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TRT14 2022
PROFESSOR ROBNEI STEFANES @robnei
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA TRT14 2022 – PROF. ROBNEI STEFANES
11.2. PROIBIÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO - condutas vedadas ao servidor público + penalidades aplicáveis:
► ADVERTÊNCIA:
1. Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
2. Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;
3. Recusar fé a documentos públicos;
4. Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;
5. Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
6. Cometer a pessoas estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja
de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
7. Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido
político;
8. Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o
SEGUNDO GRAU civil;
9. Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado;
► SUSPENSÃO ou DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO:
10. Reincidência do cometimento de infrações disciplinares passíveis de advertência;
11. Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e
transitórias;
12. Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de
trabalho;
13. Recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos
da penalidade uma vez cumprida a determinação;
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11.3. ACUMULAÇÃO
• Vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, ressalvados os casos previstos na Constituição.
o Vedação existe quando os cargos forem remunerados;
o Exceção existe apenas para acumulação de dois cargos, comprovada a compatibilidade de horário.
- APLICA-SE A PROIBIÇÃO DE ACUMULAÇÃO:
• Para cargos, empregos e funções públicas;
• Em autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista;
• Na União, no Distrito Federal, nos Estados, nos Territórios e nos Municípios.
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a) ADVERTÊNCIA
• Aplicada por escrito a servidor efetivo ou em comissão;
• Punição de natureza leve, aplicada aos casos em que não justifique penalidade mais grave;
• Aplicada pela autoridade competente (chefe da repartição ou autoridade prevista no regulamento);
• Ficará no banco de dados do servidor (cancelada após 3 anos de efetivo exercício, se o servidor não houver,
nesse período, praticado nova infração disciplinar).
o Cancelamento da penalidade não terá efeitos retroativos.
b) SUSPENSÃO
• Aplicada na reincidência dos casos nos quais foi aplicada a advertência e violações que não justifiquem
demissão, configurada como punição de natureza média;
• Suspensão de no máximo 90 dias e não fará jus à remuneração;
• Aplicada, apenas para servidor efetivo, pela autoridade competente:
o Até 30 dias: chefe de repartição ou autoridade prevista no regulamento;
o Mais de 30 dias: autoridade de hierarquia imediatamente inferior à que aplica a demissão.
• Suspensão poderá ser convertida em multa (50% por dia de vencimento ou remuneração):
o Conversão pode ocorrer quando houver conveniência para o serviço (ato discricionário);
o Servidor fica obrigado a permanecer no serviço;
o Multa não é um dos tipos de penalidades (somente ocorrerá na conversão da suspensão).
• Tempo de suspensão não será computado como tempo de serviço;
• Ficará no banco de dados do servidor (cancelada após 5 anos de efetivo exercício, se o servidor não houver,
nesse período, praticado nova infração disciplinar).
o Cancelamento da penalidade não terá efeitos retroativos.
ATENÇÃO!!!
Suspensão de ATÉ 15 dias: servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada
por autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
c) DEMISSÃO
• Servidor perde o vínculo com a Administração Pública, decorrente da punição de natureza grave;
• Aplicada ao servidor efetivo, após regular processo administrativo disciplinar;
• Aplicada pela autoridade competente:
o Presidente da República;
▪ STF: pode delegar aos Ministros.
o Presidentes das Casas Legislativas;
o Presidentes dos Tribunais Federais;
o Procurador-Geral da República.
• NÃO será cancelada do banco de dados;
• Em conjunto com a demissão poderá ser aplicado, sem prejuízo da ação penal:
o Incompatibilidade de retorno ao serviço público federal por 5 anos;
o Vedado o retorno ao serviço público federal;
o Indisponibilidade dos bens;
o Ressarcimento ao erário.
• Demissão é ato vinculado quando a conduta se enquadrar nos casos previstos em lei.
d) CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE
• Pena aplicada ao:
o Inativo, se tiver cometido, quando estava em atividade, falta punível com a demissão.
e) DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO
• Pena aplicada a:
o Não ocupantes de cargo efetivo;
o Situações de suspensão e de demissão.
• Se o servidor tiver sido exonerado e, posteriormente, constatada a hipótese desta penalidade:
o A exoneração será convertida em destituição de cargo em comissão.
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• Aplicação também aos casos específicos de demissão, sem prejuízo da ação penal:
o Incompatibilidade de retorno ao serviço público federal por 5 anos;
o Vedado o retorno ao serviço público federal;
o Indisponibilidade dos bens;
o Ressarcimento ao erário.
ATENÇÃO!!!
