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Direito Processual do

Trabalho I

Leandro José Paiva


Direito Processual
Defesa do Réu

Conforme reza o artigo 841, recebida e protocolada a reclamação,


o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas,
remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado,
notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do
julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco)
dias.

Toda espécie de resposta do réu, no processo do trabalho, é


apresentada até a audiência.

Assim sendo, tem-se que a parte ré tem um prazo mínimo de 05


dias para providenciar sua defesa. O prazo deve ser contado da
data do recebimento da notificação até a data da audiência.
Direito Processual
A notificação para a audiência inicial tem a função de: a) cientificar o reclamado acerca do
ajuizamento da reclamatória para que, querendo, possa defender-se; b) cientificá-lo sobre
a audiência inicial.

O réu não está obrigado a apresentar sua defesa, trata-se de um mero ônus processual.
Caso o réu não apresente, sofrerá as consequências processuais.

Forma – A defesa poderá ser apresentada de forma escrita e oral. Usualmente


apresenta-se de maneira escrita.

Prazo – A resposta do réu deverá ser apresentada em audiência. Iniciada a audiência o


juiz tentará compor as partes, não sendo possível, o reclamado deverá ofertar a sua
defesa:

Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para
aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por
ambas as partes.

A defesa oral deverá ser formulada o interstício de 20 minutos, sendo ditada pela parte ou
advogado diretamente ao escrivão.
Direito Processual
Nos processos via Pje, a Resolução 241/2019 do CSJT, regulamenta a
apresentação de defesa da seguinte forma:

Art. 22. A contestação ou a reconvenção e seus respectivos documentos deverão


ser protocolados no PJe até a realização da proposta de conciliação infrutífera, com
a utilização de equipamento próprio, sendo automaticamente juntados, facultada a
apresentação de defesa oral, na forma do art. 847, da CLT.

Espécies de Defesa

O artigo 847 da CLT faz menção apenas ao termo defesa que, como é sabido, é
um gênero do qual derivam-se várias espécies.

O reclamado poderá ofertar três tipos de defesa: a) contestação; b) exceções; c)


reconvenção.

A CLT somente regulamenta o procedimento da exceção, de maneira que em


relação as demais espécies de defesa, dever-se-á utilizar as regras do CPC.
Direito Processual - Resposta do Réu
CONTESTAÇÃO

Conceito – É o ato processual posto a disposição do reclamado, para o


mesmo se opor, formalmente ou materialmente, à pretensão deduzida pelo
reclamante.

O CLT não regulamenta a contestação, apenas faz alusão genericamente


ao termo defesa, em seu artigo 847. Assim sendo, utiliza-se
subsidiariamente das regras de contestação do CPC.

Dentro do processo, correm concomitantemente duas realçais, uma de


cunho processual e outra de natureza material. A reposta do réu poderá se
dar dentro destes dois planos:

1 Plano da Relação Jurídica Processual (Indiretamente)


1.1 - Defesa Peremptória (extinção do processo)
1.2 - Defesa Dilatória (altera aspecto da relação processual)

2 Plano da Relação Jurídica Material


Direito Processual - Resposta do Réu
Princípio da Impugnação Específica - O réu deverá alegar toda a
matéria de defesa. Assim como o autor pode postular por vários
pedidos, o réu também poderá ventilar várias teses. A tese não
impugnada presume-se aceita.

Poderá alegar teses subsidiariamente, mesmo que incompatíveis


entre si, postulando pela apreciação das mesmas dentro de certa
hierarquia, a fim de que a peça de defesa não perca sua lógica.

Princípio da Eventualidade – Está consagrado no art. 336 do


CPC, aplicando-se também ao DPT. Por ele o réu deverá alegar na
contestação toda a sua matéria de defesa de uma única vez, tantos
as de natureza processual quando as de natureza material.

Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de


defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o
pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Direito Processual - Resposta do Réu
5.2 - Exceção ao princípio da eventualidade – A exceção está no artigo 342 do
CPC que, em suma, arrola as hipóteses em que o réu poderá alegar suas teses de
defesa, mesmo que fora da contestação:

I - relativas a direito ou a fato superveniente;


Ocorre sempre que após a apresentação da contestação advier um fato novo,
capaz de modificar a sorte do processo..

II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;


São as questões de ordem pública que, dada sua importância, não precluem se
não forem alegadas. As questões de ordem pública são tão importantes que,
inclusive, poderão ser reconhecidas a qualquer tempo no processo, mesmo que ex
offício.

