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Execução de obrigação de fazer ou não fazer

Procedimento

● CPC, Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer


fundada em título extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará
multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data
a partir da qual será devida.
Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título e for
excessivo, o juiz poderá reduzi-lo.
● Iniciativa pelo requerimento da parte
● O juiz fixa o prazo em que a realização da obrigação de fazer ou não
fazer será devida
● Fixação de multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação. O
inadimplemento implicará em satisfação da obrigação à custa do
executado ou perdas e danos, caso que se converterá em
indenização
● Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo
designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do
processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do
executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá
em indenização.
Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em
liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia
certa.
● Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito
ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que aquele a
satisfaça à custa do executado.
● O inadimplemento da obrigação de fazer ou não fazer personalíssima,
implicará em indenização, apurada em liquidação
● Obrigação de fazer ou não fazer fungível (prestada por terceiros), que
será feita por terceira à custa do executado)
● O credor tem preferência de executar ou mandar executar, sob sua
direção e vigilância, em igualdade de condições de oferta do terceiro
● Art. 820. Se o exequente quiser executar ou mandar executar,
sob sua direção e vigilância, as obras e os trabalhos necessários
à realização da prestação, terá preferência, em igualdade de
condições de oferta, em relação ao terceiro.
Parágrafo único. O direito de preferência deverá ser exercido no
prazo de 5 (cinco) dias, após aprovada a proposta do terceiro.
O inadimplemento da obrigação de fazer ou não fazer

● Fungível (pode ser prestada por terceiros)


● Será feira por terceiros às custas do executado
● O credor tem preferência de executar ou mandar executar,
sob sua direção e vigilância, em igualdade de condições de
oferta do terceiro (Art. 820)
● Infungível ou personalíssima (pela natureza não pode ser prestada por
terceiro)
● Implicará em indenização, apurada em liquidação
Petição inicial

● Competência : Regras do Art. 781


● Partes: Art. 778
● Qualificação
● A espécie da execução
● Obrigação de fazer: Art. 815. Quando o objeto da execução for
obrigação de fazer, o executado será citado para satisfazê-la
no prazo que o juiz lhe designar, se outro não estiver
determinado no título executivo.
● Obrigação de não fazer: Art. 822. Se o executado praticou ato a
cuja abstenção estava obrigado por lei ou por contrato, o
exequente requererá ao juiz que assine prazo ao executado
para desfazê-lo.
● Fatos e fundamentos
● Pedido
● Art. 815- Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o
executado será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe
designar, se outro não estiver determinado no título executivo.
● Art. 822- O exequente requererá ao juiz que assine prazo ao
executado para desfazê-lo.
● Requerer a citação
● Em regra, postal (Art.237)
● Valor da causa
● Outros requisitos: Art. 798
● Instruir com o título executivo.
● Trazer a descrição da obrigação de fazer – não fazer
● Provar que adimpliu a contraprestação
● Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua
prestação senão mediante a contraprestação do credor,
este deverá provar que a adimpliu ao requerer a
execução, sob pena de extinção do processo.
Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da
obrigação, depositando em juízo a prestação ou a
coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a
receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar
● Trazer a prova que verificou a condição ou termo (vide artigo
803, III) ;
● Após a distribuição: certidão comprobatória
● o exequente pode obter certidão comprobatória do ajuizamento
da execução para fins de averbação (artigo 799, IX e artigo 828
do CPC)
● Despacho inicial
● Determina a citação e fixa os honorários advocatícios (artigo
827do CPC).
● Fixa a multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação
(artigo 814, do CPC).
● Emenda a inicial
● Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou
que não está acompanhada dos documentos indispensáveis
à propositura da execução, o juiz determinará que o exequente
a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de
indeferimento.
● Expede-se o mandado de citação
● Para dentro do prazo estipulado pelo juiz, se outro não estiver
determinado no título executivo, cumprir a obrigação
● Para em 15 dias opor embargos (c/c o 914 do CPC );
Não satisfação da obrigação

● Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo


designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do processo,
requerer a satisfação da obrigação à custa do executado ou
perdas e danos, hipótese em que se converterá em indenização.
Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em
liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa.
● Obrigação não personalíssima
● Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito
ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que aquele a
satisfaça à custa do executado.
Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias previstas
na proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado.
Art. 818. Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no
prazo de 10 (dez) dias e, não havendo impugnação,
considerará satisfeita a obrigação.
Parágrafo único. Caso haja impugnação, o juiz a decidirá.
Art. 819. Se o terceiro contratado não realizar a prestação no
prazo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, poderá
o exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze) dias, que
o autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do contratante.
Parágrafo único. Ouvido o contratante no prazo de 15 (quinze)
dias, o juiz mandará avaliar o custo das despesas
necessárias e o condenará a pagá-lo.
Art. 820. Se o exequente quiser executar ou mandar executar,
sob sua direção e vigilância, as obras e os trabalhos
necessários à realização da prestação, terá preferência, em
igualdade de condições de oferta, em relação ao terceiro.
Parágrafo único. O direito de preferência deverá ser exercido no
prazo de 5 (cinco) dias, após aprovada a proposta do terceiro.
● Obrigação personalíssima
● Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o
executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá
requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.
Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do executado, sua
obrigação pessoal será convertida em perdas e danos, caso
em que se observará o procedimento de execução por
quantia certa.

Da obrigação de não fazer

● Art. 822. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava


obrigado por lei ou por contrato, o exequente requererá ao juiz que
assine prazo ao executado para desfazê-lo.
Art. 823. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente
requererá ao juiz que mande desfazer o ato à custa daquele, que
responderá por perdas e danos.
Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação
resolve-se em perdas e danos, caso em que, após a liquidação, se
observará o procedimento de execução por quantia certa.
Das inovações do novo CPC

● A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada


na fase de conhecimento, em tutela provisória, na sentença, ou na
fase de execução
● A multa será devida desde o dia em que se configurar o
descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a
decisão que a tiver cominado
● Aplicação do art.139, IV
● Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições
deste Código, incumbindo-lhe: IV – determinar todas as
medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação
pecuniária;
● Outros meios coercitivos: Art.139, inciso IV (aplicação desse
dispositivo ainda é controvertida)
● O artigo 139, IV do CPC/15 trouxe a possibilidade do juiz tomar
qualquer medida para assegurar o cumprimento da ordem
judicial a, consequentemente, a satisfação da obrigação. Em
decisão sobre o tema, no processo 4001386-13.2013.8.26.0011,
a juíza determinou a suspensão da CNH do executado, a
apreensão de seu passaporte e o cancelamento de todos seus
cartões de crédito. Outras decisões seguiram esse caminho e,
com isso, a doutrina passou a se manifestar no sentido de que
essas medidas não poderiam ser indiscriminadas. De outro
modo, elas precisam encontrar limites nos direitos fundamentais
do executado, previstos pela Constituição, ou seja, devem ser
usadas de maneira subsidiária, quando as medidas típicas não
forem eficazes. Para entender melhor sobre o tema, recomendo
a leitura deste artigo: clique aqui para ler o artigo
● Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade
de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas
necessárias à satisfação do exequente.
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre
outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a
remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o
impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário,
requisitar o auxílio de força policial.
Execução para entrega de coisa certa
● Processo de execução
● Fase de proposição (deduz a demanda)
● Fase de instrução (atos materiais expropriativos)
● Fase de pagamento (direito subjetivo satisfeito)
Procedimento (CPC, Art.806 a 838)

● Iniciativa pelo requerimento da parte


● Citação para, em 15 dias, satisfazer a obrigação
● CPC, Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa
certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado
para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação.
● Fixação de multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação
● CPC, Art.806, § 1o Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar
multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o
respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou
excessivo.
● Ordem de imissão de posse (imóvel) ou busca e apreensão (móvel)
● CPC, Art.806 § 2o Do mandado de citação constará ordem para
imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de
bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se
o executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi
designado.
● Em caso de deteriorar, recebimento de perdas e danos e o valor da
coisa
● CPC, Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de
perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não
lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do
poder de terceiro adquirente.
● Apuração por estimativa com arbitramento judicial do valor da coisa
e dos prejuízos
● § 1o Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível
sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a
ao arbitramento judicial.
§ 2o Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os
prejuízos.
● O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando
injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de
sua responsabilização por crime de desobediência
Fase postulatória: Petição inicial

