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IARA RIBEIRO DOS SANTOS - RA: 202002515686

AO JUÍZO DA 10ª VARA CÍVEL DE TERESINA – PIAUÍ.

LEONARDO , nacionalidade , estado civil , profissão , portado do


Registro geral nº , inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob o nº , tendo como
endereço eletrônico , residente e domiciliado na rua , nº , bairro , CEP , Curitiba
– PR, por meio desta representado por seus advogados vem interpor,
RECURSO DE APELAÇÃO

Em face de GUSTAVO , nacionalidade , estado civil , profissão


, portador do Registro Geral nº , inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob o nº ,
tendo endereço eletrônico , residente e domiciliado na rua , nº , bairro , CEP ,
Curitiba – PR.
Com base nos artigos 1009 e seguintes do CPC/15, requerendo, na
oportunidade, que os recorridos sejam intimados para, caso queiram, ofereçam as
contrarrazões e, continuamente, que os autos, com as razões anexas, sejam remetidos ao
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para os fins de mister.
Termos em que, Pede o
deferimento. Local,
data.
Advogado OAB/UF
IARA RIBEIRO DOS SANTOS - RA: 202002515686

Apelante: Leonardo
Apelado: Gustavo
Origem: 10ª Vara Civil – Comarca de Teresina

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA,
Eméritos Desembargadores,

I - Preliminarmente
Sentença extra petita;
Nulidade Processual.
Nobres julgadores, a sentença, ora apelada, proferida pelo a quo, trouxe a baila
matéria não trazida pela parte apelada ferindo o preceito da restrição da sentença aos
limites do pedindo, trazidos pelo CPC/15 nos artigos 141 e 492 conforme seguem:
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos
pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões
não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da
parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza
diversa da pedida, bem como condenar a parte em
quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi
demandado.
Este é o entendimento do TRT da 3ª Região:
PROCESSO CIVIL. SENTENÇA EXTRA PETITA.
NULIDADE PROCESSUAL. CONFIGURAÇÃO. ARTS.
ART. 141 E 492, NCPC (ART. 128 E 460 DO CPC DE
1973. APELAÇÃO PROVIDA -O juiz deve decidir a lide
nos limites em que foi proposta, não podendo proferir
sentença de natureza diversa da pedida. - A sentença
extra petita é nula, porque soluciona causa diversa da que
foi proposta em juízo. -Precedentes dessa Corte. -
Apelação provida.
(TRF-3 - AMS: XXXXX20054036111 SP, Relator:
DESEMBARGADORA FEDERAL MÔNICA NOBRE, Data
de Julgamento: 06/09/2017, QUARTA TURMA, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:21/09/2017)
IARA RIBEIRO DOS SANTOS - RA: 202002515686

II- BREVE HISTÓRICO

Gustavo ajuizou, em face de seu vizinho Leonardo, Ação com pedido de


indenização por dano material suportado em razão de ter sido atacado pelo cão pastor
alemão de propriedade do vizinho.
Segundo relato do autor, o animal que estava desamarrado dentro do quintal de
Leonardo, o atacara, provocando-lhe corte profundo na face. Em consequência do
ocorrido, Gustavo alegou ter gastado R$3 mil em atendimento hospitalar e R$2 mil em
medicamentos. Gastos hospitalares foram comprovados por meio de notas fiscais
emitidos pelo hospital em que Gustavo fora atendido, entretanto este não apresentou os
comprovantes fiscais relativos aos gastos com medicamentos, alegando ter-se aquecido
de pega-los na farmácia. Leonardo, devidamente citado, apresentou contestação,
alegando que o ataque ocorrera por provocação de Gustavo, que jogava pedras no
cachorro.
Alegou, ainda, que ante a falta de comprovantes, não poderia ser computada
na indenização o valor gasto com medicamentos. Houve audiência de instrução e
julgamento na qual as testemunhas ou vidas declaram que a mureta da casa de Leonardo
media cerca de um metro e vinte centímetros e que, de fato, Gustavo atirava pedras no
animal antes do evento lesivo.
O juiz da 10º vara cível de Teresina proferiu sentença condenado Leonardo a
indenizar Gustavo pelos danos materiais no valor de R$5 mil, sob o argumento de que o
proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e por considerar razoável a
quantia que o autor alegara ter gastado com medicamentos. Pelos danos morais
decorrentes dos incômodos evidentes em razão do fato, Leonardo foi condenado a pagar
indenização no valor de R$6 mil.
III- RAZÕES DA REFORMA

Fez-se provada através de testemunhas, em fazer de instrução, o nexo de


causalidade entre a conduta do agente e o ocorrido. Onde pesa contra este o fato de estar
atirando pedras no animal, fazendo-se, assim, comprovando a culpa do apelado
conforme dita o artigo 936 do Código Civil:
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano
por este causado, se não provar culpa da vítima ou força
maior.
O apelado em inicial pede ressarcimento da importância de R$2000,00 (Dois
mil reais) por questão dos gastos com remédios, não comprovados no curso do
processo. Dano material não se presume, se incumbe quem alegou prová-lo conforme
artigo 373 Código de Processo Civil:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
Assim entende o TJRJ:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR
DANOS MATERIAIS E MORAIS. CONTRATO DE
TRANSPORTE. ALEGAÇÃO DE VÍCIO NA PRESTAÇÃO
IARA RIBEIRO DOS SANTOS - RA: 202002515686

DO SERVIÇO NÃO CONFIGURADA. DANOS


MATERIAIS NÃO COMPROVADOS. DANOS MORAIS
INOCORRENTES. SENTENÇA MANTIDA. A parte autora
pede provimento ao recurso, para reformar a sentença
que julgou improcedente a presente ação indenizatória.
Hipótese em que não comprovada falha na prestação do
serviço, em razão da inexistência de prova de que um dos
volumes da mercadoria transportada não foi entregue.
Artigo 333, inciso I do CPC. Ausência de prova fatos
constitutivos do direito do autor. Danos materiais não
comprovados. Danos morais inocorrentes. RECURSO
IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005537832, Primeira
Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: José
Ricardo de Bem Sanhudo, Julgado em 29/10/2015).
(TJ-RS - Recurso Cível: XXXXX RS, Relator: José
Ricardo de Bem Sanhudo, Data de Julgamento:
29/10/2015, Primeira Turma Recursal Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 03/11/2015.

IV- DOS PEDIDOS

a) Requer deferimento da nulidade da sentença extra petita, prolatada pelo juízo


ad quo;
b) Se, da não declaração da nulidade, que seja devolvida ao MM Juízo para correção do
erro na sentença a fim de que seja proferida outra;
c) Reforma do nexo de causalidade reconhecendo a culpa da do autor, ora apelado;
d) Não reconhecimento do valor de R$2.000,00 (Dois mil reais) referentes, segundo o
autor, a gastos com medicamentos, não comprovados no curso do processo.

Termos em que, Pede o


deferimento. Local,
data.
Advogado
OAB/UF XXX

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