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Mapa do Direito – Prof.

Almir Fernandes
Rascunho
Fundamento da peça: Art. 396-A CPP

Teses
1 – Verificando o risco que a sobrinha corria / Lauro continuou agressões /
Patrick estava com a perna enfaixada
- LEGÍTIMA DEFESA – Art. 25, CP + Art. 23, II, CP
2 – Arma de uso permitido, registrada, com autorização

Material licenciado para MANOEL LUIZ DA SILVA - CPF 00033446814. Proibida a reprodução, sujeito à responsabilização.
3 – Intenção de causar lesão corporal, mirou na perna e apertou o gatilho
- Utilizou de meios necessários
4 – Arma não funcionou por circunstâncias alheias à vontade + Laudo na
arma – total incapacidade de efetuar disparos
- CRIME IMPOSSÍVEL – Art. 17, CP
5 – Testemunhas: Natália, Maria e José
- ROL DE TESTEMUNHAS
6 – Denúncia por Lesão Corporal tentada
7 – Antecedentes criminais por ação em curso
8 – Oficial de justiça faz 1 visita – citação por hora certa
- NULIDADE DE CITAÇÃO – Art. 362, CPP + Art. 564, III, e, CPP
9 – É caso de absolvição sumária?
- CAUSA EXCLUDENTE DE ILICITUDE – Art. 397, I, CPP
- CONDUTA NÃO É CRIME – Art. 397, III, CPP
Estrutura da Peça
ENDEREÇAMENTO
NÚMERO DO PROCESSO
QUALIFICAÇÃO DO RÉU
VERBO: apresentar, oferecer
NOME DA PEÇA + FUNDAMENTO
1 – FATOS
2 – PRELIMINARMENTE
A) DA NULIDADE DE CITAÇÃO – Art. 362, CPP + Art. 564, III, e, CPP

Material licenciado para MANOEL LUIZ DA SILVA - CPF 00033446814. Proibida a reprodução, sujeito à responsabilização.
B) DA TEMPESTIVIDADE – Art. 396, CPP
3 – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A) DA LEGÍTIMA DEFESA – Art. 25, CP + Art. 23, II, CP
- Absolvição sumária – Art. 397, I, CPP
B) DO CRIME IMPOSSÍVEL – Art. 17, CP
- Absolvição sumária – Art. 397, III, CPP
4 – DOS PEDIDOS
a) Nulidade da citação
b) Absolvição sumária – excludente de ilicitude
c) Absolvição sumária – atipicidade da conduta
d) Intimação das testemunhas
Encerramento
ROL DE TESTEMUNHAS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE ARAURAMA/RIO DE JANEIRO
Processo número ...
PATRICK, já qualificado nos autos acima, vem apresentar
RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base no artigo 396-A do CPP, pelos motivos
abaixo.
1 – DOS FATOS
No dia 05/03/2017, o réu estava na varanda de sua casa, quando viu o
namorado da sua sobrinha agredi-la violentamente. Por estar com a perna
enfaixada, a única maneira que o réu teve para impedir a injusta agressão
à sua sobrinha, foi a utilização de sua arma de fogo, com o objetivo de
atingir a perna do agressor.
Ao apertar o gatilho, a arma não funcionou, tendo ficado comprovado
pelo laudo, que a arma tinha total incapacidade de efetuar disparos. Ainda
assim, o Ministério Público apresentou denúncia, conforme será explicado

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adiante.
2 – PRELIMINARMENTE
A – DA NULIDADE DE CITAÇÃO
O Oficial de Justiça foi até a residência do réu por uma única vez em busca
do cumprimento do mandado de citação, e, verificando que o imóvel
estava trancado, certificou que o réu estava se ocultando e realizou a
citação por hora certa.
Entretanto, o réu não estava se ocultando, vez que estava trabalhando
embarcado, não se encontrando em sua residência quando da diligência
do Oficial de Justiça.
O artigo 362, caput, do CPP estabelece que o Oficial de Justiça somente
deverá proceder à citação por hora certa caso o réu esteja se ocultando
para não ser citado, o que não ocorreu no presente caso, sendo inválida,
portanto, a citação realizada.
Já o artigo 564, III, e, do CPP determina que a nulidade ocorre pela
ausência da regular citação.
Assim, considerando que a citação por hora certa não obedeceu os
requisitos legais, deve ser reconhecida a nulidade da citação.
B – DA TEMPESTIVIDADE
A citação do réu, ainda que nula conforme explicado no tópico anterior,
ocorreu em 27/02/2018.
O artigo 396 do CPP estabelece que o prazo para apresentação de
resposta à acusação é de 10 dias.
Assim, a presente defesa está sendo protocolada no último dia do prazo,
qual seja, 09/03/2018.
3 – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A – DA LEGÍTIMA DEFESA
Conforme já explicado anteriormente, o réu utilizou os meios
estritamente necessários para afastar a agressão injusta que a sua
sobrinha estava sofrendo de seu namorado.
O artigo 25 do CP estabelece que age em legítima defesa quem usa

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moderadamente dos meios necessários para repelir agressão injusta a
direito de outrem.
Assim, o réu foi obrigado a utilizar a sua arma de fogo pois estava com a
perna enfaixada, o que o impediu de entrar em luta corporal com o
agressor, e sua atitude foi com o objetivo de resguardar o direito da sua
sobrinha, tendo claramente agido em legítima defesa.
O artigo 397, I do CPP determina que o juiz deverá absolver sumariamente
o acusado quando existente manifesta causa excludente de ilicitude do
fato. Já o artigo 23, II, do CP estabelece que a legítima defesa é uma
excludente de ilicitude.
Desta forma, considerando que o réu agiu em legítima defesa, que é uma
excludente de ilicitude, deve ser absolvido sumariamente.
B – DO CRIME IMPOSSÍVEL
O laudo pericial realizado na arma utilizada pelo réu comprovou de forma
inequívoca, que a referida arma era totalmente incapaz de efetuar
disparos.
Assim, estamos diante de um crime impossível, vez que o artigo 17 do CP
determina que nos casos de ineficácia absoluta do meio, sendo impossível
consumar o crime, não se pune a tentativa.
No presente caso, considerando que a arma utilizada era totalmente
incapaz de efetuar disparos, ocorreu a ineficácia absoluta do meio, não
podendo o réu responder pela tentativa, considerando a existência de
crime impossível.
Portanto, considerando que o artigo 397, III do CPP estabelece que o juiz
deverá absolver o réu quando o fato narrado não constituir crime, e
considerando que no presente caso se trata de crime impossível, deve o
réu ser absolvido sumariamente.
4 – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
a) Seja reconhecida a nulidade da citação por hora certa;
b) A absolvição sumária do réu, considerando a excludente de ilicitude

Material licenciado para MANOEL LUIZ DA SILVA - CPF 00033446814. Proibida a reprodução, sujeito à responsabilização.
de legítima defesa;
c) A absolvição sumária do réu, considerando a atipicidade da
conduta, considerando o crime impossível;
d) Não sendo esse o entendimento, requer a intimação das
testemunhas abaixo arroladas.
Termos em que, pede deferimento.
Local, 09/03/2018, Advogado, OAB

ROL DE TESTEMUNHAS
Maria, qualificação ...
José, qualificação ...
Natália, qualificação ...

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