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VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE ...
PEDRO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, por meio
Art. 403, §3º do CPP, nos autos do processo que lhe move a Justiça Pública, pelos fatos e
O autor foi ouvido sem a presença de defensor confessando a prática delituosa de forma
pormenorizada, alegou que já havia passado por inúmeras internações para tratamento contra
A vítima, ao ser ouvida, confirmou o fato e afirmou que não viu o rosto do autor do crime
porque estava encoberto e, por isso, não tinha condições de reconhecê-lo. Os dois policiais
afirmaram
que ouviram a vítima gritando que havia sido roubada, mas nada encontraram; contudo, no dia
seguinte, houve, no mesmo local, outro roubo, sendo o acusado preso quando estava fugindo
e, por
isso, ligaram o fato com o do dia anterior; o acusado, por estar visivelmente “drogado”, não
teve
As testemunhas de defesa nada disseram sobre o fato; confirmaram que o acusado tinha
problemas com drogas e, por isso, era sempre internado. Na fase do 402 CPP, nada foi
requerido pelas
que a confissão do acusado, pelos informes que continha, mostrava ser ele o autor do crime.
Quanto
às penas, entendeu que poderiam ser aplicadas nos patamares mínimos. Intimado o acusado
para os
II. DO DIREITO
fundamentada no Art. 400, caput, do CPP, foi desestimado, já que o réu foi o primeiro a ser
Art. 400° CPP. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60
pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem
como aos
seguida, o acusado.
É apregoado que a evidência acarreta graves prejuízos ao acusado, tencionando que não pôde
se defender de todos os fatos que a ele estavam sendo imputados. Isso, por si só, viola o
princípio do
interrogatório do réu, tendo em vista ter sido ele interrogado sem o seu defensor.
Visto que, de acordo com o Art. 185, caput e a Art. 261° ambos do CPP, deve o acusado ser
interrogado
na presença do seu defensor. Indubitavelmente, o fato afronta, mais uma vez, o princípio da
ampla
defesa que garante ao réu, entre outros aspectos, o direito irrenunciável à defesa técnica. À
vista disso,
deve o interrogatório ser declarado nulo, conforme o Art. 564° ,inciso III, alínea c.
Art. 261° CPP- Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado
sem defensor.
21 anos;
condenação do Ministério Público deve ser desentranhada do processo, visto que se trata de
uma
prova ilícita (Art. 157, CPP), já que produzida sem a presença do advogado do réu, sendo
implausível
nos vigentes autos, de acordo com o Art. 5º, LVI da Constituição Federal que dispõem:
Art. 157CPP-. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas,
assim
Art.5°, inciso LV CF – São inadmissíveis no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
II.3 - DO MÉRITO
Caso Vossa Excelência, não concorde em acolher as nulidades arguidas , requer-se que, no
mérito, seja
o acusado absolvido por insuficiência de prova da condenação, nos termos do Art. 386, VII do
CPP que
profere:
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que
reconheça.
Isso porque a vítima não reconheceu o réu e os policiais, em seu depoimento, disseram que
ouviram
a vítima gritando que havia sido roubada, mas nada encontraram; contudo, no dia seguinte,
houve, no
mesmo local, outro roubo, sendo o acusado preso quando estava fugindo e, por isso, ligaram o
fato
Ora, Excelência, percebe-se que houve presunção de culpa, o que é proibido dogmaticamente
no
processo penal. Vale destacar que o acusado, por estar visivelmente “drogado”, não teve
condições
Vale frisar, inclusive, que o réu, por várias vezes, já esteve internado por conta das drogas,
sendo um
com base no Art. 45 da Lei 11.343/06, por se tratar de pessoa inimputável, tendo a sua
culpabilidade
excluída, portanto.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente
de caso
fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha
sido a infração
II.4. DA DESCLASSIFICAÇÃO
Afinal, Excelência, a melindre dos argumentos anteriores, se, ainda assim, Vossa Excelência,
aferrar-se
na condenação do acusado, requer-se a desclassificação do delito de roubo qualificado, para
roubo
simples. Tal pedido se dá, porque o roubo supostamente praticado ocorreu com arma de
brinquedo,
e esta não enseja a qualificado do Art.157, §2º, I, do CP, pois a Súmula 174 do STJ tendo sido
cancelada
que evidenciam:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
§2
o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de
praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
III- DO PEDIDO
a) Declarar nula a audiência, por inversão da ordem do Art. 400 do CPP ou, subsidiariamente
do
interrogatório do acusado, por ter sido este ouvido sem seu defensor, determinando ainda o
desentranhamento da confissão por ele feita, nos termos do Art. 157 do CPP.
b) Caso assim não entenda, que absolva o acusado por insufiência de prova para a condenação,
nos
Data..., local...
OAB...