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RESUMO: Depois de realizados estudos, constatamos uma estrutura racional das ideias tobiáticas
determinantes na configuração que Tobias Barreto faz das ideias filosófico-educacionais e as
executam na Escola do Recife. A pesquisa se fundamentou nos textos de estudiosos como do próprio
Tobias Barreto de Menezes e de seus comentadores, Luiz Antônio Barreto e Jorge Carvalho do
Nascimento, a partir destes, analisamos a construção descritiva dos elementos teóricos tais como:
ciência, homem, conhecimento e cultura. Compreender esses conceitos é determinante para entender o
pensamento do sergipano acerca da educação e sua difusão por meio da Escola do Recife. O artigo
aborda contextualização histórica da problemática investigada suas relações e implicações teóricas,
bem como a educação científica ou aos estudos do chamado germanismo pedagógico.
SUMMARY: After studies, we found a rational structure of ideas Tobiatã determining the
configuration that makes Tobias Barreto philosophical and educational ideas and execute them at the
School of Recife. The research was based on texts by scholars as of the Tobias Barreto de Menezes
and his commentators, and Luiz Antonio Barreto Jorge Carvalho do Nascimento, from these, we
analyze the construction of descriptive theoretical elements such as science, man, knowledge and
culture . Understanding these concepts is crucial to understand the thinking of Sergipe about education
and its dissemination through the School of Recife. The article discusses the historical context of the
problem investigated and theoretical implications of their relations, as well as science education or to
studies of so-called Germanic pedagogical.
O professor Jorge Carvalho (1999) em uma leitura atenta sobre a participação dos
membros do movimento da Escola do Recife, dos maçons, e a leitura de algumas obras de
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(Mestrando-PPED/GPHPE/UNIT), jricardofn@yahoo.com.br
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Formada no curso de Pedagogia (UFS) silvestrebb@hotmail.com
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(PPED/GPHPE/UNIT), miguel_andre@unit.br
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Tobias Barreto, ajudam a entender melhor o cenário brasileiro em torno da educação e o
pioneirismo do movimento conhecido como culturalismo.
Aprofundando um pouco mais sobre o professor Tobias Barreto, visto que este é o
objeto de estudo em questão, vejo que é conveniente apresentá-lo contando um pouco de sua
trajetória, seu envolvimento e a sua contribuição para com a história da educação brasileira.
Os trabalhos de Silvio Romero, Hermes Lima, Paulo Mercante, Antonio Paim,
Miguel Reale, Maria Tetis Nunes, Jorge Carvalho, Luiz Antonio Barreto e tantos outros,
confirmam que, é numa região agreste de Sergipe que nasce Tobias Barreto de Menezes, a 7
de junho de 1839, filho de Pedro Barreto de Menezes e Emerenciana Maria de Menezes. Seu
pai era um mestiço alegre e extrovertido, exercedor da profissão - escrivão do cartório de
órfãos e ausentes, cujo trabalho apenas rendia para sustentar a família. De certo, homem vivo,
inteligente, rebelde, mas, todavia religioso, assíduo leitor das Sagradas Escrituras.
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As práticas religiosas eram na Província de Sergipe, como em tantas outras,
significativas. O ensino do catecismo, os hábitos, e as pregações assim como as aulas de latim
e música era responsabilidade dos padres, os quais, refoçavam e delimitavam seu espaço.
Também era prática comum que os religiosos católicos atendecem aos seus fieis, desde o
nascimento até a morte, princípio básico de qualquer atividade missionária. No que diz
respeito ao nascimento batismal, os novos católicos recebiam nomes bíblicos, no caso de
Tobias coube a participação direta do Sr. Pedro Barreto na escolha do nome o qual consta em
um dos livros sagrados – O livro de Tobias.
Há poucas informações sobre sua mãe Dona Emerenciana Maria de Menezes (já o
nome de solteira Emerenciana Maria de Jesus). Consta pelos comentadores, que era uma
mulher de índole delicada e de gênio suave e doce. Hermes Lima em seu livro Tobias Barreto
(A época e o homem), parafraseando Sílvio Romero. “[...] mas a mãe de Tobias – meiga, de
gênio suave e doce, temperamento melancólico e cheio de resignação, passaria por
fidalgamente branca em qualquer parte do Brasil” (LIMA, 1963, p.03).
Tobias Barreto teve como primeiro professor seu pai que o ensinou as primeiras
letras até os seis anos e devido às condições econômicas da família encontrou no magistério a
saída, para ascensão social.
