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MERITÍSSIMO JUÍZO DA 40ª VARA CÍVEL DE CURITIBA – PARANÁ

LEONARDO, nacionalidade XXXXX, estado civil XXXXXXX, profissão XXXXXXX,


portador do Registro geral nº XXXXXX, inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob o
nº XXXXXXXX, tendo como endereço eletrônico XXXXXXXX, residente e domiciliado
na rua XXXXXXXX, nº XXXXXXXX, bairro XXXXXXXXX, CEP XXXXXXXX, Curitiba – PR,
por meio desta representado por seu advogado vem interpor,
RECURSO DE APELAÇÃO
Em face de GUSTAVO, nacionalidade XXXXXXXX, estado civil XXXXXXX, profissão
XXXXXXXX, portador do Registro Geral nº XXXXXXXX, inscrito no Cadastro de
Pessoa Física sob o nº XXXXXXXX, tendo endereço eletrônico XXXXXXXX, residente
e domiciliado na rua XXXXXXX, nº XXXXXXX, bairro XXXXXXX, CEP XXXXXX,
Curitiba – PR.
Com base nos artigos 1009 e seguintes do CPC/15, requerendo, na oportunidade,
que os recorridos sejam intimados para, caso queiram, ofereçam as contrarrazões
e, continuamente, que os autos, com as razões anexas, sejam remetidos ao Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para os fins de mister.

Termos em que,
Pede o deferimento.
Curitiba, 09 de Setembro de 2020
Carlos Daniel Barros de Araújo
OAB/GO __
Apelante: Leonardo
Apelado: Gustavo
Origem: 40ª Vara Civil – Comarca de Curitiba
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA,
Eméritos Desembargadores,
I-Preliminarmente
Sentença extra petita;
Nulidade Processual.
Nobres julgadores, a sentença, ora apelada, proferida pelo a quo, trouxe a baila
matéria não trazida pela parte apelada ferindo o preceito da restrição da sentença
aos limites do pedindo, trazidos pelo CPC/15 nos artigos 141 e 492 conforme
seguem:
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como
condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi
demandado.
Este é o entendimento do TRT da 3ª Região:
PROCESSO CIVIL. SENTENÇA EXTRA PETITA. NULIDADE PROCESSUAL.
CONFIGURAÇÃO. ARTS. ART. 141 E 492, NCPC (ART. 128 E 460 DO CPC DE 1973.
APELAÇÃO PROVIDA -O juiz deve decidir a lide nos limites em que foi proposta, não
podendo proferir sentença de natureza diversa da pedida. - A sentença extra petita é
nula, porque soluciona causa diversa da que foi proposta em juízo. -Precedentes
dessa Corte. -Apelação provida.
(TRF-3 - AMS: 00043581320054036111 SP, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL
MÔNICA NOBRE, Data de Julgamento: 06/09/2017, QUARTA TURMA, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:21/09/2017)
II-BREVE HISTÓRICO
Gustavo ajuizou, em face de seu vizinho Leonardo,
Ação com pedido de indenização por dano material suportado em razão de ter sido
atacado pelo cão pastor alemão de propriedade do vizinho. Segundo relato do
autor, o animal que estava desamarrado dentro do quintal de Leonardo, o atacara,
provocando-lhe corte profundo na face. Em consequência do ocorrido, Gustavo
alegou ter gastado R$6 mil em atendimento hospitalar e R$4 mil em
medicamentos. Gastos hospitalares foram comprovados por meio de notas fiscais
emitidos pelo hospital em que Gustavo fora atendido, entretanto este não
apresentou os comprovantes fiscais relativos aos gastos com medicamentos,
alegando ter-se aquecido de pega-los na farmácia. Leonardo, devidamente citado,
apresentou contestação, alegando que o ataque ocorrera por provocação de
Gustavo, que jogava pedras no cachorro. Alegou, ainda, que ante a falta de
comprovantes, não poderia ser computada na indenização o valor gasto com
medicamentos. Houve audiência de instrução e julgamento na qual as testemunhas
ou vidas declaram que a mureta da casa de Leonardo media cerca de um metro e
vinte centímetros e que, de fato, Gustavo atirava pedras no animal antes do evento
lesivo. O juiz da 40º vara cível de Curitiba proferiu sentença condenado Leonardo a
indenizar Gustavo pelos danos materiais no valor de R$ 10 mil, sob o argumento de
que o proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e por considerar
razoável a quantia que o autor alegara ter gastado com medicamentos. Pelos danos
morais decorrentes dos incômodos evidentes em razão do fato, Leonardo foi
condenado a pagar indenização no valor de R$6 mil. A sentença foi publicada e
após uma semana, Leonardo, não se conformado com a sentença, procurou
advogado.
III-RAZÕES DA REFORMA
Fez-se provada através de testemunhas, em fazer de instrução, o nexo de
causalidade entre a conduta do agente e o ocorrido. Onde pesa contra este o fato de
estar atirando pedras no animal, fazendo-se, assim, comprovando a culpa do
apelado conforme dita o artigo 936 do Código Civil:
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não
provar culpa da vítima ou força maior.
O apelado em inicial pede ressarcimento da importância de R$ 4000,00 (Quatro
mil reais) por questão dos gastos com remédios, não comprovados no curso do
processo. Dano material não se presume, se incumbe quem alegou prová-lo
conforme artigo 373 Código de Processo Civil:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
Assim entende o TJRJ:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS.
CONTRATO DE TRANSPORTE. ALEGAÇÃO DE VÍCIO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO
NÃO CONFIGURADA. DANOS MATERIAIS NÃO COMPROVADOS. DANOS MORAIS
INOCORRENTES. SENTENÇA MANTIDA. A parte autora pede provimento ao recurso,
para reformar a sentença que julgou improcedente a presente ação indenizatória.
Hipótese em que não comprovada falha na prestação do serviço, em razão da
inexistência de prova de que um dos volumes da mercadoria transportada não foi
entregue. Artigo 333, inciso I do CPC. Ausência de prova fatos constitutivos do direito
do autor. Danos materiais não comprovados. Danos morais inocorrentes. RECURSO
IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005537832, Primeira Turma Recursal Cível,
Turmas Recursais, Relator: José Ricardo de Bem Sanhudo, Julgado em 29/10/2015).
(TJ-RS - Recurso Cível: 71005537832 RS, Relator: José Ricardo de Bem Sanhudo, Data
de Julgamento: 29/10/2015, Primeira Turma Recursal Cível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 03/11/2015.
IV-DOS PEDIDOS
a) Requer deferimento da nulidade da sentença extra petita, prolatada pelo juízo
ad quo;
b) Se, da não declaração da nulidade, que seja devolvida ao MM Juízo para correção
do erro na sentença a fim de que seja proferida outra;
c) Reforma do nexo de causalidade reconhecendo a culpa da do autor, ora apelado;
d) Não reconhecimento do valor de R$4.000,00(Quatro mil reais) referentes,
segundo o autor, a gastos com medicamentos, não comprovados no curso do
processo.

Termos em que,
Pede o deferimento.

Curitiba, 09 de Setembro de 2020

Carlos Daniel Barros de Araújo


OAB/GO __

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