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PROCESSO 

PENAL  APLICADO  CCJ0041

Semana Aula: 1 TEORIA GERAL DA PROVA

Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências agrupadas em


região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que perambulava pelas redondezas. Após
alguns solavancos e tortura físicopsicológica, o suspeito, de apelido Alfredinho, acabou por
admitir a autoria de alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado mediante sevícia
consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa moradora. Além de admitir a
autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado Chumbinho, que foi logo localizado e
indiciado no inquérito policial instaurado. A vítima do roubo, na delegacia, reconheceu os
meliantes, notadamente Chumbinho como aquele que mais a agrediu, apesar de ter ele
mudado o corte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. Deflagrada a ação penal, o
advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o propósito de trancar a persecução
criminal, ao argumento de ilicitude da prova de autoria. Solucione a questão,
fundamentadamente, com referência necessária aos princípios constitucionais pertinentes.

A confissão que a polícia conseguiu de Alfredinho foi feita através de tortura e meios cruéis e,
por isso, não é válida. A Constituição Federal veta, expressamente, a adoção de tortura
enquanto prática institucional (uma vez que um de seus basilares é a dignidade da pessoa
humana), além de ser crime inafiançável. As provas colhidas contra Alfredinho, bem como
todas as outras que dela advém, são provas adquiridas por meio ilícito, e o processo não pode
ser instaurado com base nelas. Ou seja, há violação da dignidade da pessoa humana, do devido
processo legal e do contraditório e ampla defesa. O advogado impetrou o habeas corpus
baseado no Princípio da Vedação das Provas Ilícitas: Significa que a parte não pode produzir
provas não autorizadas pelo ordenamento jurídico ou que não respeitem as formalidades
previstas para a sua formação art 5º LVI CF.

(OAB FGV 2010.2) Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando-lhe
sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia contra Joaquim,
imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou duas
testemunhas que presenciaram o fato. A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas
que também presenciaram o fato. Na audiência de instrução, as testemunhas de defesa
afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que, por sua vez,
agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as testemunhas de acusação disseram
que não viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro. Nas alegações orais, o Ministério
Público pediu a condenação do réu, sustentando que a legítima defesa não havia ficado
provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo agira em legítima defesa.
No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia fundada dúvida sobre se
Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa. Considerando tal narrativa, assinale a
afirmativa correta.

(A) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se
convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
(B) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se
convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.

(C) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em
dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu.

D) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a


sentença. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance para
dirimir dúvidas, sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada.

PROCESSO PENAL  APLICADO  CCJ0041

Semana Aula: 2 TEORIA GERAL DA PROVA II

Aplicação: articulação teoria e prática

O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta própria
estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, admitiu Maria
ao Vigário que garotas de programa atendem clientes para satisfazer seus diversos desejos
sexuais mediante o pagamento de entrada no valor de R$100,00 no estabelecimento, e o valor
de R$500,00 para a atendente. Maria, efetivamente, responde a processo crime onde lhe foi
imputada a conduta descrita no art. 229 do CP. O Ministério Público arrolou o Padre José
Roberto como testemunha da acusação e pretende ouvilo na AIJ, já que tratase de testemunha
com alto grau de idoneidade. Perguntase:

Pode o magistrado obrigar o Padre a depor em juízo, sob pena de cometer o crime do art. 342
do CP? O magistrado não pode obrigar o padre a depor, tendo em vista que o mesmo
encontra-se descrito no rol do art. 207 1° parte do CPP. Das pessoas proibidas de depor por
exercer ministério. A prova produzida neste caso seria ilegítima pois feriria direito processual,
portanto não seria válida

A prova produzida em juízo nesse caso seria considerada válida?

O padre também se encontra no rol das pessoas proibidas de depor, mas caso seja
desobrigado queira pode depor de acordo com o art.207 2° parte e a prova seria
perfeitamente válida.

