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QUESTIONÁRIO SOBRE DEFESA DO RECLAMADO,

NOTIFICAÇÃO DO RECLAMADO E AUDIÊNCIA

1 – A forma mais comum do reclamado ser notificado é pelos correios com aviso de
recebimento. É possível que a notificação seja procedida por outros meios tanto nos
processos sob procedimento ordinário como nos sob procedimento sumaríssimo? Em caso
positivo, indique quais seriam tais meios de notificação.

Resposta:
A notificação pelo correio deve ser feita cinco dias, no mínimo, antes da audiência, para que o
advogado possa elaborar a contestação. Presume-se recebida, 48 horas após a postagem.
Devemos atentar para a hipótese do Reclamado não ser localizado pelos correios, dessa forma,
a notificação deve ser feita por Oficial de Justiça. Após o início do processo, como já existe o
PJe, todas as demais notificações processuais serão feitas digitalmente, geralmente em nome
do advogado, se constituído. A notificação também pode ser realizada por edital, quando de
local incerto e não sabido.

2- Quais as consequências advindas na hipótese de a empresa reclamada não comparecer à


audiência, através do seu proprietário, sócio, gerente ou preposto, estando presente seu
advogado munido de procuração para apresentar a defesa?

Resposta:
O não comparecimento importa em revelia, dessa forma significa a confissão de tudo o que
fora dito pelo Reclamante, ainda que tudo o que foi dito não seja a verdade, nos termos do
artigo 844 da CLT, podendo ser obrigado a pagar multa, se não justificar a ausência.

No entanto, com a presença do advogado apenas, serão aceitos a contestação e os


documentos apresentados pelo Reclamado, conforme disposto no § 5º do artigo 844 da CLT.

3 – Quais as hipóteses de exceção previstas na CLT que suspendem o processo?


Em que momento devem ser apresentadas pelo excipiente?

Resposta:
Sem considerar a suspensão do processo subsidiariamente pelo CPC, já que na CLT não há
previsão de dispositivo que verse sobre a suspensão do processo.

No entanto, no artigo 799, prevê a suspensão do processo quando ocorrer incidentes


processuais da exceção de incompetência e da suspeição. No mesmo sentido, o artigo 844
prevê que o presidente poderá suspender o julgamento, designando nova audiência quando
houver motivo relevante, mas não determina que motivo relevante é esse.
4 – A contestação é a forma de defesa direta, na qual o reclamado deve enfrentar todos os
pedidos apresentados na petição inicial, não se admitindo a negativa geral (princípio da
especificidade, da eventualidade ou da contestação específica). Indaga-se:
O que ocorre se o reclamado deixar de enfrentar algum pedido feito pelo reclamante na
exordial?

Resposta:
Significa a confissão de tudo o que fora dito pelo Reclamante, ainda que tudo o que foi dito
não seja a verdade.

5 – Em que momento deve o reclamado arguir preliminares de natureza processuais


prejudiciais ao mérito, como por exemplo, a litispendência?

Resposta:
Na contestação.

6 – Quais os pressupostos para que possa o reclamado apresentar a reconvenção? E, em que


oportunidade deverá ser apresentada?

Resposta:
1. Observar os requisitos da petição inicial;
2. Apresentar junto com a contestação, pois possui o mesmo prazo;
3. Verificar a existência da competência do juízo;
4. Verificar a compatibilidade de dos procedimentos da exordial e da reconvenção;
5. Deve haver conexão com a inicial ou com a contestação.

7 – A compensação e a retenção de valores constituem-se matéria de defesa. Indaga-se:


quando e como deve o reclamado apresentar tais pedidos e em que situações são cabíveis?

Resposta:
Esses dois institutos estão previstos no artigo 767 da CLT.

A compensação pode ser utilizada quando há débitos recíprocos entre reclamante e


reclamada, conforme previsão do Código Civil, no artigo 368. No entanto na Justiça do
Trabalho a compensação ocorre quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e
devedor uma da outra. As obrigações extinguem-se até onde se compensarem, conforme
dispõe a Súmula 18 do TST. Já a súmula 58 do TST dispõe que a compensação só poderá ser
arguida com a contestação.

Já a Retenção consiste em o empregador reter algo do trabalhador até que seja quitada a
dívida. Um exemplo dessa prática pode ser o exposto na Sùmula 368 do TST. Porém esse
procedimento é bem raro. Perceba que é necessário ser bens do trabalhador que tenham
reação com o contrato de trabalho, por exemplo, ferramentas.

8 – A audiência é una, pública e contínua, contudo, na prática ocorre a cisão da audiência,


normalmente em três sessões: a chamada sessão inaugural ou de conciliação, a sessão de
instrução e a de julgamento.
Quais os atos processuais que ocorrem em cada uma dessas sessões?
Resposta:
Sessão inicial/conciliação, o juiz recebe as partes e tenta fazer com que haja um acordo. Na
sessão de instrução, são apresentadas as defesas das partes, bem como é o momento de
ouvida das testemunhas, quando não há prova emprestada. A Sessão de julgamento é o
momento da exposição final das partes, bem como da sentença emitida pelo juiz.

9 – Havendo litisconsorte passivo, apenas um dos reclamados comparece à audiência e


apresenta a defesa. Indaga-se:
Os demais reclamados são revéis e confessos quanto à matéria de fato?

Resposta:
Se um reclamado contestar todos os pontos aproveita aos demais. Artigo 844, § 4º.

10 - O que você entende pelo disposto na Súmula 16 do TST?

Resposta:
A súmula segue no sentido do parágrafo único, do artigo 774. “Tratando-se de notificação
postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio
ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem.”

Dessa forma, possibilita que o Reclamado prove que não recebeu a notificação da audiência ou
que a entrega foi realizada após o prazo de 5 dias anteriores à audiência. Isso possibilita que
não seja declarada a revelia do Reclamado quando há alguma falha processual. É como se
fosse um remédio do próprio código sabendo das falhas humanas.

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