Não são penalidades:
• Multa - aplicada apenas quando for convertida a penalidade de suspensão;
• Afastamento Preliminar - medida cautelar que afasta o servidor, pelo prazo de 60 dias - prorrogável uma única
vez, para que ele não influencie na apuração das irregularidades.
11.6. PRESCRIÇÃO
• Poder público perde a sua capacidade de punir, após transcorrido o prazo previsto em lei;
• A ação disciplinar prescreverá em:
INFRAÇÕES PUNÍVEIS (com:) PRAZO PRESCRICIONAL
Demissão
Cassação de aposentadoria ou disponibilidade 5 anos
Destituição de cargo em comissão
Suspensão 2 anos
Advertência 180 dias
Infrações tipificadas como crime ou contravenção Prazo da lei penal
• O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido;
o Trata-se do conhecimento do fato, e não da ocorrência dele.
• Interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente:
o Abertura de sindicância ou instauração de processo disciplinar;
o Não é suspensão do prazo;
o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a contar:
▪ Do zero; e
▪ A partir do dia em que cessar a interrupção.
o STJ e STF: os prazos prescricionais:
▪ Interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido;
▪ Voltam a fluir por inteiro, após decorrido 140 dias desde a interrupção (ou seja, após 140 dias,
se não houver sido concluída a apuração, será retomada a contagem da prescrição, ainda que
esteja em curso).
ATENÇÃO!!!
Lei nº 8.112/90: Uma vez extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato
nos assentamentos funcionais do servidor (art. 170).
STF: Trata-se de disposição inconstitucional, uma vez que extinta a punibilidade por prescrição, não há espaço para
imposição de punição administrativo-disciplinar. Entende-se que a anotação da ocorrência violaria o princípio da
presunção da inocência.
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11.7. RESPONSABILIDADES
• Pode o servidor, por falta disciplinar, responder nas esferas CIVIL, PENAL e ADMINISTRATIVA;
• Sanções penais, civis e administrativas são independentes, mas podem ser acumuladas.
o Decorre do princípio da independência das instâncias, que carrega exceções.
a) RESPONSABILIDADE CIVIL
• Trata-se da ocorrência de dano e do seu respectivo ressarcimento;
• Prática de:
o Ato omissivo ou comissivo;
o Doloso ou culposo;
o Resulte prejuízo ao erário ou a terceiros (prejuízo material).
• Responsabilidade civil do:
o Agente público - é do tipo subjetiva (deverá ser provado que houve culpa ou dolo do servidor);
o Estado - é tipo objetiva (responderá pelos danos dos seus agentes independente de dolo ou culpa).
• Servidor causa dano à Administração: servidor é responsabilizado diretamente por ela;
• Servidor causa dano a terceiros: Administração ressarcirá o dano causado pelo servidor, e o servidor responderá
perante a Fazenda Pública, por meio da ação de regresso.
ATENÇÃO!!!
O Estado poderá impetrar Ação de Regresso, que é imprescritível.
• Indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário:
o Servidor deverá devolver os valores causados pelo dano, inclusive com bens;
o Na falta de bens que assegurem a execução do débito pela via judicial, somente será liquidada no prazo
máximo de 30 dias, podendo ser parcelado, a pedido do interessado.
• A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da
herança recebida.
b) RESPONSABILIDADE PENAL
• Trata-se da aplicação das sanções penais;
• Prática de infrações funcionais que ao mesmo tempo são crimes ou contravenções;
• Responde o servidor que cometer crime ou contravenção nessa qualidade.
c) RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
• Trata-se da prática de ilícitos administrativos;
• Prática de infrações funcionais previstas em leis administrativas;
• Responsabilidade civil-administrativa resulta de:
o Ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.
• A administração é que apurará as irregularidades cometidas por seus servidores (na esfera administrativa).
o São 2 as formas de verificação da responsabilidade administrativa:
▪ Sindicância; e
▪ Processo Administrativo Disciplinar.
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ATENÇÃO!!!
As decisões na esfera penal possuem uma força maior (por ser mais ampla e detalhada)!
• Sentença penal reconhece o crime → a Administração estará vinculada às conclusões;
o Administração deve levar em conta a decisão penal.
• Sentença de ABSOLVIÇÃO reconhecendo a inocência (não é o autor) ou que o fato não existiu → afastado o
julgamento nas outras esferas;
o Administração deve afastar as apurações/decisões nas outras esferas.
• Sentença de ABSOLVIÇÃO por falta de provas → não vincula/não influencia a decisão administrativa.
o Administração pode continuar com as suas apurações, inclusive imputando a punição que for julgada
adequada.
STF: Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do
servidor público.
Lei nº 8.112/90: Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração
de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência
do exercício de cargo, emprego ou função pública.