III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer


tempo e grau de jurisdição. O inciso II e III se misturam. Didier diz que o inciso III
refere-se a matérias que podem ser alegadas a qualquer tempo, mas que não
poderiam ser reconhecidas de ofício. No direito civil temos o exemplo da
decadência consensual (art. 211 do CC), já no Direito do Trabalho tal inciso
encontra-se prejudicado, visto que inexiste instituto de tal natureza.
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Defesas Processuais
As defesas processuais deverão ser alegadas e apreciadas antes das defesas
meritórias. Primeiro o juiz deverá analisar as questiúnculas processuais, para somente
depois, chegar à matéria discutida propriamente dita.

O artigo 337 do CPC traz um rol de defesas preliminares (defesas processuais) que
o réu deverá alegar antes de atacar o mérito da causa:

I - inexistência ou nulidade da citação; A citação é ato solene e essencial ao


processo, por é por meio dela que a relação processual se forma. Como dito, a
citação no processo do trabalho é feita, na realidade, por meio da notificação inicial.
Se a notificação inicial se procedeu em desacordo com as regras legais, poderá o
contestante alegar o vício em sede de defesa.

Trata-se de uma defesa meramente dilatória, pois o comparecimento espontâneo do


réu no processo supre a nulidade da notificação - o artigo 239, §1º preconiza que:

1o O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade


da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou
de embargos à execução.
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II - incompetência absoluta e relativa; - No novo CPC não há mais
exceção de incompetência, de maneira que tanto a absoluta quanto a
relativa serão deduzidas através de preliminar.

Ao que tudo indica a doutrina parece entender que no processo do


trabalho as preliminares de incompetência serão feitas na forma de
exceção, posto que há regulamentação específica na CLT (art. 799)

III - incorreção do valor da causa; Outrora a alegação de erro no valor da


causa era feita através de incidente apenso e apartado. Hoje, no novo
CPC, será tese de preliminar formulada no bojo da contestação.

Trata-se de inovação seguida pelo DPT, pois, o valor da causa interfere


diretamente no rito escolhido. É defesa dilatória.

IV - inépcia da petição inicial; A inépcia é o vício lógico da petição inicial,


que incide sobre a causa de pedir e o pedido. A inépcia impossibilita a
compreensão da petição inicial, seus casos estão arrolados no art.
330,§1º.
Direito Processual - Resposta do Réu
IV - perempção - A regra de perempção estudada no processo civil,
com previsão no artigo 486, §3º, do CPC, não se aplica ao DPT, visto
que a CLT tem regras próprias de perempção.

Perempção temporária – Conforme se depreende do artigo 732 e 731


– ocorre perempção no processo do trabalho quando :

a) dá entrada em reclamatória e deixa de voltar à vara


para que a atermação seja feita ou

b) aquele que deixa a reclamatória ser arquivada por duas


vezes.

Perde-se o direito de propor qualquer outra ação na justiça do trabalho


pelo prazo de seis meses.
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VI - litispendência e VIl - coisa julgada; - Verifica-se a litispendência e a coisa
julgada sempre que o autor manejar novamente ação que, anteriormente já fora
ajuizada.

Se a ação antiga já tiver sido julgada procedente, então teremos coisa julgada. Se a
ação antiga ainda estiver em curso, então teremos litispendência.

(Art. 337) § 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz


ação anteriormente ajuizada.

Tríplice Identidade - Para tanto é preciso que a ação antiga seja idêntica à ação
nova, ou seja, o contestante deverá se atentar aos elementos que identificam a ação
(pedido / causa de pedir e partes).

VIII - conexão; A conexão consiste na causa de modificação de competência onde,


uma ação possui a mesma causa de pedir ou o mesmo pedido de outra.

Neste caso, ambas devem tramitar juntas, para serem julgadas simultaneamente e,
assim, evitar decisões conflitantes (art. 58). Aqui temos uma defesa meramente
dilatória, pois, seu acolhimento gerará no máximo a reunião de processos no juízo
prevento.
Direito Processual - Resposta do Réu
Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta
de autorização; O inciso retro refere-se aos pressupostos
processuais subjetivos. Capacidade de ser parte e capacidade
postulatória ou vício de representação.

Havendo capacidade de ser parte (capacidade civil), o autor ou


reclamado deverá ser representado por meio de representante
legal.

Capacidade postulatória – não tem aplicação na justiça do


trabalho, visto que não se exige advogado em ações trabalhistas
em primeira instância.

Defeito de representação – Poderá ser alegado na preliminar em


questão, corre sempre que qualquer das partes não estiver
devidamente representada em processo.
Direito Processual
X - convenção de arbitragem; A convenção de arbitragem compreende
duas modalidades: 1º Cláusula Compromissaria e 2º Compromisso Arbitral
(feito após o conflito) – Lei 9.307:

Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de


seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem,
assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral.

Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual


as partes em um contrato comprometem-se a submeter à
arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal
contrato.

Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as


partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais
pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial.
Direito Processual - Resposta do Réu
Tem-se admitido cada vez mais que a arbitragem seja aplicada ao direito do
trabalho. No direito coletivo do trabalho ela é amplamente aceita, por força do
artigo 114, §2º, da CF.

