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Sandra Mara Dobjenski

DIREITO PENAL – MODALIDADES DE ERRO

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) (excluí o dolo mais permite a punição por culpa)
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (ERRO DE TIPO
PERMISSIVO) (INCIDE SOMENTE SOBRE A SITUAÇÃO FÁTICA) (AGENTE QUE
IMAGINOU UMA REALIDADE QUE SE FOSSE VERDADEIRA ATÉ
CARACTERIZARIA UMA EXCLUDENTE DE ILICITUDE) (O AGENTE NÃO
RESPONDE POR NADA SE SEU ERRO FOR PLENAMENTE JUSTIFICÁVEL
PELAS CIRCUNSTÂNCIAS O ELE RESPONDE A TÍTULO DE CULPA SE
HOUVER PREVISÃO LEGAL)

Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de
pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão
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as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável (o erro de proibição não é
sinônimo de desconhecimento da lei) (desconhecimento da lei no DP é uma
circunstância atenuante). O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de
pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite


sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias,
ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Erro na execução
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o
agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa,
responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao
disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa
que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
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Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (se a pessoa atingir
as duas pessoas = concurso formal) Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso,
de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se
a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela
regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Resultado diverso do pretendido
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na
execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde
por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado
pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

*Descriminante putativa = imaginária – erro sobre uma descriminante – excludente


de ilicitude imaginária – encontra- se somente na cabeça do agente – existindo um
erro que pode ser de tipo ou de proibição.
Duas principais modalidades de erro:
1. Erro de tipo essencial – art. 20 CP caput
2. Erro de proibição – art. 21 CP
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*Erro desculpável = escusável - O agente não podia evitar o erro. Erro


plenamente justificável pelas circunstâncias. A pessoa não age com culpa,
teria errado de qualquer forma. Exclui dolo e culpa
*Erro inescusável = vencível - o agente não agindo com a cautela necessária e
esperada, acaba atuando abruptamente cometendo o crime que poderia ter
sido evitado -não merecendo desculpas. Neste caso, não haverá isenção de pena,
mas redução nos moldes do artigo 21 do CP, de um sexto a um terço. (existe culpa)
(inobservância do dever de cuidado). Se a pessoa fosse mais cuidadosa poderia ter
vencido. Agente responde por crime culposo se houver previsão legal.
Ex.: Maria saiu rápido de um restaurante pegando a bolsa errada (levando a bolsa
de outra pessoa) Maria incidiu em erro de tipo – errou sobre um elemento
constitutivo do tipo legal do crime (elementar) (subtrair coisa alheia móvel) – ainda
que Maria tenha agido com culpa, o furto não possui modalidade culposa – nesse
caso não responde por nada.
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Ex.: Carlos conheceu Jéssica uma menina de 13 anos em uma boate a noite, ela
disse a ele que fazia faculdade – Carlos tem todos os indícios para acreditar que ela
tenha uns 19 anos – pois ela aparenta ter essa idade – ele pratica ato libidinoso com
Jéssica acreditando que ela tem 19 anos – Carlos errou num elemento constitutivo
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do crime - ele possui uma falsa percepção da realidade – nesse caso Carlos não
responderá por nada. (atipicidade da conduta)

*Pessoa vem de Portugal e vê diversas pessoas usando drogas no carnaval


brasileiro, fato que a induz acreditar que ela pode usar também – faz uso da droga –
erro de proibição – ela sabe que é droga, mas acredita que pode usar – ela acredita
que no Brasil também é permitido o uso de drogas.
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*A diferença entre o erro de tipo e de proibição – é que no erro de tipo a pessoa


possui uma falsa percepção da realidade fática – ela se equivoca sobre uma
elementar do crime – (a pessoa que esta usando droga não sabe que aquela
substância é droga) (se ela usa acreditando que pode esse é um erro de proibição) –
no erro de proibição a pessoa não sabe que a conduta é proibida. O erro de tipo é
tratado na tipicidade o erro de proibição é tratado na culpabilidade.
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*Erro de tipo acidental – erro sobre a pessoa – a pessoa responde como se ela
tivesse praticado um crime contra quem ela queria atingir – Regina responderá como
se ela tivesse matado o próprio filho – respondendo por infanticídio.

