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RESPOSTA À ACUSAÇÃO,
I. DOS FATOS
Patrick, a arma não funcionou, mas o barulho da arma de fogo causou temor em
Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia para narrar à conduta de
Patrick. Após meses de investigações, o inquérito foi concluído, e o Ministério
Público ofereceu denúncia, perante o juízo competente, em face de Patrick como
incurso nas sanções penais do Art. 129, § 1º, inciso III, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos
do Código Penal.
II. DO DIREITO
Premilinarmente
III- DO MÉRITO
Analisados os fatos, conclui-se que o réu deve ser absolvido sumariamente, com
fundamento no art. 397, III, do Código de Processo Penal. Isso porque, em razão do
Sandra Mara Dobjenski
Ademais, ainda que se entenda pela tipicidade material, o denunciado deve ser
absolvido (Art. 397, I) que pressupõe que a existência manifesta de causa
excludente da ilicitude do fato; pois agiu amparado por causa de exclusão da
ilicitude – estado de necessidade, do art. 24 do Código Penal o qual considera como
o agente em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.. Como a
agressão se deu para a sua sobrevivência e de terceiro ofendido, tratam-se de
hipótese de legítima defesa. Para tanto, A respeitável denúncia não merece
prosperar, pois a ré agiu em legítima defesa, onde não se poderia esperar
comportamento diverso, causa esta excludente de antijuricidade, conforme
prescreve os artigos 23, II, que dispõe que o agente cometeu o delito em legítima
defesa e 25 que compreende a legítima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem, do Código Penal. Patrick agiu para proteger direito de terceiro (sua
sobrinha) e para repelir injusta agressão, já que Lauro estava agredindo Natália de
maneira relevante e exagerada em razão de ciúmes. Os meios utilizados foram
moderados e necessários, já que Patrick encontrava-se imobilizado na perna e no
braço, impedindo que entrasse em luta corporal sem utilizar outro meio que não à
arma de fogo. Ademais, Patrick não pretendia matar Lauro, mas apenas lesionar.
Ainda de acordo com o Art. 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o delito. Trata-se de aplicação do instituto do crime impossível, onde
se valoriza mais a vertente objetiva em detrimento da subjetiva. No crime impossível,
o agente age com dolo na prática do crime e efetivamente este não se consuma por
circunstâncias alheias à sua vontade.
Sandra Mara Dobjenski
Todavia, a tentativa não é punida pelo fato de ser impossível a consumação, logo o
bem jurídico não seria colocado em risco suficiente para justificar a intervenção do
Direito Penal, visto que a arma era totalmente incapaz de efetuar disparos, conforme
consta do laudo pericial acostado, logo houve ineficácia absoluta do meio utilizado,
impedindo a punição da tentativa.
Diante do exposto, requer a absolvição sumária do réu, com fundamento no art. 397,
inciso III, ou no art. 397, I, do Código de Processo Penal, em virtude da atipicidade
material pelo princípio da insignificância ou da exclusão da ilicitude pelo
reconhecimento do estado de necessidade, bem como se requer a nulidade da ação
com fulcro no Art. 570 CPP. Por derradeiro, caso os pedidos não sejam acolhidos,
pede a intimação das testemunhas ao final arroladas.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Advogado,
OAB/Nº.
Rol de Testemunhas:
1. José, endereço…
2. Maria, endereço…
3. Natália, endereço…