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CASOS

Caso 1 - Aristóteles, juiz de uma vara criminal da justiça comum, profere


sentença em processo-crime cuja competência era da Justiça Militar. Com base
em tal afirmativa, pode-se dizer que a não observância de Aristóteles sobre à
matriz legal.
De acordo com o disposto no artigo 564, CPP, I, ocorrerá a nulidade absoluta do ato
pois houve incompetência do juiz em razão da matéria.

Caso 2 - Considere que determinado juiz titular da justiça eleitoral de uma


comarca do estado de Mato Grosso, regularmente investido na função, sem dolo,
tenha prolatado sentença em processo de competência do tribunal do júri. Nessa
situação hipotética, o ato praticado pelo juiz configura alguma nulidade?
Apesar de ser investido de jurisdição, o Magistrado Eleitoral não dispõe de
competência (medida de jurisdição) para julgar processos submetidos ao procedimento
do Tribunal do Júri. Assim, a conclusão obtida é de que o ato praticado pelo Juiz está
eivado por nulidade absoluta.

Caso 3 - Fábio foi denunciado pela prática de furto simples e o Juiz rejeitou de
plano a peça inaugural da persecutio criminis, entendendo, in casu, que se aplica
o princípio da insignificância. Houve interposição de recurso pelo Ministério
Público. O Juiz de primeiro grau nomeou defensor dativo ao recorrido para
contrarrazoar o recurso. O réu não foi citado da ação penal interposta, devido ao
fato de ter sido a Denúncia rejeitada. Diante do texto e do que dispõe o
entendimento sumulado pelo STF
De acordo com a Súmula 707 do STF, constitui nulidade a falta de intimação do
Denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso Interposto da rejeição da
Denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.

Caso 4 - O prefeito do Município de Canto Maior, juntamente com o juiz estadual


e o promotor de justiça, todos da mesma comarca (Art. 77, inciso I, do CPP),
cometeu um crime contra a administração pública federal - interesse da União -,
delito que não era de menor potencial ofensivo e nem cabia, objetivamente,
qualquer medida penal consensual. Todos foram denunciados pelo Ministério
Público federal perante a 1ª Vara Criminal da Justiça Federal da correspondente
Seção Judiciária.Recebida a denúncia, a fase probatória da instrução criminal foi
encerrada, sendo que o Dr. João Santos, que era advogado em comum aos réus
(inexistência de colidência de defesas), faleceu, tendo os acusados constituído
um novo advogado para apresentar memoriais (Art. 403, § 3º, do CPP) e
prosseguir em suas defesas.
Nessa fase de alegações finais, somente há uma matéria de mérito a ser
defendida em relação a todos os réus, que é a negativa de autoria. Todavia, antes
de adentrar ao mérito, existe uma questão preliminar processual a ser suscitada,
relativa à competência, e consequente arguição de nulidade.
O processo é nulo, por ser o juízo absolutamente incompetente. Em relação ao
Prefeito do Município de Canto Feliz, o processo deverá ser remetido a uma das
Turmas do Tribunal Regional Federal da respectiva Seção Judiciária, sendo reiniciado
a partir do recebimento da denúncia. Em relação ao Juiz estadual e ao Promotor de
Justiça, há nulidade por vício de incompetência absoluta, com a necessidade de
desmembramento do processo, devendo ser reiniciado para ambos a partir do
recebimento da denúncia, sendo de competência do Tribunal de Justiça do respectivo
Estado da Federação.

Caso 5 - O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Tiago e Talles,


imputando-lhes a prática do crime de sequestro qualificado, arrolando como
testemunhas de acusação a vítima, pessoas que presenciaram o fato, os policiais
responsáveis pela prisão em flagrante, além da esposa do acusado Tiago, que
teria conhecimento sobre o ocorrido. Na audiência de instrução e julgamento, por
ter sido arrolada como testemunha de acusação, Rosa, esposa de Tiago,
compareceu, mas demonstrou que não tinha interesse em prestar declarações. O
Ministério Público insistiu na sua oitiva, mesmo com outras testemunhas tendo
conhecimento sobre os fatos. Temendo pelas consequências, já que foi prestado
o compromisso de dizer a verdade perante o magistrado, Rosa disse o que tinha
conhecimento, mesmo contra sua vontade, o que veio a prejudicar seu marido.
Por ocasião dos interrogatórios, Tiago, que seria interrogado por último, foi
retirado da sala de audiência enquanto o corréu prestava suas declarações,
apesar de seu advogado ter participado do ato. Com base nas previsões do
Código de Processo Penal, considerando apenas as informações narradas, faça a
análise.
Não teria direito de anular a instrução probatória com base na sua ausência no
interrogatório de Talles, mas deveria questionar a oitiva de Rosa como testemunha, já
que ela poderia se recusar a prestar declarações.
Lei 3.689/41 (CPP)
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão,
entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o
cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado,
salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato
e de suas circunstâncias.
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente.

Caso 6 - Em uma mesma rua da cidade de Palmas, em dois imóveis diversos,


moram Roberto e Mário. Roberto foi indiciado pela prática do crime de
estelionato, razão pela qual o magistrado deferiu requerimento do Ministério
Público de busca e apreensão de documentos em sua residência, sem
estabelecer o horário em que deveria ser realizada. Diante da ordem judicial, a
Polícia Civil compareceu à sua residência, às 04h da madrugada para
cumprimento do mandado e ingressou no imóvel, sem autorização do indiciado,
para cumprir a busca e apreensão. Após a diligência, quando deixavam o imóvel,
policiais receberam informações concretas de popular, devidamente identificado,
de que Mário guardava drogas para facção criminosa em seu imóvel e, para
comprovar o alegado, o popular ainda apresentou fotografias. Diante disso, os
policiais ingressaram na residência de Mário, sem autorização deste, onde, de
fato, apreenderam 1 kg de drogas. Sobre as diligências realizadas, com base na
situação narrada faça a análise.
Na residência de Roberto foi inválida, pois o cumprimento de mandado de busca
domiciliar somente poderá ocorrer durante o dia, salvo se o morador consentir que se
realize à noite, o que não ocorreu, nos termos do art. 245 do CPP.
A diligência na residência de Mário foi válida, sendo situação de flagrante delito (por
se tratar de crime permanente, há situação de flagrância enquanto perdurar a conduta
criminosa), desta forma havendo a autorização da diligência mesmo na ausência de
mandado judicial, nos termos do art. 302, I do CPP, c/c art. 5º, XI da CF/88.

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