● Competência: Art.781, CPC


● De acordo com o que existe no título
● Cada título tem regras específicas
● Partes: Art.778, CPC
● Qualificação
● Indicar a espécie de execução (Art.798, II, a)- é aquela que está no
título. Posteriormente, é possível mudar para uma execução de quantia
certa
● Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: II –
indicar: a) a espécie de execução de sua preferência, quando
por mais de um modo puder ser realizada;
● Execução para entrega de coisa certa (Art.806)
● CC, Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os
acessórios dela embora não mencionados, salvo se o
contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
● Execução para entrega de coisa incerta (Art.811)
● CPC, Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa
determinada pelo gênero e pela quantidade, o
executado será citado para entregá-la individualizada,
se lhe couber a escolha.
Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente,
esse deverá indicá-la na petição inicial.
● CC, Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo
gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela
quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o
contrário não resultar do título da obrigação; mas não
poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a
melhor.
● Se não tiver previsto no título, cabe ao devedor fazer a
concentração. Se não o fizer, caberá ao credor
● O executado será citado para entregar a coisa
individualizada, se lhe couber a escolha
● Fatos e fundamentos jurídicos do pedido
● Na execução é bem simples, basta dizer que há um título e
que ele não foi cumprido após o vencimento
● Pedido
● Art. 806: pedido para que, dentro de 15 dias, o devedor
satisfaça a obrigação, ou, oponha embargos (c/c
Art.914).
● No caso de execução de coisa incerta
● Art. 811: Se a escolha cabe ao executado, será
citado para entrega-la individualizada
● Art. 811, §1: Se a escolha couber ao exequente,
esse deverá indica-la na petição inicial
● Art. 808: Alienada a coisa quando litigiosa, será
expedido mandado contra o terceiro adquirente
● Pedido de medidas urgentes (Art.799, VIII)
● Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: VIII –
pleitear, se for o caso, medidas urgentes;
● É possível pleitear, se for o caso, medidas urgentes
(Ex: arresto, sequestro)
● Requerimento de citação do réu (em regra postal- Art.247 do
CPC)
● Indicar o valor da causa
● Indicação do local para imissão na posse (imóvel) ou de busca
e apreensão (móveis) – Art.806, §2
● Outros requisitos (Art.798, CPC) – Esses requisitos também
são exigidos na execução de quantia certa:
● Instruir a petição inicial com título executivo
● Trazer a descrição do bem
● Provar que adimpliu a contraprestação
● Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer
sua prestação senão mediante a contraprestação do
credor, este deverá provar que a adimpliu ao
requerer a execução, sob pena de extinção do
processo.
● Trazer a prova que verificou a condição ou termo (vide
Art.803, III)
● Após a distribuição: o exequente pode obter certidão comprobatória do
ajuizamento da execução para fins de averbação (art.799, IX e art. 828
do CPC)
● Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: IX – proceder à
averbação em registro público do ato de propositura da
execução e dos atos de constrição realizados, para
conhecimento de terceiros.
● Importante para verificar a fraude contra credores, que se
configura caso a venda do bem seja realizada após a
averbação
● Despacho inicial
● Determina a citação e fixa os honorários advocatícios (art.827
do CPC)
● Diferente do cumprimento de sentença, em que os
honorários só serão devidos caso o devedor não pague no
prazo de 15 dias. Na execução de título extrajudicial, no
próprio despacho inicial, o juiz já fixa o valor dos
honorários
● Critérios para fixar os honorários advocatícios
● Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de
plano, os honorários advocatícios de dez por
cento, a serem pagos pelo executado.
● § 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3
(três) dias, o valor dos honorários advocatícios será
reduzido pela metade.
§ 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até
vinte por cento, quando rejeitados os embargos à
execução, podendo a majoração, caso não opostos
os embargos, ocorrer ao final do procedimento
executivo, levando-se em conta o trabalho
realizado pelo advogado do exequente.
● No momento da propositura, são fixados em 10%.
Se a parte paga ou entrega no prazo, cai pela
metade. Mas, se a parte não paga ou tem os
embargos rejeitados, poderão ser elevados até 20%
● Poderá fixar a multa por dia de atraso no cumprimento da
obrigação (art.806,§2, CPC)
● Alienada a coisa quando litigiosa, será expedido mandado
contra o terceiro adquirente no despacho inicial (Art.808, CPC)
● Possibilidade de emenda a inicial (Art.801)
● Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que
não está acompanhada dos documentos indispensáveis à
propositura da execução, o juiz determinará que o exequente a
corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento.
● Expede-se o mandado de citação
● Para, dentro de 15 dias, satisfazer a obrigação (806), sob pena
de busca e apreensão ou imissão de posse (806,§2)
● Para em 15 dias opor embargos (c/c Art.914 do CPC)
● Art. 914. O executado, independentemente de penhora,
depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio
de embargos.
● Para coisa incerta, que em 15 dias, entregue a coisa
individualizada, se a escolha couber ao executado (Art.811)
● Para coisa incerta, no prazo de 15 dias, entregar o que o
credor escolheu na petição inicia, quando a escolha couber ao
exequente (811, §1)
● Alienada a coisa quando litigiosa, será expedido mandado contra
o terceiro adquirente (Art.808)
Da contagem do prazo

● Citação postal
● Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer
comarca do país, exceto:
I – nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o;
II – quando o citando for incapaz;
III – quando o citando for pessoa de direito público;
IV – quando o citando residir em local não atendido pela
entrega domiciliar de correspondência;
V – quando o autor, justificadamente, a requerer de outra
forma.
● Art. 246. A citação será feita:
I – pelo correio;
II – por oficial de justiça;
III – pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando
comparecer em cartório;
IV – por edital;
V – por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
§ 1o Com exceção das microempresas e das empresas de
pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas
a manter cadastro nos sistemas de processo em autos
eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e
intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por
esse meio.
● Para satisfazer a obrigação no prazo:
● Art. 806: 15 dias
● Art. 219: dias úteis
● Art. 224: na contagem de prazos processuais exclui o dia do
início e inclui o do final
● Art. 231: contados da juntada (em regra, ler incisos para saber
exceções)
● Para embargar no prazo de 15 dias
● Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze)
dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231.
● 915 c/c 231: contados da juntada do AR ou da juntada do
mandado
● Não se aplica o art.229 (Art.915, §3)
● Não se aplica os prazos em dobro previstos no artigo 229
● Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes
procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão
prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento.
● Sem citação e encontrando o bem do devedor
● Pode ocorrer o arresto (Art.830, CPC)
● Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado,
arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a
execução.
● Com citação pode
● Para coisa incerta:
● Em 15 dias, entregar individualizada, se a escolha cabe
ao executado (Art. 811, caput)
● Em 15 dias, entregar o que o credor escolher na petição
inicial (811,§1). Equivale à satisfação do 806
● Para coisa certa
● Em 15 dias, satisfazer a obrigação (Art. 806)
● Embargar em 15 dias (contados da juntada), sem
garantir a execução (Art. 915) e sem suspender a
execução (Art. 919). Não se aplica o Art. 229 (Art.915,
§3, prazo em dobro)
● Embargos de terceiro (Art.808), que somente será ouvido
após depositá-la (Art. 674 e seguintes)
● Com a citação e sem entrega, no mesmo mandado, ocorrerá a
imissão de posse ou a busca e apreensão (806,§2)
● Com a citação e sem entrega
● Quando essa se deteriorar, tornando-a inútil
● Não lhe for entregue
● Não for encontrada
● Não for reclamada do poder de terceiro adquirente
● Converte o procedimento em obrigação pecuniária
● Apura-se o quantum debeatur em arbitramento (Art. 809)
● Segue as regras de liquidação por arbitramento
● Coisa incerta
● Para coisa incerta, que em 15 dias, entregar
individualizada, se a escolha cabe ao executado
● Para coisa incerta, no prazo de 15 dias, entregar o
que o credor escolheu na petição inicial
● Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 dias,
impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz
decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito
de sua nomeação
● Aplicar-se-á o procedimento de coisa CERTA
depois de concentrada ou individualizada a coisa

Embargos do devedor
● Os embargos são o meio de defesa do devedor contra a execução,
fundado no princípio da ampla defesa e do acesso ao judiciário
● Objetivos
1. Desconstituir o título executivo
2. Extinguir a ação de execução
● Modalidades de defesa
1. Embargos do devedor
2. Petição de questão processual
3. Impugnação ao cumprimento de sentença
4. Ação autônoma antes da ação de execução
5. Ação autônoma após a satisfação do crédito
6. Ação autônoma na pendência do processo de execução
7. Ação autônoma após a rejeição dos embargos
8. Ação rescisória
9. Embargos de terceiro
Petição de questão processual

● Questões relativas ao procedimento e atos executivos poderão ser


arguidas nos próprios autos
● Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de
cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes
poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes
serão decididas pelo juiz.
● Art. 803. É nula a execução se:
I – o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa,
líquida e exigível;
II – o executado não for regularmente citado;
III – for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o
termo.
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será
pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
independentemente de embargos à execução.
● Art. 853. Quando uma das partes requerer alguma das medidas
previstas nesta Subseção, o juiz ouvirá sempre a outra, no prazo
de 3 (três) dias, antes de decidir.
Parágrafo único. O juiz decidirá de plano qualquer questão suscitada.
● Substitui a exceção de pré-executividade
● A parte pode, a qualquer tempo, alegar questões processuais
● Questões de ordem pública
● Não tem o aspecto de tempestividade
● Aplicações subsidiárias:
● Art. 525, § 11. As questões relativas a fato superveniente ao
término do prazo para apresentação da impugnação, assim
como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora,
da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser
arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer
dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta
arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da
intimação do ato.
● Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,
com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado
às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate
de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