Sobre o nascimento e o magistério de Tobias Barreto, Miguel Reale explica:
Nascido na antiga Vila de Campos do Rio Real, que hoje ostenta
orgulhosamente o seu nome, Tobias Barreto, filho de um pobre escrivão de
órfãos, estava fadado ao magistério, que exerceu, desde os dezesseis anos,
ensinando latim e francês, para acudir às suas necessidades vitais, até a
culminância de mestre da Faculdade de Direito do Recife, a qual, juntamente
com a de São Paulo, constituiu, durante bem mais de um século, um dos
pólos da cultura humanística brasileira, ultrapassando sua originária
destinação jurídica e política (REALE, 1949, p.23).
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Depois de concluído os estudos primários, seguiu para Estância matriculando-se
no curso de latim, se dedicou de tal maneira que, em breve, iria ensinar a matéria em
Itabaiana. Nesta época também inicia os estudos de música, sendo cantor e flautista da
Filarmônica Nossa Senhora da Conceição (nome atual).
Para Luiz Antônio Barreto:
Para custear seus estudos começa a trabalhar aos 15 anos como professores
de latim em diversas Vilas do interior da Província. No mesmo mês e ano,
presta exames de Gramática Latina, em decorrência da morte de Manoel
Felipe de Carvalho na cidade de Maruim, para torna-se professor substituto
dessa cadeira em Lagarto, para sua surpresa, recebe diante do seu exame, do
inspetor de aulas - Dr. Guilherme Rabelo, o título geral de substituto em
qualquer das cadeiras de língua latina da província. No entanto, não foi
nomeado para Maruim (BARRETO, L.A, 1994, p.85).
Nesse sentido, a Escola do Recife atravessou quatro fases perfeitamente
caracterizadas.
As ações referentes aos estudos mais rígidos, só teria início após o imprevisto na
Faculdade de Direito do Recife, em que Sílvio Romero declara estar morta a metafísica e
Tobias Barreto (1839/1889) começa a avaliar o problema e a escrever o estudo que nos
chegou incompleto “Deve a Metafísica Ser Considerada Morta”? (1875).
É Tobias que tem o encargo de ater as linhas gerais de uma posição autônoma no
debate entre as correntes disseminadas no país. Formam-se centros nas mais importantes
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províncias nordestinas. Esta segunda fase, quando já se pode falar com propriedade em Escola
do Recife, desdobra-se de 1875/78 aos anos iniciais do decênio seguinte.
Essa parcela da herança de Tobias Barreto foi abandonada para ser retomada no
ciclo de declínio, mas de uma perspectiva diversa do que imaginara o fundador da Escola.
A outra parcela das reflexões filosóficas de Tobias Barreto era representada pela
adoção do conceito neokantiano de que a filosofia consiste num tipo de saber que estudo o
conhecimento. Limitando-se para determinar os fundamentos e os pressupostos da ciência.
Semelhante entendimento não podia coexistir com as “filosofias sintéticas” do tipo monista
ou evolucionista.
Essa parcela da obra da Escola do Recife, ainda que corresponda uma contramão
da perspectiva de Tobias Barreto, constitui o elo que a vincula à meditação contemporânea,
onde a corrente Culturalista que, entre outras coisas, reivindica a herança do fundador da
Escola do Recife ocupa uma posição de grande destaque.
Os estudos sobre a ciência, abandonada na fase última, seria retornada por Otto de
Alencar (1874/1912) e Amoroso Costa (1885/1928), da Escola Politécnica do Rio de Janeiro,
já agora marcando o rompimento frontal com o positivismo a que aspirara a Escola do Recife,
sem tê-lo alcançado.
Nessa esfera é que a sua impotência se manifestaria desde logo. Tiveram mesmo
que reduzir o seu raio de ação, refugiar-se, primeiro na filosofia e no direito, para acabar os
que sobreviveram até o período que se seguiu à primeira guerra mundial circunscritos à esfera
jurídica.
Portanto, pelos indícios e pelas informações até agora apresentadas, revelam que
pelas atividades motivadas e desempenhadas por Tobias, seja como professor de aulas
particulares, seja na fundação frustrada do Clube Popular de Escada, nos estudos e
publicações de artigos e obras, seja enfim como principal representante do movimento da
escola do Recife, o tema da educação fundamenta-se numa perspectiva culturalista.
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