Exercício Suplementar (Ministério Público BA/2010) À luz do Código de Processo Penal, devese
afirmar que:

a) A prova testemunhal não pode suprir a falta do exame de corpo de delito, ainda que
tenham desaparecidos os vestígios do crime;

b) A confissão será indivisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do Juiz de


Direito, fundado no exame das provas em conjunto;
c) O ofendido não deve ser comunicado da sentença e respectivos acórdãos que a
mantenham ou modifiquem;

d) As pessoas proibidas de depor em razão da profissão, poderão fazêlo se, desobrigadas


pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho; neste caso, porém, não deverão
prestar compromisso legal;

e) Todas as afirmativas estão incorreta

PROCESSO PENAL  APLICADO  CCJ0041

Semana Aula: 3 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS JURISDICIONAIS

Aplicação: articulação teoria e prática O MP ofereceu denúncia contra Caio por, em tese, o
mesmo ter subtraído o aparelho de telefone celular de Maria, na Av. Rio Branco, na altura do
nº 23, pugnando pela condenação do acusado nas penas do art. 155, inciso II do CP (furto
qualificado pela destreza). No entanto, ao longo da instrução probatória, nas declarações
prestadas pela vítima e pelo depoimento de uma testemunha arrolada pela acusação,
constatouse que Caio teria, na ocasião dos fatos, dado um forte tapa no rosto da vítima no
momento em que arrebatou o aparelho celular. Assim sendo, diante das provas colhidas na
instrução probatória, o magistrado prolatou sentença condenatória contra Caio, fixando a
pena de 4 anos e 6 meses, a ser cumprida em regime semiaberto, diante da primariedade e da
ausência de antecedentes criminais do acusado, como incurso no art. 157 do CP.Perguntase:
Agiu corretamente o magistrado? provas.Indique na resposta todos os fundamentos cabíveis
ao caso

O magistrado não agiu corretamente, uma vez que o Ministério Público ofereceu a denúncia
com base no art. 155, II do Código Penal, e o juiz o condenou por roubo (art. 157), pois foi
constatado na instrução que Caio estapeou a vítima no arrebatamento do celular. O juiz não
pode condenar o réu por crime diverso do que foi narrado na peça inicial, mas deveria
proceder com o aditamento da denúncia e, após, requisição de novas provas.

Exercício Suplementar

1(Magistratura/PR2008) Quanto aos atos jurisdicionais penais, assinale a alternativa correta:

a) As decisões interlocutórias simples são aquelas que encerram a relação processual sem
julgamento do mérito ou, então, põem termo a uma etapa do procedimento. São exemplos
desse tipo de decisão a que recebe a denúncia ou queixa ou rejeita pedido de prisão
preventiva;

b) As decisões interlocutórias mistas não se equiparam as decisões interlocutórias simples,


pois as primeiras servem para solucionar questões controvertidas e que digam respeito ao
modus procedendi, sem contudo trancar a relação processual. Enquanto que as decisões
interlocutórias simples trancam a relação processual sem julgar o meritum causae;

c) A decisão que não recebe a denúncia é terminativa de mérito, por isso não pode ser
considerada decisão interlocutória mista;
d) As decisões interlocutórias simples servem para solucionar questão controvertida e que
diz respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relação processual; as
interlocutórias mistas, por sua vez, apresentam um plus em relação àquelas: elas trancam a
relação processual sem julgar o meritum causae.

2A foi denunciado pela prática de furto, tendo a denúncia narrado que ele abordou a vítima e,
após desferirlheum empurrão, subtraiu para si a bolsa que ela carregava. Nesse caso:

(a) o juiz não poderá condenar o réu pelo roubo, por ser a pena desse crime mais grave que a
do furto;

(b) como o fato foi classificado erroneamente, o juiz poderá condenar o réu por roubo,
devendo, antes, proceder ao seu interrogatório;

(c) o juiz poderá dar aos fatos classificação jurídica diversa, condenando o réu pela praticado
do roubo;

(d) o juiz poderá dar ao fato classificação jurídica diversa da que constou da denúncia, dando
ao Ministério Público e à Defesa oportunidade para se manifestarem e arrolarem
testemunhas.

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