Embargos à execução

● É um novo processo, uma nova ação


● Processo de conhecimento (desconstitutivo)
● Incidental
● Autonomia: requisitos específicos para propositura
● Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou
caução, poderá se opor à execução por meio de embargos.
§ 1o Os embargos à execução serão distribuídos por dependência,
autuados em apartado e instruídos com cópias das peças
processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo
próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
● Autores divergem sobre qual a relação entre os embargos e o processo
de execução
● Relação de conexão (causalidade) com a execução (Humberto
Teodoro)
● Relação de acessoriedade (dependência) com a execução
(P.Miranda).
● Relação de nexo de prejudicialidade (incidentalidade) com a
execução (Araken).
● “Os embargos do executado são, pois, processo autônomo,
incidente à execução, de natureza cognitiva, dentro do qual se poderá
apreciar a pretensão manifestada pelo exequente, para o fim de
verificar se a mesma é procedente ou improcedente”. (Alexandre
Camara).
● “Embargos não se constituem numa resistência passiva como o é a
contestação e que apesar de possuírem esta aparência de mera
resposta do devedor ao pedido do credor, na verdade os embargos se
constituem num ataque, numa verdadeira ação contra o credor,
visando à extinção do processo ou a desconstituição da eficácia
do título executivo (…) Por visar à desconstituição da relação jurídica
líquida e certa retratada no título é que se diz que os embargos são
uma ação constitutiva, uma nova relação processual, em que o
devedor é autor e o credor o réu”. (Theodoro Júnior )
● Não é possível nenhum pedido condenatório em relação ao autor
da execução. Ele tem natureza desconstitutiva, ou seja, objetivo de
desconstituir a execução
● Em regra, os embargos não suspendem a execução, por isso correm
em autos apartados

Requisitos específicos para propositura dos embargos

● Expede-se o mandado de citação postal (Art.247)


● Para dentro de 3 dias PAGAR (Art. 829, CPC)
● Para coisa certa, que em 15 dias, entregar individualizada, se a
escolha cabe ao executado (Art. 811)
● Para fazer e não fazer, no prazo fixado pelo juiz (Art. 814)
● Proceder ao reconhecimento da dívida no prazo de 15 dias e
pedir o parcelamento (Art. 916)
● Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o
crédito do exequente e comprovando o depósito de
trinta por cento do valor em execução, acrescido de
custas e de honorários de advogado, o executado
poderá requerer que lhe seja permitido pagar o
restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas
de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.
● Tempestividade : 15 dias
● Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze)
dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231.
● Contados da juntada do mandado (Arts. 915 + 231)
● Singularidade da execução – prazos individuais
● Se tiverem vários réus, cada prazo de embargos correrá
de forma individual
● Não existe prazo em dobro (Art.915, §3 e Art.229)
● Art. 915 § 3o Em relação ao prazo para oferecimento dos
embargos à execução, não se aplica o disposto no art.
229.
● Na carta precatória, conta-se da juntada do AR aos autos
● Petição fundamentada (art. 917 do CPC);
● Distribuição por dependência; (par.1º do 914 do CPC);
● Instruídos com cópias das peças processuais;
● Se alegar excesso de execução deverá declarar o valor que acha
correto (p. 3º do artigo 917 do CPC), sob pena de liminar rejeição
(p.4 do artigo 917 do CPC)
● Art.917 § 3o Quando alegar que o exequente, em excesso de
execução, pleiteia quantia superior à do título, o embargante
declarará na petição inicial o valor que entende correto,
apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de
seu cálculo.
● Art.917 § 4o Não apontado o valor correto ou não apresentado
o demonstrativo, os embargos à execução:
I – serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se
o excesso de execução for o seu único fundamento;
II – serão processados, se houver outro fundamento, mas o
juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
● Desnecessidade de garantia da execução (artigo 914)
● Art. 914. O executado, independentemente de penhora,
depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de
embargos.
● Fundamento: Garantia constitucional
● CF, Art. 5º, XXXV – “a lei não excluirá a apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”
● CF, Art. 5º, LV – “aos litigantes,…e aos acusados em geral,
são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes”
● Rejeição liminar dos embargos
● Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos:
I – quando intempestivos;
II – nos casos de indeferimento da petição inicial e de
improcedência liminar do pedido;
III – manifestamente protelatórios.
Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade
da justiça o oferecimento de embargos manifestamente
protelatórios.
● Casos de indeferimento da petição inicial : Art. 330, CPC
● Casos de improcedência liminar do pedido: Art.332, CPC
● Se alegar excesso de execução deverá declarar o valor que
acha correto, sob pena de rejeição liminar ou não
conhecimento (parágrafo 4º, 917 do CPC);
● Falta das peças obrigatórias
Alegações cabíveis

Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:

I – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;

II – penhora incorreta ou avaliação errônea;

III – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;

IV – retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução


para entrega de coisa certa;

V – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;

VI – qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo
de conhecimento.

● Excesso de execução
● Art.917 § 2o Há excesso de execução quando:
I – o exequente pleiteia quantia superior à do título;
II – ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título;
III – ela se processa de modo diferente do que foi
determinado no título;
IV – o exequente, sem cumprir a prestação que lhe
corresponde, exige o adimplemento da prestação do
executado;
V – o exequente não prova que a condição se realizou.

Efeito suspensivo

● Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.


● Art. 919 § 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir
efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos
para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já
esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
● Então, em regra os embargos não possuem efeito suspensivo. Porém,
é possível que o juiz atribuída este efeito, quando requerido pela parte,
sendo necessário :
● Que o executado/embargante já tenha garantida a execução;
● Requisitos previstos na tutela provisória.
● O efeito suspensivo não se ampliará aos demais, salvo se o
fundamento for geral;
● Art.917 § 4o A concessão de efeito suspensivo aos embargos
oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução
contra os que não embargaram quando o respectivo
fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante.
● A decisão poderá ser modificada ou revogada a qualquer tempo;
● Art.917 § 2o Cessando as circunstâncias que a motivaram, a
decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a
requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer
tempo, em decisão fundamentada.
● O efeito suspensivo não impedirá a penhora e avaliação de bens.
● Art.917 § 5o A concessão de efeito suspensivo não impedirá a
efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da
penhora e de avaliação dos bens.

Processamento dos embargos (Art.920,CPC)

● Recebidos os embargos será o exequente ouvido no prazo de 15


dias
● Não existirá os efeitos da revelia;
● A seguir, o Juiz julgará imediatamente o pedido
● OU designará audiência de conciliação, instrução e julgamento;
● Embargos manifestamente protelatórios, o Juiz imporá multa de até
20% do valor em execução.

Sentença dos embargos

● Improcedente: manterá a execução em seu curso.


● Procedente: desconstitui a ação de execução.
● Não faz coisa julgada material (o pedido é defensivo e não
pretensivo)
● Não altera o título executivo ou sua causa subjacente.
Sentença declaratória de extinção do processo

● Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.


● Art. 924. Extingue-se a execução quando:
I – a petição inicial for indeferida;
II – a obrigação for satisfeita;
III – o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total
da dívida;
IV – o exequente renunciar ao crédito;
V – ocorrer a prescrição intercorrente.

Da exceção de pré-executividade

● Previsão legal : natureza de ordem pública


● Matérias de ordem pública poderão ser alegadas a qualquer tempo, por
meio de uma petição simples, denominada como exceção de pré-
executividade
● “A exceção de pré-executividade consiste em um meio de defesa do
executado, originariamente consagrado na jurisprudência e na
doutrina, por meio da qual sem garantia do juízo e mediante simples
petição pode o executado alegar, em incidente processual,
determinado vício, lastreado em matérias de ordem pública”. (Fonte)
● Art. 485, §3: O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos
incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição,
enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
● Veja as matérias dos incisos citados no artigo acima, ou seja, aquelas
que o juiz pode conhecer de ofício em qualquer grau de jurisdição
● Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
● IV – verificar a ausência de pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo;
● V – reconhecer a existência de perempção, de
litispendência ou de coisa julgada;
● VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse
processual;
● IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada
intransmissível por disposição legal;
● Levam à extinção dos embargos
● Não necessitam de garantia de juízo
● Há condenação de honorários de sucumbência
● Necessita de advogado
● Recomendo a leitura deste artigo para aprofundamento no tema:
Clique aqui

Execução de alimentos
● Na execução de alimentos, o exequente poderá optar pelo rito do artigo
911 e pelo do artigo 913 do CPC
● Art. 911. Na execução fundada em título executivo extrajudicial que
contenha obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado
para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores
ao início da execução e das que se vencerem no seu curso, provar que
o fez ou justificar a impossibilidade de fazê-lo.
● Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, os §§ 2o a 7o do art.
528.
● Aplicam-se subsidiariamente as normas do cumprimento de
sentença
● Pagar em 3 dias ou provar que o fez ou justificar a
impossibilidade de efetuá-lo, sob pena de prisão.
● Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao
pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória
que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará
intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar
o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de
efetuá-lo.
● § 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o
pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente
justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará
protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que
couber, o disposto no art. 517.
§ 2o Somente a comprovação de fato que gere a
impossibilidade absoluta de pagar justificará o
inadimplemento.
§ 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa
apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar
o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a
prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o
preso ficar separado dos presos comuns.
§ 5o O cumprimento da pena não exime o executado do
pagamento das prestações vencidas e vincendas.
§ 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o
cumprimento da ordem de prisão.
● § 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do
alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações
anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem
no curso do processo.
● Art. 913. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo,
observar-se-á o disposto no art. 824 e seguintes, com a ressalva de
que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito
suspensivo aos embargos à execução não obsta a que o
exequente levante mensalmente a importância da prestação.
● Art.824 e seguintes: Execução por quantia certa
● Desconto em folha de pagamento (medida sub-rogatória)
● Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou
gerente de empresa, bem como empregado sujeito à
legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o
desconto em folha de pagamento de pessoal da importância
da prestação alimentícia.
● O juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador,
determinando, sob pena de crime de desobediência, o
desconto a partir da primeira remuneração posterior do
executado, a contar do protocolo do ofício.
● O ofício conterá os nomes e o número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância
a ser descontada mensalmente, a conta na qual deve ser feito o
depósito e, se for o caso, o tempo de sua duração.
● Embargos do devedor
● Art. 914. O executado, independentemente de penhora,
depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de
embargos.