GABARITO: LETRA B
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GABARITO: LETRA C
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Ex.: pessoa que erra na mira


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*ocorreu erro na execução – Pedro responde como se tivesse atingido o jovem que
ele queria matar – o homicídio é doloso.
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GABARITO: LETRA B

*Wellington confundiu uma pessoa com a outra – erro sobre a pessoa – ele
responde como se tivesse atingido quem ele quisesse atingir.
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GABARITO: LETRA C

*Erro na execução com resultado duplo – concurso de crimes – uma só conduta –


concurso formal – Pedro responde pelo crime que ele efetivamente queria praticar –
homicídio doloso contra Paulo em relação a outra pessoa o homicídio é culposo.

GABARITO: LETRA B
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*ART. 74 ERRO VARIA DE PRSSOA PARA COISA OU DE COISA PARA PESSOA.


*No exemplo o agente errou uma coisa e atingiu uma pessoa – se o agente quer
amassar o carro, joga uma pedra, amassa o carro mas também atinge uma pessoa
– dois crimes em concurso formal – dolo e a lesão corporal culposa – o agente
reponde pelos dois. Se ele tivesse atingido o carro culposamente não haveria dano,
pois não existe dano na modalidade culposa.

*Resultado diverso do pretendido – a pessoa pode responder por culpa – queria


atingir o carro e atingiu uma pessoa – lesão corporal culposa – existiu o dano.
*Se o agente queria o dano, jogou a pedra e causou lesão corporal – agente
responde pelos dois crimes – dano possui modalidade dolosa – responde pelo dano
doloso e pela lesão corporal culposa.
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DISCRIMINANTE Causas excludentes de ilicitude (causas justificantes) PUTATIVA


(imaginárias) – o fato de serem meramente imaginárias já demonstra que o agente
está em erro.

*Erro pode incidir:


1. Sobre a situação fática, ou seja, sobre os pressupostos fáticos;
2. Existência de excludente de ilicitude;
3. Limites da excludente de ilicitude.
Ex.: Sujeito matou o próprio filho – ele estava de madrugada em casa, escutou um
barulho, chegou na janela da casa dele e viu um vulto pulando o muro, o agente
atirou e matou – na cabeça dele tinha alguém invadindo a sua casa – o erro do
agente foi sobre a situação fática – situação legítima, entretanto se ele erra sobre a
existência de uma descriminante – erro de tipo permissivo.
* o agente sofre uma traição e em virtude dessa traição acha que pode matar em
legítima defesa da honra – o erro é sobre a existência de uma excludente de ilicitude
– ele acha que existe uma excludente, entretanto esta não existe – erro sobre a
existência.
* o agente ainda pode errar na circunstância do excesso – começa atuar por uma
excludente – alguém está agredindo ele, ele agride de volta – reage a agressão –
amparado por uma excludente de ilicitude – mas acha que pode ir até o fim e matar
a pessoa, só porque ela começou a agredi-lo – erro sobre os limites.
*ERRO SOBRE A EXISTÊNCIA OU SOBRE OS LIMITES – ERRO DE PROIBIÇÃO
INDIRETO.
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*erro de tipo indireto sempre envolve excludente de ilicitude. O agente, acha que sua
conduta é permitida ou porque acha estar amparado por uma excludente de ilicitude.
*Se o agente erra sobre a realidade fática – acreditando estar ocorrendo uma
situação, mas na verdade esta ocorrendo outra – erro de tipo permissivo.
* a descriminante putativa, é tratada como modalidade de erro e poderá afastar o
conceito de crime.

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