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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ DE DIREITO DA X

VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO

AURORA ROSA, jornalista, brasileira, casada, portadora da idendidade de n° xxxx e


do CPF de n° xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliada na Rua xxx, n° xx, Bairro xxxx,
São Paulo – SP, CEP: xxx-xx, vem por meio de seus advogado, que esta subscreve,
vem com o devido respeito, perante Vossa Excelência , propor a presente.

AÇÃO DE CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER com PEDIDO DE


TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA

Em face de WEB BRASIL INTERNET LTDA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o n° xxxxxxxxxxxxxx, com sede na xxxxxxxxxxxxx, são Paulo -
SP, CEP : XXXXX-XXX, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I – TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

A presente ação tem como finalidade um caso de exposição de imagens intimas da


vítima sendo assim necessária a urgência em seu processo.
A antecipação de Tutela é respaldada pelo artigo 300 do Novo Código de Processo
Civil.

II- DOS FATOS

A Autora e seu cônjuge tinham como hábito compartilharem entre si diveros conteúdos,
incluindo fotos e vídeos íntimos, pelas redes socias nas plataformas digitais, os quais
ficavam salvados em seus respectivos dispositivos móveis. Porém em um determinado
momento, o celular da Autora foi furtado, o que foi devidamente relatado em boletim de
ocorrência conforme anexo. Se passados dois dias após o furto do dispositivo, a Autora
entrou em contato com a operadora de seu serviço móvel para solicitar o bloqueio do
aparelho, medida que foi prontamente realizada.

A Autora, preocupada com a possível propagação e utilização de seus conteúdos


intímos que estavam em seu aparelho, acreditava que a questão estava solucionada.
Todavia, para sua triste surpresa, a mesma foi surpreendida com mensagens de amigos
informando que seus vídeos e fotos íntimas estavam disponiveis em sites de conteúdos
adultos, sendo facilmente encontrados por meio de uma simples pesquisa na internet.

Diante de tal situação, a Aautora notificou judicialmente a Ré, WEB BRASIL internet
LTDA, explicando detalhadamente o ocorrido, identificando o material, informando as
URLs das páginas e solicitando a indisponibilização imediata do conteúdo infringente
pelo provedor.

Infelizmente, apesar da devida notificação judicial realizada por Aurora, a Ré não


tomou qualquer providência para a retirada do seu conteúdo intimo, até a respectiva
data.

É importante ressaltar que houve uma recusa injustificada do provedor em acatar a


notificação judicial e realizar remoção doconteúdo ilícito, causando prejuízos materiais
À autora, que teve um contrato de assessoria de imprensa no valor de R$ 85.000,00
(oitenta e cinco mil reais) cancelado. Outrossim, considerando a rapidez com que as
informações circulam no ambiente digital, a Autora em virtude da medida judicial já
adotada, não demonstra interesse em participar de qualquer outra tentativa conciliatória.

III- DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Tendo em consideração o pedido feito por Aurora a provedora de dados, e que por
algum motivo foi ignorado pela empresa, faz com que a norma jurídica competente
corrobora sobre os fundamentos a proteção de dados pessoais disposto no caput do art
21 da Lei 12.965/14 .

Art. 21. O provedor de aplicações de internet que


disponibilize conteúdo gerado por terceiros será
responsabilizado subsidiariamente pela violação da intimidade
decorrente da divulgação, sem autorização de seus participantes,
de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de
nudez ou de atos sexuais de caráter privado quando, após o
recebimento de notificação pelo participante ou seu
representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no
âmbito e nos limites técnicos do seu serviço, a
indisponibilização desse conteúdo.