Execução contra a Fazenda Pública


● No Novo CPC a execução de título extrajudicial contra a Fazenda
Pública segue um procedimento especial, que veremos a seguir
● Para saber as situações em que a execução será contra a Fazenda
Pública, é preciso saber o que é Fazenda Pública para o CPC
● Entes da administração direta
● União, Estados Membros, Municípios, Distrito Federal
● Entes da administração indireta
● Autarquias e Fundações Públicas (Art.6, Lei 9.469/97 e
Art.8, Lei 6.208/93)
● Agências reguladoras (Aneel,Anatel,Anac,ANS,etc)
● EBCT (correios) : prestador de serviço de natureza pública
● RE 220.906/DF
● Execução de quantia certa
● Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda
Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.
● Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda
Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente
apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do
crédito contendo:
I – o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
do exequente;
II – o índice de correção monetária adotado;
III – os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV – o termo inicial e o termo final dos juros e da correção
monetária utilizados;
V – a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI – a especificação dos eventuais descontos obrigatórios
realizados.
● Enunciado n.º 240 do FPPC: São devidos honorários nas
execuções fundadas em título executivo extrajudicial contra a
Fazenda Pública, a serem arbitrados na forma do §3º do art.85.
● Obrigação de dar coisa certa e incerta
● Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa,
constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em
15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação.
● Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada
pelo gênero e pela quantidade, o executado será citado para
entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha.
● Obrigação de fazer ou não fazer
● Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o
executado será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe
designar, se outro não estiver determinado no título executivo.

Procedimento

● Pedido inicial da execução


● Citação da fazenda pública
● Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda
Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.
● Concordância com os cálculos
● Homologação e expedição de precatório ou requisição de
pequeno valor
● Art.941 § 1o Não opostos embargos ou transitada em julgado a
decisão que os rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição
de pequeno valor em favor do exequente, observando-se o
disposto no art. 100 da Constituição Federal.
● Embargos do devedor
● Art.910 § 2o Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar
qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no
processo de conhecimento.
● Prazo para embargar: 30 dias
● Não há reconvenção
● Os embargos têm efeito suspensivo
Execução não embargada

● Art.535 § 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições


da executada:
I – expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente,
precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na
Constituição Federal;
II – por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente
público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de
pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado
da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco
oficial mais próxima da residência do exequente.
Aplicação subsidiária aos artigos 534 e 535
● Art.910 § 3o Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos
artigos 534 e 535.
● Afasta os embargos à execução previstos no artigo 914 NCPC
● Aplica-se a regra geral do artigo 915 e seguintes do novo CPC com o
cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública previsto no
artigo 534 e 535.

Despacho Inicial

● Art.534 § 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não se aplica à


Fazenda Pública.
● Art.523 § 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do
caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e,
também, de honorários de advogado de dez por cento.
● Então, os honorários passam a ser definidos pelo art. 85, CPC
● § 7o Não serão devidos honorários no cumprimento de
sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de
precatório, desde que não tenha sido impugnada.
● Lei 9494/97, Art.1o-D. Não serão devidos honorários
advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções não
embargadas.(NR).
● Se houver impugnação: Art.85, § 13. As verbas de
sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados
ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de
sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para
todos os efeitos legais.
● Intimação
● Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu
representante judicial, por carga, remessa ou meio
eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos
próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: (…)
● Altera a regra das intimações da União (art.6 da Lei 9.028/95 e
artigo 17 da Lei 10.910/04) que são feitas pessoalmente.
● Art.246 § 1o Com exceção das microempresas e das empresas
de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são
obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em
autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e
intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse
meio.
§ 2o O disposto no § 1o aplica-se à União, aos Estados, ao
Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da
administração indireta.
● § A Fazenda Pública terá um cadastro dentro do PJE, com
um email em que devem ser enviadas as intimações e
citações
§ Há a previsão, mas ainda não está operacionalizado. A
previsão é que esteja funcionando assim até o final de
2020
● Art.272, § 6o A retirada dos autos do cartório ou da secretaria
em carga pelo advogado, por pessoa credenciada a pedido do
advogado ou da sociedade de advogados, pela Advocacia
Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público
implicará intimação de qualquer decisão contida no
processo retirado, ainda que pendente de publicação.
Embargos: matérias a serem alegadas

Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante


judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30
(trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:

I – falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo


correu à revelia;

II – ilegitimidade de parte;

III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;

IV – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;

V – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;

VI – qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como


pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que
supervenientes ao trânsito em julgado da sentença.
● § 1o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto
nos arts. 146 e 148.
§ 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução,
pleiteia quantia superior à resultante do título, cumprirá à executada
declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não
conhecimento da arguição.
● Obs: ler parágrafos do art.535
Efeitos dos embargos

● Efeito suspensivo na impugnação da Fazenda Pública.


● Será apresentada e processada nos mesmos autos (o que implica em
efeito suspensivo automático)
● Diferentemente do procedimento comum de execução, em que
os embargos são uma nova ação e correm em autos próprios, na
execução contra a Fazenda Pública, os embargos, também
chamados de impugnação, são feitos nos próprios autos.
Justamente por isso, possuem efeito suspensivo automático,
ou seja, a execução fica suspensa até que se decida os
embargos
● Entende-se que suspende em razão do parágrafo 3º do artigo 535 do
CPC/15, onde o precatório será expedido quando não impugnada a
execução ou rejeitadas as arguições.
● Quando for impugnado parcialmente, o restante será objeto de
cumprimento (§4º do artigo 535 do CPC/15).

Precatório

● Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal,


Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-
se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação
de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
● § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de
direito público, de verba necessária ao pagamento de seus
débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado,
constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de
julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício
seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente
● Requisições de pequeno valor
● CF, Art.100 § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de
obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as
Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial
transitada em julgado
● § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por
leis próprias, valores distintos às entidades de direito público,
segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo
igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência
social.
● § 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou
suplementares de valor pago, bem como o fracionamento,
repartição ou quebra do valor da execução para fins de
enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste
artigo.
● Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da
Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno
valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis
definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto no
§ 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou
obrigações consignados em precatório judiciário, que tenham
valor igual ou inferior a: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 37, de 2002)
I – quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos
Estados e do Distrito Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)
II – trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos
Municípios
● Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o
estabelecido neste artigo, o pagamento far-se-á, sempre, por
meio de precatório, sendo facultada à parte exeqüente a
renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar
pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista
no § 3º do art. 100.
● Diferenças no pagamento de precatórios
● União: o débito de pequeno valor para ser pago
independentemente da expedição de precatório atinge até
60 (sessenta) salários mínimos. (Lei
10.259/2001,art.17,§1º)
● Estados de MG: O valor da Requisição de Pequeno Valor
(RPV), a partir de Janeiro de 2019, será reajustado para
R$16.970,68. O reajuste decorre do valor da Unidade
Fiscal do Estado de Minas Gerais(UFEMG)
● Município de BH: Lei 9.320/2007, Art. 1 Para efeito do
disposto no § 3º do art. 100 da Constituição da República
e no art. 87 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 37, de 12 de junho de 2002, serão
considerados de pequeno valor, no Município, os
débitos ou as obrigações consignados em precatório
judiciário que tenham valor igual ou inferior a R$
5.000,00 (cinco mil reais). (Redação dada pela Lei nº
9532/2008)
● Obrigações de natureza alimentar
● § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles
decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e
suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em
responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada
em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os
demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste
artigo.
● § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares,
originários ou por sucessão hereditária, tenham 60
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença
grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais
débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para
os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será
pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.
● Súmula 144, STJ: Os créditos de natureza alimentícia gozam de
preferência, desvinculados os precatórios da ordem cronológica
dos créditos de natureza diversa.
● Súmula 655, STF: A exceção prevista no art. 100, caput, da
Constituição, em favor dos créditos de natureza alimentícia, não
dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los
da observância da ordem cronológica dos precatórios
decorrentes de condenações de outra natureza.

Bens públicos: impenhoráveis

● Os bens públicos são inalienáveis e, consequentemente,


impenhoráveis
● Art.100,CC
● Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei
considera impenhoráveis ou inalienáveis.

