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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA

CRIMINAL DE ARARUAMA/RJ

Processo número: XXX

Patrick, nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, inscrito no CPF XXX,
carteira de identidade número XXX, residente e domiciliado na XXX, nesta cidade, vem,
através de sua advogada (procuração em anexo), apresenta: Resposta à acusação, art.
396 e 396-A. Pelos motivos de fato e direito seguintes:

I – DOS FATOS
Trata-se de ação penal, que é imputa ao acusado o delito tipificado no art. 129, parágrafo 1º,
inciso III, combinado com art. 14, inciso II do Código Penal.

Que no dia, 5 de março de 2017, visando sanar as agressões que sua sobrinha Natália estava
sofrendo, o acusado pegou uma arma de fogo de uso permitido o tentou efetuar disparos
contra suposta vítima, porém a arma não funcionou. Diante dos fatos narrados o Ministério
Público ainda assim ofereceu denúncia, porém o caso é de absolvição, o que ficar provado a
seguir.

II - DO DIREITO

 DA NULIDADE DA CITAÇÃO

Houve nulidade uma vez que a citação por hora certa deve seguir os requisitos do art. 362
do Código de Processo Penal em razão do art. 252 do Código de Processo Civil que é
aplicável por causa do art. 1046 do Código de Processo Civil de 1973. É de se afirmar que o
acusado não se esquivou da citação, pois encontrava-se embarcado trabalhando, e o oficial
de justiça não esperou prazo de três dias. Sendo assim, deve ser reconhecida a nulidade do
ato de citação na forma do art. 564, inciso III, alínea “E”.

 DO CRIME IMPOSSÍVEL
O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal grave, tentado.

Todavia a arma de fogo utilizada não era apta a fazer disparos, conforme laudo pericial
acostado, logo o meio utilizado é a totalmente ineficaz para produzir qualquer resultado.

Nos termos do artigo 17 do código penal não se pode punir a tentativa quando por ineficaz
absoluta do meio vou por absoluta impropriedade objeto é impossível a consumação do
delito, trata-se, portanto, de um crime impossível.
O reconhecimento do crime impossível gera a tipicidade da conduta e consequentemente
cabível a absolvição sumária pelo fato evidentemente não constitui crime, com base no
artigo 39, inciso III, do código do processo penal.

 DA LEGÍTIMA DEFESA DE TERCEIRO


O réu visualizou namorado de sua sobrinha agredindo-a de maneira violenta, ao verificar
que as agressões não cessariam, busco a arma de fogo devidamente registrada para defender
sua sobrinha, logo Patrick agiu amparado pela legítima defesa prevista nos artigos 25 e 23,
inciso II, do código penal.
No caso, usou moderadamente dos meios que tinha na sua disposição, já que estava com a
perna enfaixada devido a um acidente de trânsito, para repetir injusta agressão praticada
contra sua sobrinha.

Além disso, Patrick não pretendia matar Lauro, mas apenas lesionar.

Portanto, diante da legítima defesa, requer a absolvição sumária, tendo em vista que há
manifesta causa de excludente de ilicitude, com fundamento no artigo 397,
inciso II do código de processo penal.

III - DOS PEDIDOS


Ante ao exposto, requer-se:
A) O reconhecimento da nulidade de citação conforme art. 564, inciso III, alínea “E” e Art.
362 do Código de Processo Penal combinado com art. 252 do Código de Processo Civil de
2015 em razão do art. 1042 do Código de Processo Civil de 1973.

B) Superada tal questão, deve ser absolvido sumariamente o réu pelo crime impossível e
legítima defesa de terceiro conforme artigos 17 e 25 do Código Penal e art. 397, inciso I e
III do Código de Processo Penal.

C) Caso haja prosseguimento da instrução, requer o acusado a intimação das testemunhas a


seguir: 1- Natalia (end xxx, tel xxx, cpf xxx). 2- Maria (end xxx, tel xxx, cpf xxx). 3- José
(end xxx, tel xxx, cpf xxx).

Araruama, 09 de março de 2018.

Adv XXX OAB XXX

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