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RESUMO
ABSTRACT
RESUMEN
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A discussão central acerca da necessidade, estrutura e primado
da questão do “ser” é debatida em Heidegger (2005) na introdução
de uma de suas obras mais conhecidas – ‘Ser e Tempo’. A questão que
se insurge a partir deste debate, tornar-se relevante, na medida em
que se consegue estabelecer que: 1) para ótica da filosofia analítica
a questão do “ser” parecia ter sido vencida até a necessidade de
recolocação da questão (ela própria), novamente; 2) o sentido do “ser”,
a partir da recolocação da questão, passa a compor-se por requisitos
como o da universalidade, indescritibilidade e indefinibilidade;
3) a transcendentalidade do sentido é o que gera o embate entre
a universalidade e os outros componentes da fórmula do conhecer
(HEIDEGGER, 2005, p. 27-41).
Após a inserção do fator temporalidade como aspecto
catalisador do sentido e da apreensão de sentido é que se consegue
chegar à mundanidade típica do fenômeno, claro que sem esquecer-
se daquele primeiro sentido originário, porque parte componente
do transcendental. Ao empreender-se tal dinâmica no processo de
conhecimento em si, o que salta aos olhos é o fato de que todos
os seres humanos são condicionados ao método da circularidade
hermenêutica, entretanto, alguns se prendem aos pré-conceitos como
impossibilidades de produção posterior de sentido, erro que Gadamer
já havia condenado (GADAMER, 1999, p. 559).
Há que se fazer, dessa forma, um direcionamento necessário
para o prosseguimento da colocação do problema deste artigo.
Analisa-se a Hermenêutica de forma geral para que se possa discutir
a formação do sentido do “ser” a partir da “pre-sença” existente no
próprio “ente” (HEIDEGGER, 2005, p. 33), para somente então,
obtemperar-se acerca da circularidade hermenêutica a partir do
sentido formulado no primeiro movimento. O que quer dizer que para
atual dogmática, o Direito (enquanto ciência) possui um sentido que
é utilizado pelos doutrinadores, pesquisadores, cientistas, filósofos,
(partes) da norma jurídica que vão lidar com situações (casos) que
trabalham com a aplicação do sistema do allornothing² (tudo ou nada)
(DWORKIN, 1978, p. 24).
Já para Alexy (1993) que vai trabalhar uma linha da filosofia
analítica em sua tese central de argumentação jurídica (saindo da
geral e chegando ao discurso específico ou especializado do Direito),
reconhece a diferenciação entre regras e princípios e ainda diz que há
uma diferenciação de qualidade e não de grau, denominando-os de
mandados de otimização³ (SILVA, 2003, p. 610). Novamente, Silva
(2003) resume o pensamento do autor alemão dizendo:
esta afirmação, Dworkin (2002) destaca que tal igualdade deve ser
considerada como uma questão de igualdade em qualquer recurso que
seja possuído privativamente (ou de forma privada) por indivíduos
(DWORKIN, 2002, p. 65).
Segundo o referido autor, a Virtude Soberana de uma sociedade
política é medida pela sua capacidade de igualar as relações sociais.
Igualdade esta não apenas como um valor contido na defesa da
liberdade, mas, principalmente em referências aos recursos disponíveis
a cada cidadão. Mas a utilização destes recursos é intimamente ligada
com os princípios da escolha e da responsabilidade. Mais a frente
ele vai destacar pontos interessantes acerca da ideia de um mercado
de bens construído através da teoria político-econômica a partir do
Século XVIII.
Como decorrência deste argumento, encontra-se a possibilidade
de que o Estado, ou, o cidadão, postule a defesa de um suposto
princípio que seria corolário com o da liberdade, mas que de fato,
afasta-se da igualdade. Ao mesmo tempo, todas as trocas, permutas e
transferências acontecem dentro do espectro econômico, observando
a extrema necessidade de se considerar o mercado como “Center of any
at tractive the oretical development of equality of resources” (DWORKIN,
2002, p. 66).
Este, mercado, na verdade constitui uma ferramenta de correção
de desigualdade decorrente das escolhas individuais de cada cidadão.
Ao mesmo tempo, ele demonstra que esta diferenciação não pode ser
fruto daquilo que ele denomina como talento natural, mas sim reflexo
da contingência da escolha do cidadão. Dessa forma, para Dworkin
(2002) a Igualdade de Recursos deve obedecer a uma possibilidade
de que se forneçam condições iniciais a todos os cidadãos para que
possam escolher com responsabilidade o destino dos recursos que lhe
forem dados, a isto ele denomina de “Auction”, ou Leilão.
Nesse sentido, se imaginar um determinado grupo de pessoas,
constrito a um território delimitado, garante a posse de recursos
NOTAS
3 Segundo Alexy (1993, p. 86) “el punto decisivo para la distinción entre reglas
y principios es que los principios son normas que ordenan que algo sea realizado en
la mayor medida posible dentro de las posibilidades jurídicas y reales existentes.
Por lo tanto, los principios son mandatos de optimación, que están caracterizados
por lo hecho de que pueden ser cumplido sin diferente grado y que la medida debida
en su cumplimiento no sólo depende de las posibilidades reales sino también de las
jurídicas”.
8 IpsiLiteris: Art. 927 “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem fica obrigado a repará-lo. Parágrafo Único. Haverá obrigação
de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, riscos para os direitos de outrem” (BRASIL,
2002).
REFERÊNCIA