Nesse mesmo panorama a Lei 13.709/2018 de Proteção a


dados pessoais dispõe que;

Art. 2° A disciplina da proteção de dados pessoais tem


como fundamentos:

I - o respeito à privacidade;

II - a autodeterminação informativa;

III - a liberdade de expressão, de informação, de


comunicação e de opinião;

IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da


imagem;

V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a


inovação;

VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do


consumidor; e

VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da


personalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas
pessoas naturais
Sendo assim surge o direito de arguir Cumprimento da Obrigação de Fazer, em relação
ao pedido de retirada das suas imagens do provedor de conteúdos eróticos, encontra-se
assim regulamentada nos artigos 815 até 821 do novo Código de Processo Civil;

rtigo 815. Quando o objeto da execução for


obrigação de fazer, o executado será citado
para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe
designar, se outro não estiver determinado
no título executiv
rtigo 815. Quando o objeto da execução for
obrigação de fazer, o executado será citado
para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe
designar, se outro não estiver determinado
no título executiv

Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de


fazer, o executado será citado para satisfazê-la no prazo que o
juiz lhe designar, se outro não estiver determinado no título
executivo.

Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no


prazo designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do
processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do
executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em
indenização.

Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado


em liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia
certa.

Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro,


é lícito ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que
aquele a satisfaça à custa do executado.

Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias


previstas na proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver
aprovado.

Art. 818. Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no


prazo de 10 (dez) dias e, não havendo impugnação, considerará
satisfeita a obrigação.

Parágrafo único. Caso haja impugnação, o juiz a


decidirá.

Art. 819. Se o terceiro contratado não realizar a prestação


no prazo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso,
poderá o exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze)
dias, que o autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do
contratante.
Parágrafo único. Ouvido o contratante no prazo de 15
(quinze) dias, o juiz mandará avaliar o custo das despesas
necessárias e o condenará a pagá-lo.

Art. 820. Se o exequente quiser executar ou mandar


executar, sob sua direção e vigilância, as obras e os trabalhos
necessários à realização da prestação, terá preferência, em
igualdade de condições de oferta, em relação ao terceiro.

Parágrafo único. O direito de preferência deverá ser


exercido no prazo de 5 (cinco) dias, após aprovada a proposta do
terceiro.

Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar


que o executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá
requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.

Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do executado,


sua obrigação pessoal será convertida em perdas e danos, caso
em que se observará o procedimento de execução por quantia
certa.

No mesmo sentido, o artigo 247 do Código Civil de 2002 atribui ao devedor que
se comprometer em obrigação pessoal e não cumpre conforme o avençada, a
consequência de indenizar as perdas e os danos experimentados pela parte inocente

Artigo 247, CC. Incorre na obrigação de


indenizar perdas e danos o devedor que
recusar a prestação a ele só imposta, ou
só por ele exeqüível
Artigo 247, CC. Incorre na obrigação de
indenizar perdas e danos o devedor que
recusar a prestação a ele só imposta, ou
só por ele exeqüível
Artigo 247, CC . Incorre na obrigação de indenizar perdas
e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou
só por ele exequível.
Nesse prisma, ao perder o contrato de assessoria o qual foi confeccionada
solicitação formal no valor de 85 mil reais, evidenciou-se que houve uma depreciação
pecuniárias das expectativa de trabalho da parte requerente, nesse viés é aludida a
norma da seguinte forma;

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em


lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que
ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

Simultaneamente, é nítido que ao ter suas imagens espalhadas pela internet, houve um
dano moral para a vítima, e que a propagação das imagens e existência delas por um
grande período em decorrência da não exclusão dos conteúdos pelo polo passivo
concorreu a prejuízo psicológico e constrangimento desenfreado a requerente. In verbis
o direito a respalda da seguinte forma:

Art 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

IV- DOS PEDIDOS

Diante ao exposto, requer a Vossa Excelência:

1. A concessão, inaudita altera pars, da tutela antecipada, de urgência, para o


fim de compelir o Réu.

2. Seja determinada a citação da Ré, na pessoa do seu representante legal, para,


querendo, contestar a presente ação, sob pena de revelia e confissão

3. Seja julgada totalmente procedente a presente demanda.

4. O aprazamento da audiência de conciliação, nos termos do artigo 319, inciso


VII do CPC, sem possibilidade de acordo por parte da requerente

5. A recepção de todos os pedidos feitos sem exclusão de nenhum direito


6. A condenação da ré ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios

Dá-se a causa, para efeitos todos os pedidos feitos, o valor de R$ 85.000,00


(Oitenta e cinco mil reais)

Termos em que, pede e espera deferimento.

Xxx de xxx de xx

Advogado
OAB / UF

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