Execução Fiscal
● Crise da execução fiscal (Relatório justiça e, números 2018- IPEA)
● 41,4% de todos os processos que tramitam no Judiciário são de
execução fiscal
● 91% de taxa de congestionamento: a cada 100 processos que
foram propostos em 2017 apenas 9 foram baixados
● Indicador de curva ascendente quantitativo de novos casos
ultrapassa em mais de meio milhão o total de processos
baixados dessa classe
● Na execução fiscal, a fazenda pública vem como autora, postulando
em juízo o pagamento de uma quantia
● Regido pela Lei 6.830/80
● Art. 1º – A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
respectivas autarquias será regida por esta Lei e,
subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil.
● Dívidas tributárias ou dívidas comuns (ex: multas de trânsito)
● Fazenda Pública como autora
● Contra particulares
● Contra entes públicos
● Terá procedimentos comuns e especiais
Certidão de dívida ativa

● O Título executivo é o CDA (Certidão de dívida ativa)


● CPC, Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: IX – a
certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente
aos créditos inscritos na forma da lei;
● Cobrança de qualquer valor definido como de natureza tributária
ou não tributária
● Compreende o principal, atualização monetária, juros, multa de
mora e demais encargos previstos em lei ou contrato.
● É necessário abrir um processo administrativo onde o devedor será
intimado para se defender ou pagar o valor devido.
● Ao final do processo administrativo, sendo constatado a dívida,
sobrevirá o ato administrativo de inscrição na dívida ativa, sendo
emitida a Certidão da Dívida Ativa

Legitimidade como Fazenda Pública

● Administração direta
● União, Estado, DF, Municípios
● Administração indireta
● Autarquias e fundações públicas
● Pessoa jurídica de direito privado: Conselhos profissionais (Lei
9.649/98 e ADI1.717DF)
● Exceto a OAB (Resp 552.894/SE).
● Legitimidade passiva
● Devedor (ou seus sucessores).
● Garantidor da dívida (fiador, espólio, massa falida, responsável,
sucessores a qualquer título) Artigo 4º da Lei 6.830/91
● Responsável tributário (administrador de empresa).
● Procedimento
● Pedido inicial da execução
● Citação do devedor
● Pagamento e penhora
● Embargos do devedor
● Competência
● Lei 6.830, Art. 5º – A competência para processar e julgar a
execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de
qualquer outro Juízo, inclusive o da falência, da concordata,
da liquidação, da insolvência ou do inventário.
● CPC, Art.46 § 5o A execução fiscal será proposta no foro de
domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde
for encontrado.
● CPC, Art.781, V – a execução poderá ser proposta no foro do
lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que
deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o
executado.
● Petição inicial
● Art. 6º – A petição inicial indicará apenas:
I – o Juiz a quem é dirigida;
II – o pedido; e
III – o requerimento para a citação.
§ 1º – A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida
Ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse
transcrita.
§ 2º – A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão
constituir um único documento, preparado inclusive por
processo eletrônico.
§ 3º – A produção de provas pela Fazenda Pública independe de
requerimento na petição inicial.
§ 4º – O valor da causa será o da dívida constante da
certidão, com os encargos legais.
● Citação do devedor
● Art. 8º – O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco)
dias, pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos
indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução,
observadas as seguintes normas:
I – a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a
Fazenda Pública não a requerer por outra forma;
II – a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega
da carta no endereço do executado, ou, se a data for omitida,
no aviso de recepção, 10 (dez) dias após a entrega da carta à
agência postal;
III – se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15
(quinze) dias da entrega da carta à agência postal, a citação
será feita por Oficial de Justiça ou por edital;
IV – o edital de citação será afixado na sede do Juízo,
publicado uma só vez no órgão oficial, gratuitamente, como
expediente judiciário, com o prazo de 30 (trinta) dias, e conterá,
apenas, a indicação da exeqüente, o nome do devedor e dos co-
responsáveis, a quantia devida, a natureza da dívida, a data e o
número da inscrição no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o
endereço da sede do Juízo.
§ 1º – O executado ausente do País será citado por edital,
com prazo de 60 (sessenta) dias.
§ 2º – O despacho do Juiz, que ordenar a citação, interrompe
a prescrição.
● Embargos do devedor
● Art. 16 – O executado oferecerá embargos, no prazo de 30
(trinta) dias, contados:
I – do depósito;
II – da juntada da prova da fiança bancária;
II – da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro
garantia; (Redação dada pela Lei nº 13.043,
de 2014)
III – da intimação da penhora.
§ 1º – Não são admissíveis embargos do executado antes de
garantida a execução.
§ 2º – No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda
matéria útil à defesa, requerer provas e juntar aos autos os
documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a critério do
juiz, até o dobro desse limite.
§ 3º – Não será admitida reconvenção, nem compensação, e
as exceções, salvo as de suspeição, incompetência e
impedimentos, serão argüidas como matéria preliminar e serão
processadas e julgadas com os embargos.
● Processamento dos embargos
● Art. 17 – Recebidos os embargos, o Juiz mandará intimar a
Fazenda, para impugná-los no prazo de 30 (trinta) dias,
designando, em seguida, audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo Único – Não se realizará audiência, se os embargos
versarem sobre matéria de direito, ou, sendo de direito e de
fato, a prova for exclusivamente documental, caso em que o
Juiz proferirá a sentença no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 18 – Caso não sejam oferecidos os embargos, a Fazenda
Pública manifestar-se-á sobre a garantia da execução.
Art. 19 – Não sendo embargada a execução ou sendo rejeitados
os embargos, no caso de garantia prestada por terceiro, será
este intimado, sob pena de contra ele prosseguir a execução
nos próprios autos, para, no prazo de 15 (quinze) dias:
I – remir o bem, se a garantia for real; ou
II – pagar o valor da dívida, juros e multa de mora e demais
encargos, indicados na Certidão de Divida Ativa pelos quais se
obrigou se a garantia for fidejussória.
● Intimação
● Pessoal
● Art. 25 – Na execução fiscal, qualquer intimação ao
representante judicial da Fazenda Pública será feita
pessoalmente.
Parágrafo Único – A intimação de que trata este artigo poderá ser
feita mediante vista dos autos, com imediata remessa ao
representante judicial da Fazenda Pública, pelo cartório ou
secretaria.
● CPC, Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não
produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a
sentença:
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à
execução fiscal.

Prescrição intercorrente

● Lei 6830, Art.8, § 2º – O despacho do Juiz, que ordenar a citação,


interrompe a prescrição.
● CPC, Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação,
desde que realizada em observância ao disposto no § 2o do art. 240,
interrompe a prescrição, ainda que proferido por juízo incompetente.
Parágrafo único. A interrupção da prescrição retroagirá à data de
propositura da ação.
● Lei nº 11.051/2004 (incluiu o §4º ao art. 40 das LEF)
● Art. 40, § 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver
decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a
Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição
intercorrente e decretá-la de imediato.
● § 5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no §
4o deste artigo será dispensada no caso de cobranças
judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do
Ministro de Estado da Fazenda. (até 20 mil- Portaria 75/2012)
● Art. 924. Extingue-se a execução quando: V – ocorrer a prescrição
intercorrente.
● O prazo da prescrição intercorrente é o mesmo da prescrição inercial,
que varia de acordo com o prazo do título executivo
● Ex: se for um cheque, será de 6 meses, se for uma nota
promissória será de 3 anos etc
● Suspensão da prescrição
● Art. 921. Suspende-se a execução: III – quando o executado
não possuir bens penhoráveis;
● § 1o Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução
pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a
prescrição.
§ 2o Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja
localizado o executado ou que sejam encontrados bens
penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3o Os autos serão desarquivados para prosseguimento da
execução se a qualquer tempo forem encontrados bens
penhoráveis.
§ 4o Decorrido o prazo de que trata o § 1o sem manifestação
do exequente, começa a correr o prazo de prescrição
intercorrente.
§ 5o O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze)
dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata
o § 4o e extinguir o processo.

Tutela Provisória
● Processos
● Conhecimento: acertamento
● Execução: satisfação (fase de cumprimento de sentença)
● No Código de 1973, existia a previsão do processo cautelar, que era
utilizado quando ocorria algum fato que pudesse por em risco o
processo de conhecimento ou de execução
● Tinha finalidade acautelatória, isto é, proteger os elementos do
processo de conhecimento e do processo de execução)
● Visava conservar os efeitos que seriam obtidos ao final do
processo de conhecimento ou de execução
● Se dava em face da relação de direito processual
● Mas, existiam situações de direito material que precisavam ser
protegidas também e o código de 1973 não previa solução para
essas circunstâncias
● Em 1994 o CPC, em sua primeiro reforma, institui a antecipação dos
efeitos da tutela (Tutela antecipada) para aquelas situações em que
era necessário resguardar o direito material e não o processual
● Em 2015, o legislador unificou as tutelas de urgência
● Tutela cautelar: “fumaça do bom direito” (Conservação)
● Tutela antecipada: verossimilhança das alegações e prova
inequívoca (Satisfação)
● É interessante a utilização de uma analogia com uma “geladeira”
e uma “frigideira”. Uma pessoa que chega do supermercado com
compras, se estiver faminta e precisar satisfazer sua fome
imediatamente sob pena de passar mal e, eventualmente,
desmaiar, utilizará logo a frigideira para preparar seu alimento,
situação análoga à tutela antecipada, que visa a satisfação
imediata do direito para evitar um possível e provável dano
futuro. Mas, se a pessoa não estiver faminta, guardará os
alimentos na geladeira para que eles se mantenham
conservados e, no momento que ela precisar prepará-los,
estejam perfeitos para o uso e não danifiquem a refeição,
situação análoga com a tutela cautelar, que visa a conservação
dos elementos necessários ao sucesso do processo
● O Código de 2015, reuniu as tutelas de urgência em um grande
gênero: a Tutela Provisória (Art.294)
● Se contrapõe à tutela definitiva

Urgência X Evidência

● Art.294, NCPC: “A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência


ou evidência“
● A urgência se relaciona com o risco e a evidência com o direito, na
medida em que, mesmo sem urgência, é possível apurar a evidência
da titularidade do direito discutido e, por isso, não há razão de fazer
a parte titular esperar pela tutela de seu direito
Tutela de Urgência

