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A técnica em dizer que uma vez que já se começou a fazer algo (obra
etc.) seria um desperdício não continuá-la, na prática jurídica, pode
significar, por exemplo, que não se deve perder uma oportunidade de
condenar ou de absolver alguém porque já existem meios para atender
os efeitos da decisão/sentença.
A REGRA DE JUSTIÇA
A REGRA DE JUSTIÇA
A regra de justiça determina que, a situações idênticas, sejam aplicadas as mesmas regras e
princípios.
É ela quem fundamenta a aplicação de precedentes (e, até mesmo, a existência da lei como
padrão universal, impessoal e genérico de condutas).
Requer a categorização dos seres e eventos e seu enquadramento em alguma das categorias
estabelecidas.
A adaptação desta regra lógica ao plano da realidade necessita que se demonstre a
identidade entre as situações apreciadas, e tal demonstração é problemática porque nunca,
no mundo fático, dois eventos serão realmente iguais, apenas semelhantes (PERELMAN).
Para o adversário, a rejeição da regra de justiça passa por expor que os eventos não
possuem identidade entre si, acarretando a inaplicabilidade da regra entre eles.
CASOS SIMPLES E CASOS COMPLEXOS
CASOS SIMPLES E CASOS COMPLEXOS
Argumenta Atienza:
Nos casos simples, pode-se considerar que o respaldo consistiria
simplesmente na enunciação da proposição normativa correspondente.
Mas, nos casos difíceis, isso não basta; é preciso também apresentar uma
combinação de enunciados descritivos, normativos e avaliativos.
CASOS SIMPLES E CASOS COMPLEXOS
interessados imediatos: o
Ministério Público Federal -
que pediu a prisão
interessados imediatos:
senador, enquanto réu
O USO ESTRATÉGICO DO ARGUMENTO DE AUTORIDADE E A
REGRA DE JUSTIÇA
O terceiro requisito para decretação da preventiva é que não haja outro meio
menos grave de preservar os bens jurídicos penais.
Aqui o topos geral do mais e do menos, que são as diferenças de grau e
ordem catalogadas por Perelman, está presente no próprio texto normativo.
A avaliação da gravidade parece ser passível de quantificação como se a
atribuição de pesos a cada uma das medidas cautelares fosse algo possível.
É a típica transformação do qualitativo em quantitativo.
Além disso, a ambiguidade da expressão “bem jurídico”, no âmbito do direito
penal, é um material rico para o desenvolvimento das mais diversas formas de
argumentação.
O USO ESTRATÉGICO DO ARGUMENTO DE AUTORIDADE E A
REGRA DE JUSTIÇA
Para corroborar suas premissas, cita o relator que os três requisitos têm
sido reiteradamente afirmados na jurisprudência do Supremo, e
colaciona ementa do acórdão proferido no HC nº 95.290 – novamente
uso do argumento de autoridade juntamente com a regra de justiça.
O MAU DO PROLIXISMO E O EXCESSO DE
“JURIDIQUÊS” NA ELABORAÇÃO DAS PETIÇÕES
O MAU DO PROLIXISMO E O EXCESSO DE “JURIDIQUÊS”
NA ELABORAÇÃO DAS PETIÇÕES
Autor dos livros Cardinal Rules of Advocacy e Questions From The Bench, ele
coletou algumas citações para “enriquecer” seu artigo:
1. “A concisão é a alma da sabedoria” – Hamlet;
2. “Seja sincero, breve e sente-se” – Franklin Roosevelt;
3. “O segredo de um bom sermão é um bom começo e um bom fim e ter
esses dois o mais perto possível um do outro” – George Burns.
O MAU DO PROLIXISMO E O EXCESSO DE “JURIDIQUÊS”
NA ELABORAÇÃO DAS PETIÇÕES
Segundo Lavine, um dos fundamentos para uma redação persuasiva é selecionar dois
ou mais dos melhores argumentos e trabalhar arduamente neles.
É difícil um caso em que são necessários mais de dois ou três argumentos
ganhadores.
Escolher os argumentos com maior probabilidade de prevalecer e concentrar-se
neles.
Argumentos fracos são contraproducentes, porque levam o argumentador a “perder
pontos” com quem vai decidir o caso, diminuem o impacto dos argumentos fortes e
reduzem sua credibilidade.
Manter a simplicidade reduzindo o ponto principal em uma sentença ou duas.
Mesmo o caso mais complexo tem um ponto central, que deve ser bem articulado.
EXEMPLO
Uma decisão proferida pelo juiz de Direito Gustavo Coube de Carvalho, da 5ª vara
do Foro Central Cível/SP ganhou destaque: ele criticou a inicial extensa e referências
em língua estrangeira. Trata-se de um processo de extravio de bagagem ajuizado por
seguradora contra uma companhia aérea alemã. A causa foi distribuída ao juízo em
agosto de 2016 e, em setembro, foi proferida a decisão.
No despacho, o ilustre magistrado solicitou que a parte autora esclarecesse, de
forma resumida e em língua portuguesa, “qual a necessidade de petição inicial de
trinta e sete páginas e com referências à doutrina alemã para cobrança de
ressarcimento de R$ 1.386,70".
EXEMPLO: AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 2014.024576-2 - 2ª VARA
CÍVEL DA COMARCA DE JOAÇABA - TJSC.