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Exercício 10 – Simulado 05

Pedido do professor 06/04/2023

Entrega do aluno 09/04/2023

Correção do professor 13/04/2023

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL

João é investigado pelo suposto assassinato de seu desafeto, Marco, tendo desferido-lhe 18 tiros pelas
costas. Durante as investigações, a autoridade policial deixou de solicitar a realização do exame de corpo
de delito nos materiais apreendidos na cena do crime, liberando, desde logo, o corpo da vítima para a
família, que desejava efetivar o último ato de vontade do falecido: o de ser cremado.

Finalizadas as diligências e o inquérito policial que apurou o ocorrido, os autos foram encaminhados ao
MInistério Público que ofereceu denúncia em face de João, como incurso no art. 121, §2º, IV do CP. A
denúncia foi recebida e a audiência de instrução e julgamento foi designada para 6/2/2023, não tendo sido
a defesa intimada.

Na data e hora designadas, compareceu o representante do parquet, João o juiz e os serventuários da


justiça. Durante a audiência, o magistrado inquiriu as testemunhas arroladas pela acusação e defesa,
respectivamente, e, na sequência, procedeu ao interrogatório do acusado. Ao final dos debates, o
magistrado proferiu decisão de pronúncia, afirmando que: “a materialidade restou devidamente
demonstrada pelo depoimento das testemunhas que viram João disparar 18 tiros contra Marco, e, diante
da frieza dos atos praticados pelo réu, a decisão de pronúncia é medida que se impõe, devendo ele pagar
pelos atos cometidos.”

Diante da decisão de pronúncia, a família de João procura você informando o ocorrido. Em 27/2/2023
(segunda-feira) você é intimado da decisão de pronúncia, pelo Diário Oficial.

Na qualidade de advogado, adote as medidas cabíveis em favor de João, datando-a do último dia de prazo.
Questão 01

No curso do inquérito policial em que Alexandre era investigado pelo crime de homicídio doloso
consumado que vitimou Guilherme, o Delegado de Polícia representou ao juízo competente pelo incidente
de insanidade mental, cujo laudo afirmou que a doença mental de Alexandre sobreveio à infração.

Diante da informação, os autos foram remetidos ao Ministério Público que denunciou Alexandre pela
prática do crime previsto no art. 121 do CP, arrolando como testemunha Roberta, cliente que estava no bar
no momento dos fatos, Laércio, garçom que trabalhava no estabelecimento naquele dia, Rui, que estava no
caixa e Ana, gerente do bar.

Ao ser ouvida em juízo, Roberta declarou que Alexandre tinha traços semelhantes àqueles da pessoa que
efetuou o disparo de arma de fogo, mas não poderia afirmar com certeza a autoria. No mesmo sentido foi
o depoimento de Laércio. Rui e Ana disseram não ter condições de reconhecer o réu. Alexandre, por sua
vez, sempre negou a autoria do homicídio.

Considerando o caso narrado responda:

A) Qual tese de direito processual a defesa de Alexandre deve alegar em sede de memoriais para que o
processo não tenha prosseguimento?

B) Caso o laudo de insanidade tivesse atestado que Alexandre era inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito dos fatos à época do crime e essa fosse a única tese de defesa, qual decisão o juiz deveria
tomar ao fim da instrução? Fundamente.

Questão 02

Fábio foi preso em flagrante, logo após a prática de um crime de furto qualificado, pelo rompimento de
obstáculo. No interior da Delegacia, em conversa informal com a autoridade policial, Fábio confessou a
prática delitiva, fato que foi registrado em gravação de áudio no aparelho celular pessoal do Delegado.

O Ministério Público ofereceu denúncia em Face de Fábio, pelo cometimento do crime previsto no art. 155,
§ 4º, I do CP, sendo juntado, já no início da ação penal, o áudio da confissão informal encaminhado pela
autoridade policial.

Ouvido em juízo, Fábio exerceu seu direito ao silêncio. Ao final do processo, Fábio foi condenado
exclusivamente com base no áudio juntado aos autos, à pena de 2 anos.
Com base nas informações narradas responda:

A) Está correta a decisão do juiz? Por quê?


B) Qual tese de direito processual pode ser alegada pela defesa para alterar a capitulação jurídica do
delito imputado à Fábio?

Questão 03

Policiais militares, ao avistarem Romualdo roubar um carro no município de Jandaia do Sul (PR), passaram
a persegui-lo logo após a subtração, o que se deu ininterruptamente durante 28 (vinte e oito) horas. Por
terem perdido de vista Romualdo quando estavam prestes a ingressar no município de Cambira (PR), os
policiais militares se dirigiram à Delegacia de Polícia de Jandaia do Sul para confecção do Boletim de
Ocorrência.

Antes que fosse finalizado o Boletim de Ocorrência, a Delegacia Policial de Jandaia do Sul recebeu uma
ligação telefônica do lesado (Clodomiro), informando que Romualdo, na posse do carro roubado, estava
sentado numa mesa de bar naquele município tomando cerveja. Os policiais militares e os policiais da
Distrital se deslocaram até o referido bar, encontrando Romualdo como descrito no telefonema, apenas de
chinelo e bermuda, portando uma carteira de identidade e a quantia de R$ 50,00 reais. Nada mais foi
encontrado com Romualdo, que negou a autoria do crime.

Romualdo foi preso em flagrante delito e lavrado o respectivo auto pelo Delegado de Polícia, cujo
despacho que determinou o recolhimento à prisão do indiciado teve como fundamento a situação de
quase-flagrante, já que a diligência não havia sido encerrada e nem encerrado o Boletim de Ocorrência.

Procurado pela família de Romualdo na qualidade de advogado, responda às seguintes indagações:

A) Qual medida processual diferente de habeas corpus deverá ser adotada em favor de Romualdo quanto
a sua prisão em flagrante?
B) Qual a tese de direito processual deverá ser sustentada pela defesa de Romualdo?

Questão 04

José, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pela prática do crime de receptação simples. Após
ser certificado que o denunciado estava em local incerto e não sabido, foi publicado edital com objetivo de
citá-lo. Mesmo após passado o prazo do edital, José não compareceu em juízo nem constituiu advogado.

O magistrado, informado sobre o fato, determinou a suspensão do processo e do curso do prazo


prescricional. Na mesma decisão, decretou a prisão preventiva de José, exatamente por ele não ter sido
localizado para citação, além da produção de duas provas, antecipadamente: oitiva de Maria, senhora de
90 anos de idade, que se encontrava internada e com risco de falecer, e da vítima, Bruno, jovem de 22
anos, sob o fundamento de que o decurso do tempo poderia prejudicar essa oitiva e gerar esquecimento.
José, dez dias após a decisão, veio a tomar conhecimento dos fatos e entrou em contato com seu
advogado.

Considerando os fatos narrados responda:

A) Foi correta a decisão do magistrado ao decretar a prisão preventiva? Fundamente.


B) O juiz poderia ter determinado a produção antecipada das provas na forma como foi feita nesse caso?
Justifique

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