● Art.294, parágrafo único: ” A tutela provisória de urgência, cautelar ou


antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou
incidental“
● Tutela de urgência cautelar (acautelatória)
● Conservatória
● Visa assegurar o futuro resultado útil do processo
● Tutela de urgência antecipada (satisfativa)
● Permite a imediata satisfação prática do direito alegado pelo
demandante
● Situações em que há um perigo iminente para o direito
substancial
● Requisito específico: não pode ser irreversível, ou seja, tem que
ser possível voltar ao status quo ante após a concessão da tutela
(Art.300,§3)
● Existem exceções ao requisito da irreversibilidade como,
por exemplo, em ações de direito de alimentos ou ações
que envolvam procedimentos cirúrgicos. Nesses casos, a
não concessão da tutela de urgência antecipada pelo fato
de seu resultado ser irreversível, implicaria em uma
irreversibilidade mais grave, como a falta de alimentos ou
o óbito do paciente
● Pode ser concedida em caráter antecedente
● Antes de ter um processo ajuizado
● Situação tão urgente que não da tempo de esperar pelo
ajuizamento do processo
● Anterior à existência do processo de conhecimento ou do
processo de execução
● Pode ser concedida em caráter incidental
● Dentro de um processo que já esteja em curso
● Art.300,NCPC – Requisitos: (comuns à tutela antecipada e cautelar)
● Existência de risco grave ou de difícil reparação
● perigo real e iminente
● “Periculum in mora” – Perigo da demora
● o risco de dano tem que justificas o interesse de agir
● Probabilidade da existência do direito
Tutela de Evidência

● Art.311, NCPC
● Visa promover uma redistribuição do ônus pela demora do processo
● O autor possui uma probabilidade de ter razão no que pede muito alta,
ou seja, possui uma verossimilhança a seu favor muito intensa que
justifica a concessão de uma tutela provisória
● Só pode ser requerida em caráter incidental
● Não há que se falar em tutela de evidência antecedente
● Não há que se falar em risco
● Hipóteses do artigo 311:
● Lista taxativa ou exemplificativa?
● Corrente 1: A tutela de evidência é medida excepcional,
por isso suas hipóteses tem que estar expressamente
previstas em lei, portanto seria uma lista taxativa
● Corrente 2: A tutela de evidência visa, acima de tudo,
assegurar o direito da parte, por isso se esse direito é
evidente, deve ser concedido de imediato. Portanto, a lista
seria exemplificativa
● Art.311,NCPC: A tutela de evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando:
I) Ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte

● Abuso de direito da defesa


● Iriam contra os princípios processuais da cooperação e da boa-fé
● Tem o propósito de evitar condutas abusivas e protelatórias
II) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante

● Sistemas de precedentes enquanto fonte do direito produzindo efeitos


● Nessa hipótese será necessário preenchimento de dois requisitos:
● As alegações de fato possam ser comprovadas apenas
documentalmente
● Sobre as questões de direito já exista tese firmada em casos
repetitivos
III) se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada
do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do
objeto custodiado, sob cominação de multa

● Hipótese específica para questões em que se esteja discutindo


depósito
● Parte que contratou um depositário foi reaver a coisa e o depositário
não quis lhe entregar, essa parte propõe uma ação e, se houver prova
documental adequada do contrato de depósito, é possível decretar a
ordem de entrega do objeto custodiado sob cominação de multa
● Retenção indevida de coisa depositada
● Pessoa tenta reaver a coisa e a outra pessoa retém
● Tutela de evidência sob pena de multa
IV) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar
dúvida razoável

● Na petição inicial o autor traz uma prova documental que demonstra a


existência dos fatos que constituem o seu direito e o réu não traz
nenhuma prova capaz de gerar uma dúvida razoável no juiz com
relação às provas trazidas pelo autor. Nesse caso, existe uma
evidência do direito do autor
● Problemas :
● Não diz que a prova do réu tem que ser documental
● Dúvida razoável: em quem?
● Se for no juiz: insegurança jurídica, devido à descontinuidade de
juízes existente em alguns processos
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente

● Nessas hipóteses a tutela de evidência poderá ser concedida sem


contraditório prévio

Estabilização da Tutela Antecipada

● Art.304, NCPC: A tutela antecipada, concedida nos termos do art.303,


torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o
respectivo recurso
● §1 No caso previsto no caput, o processo será extinto
● Apresentação do pedido da tutela antecipada antecedente
● Se a outra parte não interpor recurso, a decisão se torna estável
● O ato que importa é a interposição do recurso, e não o seu resultado
● Desestimulação da solução consensual
● Não diz se a extinção é com ou sem resolução de mérito
Para complementação :

Tutela de urgência : https://www.youtube.com/watch?v=z5USrfL78Ys

Tutela de evidência: https://www.youtube.com/watch?v=0s1AZcL3WSQ

Tutela Provisória 2
“A tutela principal corresponde ao provimento que compõe o conflito de direito
material, de modo exauriente e definitivo. Isto pode acontecer mediante
provimento de acertamento ou definição, ou por meio de atividade executiva,
que incida sobre o plano fático, para pôr as coisas em estado coincidente com o
direito reconhecido à parte cuja situação de vantagem já se encontra
juridicamente certificada. Nesse sentido fala-se em tutela de conhecimento e em
tutela de execução. Mas, há situações concretas em que a duração do
processo e a espera da composição do conflito geram prejuízos ou risco
de prejuízos para uma das partes, os quais podem assumir proporções sérias,
comprometendo a efetividade da tutela a cargo da Justiça”

“Fala-se , então, em tutelas diferenciadas, comparativamente às tutelas comuns.


Enquanto estas, em seus diferentes feitios, caracterizam-se sempre pela
definitividade da solução dada ao conflito jurídico, as diferenciadas apresentam-
se, invariavelmente, como meios de regulação provisória da crise de direito
em que se acham envolvidos os litigantes”

● Um dos institutos mais importantes do Código de Processo Civil


● A tutela provisória se contrapõe à tutela definitiva e pode ser de duas
ordens: satisfativa ou acautelatória
● Tutela provisória vs. Tutela definitiva (sentença)
● Tutela satisfativa : Visa satisfazer o direito da parte
● Tutela de urgência
● Tutela de evidência
● Tutela acautelatória : visa prevenir o direito da parte
● A Tutela provisória pode ser concedida em dois momentos
● Antecedente: concedida antes mesmo da apresentação da
petição inicial , antes de ter um processo
● Incidental : concedida no curso do processo
● Previsão legislativa
● Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência
ou evidência.
● Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou
antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou
incidental.
● Toda a sistemática da Tutela Provisória foi modificada pelo novo CPC
● Uniformiza a sistemática da tutela de urgência
● Cria a tutela de evidência
● Organiza a tutela de urgência e de evidência em um único
capítulo
● ProvisoriedadeA tutela provisória precisa ser confirmada na
sentença. Até que ela seja confirmada, poderá ser revogada e
modificada
● Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência
do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou
modificada.

Classificações da tutela provisória

Urgência X Evidência

● Tutela de urgência Associada, necessariamente à presença de risco


● Art.300,NCPC
● Tutela de evidência Não tem o fator risco, mas está ligada à
qualidade do direito que a parte apresenta em juízo
● A urgência se relaciona com o risco e a evidência com o direito,
na medida em que, mesmo sem urgência, é possível apurar a
evidência da titularidade do direito discutido e, por isso, não
há razão de fazer a parte titular esperar pela tutela de seu direito
● Art.311,NCPC
● A tutela de evidência sempre será incidental e satisfativa
Antecedente X Incidental

Quanto ao momento em que a tutela será requerida

● Tutela antecedente Tutela de natureza preparatória


● Requerida antes de iniciada a relação processual principal
● Antes de iniciada a relação processual, ou seja, antes mesmo de
existir um processo, se formula um pedido exclusivo de tutela
provisória
● Tutela incidental Já havia uma relação processual em curso
● Incide dentro do processo
● Pode ser requerida na petição inicial
Cautelar X Satisfativa

Quanto ao conteúdo da tutela

● Tutela cautelar (conservação)


● Natureza preventiva
● Preserva o direito
● Tutela antecipada ou satisfativa (satisfação)
● Concede de antemão para parte o direito para que ela possa
usufruir
● É interessante a utilização de uma analogia com uma “geladeira” e
uma “frigideira”. Uma pessoa que chega do supermercado com
compras, se estiver faminta e precisar satisfazer sua fome
imediatamente sob pena de passar mal e, eventualmente, desmaiar,
utilizará logo a frigideira para preparar seu alimento, situação análoga
à tutela antecipada, que visa a satisfação imediata do direito para
evitar um possível e provável dano futuro. Mas, se a pessoa não
estiver faminta, guardará os alimentos na geladeira para que eles se
mantenham conservados e, no momento que ela precisar prepará-los,
estejam perfeitos para o uso e não danifiquem a refeição, situação
análoga com a tutela cautelar, que visa a conservação dos
elementos necessários ao sucesso do processo
Competência

● A competência para julgar a tutela incidental será sempre do juiz da


causa
● Se for uma tutela de natureza antecedente, como o processo ainda
não iniciou, não existe um juiz da causa
● Será preciso verificar as regras gerais de distribuição de
competência (Art.299,NCPC)
● Juiz para a causa
● Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e,
quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do
pedido principal.
● Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de
competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória
será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o
mérito.
Poder geral de cautela

Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas


para efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas
referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.

