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MERITÍSSIMO JUÍZO DA 10ª VARA CÍVEL DE TERESINA – PIAUI

LEONARDO _, nacionalidade _, estado civil _, profissão _,


portado do Registro geral nº _, inscrito no Cadastro de
Pessoa Física sob o nº _, tendo como endereço eletrônico _,
residente e domiciliado na rua _, nº _, bairro _, CEP ,
Curitiba – PR, por meio desta representado por seus advogados
vem interpor,

RECURSO DE APELAÇÃO

Em face de GUSTAVO _, nacionalidade _, estado civil _,


profissão _, portador do Registro Geral nº _, inscrito no
Cadastro de Pessoa Física sob o nº _, tendo endereço
eletrônico _, residente e domiciliado na rua _, nº _, bairro
_, CEP _, Curitiba – PR.

Com base nos artigos 1009 e seguintes do CPC/15, requerendo,


na oportunidade, que os recorridos sejam intimados para,
caso queiram, ofereçam as contrarrazões e, continuamente,
que os autos, com as razões anexas, sejam remetidos ao
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para os fins
de mister.

Termos em que,

Pede o deferimento.

Teresina, 07 de Novembro de 2023

APELANTE: LEONARDO

APELADO: GUSTAVO
Origem: 40ª Vara Civil – Comarca de Curitiba

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA CÂMARA,

Eméritos Desembargadores,

I-PRELIMINARMENTE

Sentença extra petita;

Nulidade Processual.

Nobres julgadores, a sentença, ora apelada, proferida


pelo a quo, trouxe a baila matéria não trazida pela parte
apelada ferindo o preceito da restrição da sentença aos
limites do pedindo, trazidos pelo CPC/15 nos artigos 141 e
492 conforme seguem:

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos


pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não
suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza


diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade
superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.

Este é o entendimento do TRT da 3ª Região:

PROCESSO CIVIL. SENTENÇA EXTRA PETITA. NULIDADE


PROCESSUAL. CONFIGURAÇÃO. ARTS. ART. 141 E 492, NCPC (ART.
128 E 460 DO CPC DE 1973. APELAÇÃO PROVIDA -O juiz deve
decidir a lide nos limites em que foi proposta, não podendo
proferir sentença de natureza diversa da pedida. - A sentença
extra petita é nula, porque soluciona causa diversa da que
foi proposta em juízo. -Precedentes dessa Corte. -Apelação
provida.

(TRF-3 - AMS: XXXXX20054036111 SP, Relator:


DESEMBARGADORA FEDERAL MÔNICA NOBRE, Data de Julgamento:
06/09/2017, QUARTA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3
Judicial 1 DATA:21/09/2017)

II- BREVE HISTÓRICO

Gustavo ajuizou, em face de seu vizinho Leonardo,

Ação com pedido de indenização por dano material


suportado em razão de ter sido atacado pelo cão pastor alemão
de propriedade do vizinho. Segundo relato do autor, o animal
que estava desamarrado dentro do quintal de Leonardo, o
atacara, provocando-lhe corte profundo na face. Em
consequência do ocorrido, Gustavo alegou ter gastado R$3 mil
em atendimento hospitalar e R$2 mil em medicamentos. Gastos
hospitalares foram comprovados por meio de notas fiscais
emitidos pelo hospital em que Gustavo fora atendido,
entretanto este não apresentou os comprovantes fiscais
relativos aos gastos com medicamentos, alegando ter-se
aquecido de pega-los na farmácia. Leonardo, devidamente
citado, apresentou contestação, alegando que o ataque
ocorrera por provocação de Gustavo, que jogava pedras no
cachorro. Alegou, ainda, que ante a falta de comprovantes,
não poderia ser computada na indenização o valor gasto com
medicamentos. Houve audiência de instrução e julgamento na
qual as testemunhas ou vidas declaram que a mureta da casa
de Leonardo media cerca de um metro e vinte centímetros e
que, de fato, Gustavo atirava pedras no animal antes do
evento lesivo. O juiz da 40º vara cível de Curitiba proferiu
sentença condenado Leonardo a indenizar Gustavo pelos danos
materiais no valor de R$5 mil, sob o argumento de que o
proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e por
considerar razoável a quantia que o autor alegara ter gastado
com medicamentos. Pelos danos morais decorrentes dos
incômodos evidentes em razão do fato, Leonardo foi condenado
a pagar indenização no valor de R$6 mil. A sentença foi
publicada e após uma semana, Leonardo, não se conformado com
a sentença, procurou advogado.

III- RAZÕES DA REFORMA

Fez-se provada através de testemunhas, em fazer de


instrução, o nexo de causalidade entre a conduta do agente
e o ocorrido. Onde pesa contra este o fato de estar atirando
pedras no animal, fazendo-se, assim, comprovando a culpa do
apelado conforme dita o artigo 936 do Código Civil:

Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o


dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força
maior.

O apelado em inicial pede ressarcimento da importância


de R$2000,00 (Dois mil reais) por questão dos gastos com
remédios, não comprovados no curso do processo. Dano material
não se presume, se incumbe quem alegou prová-lo conforme
artigo 373 Código de Processo Civil:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu


direito;
Assim entende o TJRJ:

RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS


MATERIAIS E MORAIS. CONTRATO DE TRANSPORTE. ALEGAÇÃO DE VÍCIO
NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO NÃO CONFIGURADA. DANOS MATERIAIS NÃO
COMPROVADOS. DANOS MORAIS INOCORRENTES. SENTENÇA MANTIDA. A
parte autora pede provimento ao recurso, para reformar a
sentença que julgou improcedente a presente ação
indenizatória. Hipótese em que não comprovada falha na
prestação do serviço, em razão da inexistência de prova de
que um dos volumes da mercadoria transportada não foi
entregue. Artigo 333, inciso I do CPC. Ausência de prova
fatos constitutivos do direito do autor. Danos materiais não
comprovados. Danos morais inocorrentes. RECURSO IMPROVIDO.
(Recurso Cível Nº 71005537832, Primeira Turma Recursal
Cível, Turmas Recursais, Relator: José Ricardo de Bem
Sanhudo, Julgado em 29/10/2015).

(TJ-RS - Recurso Cível: XXXXX RS, Relator: José Ricardo


de Bem Sanhudo, Data de Julgamento: 29/10/2015, Primeira
Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça
do dia 03/11/2015.

IV- DOS PEDIDOS

a) Requer deferimento da nulidade da sentença extra petita,


prolatada pelo juízo ad quo;

b) Se, da não declaração da nulidade, que seja devolvida ao


MM Juízo para correção do erro na sentença a fim de que seja
proferida outra;

c) Reforma do nexo de causalidade reconhecendo a culpa da do


autor, ora apelado;
d) Não reconhecimento do valor de R$2.000,00(Dois mil reais)
referentes, segundo o autor, a gastos com medicamentos, não
comprovados no curso do processo.

Termos em que,

Pede o deferimento.

Teresina, 07 de Novembro de 2023

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