
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13022.htm
42 Para esta ficha houve a contribuição escrita de um representante do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
59
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o SUAS, acesse:
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/assistencia-social
Acesse a publicação O Sistema Único de Assistência social
no combate ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas
(Ministério da Cidadania, 2020) na biblioteca do curso!
60
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o SUS, acesse: https://www.gov.br/saude/pt-br/
assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus-estrutura-principios-e-como-funciona
Consulte a publicação Enfrentamento ao tráfico de
pessoas para profissionais de saúde (Ministério da Saúde,
2022) disponível na biblioteca virtual do curso!
45 Para esta ficha houve a contribuição escrita de um representante da Coordenação Geral de Proteção às Testemu-
nhas e Defensores de Direitos Humanos (CGPTDDH).
61
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
62
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o PPCAAM, acesse:
https://www.gov.br/mdh/ptbr/navegue-por-temas/
programas-de-protecao/ppcaam-1/ppcaam#:~:text=O%20
tem%20por%20objetivo%20preservar,Estaduais%20e%20
Organiza%C3%A7%C3%B5es%20N%C3%A3o%20Governamentais.
O Decreto n 9.579, de 22 de novembro de 2018, nos seus artigos
109 a 125, trata do PPCAAM. Acesse:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9579.htm
63
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre as representações brasileiras no
exterior, acesse: https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/
representacoes/representacoes-brasileiras-no-exterior
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por meio de sua Co-
missão Nacional de Direitos Humanos, é competente para acompanhar os
casos de tráfico de pessoas eventualmente denunciados a essa instituição, bem
como por acionar os órgãos de justiça competentes para investigar, processar
e julgar, com base na Resolução n. 27/2022.
48 Para esta ficha houve a contribuição escrita de um representante do Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil (CFOAB)
64
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
Por fim, esta instituição não atua diretamente na ponta junto aos órgãos de
repressão a exemplo das forças de segurança pública, no entanto, se acionada
poderá atuar para acompanhamento de casos concretos.
SAIBA MAIS:
Para mais informações, acesse: www.oab.org.br
Contato: ri@oab.org.br
49 Para esta ficha houve a contribuição escrita de um representante da Defensoria Pública da União.
50 Disponível em: https://www.dpu.def.br/enfrentamento-ao-trafico-de-pessoas
65
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
Caso o município não seja atendido pela DPU, uma sugestão é procurar a
subseção da Justiça Federal da cidade.
66
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para mais informações sobre a Defensoria Pública
da União, acesse: www.dpu.def.br
51 Para esta ficha houve a contribuição escrita de representantes da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro,
Defensoria Pública do Estado de Goiás, Defensoria Pública do Estado de Tocantins, Defensoria Pública do Estado
do Rio Grande do Sul, Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, Defensoria Pública do Estado da Bahia,
Defensoria Pública do Estado do Paraná, Defensoria Pública do Estado do Ceará.
67
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para mais informações sobre as Defensorias Públicas do
Estado, acesse: http://condege.org.br/defensorias-publicas
Cabe destacar que existem diversas organizações da sociedade civil que tra-
balham no enfrentamento ao tráfico de pessoas. É importante conhecer as
organizações que atuam de forma mais próxima da sua localidade. Conhecer
a Rede é fundamental.
52 Para esta ficha houve a contribuição escrita de representantes da Rede Um Grito Pela Vida, do Instituto Terra,
Trabalho e Cidadania (ITTC) e Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC).
68
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
69
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais, acesse: https://www.cdhic.org.br/
Contato: contato@cdhic.org
A atuação tem como objetivo que as mulheres que transportam drogas, como
vítimas de tráfico humano, possam ficar no Brasil com base na proteção da
vítima de tráfico de pessoas.
70
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais, acesse: https://ittc.org.br/
Contato: https://ittc.org.br/fale-conosco/
As pessoas que integram a Rede Um grito pela Vida atuam nas diversas
regiões do país, articuladas em mais de vinte núcleos, integradas com as or-
ganizações eclesiais e civis.
71
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para mais informações, acesse:
http://gritopelavida.blogspot.com/p/quem-somos.html
53 Para esta ficha houve a contribuição escrita de representante do ProMigra - Projeto de Promoção dos Direitos
de Migrantes.
72
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
73
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o ProMigra, acesse: http://promigra.com.br/
Instagram: @promigra
Facebook: ProMigra
Contato: promigra.coordenacao@gmail.com
74
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde, migração, tráfico e violência contra mulheres: o que o SUS
precisa fazer: caderno pedagógico. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
SILVA, Renata Braz; ALMEIDA, Marina Bernardes de (Org.). Coletânea de instrumentos de enfren-
tamento ao tráfico de pessoas. Brasília: Ministério da Justiça e Segurança Pública, 2018.
Bibliografia consultada para o box temático elaborado por Andrea Rocha Carvalho Gondim
GOLFIERI, Daniela. G1. Operação Harem: quadrilha investigada por tráfico de mulheres escolhia
vítimas por fotos nas redes sociais. 27/04/202 Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-
-jundiai/noticia/2021/04/27/operacao-harem-quadrilha-investigada-por-trafico-de-mulheres-
-escolhia-vitimas-por-fotos-nas-redes-sociais.ghtml. Acesso: jun. 2022.
GORTÁZAR, Naiara: Caso de Madalena, escrava desde os oito anos, expõe legado vivo da escravidão
no Brasil. Disponível em: https://brasil.elpais.com/internacional/2021-01-14/madalena-escra-
va-desde-os-oito-anos-expoe-caso-extremo-de-racismo-no-brasil-do-seculo-xxi.html. Acesso:
jun. 2022.
G1: Doméstica resgatada após passar mais de 4 décadas em condições análogas à escravidão foi
vendida pelo próprio pai quando tinha 11 anos. Disponível em: https://g1.globo.com/pe/pernam-
buco/noticia/2022/07/01/domestica-resgatada-apos-passar-mais-de-4-decadas-em-condicoes-
-analogas-a-escravidao-foi-vendida-pelo-proprio-pai-quando-tinha-11-anos.ghtml. Acesso:
jun. 2022.
SAKAMOTO, Leonardo e outro: Trabalhadora negra de 84 anos foi doméstica para três gerações
de uma família sem receber salário; essa é a mais longa exploração de escravidão contemporânea
registrada no Brasil desde criação do sistema de fiscalização. Disponível em: https://reporterbrasil.
org.br/2022/05/mulher-e-resgatada-apos-72-anos-de-trabalho-escravo-domestico-no-rio/.
Acesso: jun. 2022.
75
Módulo 2
Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil
SOUZA, Luíza: ‘Casa Abandonada’: dona é acusada de trabalho análogo à escravidão. Disponível
em: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2022/07/07/o-que-e-trabalho-analo-
go-a-escravidao-e-por-que-negras-sao-maiores-vitimas.htm. Acesso: jun. 2022.
76