● Poder geral que o juiz tem para, dentro do caso concreto, determinar
todas as medidas que ele ache conveniente para o efetivo
cumprimento da tutela provisória
● Medidas eficazes para impedir o descumprimento da tutela provisória
● Juiz pode tomar essas medidas independentemente de pedido das
partes

Tutela de urgência
Requisitos da tutela provisória de urgência

“As tutelas de urgência- cautelares e satisfativas- fundam-se nos requisitos


comuns do fumus boni iuris e do periculum in mora. Não há mais exigências
particulares para obtenção da antecipação de efeitos da tutela definitiva (de
mérito). Não se faz mais a distinção de pedido cautelar amparado na aparência
de bom direito e pedido antecipatório amparado em prova inequívoca”

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.

● O CPC de 2015 mudou a sistemática do CPC de 1973 que exigia graus


diferentes de qualidade do direito como requisito para a concessão de
tutela de urgência.
● Arts. 273 (verossimilhança das alegações), 461-A (relevância da
fundamentação) e 796 ( fumus boni iuris) do CPC/73
● No novo Código, o artigo 300 traz os requisitos para concessão de
tutela de urgência que são cumulativos, ou seja, ambos precisam
estar presentes simultaneamente
● Periculum in mora “Um dano potencial, um risco que corre o
processo de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte,
em razão do periculum in mora, risco esse que deve ser
objetivamente apurável”
● “A parte deverá demonstrar fundado temor de que,
enquanto aguarda a tutela definitiva, venham a faltar as
circunstâncias de fato favoráveis à própria tutela. E isto
pode ocorrer quando haja o risco de perecimento,
destruição, desvio, deterioração, ou de qualquer mutação
das pessoas, bens ou provas necessários para a perfeita e
eficaz atuação do provimento final do processo”
● Perigo na demora da prestação da tutela jurisdicional
● Risco presente e real ao direito material ou processual
● Probabilidade do direito (fumus boni iuris)
● “Para a tutela de urgência, não é preciso demonstrar-se
cabalmente a existência do direito material em risco,
mesmo porque esse, frequentemente, é litigioso e só terá
sua comprovação e declaração no final do processo. Para
merecer a tutela cautelar, o direito em risco há de revelar-
se apenas como o interesse que justifica o ‘direito de
ação’, ou seja, o direito ao processo de mérito”
● “Se, à primeira vista, conta a parte com a possibilidade
de exercer o direito de ação e se o fato narrado,em tese,
lhe assegura provimento do mérito favorável, e se acha
apoiado em elementos de convencimento razoáveis,
presente se acha o fumus boni iuris, em grau suficiente
para autorizar a proteção das medidas sumárias”
● Não é preciso ouvir a parte contrária para concessão de tutela
provisória de urgência
● Art.300,§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou
após justificação prévia.
● Liminar : juiz concede a tutela
● Justificação: audiência de justificação em que a parte deverá
levar novas provas ao magistrado (ex: testemunhas)
● Caução (Art.300,§1)
● Art.300, § 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz
pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória
idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a
sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte
economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
● “Juiz, ao conceder determinada providência urgente a uma
parte, condiciona a consecução da medida à prestação de
caução, a cargo do requerente”
● Juízo garantido
● Possibilidade de assegurar que a tutela possa ser desfeita
● Ressarcimento em face à modificação da decisão
● Irreversibilidade (Art.300,§3)
● § 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será
concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão.
● Se há risco de irreversibilidade, não haverá concessão da tutela
● “A necessidade de valorização do princípio da efetividade da
tutela jurisdicional não deve ser pretexto para a pura e simples
anulação do princípio da segurança jurídica. Adianta-se a medida
de urgência, mas preserva-se o direito do réu à reversão do
provimento, caso ao final seja ele, e não o autor, o vitorioso no
julgamento definitivo da lide”
● “O periculum in mora deve ser evitado para o autor, mas não à
custa de transportá-lo para o réu (periculum in mora inversum).
Em outros termos: o autor tem direito a obter o afastamento do
perigo que ameaça seu direito, Não tem, todavia, a faculdade de
impor ao réu que suporte dito perigo. A tutela provisória, em
suma, não se presta a deslocar ou transferir risco de uma parte
para outra”
● Tipos de tutelas cautelares típicas “Para o Código de 1973, era
muito relevante a distinção entre medidas típicas e atípicas, visto que
traçavam procedimentos diferentes e se estabeleciam requisitos e
objetivos diversos para umas e outras. Com base nessa classificação,
a doutrina dividia as ações cautelares em nominadas ( as especiais
para determinadas situações) e inominadas (as que derivam do poder
geral de cautela, e que não tinham um fim especial, prestando-se
genericamente a enfrentar qualquer tipo de perigo de dano)
● CPC/73 :
● Possibilidade de medida cautelar inominada ou atípica
para situações que não estavam expressamente previstas
● Medidas típicas para situações previstas
● CPC/2015: Simplificação da sistemática processual
● “O novo Código admite qualquer das classificações usuais.
Embora exemplifique algumas medidas cautelares no
art.301- arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro
de protesto contra alienação de bem-, é expresso em
admitir que o juiz adote ‘ qualquer outra medida idônea
para asseguração do direito”
● Acabou com os procedimentos especiais cautelares típicos
● Juiz pode escolher qual a melhor medida para assegurar o
direito (poder geral de cautela)
● Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode
ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de
bens, registro de protesto contra alienação de bem e
qualquer outra medida idônea para asseguração do
direito.
Responsabilidade por dano processual

● A tutela provisória pode ser modificada ou revogada a qualquer tempo


● No momento da concessão da tutela provisória é feita uma análise
sumária da lide, ou seja, uma análise superficial, feita com o objetivo
de deferir a liminar. Já no momento em que a sentença for proferida, ou
seja, o momento da tutela definitiva, a análise feita é exauriente, mais
aprofundada. Então, a medida em que a análise vai se aprofundando
podem surgir diversas razões que justifiquem que essa tutela
concedida de forma provisória venha a ser modificada ou revogada ao
longo do processo. Com isso, é possível que após análise exauriente
perceba-se que aquela tutela concedida provisoriamente não era a
mais adequada , além da possibilidade de ter gerado prejuízos para a
parte que a suportou. Nesse caso, existiria o chamado dano processual
(seja material ou moral), decorrente da concessão da tutela provisória
● Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a
parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência
causar à parte adversa, se:
● I – a sentença lhe for desfavorável;
● II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não
fornecer os meios necessários para a citação do requerido no
prazo de 5 (cinco) dias;
● Não está dizendo que haverá responsabilidade se a
citação não for feita em 5 dias, pois a parte nada tem a ver
com a morosidade do Pode Judiciário, mas sim que haverá
responsabilidade se a parte não fornecer os dados
necessários para a citação no prazo de 5 dias. Por
exemplo, a parte que deixa de fornecer dados para
qualificação das partes, comprovante de recolhimentos de
custas, contra fé etc
● Contra fé
● Quando há distribuição física do processo a parte
autora tem o ônus de apresentar ao Poder Judiciário
o número de cópias da Petição Inicial quantos forem
os réus do processo. A essas cópias se da o nome
de contra fé
● III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer
hipótese legal;
● Tutela que é revogada por qualquer razão
● IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da
pretensão do autor.
● Liquidação do dano Art.302. Parágrafo único. A indenização será
liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que
possível.
● Ocorrerá quando houver a necessidade de apuração de valores
dentro do processo
● A liquidação do dano pode ser de 3 tipos :
● Por simples cálculo
● Por artigos (demonstração dos prejuízos seguidos por
prova)
● Por arbitramento (profissional – perito- irá arbitrar os
valores relativos aos prejuízos
Tutela antecipada antecedente
● Natureza satisfativa (antecipada) concedida em caráter antecedente
(antes do início do processo)
● Antes da reforma do artigo 273 do CPC/73, ocorrida em 1994, a tutela
antecipada era apenas de natureza incidental
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da
ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada
e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito
que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do
processo.

Requisitos

● Urgência contemporânea à propositura da ação Urgência máxima


● Risco iminente
● Ex: autorização de internação e custeio de cirurgias;
fornecimento de medicamento
● Petição inicial não precisará conter os requisitos do art.319, mas sim os
requisitos do art.303
● Pedido de tutela antecipada
● Pedido de tutela finalTem que ter relação com o pedido de
tutela antecipada, pois o direito pretendido é o mesmo
● Similitude total ou parcial com o pedido de tutela
antecipada
● Exposição da lide Demonstrar qual o conflito existente de forma
sumária
● Exposição do direito que se busca realizar
● Exposição do risco Risco real, iminente, fundado e concreto
● “Justifica-se essa abertura do processo a partir apenas do pedido de
tutela emergencial, diante da circunstância de existirem situações que,
por sua urgência, não permitem que a parte disponha de tempo
razoável e suficiente para elaborar a petição inicial, com todos os fatos
e fundamentos reclamados para a demanda principal. O direito se
mostra na iminência de decair ou perecer se não for tutelado de plano,
razão pela qual merece imediata proteção judicial”
Procedimento
● Requerimento: protocolo/distribuição/autuação/concussão/despacho
inicial
● Despacho inicial
● Necessariamente terá conteúdo decisório (decisão interlocutória)
– possível interpor agravo de instrumento
● Se juiz postergar, ou seja, primeiro ouvir a parte contrária =
equivale ao indeferimentoEmenda (5 dias) : Art.303, § 6 o Caso
entenda que não há elementos para a concessão de tutela
antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da
petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser
indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito
● Juiz defere Emenda (15 dias) : Art.303, § 1o Concedida a tutela
antecipada a que se refere o caput deste artigo:
● I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a
complementação de sua argumentação, a juntada de
novos documentos e a confirmação do pedido de tutela
final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o
juiz fixar;
● Citação da parte contrária para dar ciência daquela
decisão e comparecimento a audiência de tentativa de
conciliação
● Art.303, II – o réu será citado e intimado para a
audiência de conciliação ou de mediação na forma
do art. 334;
Estabilização

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se
estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo
recurso.