A Lei 13.467/2017 (reforma da trabalhista) possibilitou a utilização da


arbitragem em contratos individuais de trabalho, desde que a
remuneração seja 2X superior ao limite dos benefícios do RGPS:

Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja


superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do
Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula
compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou
mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei
no 9.307, de 23 de setembro de 1999.

Ademais, a ampliação da competência da justiça do trabalho por meio da EC


45 favoreceu o aparecimento de cláusulas arbitrais.
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XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; Consiste na ausência de
condições da ação (legitimidade das partes/ interesse de agir). É defesa peremptória, pois
gera extinção do processo. No novo CPC, a possibilidade Jurídica do pedido se tornou
defesa de mérito.

Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. Ocorre
basicamente em um caso, qual seja: pagamento de custas para propositura de nova ação
– CLT:

(Art. 844) § 2o Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao


pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que
beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a
ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.

(Art. 844) § 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição para a


propositura de nova demanda.

XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. Antigamente


questionamentos sobre a justiça gratuita deveriam ser suscitados através de um
procedimento apenso e apartado, registro pela Lei 1060/50 (art. 6º).

Agora, o pedido de assistência judiciária poderá ser feito através de defesa dilatória no
próprio bojo da contestação.
Direito Processual - Resposta do Réu
(Art. 337) - § 5o Excetuadas a convenção de
arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá
de ofício das matérias enumeradas neste artigo”.

Com exceção do compromisso arbitral e da


competência relativa, todas as demais matérias
arroladas pelo artigo 337, são tidas como questões
de ordem pública, ou seja, em que há interesse
público no seu reconhecimento.

Por esta razão, podem ser reconhecidas de ofício


pelo juiz ou alegada pelas partes a qualquer tempo e
grau de jurisdição. Não estão sujeitas à preclusão
processual.
Processo
RECONVENÇÃO

Conceito – Trata-se de resposta do réu onde, em suma, o reclamado


formula pretensão contra a pessoa do reclamante.

Ex. Empregado ajuíza ação postulando por verbas rescisórias,


empregador reconvém pedindo reconhecimento de justa causa e
indenização por danos materiais que o empregado causou diretamente
ao empregador.

OBS. A reconvenção não é dever, é mero ônus processual. Assim, se


o réu deixar de reconvir, nada impede que, posteriormente, ele deduza
em ação autônoma a sua pretensão.

Autonomia da Reconvenção – Art. 343 - § 2o A desistência da ação


ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
Processo
Pressupostos da reconvenção:

A reconvenção é literalmente uma verdadeira ação do réu contra o autor,


por isso, deverão estar presentes:

1º) Condições da ação (Legitimidade - Interesse)

2º) Competência – O juiz da causa principal também deverá ser o juiz


competente para apreciar a reconvenção.

3º) Só se pode reconvir quando a reconvenção for conexa com a ação


principal ou com o fundamento da defesa.

Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para


manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o
fundamento da defesa.
Processo
Procedimento

 A reconvenção deverá ser oferecida no mesmo prazo da contestação (na


audiência inicial). Ambas devem ser apresentadas simultaneamente, em uma
única peça, sob pena de preclusão.

 A reconvenção poderá ser ofertada por escrito ou oralmente (20 minutos


art. 847 da CLT).

 Oferecida a reconvenção o juiz deverá designar outra audiência, a fim de


que o reconvindo apresente defesa na próxima audiência – onde será
promovida a instrução de todo o processo. É possível também que o
reconvindo apresente sua defesa na própria audiência em que a reconvenção
foi apresentada.

 Ao final a ação principal e a reconvenção serão julgadas simultaneamente,


na mesma sentença de mérito.

 O vencedor da reconvenção tem direito a honorários de sucumbência (Art.


791-A, §5º)
Direito Processual - Resposta do Réu
EXCEÇÃO

Exceção é uma palavra polissêmica que, dentro da dogmática


processual, possui vários significados. Dentro de um sentido amplo,
exceção é qualquer tipo de manifestação do réu, tendente a excluir a
apreciação dos pedidos do autor por parte do poder jurisdicional.
Assim sendo, temos:

1º Exceções de mérito direta – Aquelas exceções que se reportam


ao direito material – Ex. Prescrição, decadência.

2º Exceções Processuais indiretas – São aquelas lastreadas no


direito processual, que visam o acolhimento de algum vício de ordem
processual, afastando a apreciação do mérito da causa.

OBS.: A exceção de incompetência / suspeição / impedimento são de


natureza processual indireta.
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Exceções de incompetência a imparcialidade

Conceito – Trata-se de um incidente processual destinado à alegação de incompetência


relativa e imparcialidade do juiz, por conta de seu impedimento ou de sua suspeição.

