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PUBLICITÁRIA
Introdução
Os argumentos literais e os argumentos emocionais possuem carac-
terísticas específicas que geram persuasão pelas vias racionais e pelas
vias emocionais, sendo empreendidos em enunciados com objetivos
distintos, de acordo com o tipo de produto ou serviço a ser divulgado.
Neste capítulo, você conhecerá dois tipos de argumentos utilizados na
comunicação publicitária, os quais têm funções diferentes na enunciação:
argumentos literais e argumentos emocionais. Além disso, conhecerá as
principais técnicas de persuasão concebidas na retórica. Por fim, verá
exemplos de análises de anúncios que usam os argumentos literais e
emocionais na propaganda.
Esses são apenas alguns dos modos pelos quais se pode criar um efeito de presença
potencializador da própria argumentatividade. Todavia, como destaca Perelman, é
somente quando a figura de estilo desempenha também uma função argumentativa
que ela se torna uma figura de retórica. Do contrário, ela permanece no discurso como
mero ornamento de linguagem (PERELMAN apud SOUSA, 2011).
4 Argumentos literais e argumentos emocionais
com o raciocínio por analogia, onde se situa a própria metáfora enquanto analogia
condensada. O exemplo permite a passagem do caso particular para uma gene-
ralização e mostra-se um recurso mais ambicioso do que a ilustração com a qual
se espera impressionar. Já com o modelo, o que se pretende é a pura imitação do
caso particular (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA apud SOUSA, 2011).
Por fim, o argumento forte é considerado a apreciação da força de um
argumento, é intuitivo e requer a prévia separação entre duas qualidades:
eficácia e validade. Uma delas seria o argumento que persuade efetivamente,
e a outra, o argumento que deve convencer a todos. A força e a validade dos
argumentos sugerem diferentes níveis de apreciação de um argumento, sendo
o primeiro mais adequado à argumentação (retórica), e o segundo, próprio
da demonstração (lógica). Acredita-se que o orador (emissor) tem de avaliar
a força dos argumentos em função da audiência (receptor), das suas convic-
ções, das suas tradições, e dos métodos de raciocínio que lhes são próprios
(PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA apud SOUSA, 2011).
É importante lembrar que a persuasão trabalha com dois objetivos insepa-
ráveis: a informação e a motivação (GOMES, 2003). Informar implica tornar
público, é falar sobre algo, comunicar a existência de um assunto, ao passo que
motivar sugere exercer um efeito sobre a atitude, o comportamento ou a forma
de pensar do sujeito. Desse modo, a comunicação persuasiva tem a finalidade de
convencer, informando e motivando o consumidor com argumentos literais, que
trabalham com a demonstração, e argumentos emocionais, que apelam para as
necessidades psicológicas e, em geral, conseguem envolver mais o consumidor.
A seguir, serão explanados os argumentos literais e emocionais na propaganda.
Por fim, os argumentos literais podem ser encontrados com mais frequ-
ência em publicidades que divulgam produtos, buscando demonstrar pelo
texto, e comprovando por imagens, as qualidades e os efeitos reais. Assim, a
argumentação se esforça para comprovar a eficácia dos benefícios, a fim de
mostrar a diferenciação de produtos similares e, assim, motivar e persuadir
o consumidor à adesão.
Resistente Humanizado
8 Argumentos literais e argumentos emocionais
[...] os produtos não são vistos como são, e sim pelo que eles representam. O
consumo hedônico envolve participação, aceitação e fantasia. Por isso, ele
não é baseado naquilo que os consumidores realmente querem, mas naquilo
que eles realmente desejam. Nesse processo, o consumidor finge ser outra
pessoa, a fim de desempenhar um papel mais desejável. O consumo hedônico,
então, representa o lado emocional da experiência de compra.
Emoções e
Deve Marca vista sentimentos Benefícios
representar como despertados implícitos
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