Legitimidade. Tanto o reclamante quanto o reclamado possuem legitimidade para alegá-


la.

Objeto da exceção

1º Competência. A exceção somente versará sobre a incompetência relativa (Valor da


causa e territorialidade). A incompetência absoluta é matéria de preliminar de contestação.

2º Imparcialidade. A jurisdição deverá ser imparcial para julgar. A imparcialidade deverá


ser alegada pela parte mediante exceção:

2.1 Impedimento - Está ligada à relação do Juiz com a demanda deduzida.


Gera presunção absoluta de imparcialidade - art.144 do CPC.

2.2 Suspeição - Está ligada à relação do Juiz com as partes da


demanda. Gera presunção relativa de imparcialidade - art.801 da CLT.
Direito Processual - Resposta do Réu
Suspensão: Nas causas sujeitas à jurisdição da Justiça do Trabalho, poderão ser
opostas, com suspensão do feito, as exceções de incompetência relativas, suspeição
ou impedimento:

Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser
opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.

O oferecimento da exceção acarretará na suspensão do processo, até que o incidente


seja decidido. O artigo que em questão só faz menção à exceção de suspeição,
porém. é pacífico que também existe exceção de impedimento no DPT.

1º) EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA - Será considerada relativa a


incompetência territorial, extraída do disposto no art. 651 da CLT.

Com o advento da Lei n. 13.467/2017, a exceção de incompetência territorial será


apresentada no prazo de cinco dias a contar do recebimento da notificação (sob pena
de preclusão), antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção:

Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a


contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta
exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.
Direito Processual - Resposta do Réu
Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a
audiência principal dos autos até que se decida a exceção:

(Art. 800) - § 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se


realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que
se decida a exceção.

Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante


e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de
cinco dias.

(Art. 800) § 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que


intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação
no prazo comum de cinco dias.

Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará


audiência, garantindo o direito de o excipiente (que opôs da exceção) e de
suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este
houver indicado como competente (CLT, art. 800, § 3º).
Direito Processual - Resposta do Réu

Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo


retomará seu curso, com a designação da audiência principal, a
apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo
competente (CLT, art. 800, § 4º):

(Art. 800) § 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o


processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a
apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo
competente.

Prorrogação da competência - Se o réu não alegar a exceção de


incompetência dentro do prazo retro mencionado, então,
prorrogar-se-á a competência (art. 65 CPC).
Direito Processual - Resposta do Réu
2 EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO OU IMPEDIMENTO

Suspeição - Consoante dispõe o art. 801 da CLT, o juiz é obrigado a dar​-se por
suspeito, e pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à
pessoa dos litigantes:

a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
c) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa.

Preclusão lógica – Consoante o artigo 801, parágrafo único, se o excipiente


houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais
poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo.

Preclusão temporal - Consoante o artigo 801, parágrafo único, a suspeição não


será também admitida, se do processo constar que o recusante deixou de alegá-la
anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz
recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou.
Direito Processual - Resposta do Réu
Impedimento - A doutrina consagra a aplicação subsidiária e
adaptada do Código de Processo Civil ao processo do trabalho, no
que tange às causas de impedimento do magistrado (Art. 144 do
CPC).

Procedimento

Forma - As exceções de suspeição ou impedimento deverão ser oferecidas


pelo excipiente em petição autônoma.

Prazo - No processo do trabalho, a aludida exceção poderá ser oposta na


audiência inaugural, após a conciliação, no prazo de resposta do reclamado.
Poderá ser oposta posteriormente caso a parte tenha tido ciência ou o fato
tenha ocorrido após a audiência – sempre na primeira oportunidade de falar
nos autos sob pena de preclusão.

Defesa – O Juiz determinará a autuação em apartado da petição e, no


prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de
documentos e de rol de testemunhas.
Direito Processual - Resposta do Réu
Julgamento - Diante da suposta parcialidade do juiz, o processo será suspenso e
os autos remetidos ao Tribunal Regional do Trabalho, que é quem deverá analisar a
questão, nos termos do art. 146 do CPC.

Art. 146 - § 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição,


o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso
contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15
(quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de
testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.

O processamento da exceção dentro do tribunal, deverá ser analisado a luz de seu


regimento interno.

Rejeição Liminar– Se o tribunal verificar desde logo que a exceção não


tem fundamento pertinente, poderá arquivá-la automaticamente.

Procedência da Exceção. Se o tribunal julgar a exceção procedente, deverá: a)


condenar o juiz nas custas, b) remeterá os autos ao seu substituto legal.

Caberá ao tribunal pronunciar-se acerca da validade dos atos decisórios


praticados pelo Juiz suspeito/impedido, na mesma decisão que julga a exceção.

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