§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.

● A parte ré, a partir do momento em que for citada da decisão que


defere a tutela de urgência, deve recorrer, sob pena de estabilização
da tutela antecipada antecedente e extinção do processo Recurso
cabível: agravo de instrumento
● Requisitos para estabilização
a. Requerimento da parteÉ preciso que o autor peça
expressamente pela estabilização no momento em que requere a
tutela provisória
b. Deferimento da tutelaA tutela antecipada tem que ter sido
deferida
c. Não interposição de recursoO réu não pode ter interposto
recurso contra a decisão que concede a tutela antecipada
● Ocorrência: não interposição de recurso – agravo de instrumentoSó
se fala em estabilização para pedidos feitos em primeira instância
a. Recurso extraordinário ou especial: analisam apenas questões
de direito
b. Polêmica: possibilidade de estabilização na segunda instância
● Consequência: extinção do processo Com ou sem exame de
mérito? O processo sempre é extinto por meio de sentença, que pode
ser com exame de mérito (art.487, CPC) ou sem exame de mérito
(art.485,CPC). O §1 do artigo 304 ao dizer que o processo será extinto
caso o réu não interponha recurso à decisão que concede a tutela
antecipada antecedente, não especifica se a sentença seria com ou
sem exame de mérito. O exame de mérito é o julgamento da lide, o
deferimento ou indeferimento do pedido da parte. A tutela antecipada
antecedente é de natureza satisfativa, ou seja, ao conceder essa
tutela o pedido da parte é atendido.
● Então, em primeira análise, a sentença seria com
resolução de mérito e consequente formação de coisa
julgada material (impossibilidade de rediscutir a matéria
em juízo posteriormente)
● Porém, os parágrafos 2, 5 e 6 do artigo 304 do CPC
preveem a possibilidade de ação revisional e ditam que
não haverá formação de coisa julgada§ 2o Qualquer das
partes poderá demandar a outra com o intuito de rever,
reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos
termos do caput.
● § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela
antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-
se após 2 (dois) anos, contados da ciência da
decisão que extinguiu o processo, nos termos do §
1o.
● § 6o A decisão que concede a tutela não fará
coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos
efeitos só será afastada por decisão que a revir,
reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por
uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.
● Portanto, em vez de tentar forçar um encaixe dessa
sentença em uma dessas duas categorias (com ou sem
resolução de mérito) , mais adequado é considerar um
terceiro gênero específico desse instituto processual.
Então, a sentença que concede a tutela antecipada
antecedente seria uma sentença de extinção do
processo por estabilização.
b. Faz coisa julgada?§ 6o A decisão que concede a tutela não
fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos
só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar,
proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do §
2o deste artigo.
c. Nova sentença?Sim , após a não interposição de recurso é
preciso uma nova decisão para extinguir o processo , isso não
ocorre de maneira automática
d. Honorários?A concessão de tutela antecipada antecedente
somada à não interposição de recurso pelo réu equivaleria ao o
reconhecimento do direito do autor feito de forma tácita
● Então, se no caso de reconhecimento do direito do autor
são devidos honorários de sucumbência, no caso da
estabilização não há porque não ser
● Mas, como os limites de mínimo e máximo estão ligados
ao tempo de duração do processo, que no caso da
estabilização é muito menor, a condenação será feita de
forma diferente. Ela não deixará de acontecer, mas
também não será fixada dentro do padrão de 10% a 20%.
O valor dos honorários devidos será arbitrado pelo
magistrado
Tutela Cautelar Antecedente
“Embora as medidas cautelares e as satisfativas tenham sido integradas ao
gênero comum da tutela de urgência, há, no novo Código, disposições
procedimentais que as tratam de maneira diferenciada, no caso da tramitação
em caráter antecedente, diante da demanda principal”

“A tutela conservatória (cautelar) requerida em caráter antecedente é regulada


pelos arts. 305 a 310 do NCPC. A sua finalidade é conservar bens, pessoas
ou provas, que possam sofrem alguma lesão ou perigo de lesão em razão da
longa duração da marcha processual. Assim, antes mesmo de ajuizada a ação
contendo o pedido principal, a parte poderá requerer, de forma antecedente, a
proteção provisória de seu direito”

● Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela


cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a
exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
● Intenção de conservar o direito da parte
● Tutela provisória de natureza preventiva apresentada antes que a parte
formule o pedido principal
● Requisitos
● Exposição da lide e de seus fundamentos (qual o conflito
existente e quais as razões que o justificam)
● Exposição sumária do direito controvertido ( fumus boni iuris)
● Exposição do risco ao direito material ou processual da parte
( é uma tutela de urgência)
● Fungibilidade
● Art.305, Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se
refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o
disposto no art. 303.
● Se o juiz verificar que diante do caso concreto deveria ter sido
apresentado outro tipo de requerimento,ou seja, em vez de um
pedido de tutela cautelar deveria ter sido de tutela satisfativa,
receberá o pedido como se de tutela antecipada fosse
● Em princípio seria uma causa de indeferimento, mas o parágrafo
único do art.305 autoriza a fungibilidade do pedido de tutela
cautelar para um pedido de tutela antecipada . Entretanto, a
recíproca não é verdadeira, pois não há dispositivo legal que
permita a fungibilidade de um pedido antecipado para cautelar.
● Entendimento 1: Via de mão única. Só é permitido de
cautelar para antecipada, pois foi a opção do legislador
● Entendimento 2: Havia a possibilidade de converter a
tutela antecipada em cautelar no CPC de 1973
(Art.273,§7). Além disso, é mais grave converter a cautelar
em antecipada do que a antecipada em cautelar, com isso
como a situação mais grave está expressamente
autorizada, a conversão de tutela antecipada para cautelar
também estaria. Na opinião da professora Suzanna, essa
possibilidade não traria prejuízos para parte e estaria de
acordo com o princípio da eficiência, além de respeitar a
situação de risco e urgência que a parte provavelmente se
encontra
● Procedimento
● Requerimento- protocolo- distribuição- autuação-concussão-
citação
● Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias,
contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados
pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos,
caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-
se-á o procedimento comum.
● Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá
de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso
em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o
pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de
novas custas processuais.
● § 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão
intimadas para a audiência de conciliação ou de
mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou
pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu.
Tutela de evidência
“A tutela de evidência não se funda no fato da situação geradora do perigo de
dano, mas no fato de a pretensão de tutela imediata se apoiar em comprovação
suficiente do direito material da parte. Justifica-se pela possibilidade de aferir
a liquidez e certeza do direito material, ainda que sem o caráter de definitividade,
já que o debate e a instrução processuais ainda não se completaram. No estágio
inicial do processo, porém, já se acharam reunidos elementos de convicção
suficientes para o juízo de mérito em favor de uma das partes“

● Se analisa a qualidade do direito da parte


● Sempre será satisfativa
● Sempre será incidental, ou seja, requerida no curso do processo
● “A tutela de evidência pressupõe, por sua própria natureza,
demanda principal já ajuizada, pois é por meio da dedução da
pretensão em juízo com todos os seus fundamentos e suas
provas disponíveis que se pode avaliar a evidência do direito da
parte sobre o qual a media provisória irá recair”
● A tutela de evidência pode ser deferida, tanto em liminar (art.311,
parágrafo único), como em decisão incidental (art.311,I)
● Nas hipóteses dos incisos II e III do artigo 311 a tutela de
evidência poderá ser concedida em caráter liminar, ou
seja, sem a oitiva da parte contrária
● Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes
sem que ela seja previamente ouvida.
● Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
● II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no
art. 311, incisos II e III;
Hipóteses

● “Em lugar de conceituar genericamente a tutela de evidência, o novo


Código preferiu enumerar, de forma taxativa, os casos em que essa
modalidade de tutela sumária teria cabimento. Não de pode, por isso,
ampliar sua área de atuação, mediante interpretação extensiva”
● Rol taxativo, numerus clausus
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:

1)Abuso + Propósito de protelação

I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito


protelatório da parte;

● Presume-se a qualidade do direito do autor pela postura do réu


● ‘”Os elementos de convicção produzidos pelo autor,
autorizadores de um juízo de verossimilhança, tornam-se, após a
defesa abusiva e procrastinatória, fonte de certeza, por
decorrência de uma presunção legal”
● “A versão do autor, que em si já era verossímil, passa a revestir-
se, enfim, da qualidade de certeza, diante da resistência,
inconsistente e maliciosa do réu”
● Se a parte tivesse o direito não agiria com abuso ou com propósito
protelatório
● Forma de sancionar a litigância por litigância
2)Documentos + precedente

II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas


documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;

● Art.927,CPC : Sistema de precedentes vinculantes


● As questões fáticas estão provadas por provas documentais e existem
precedentes que confirmam a tese jurídica sustentada
● Magistrados estariam vinculados
3)Pedido reipersecutório

III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada


do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do
objeto custodiado, sob cominação de multa;

● Instituições financeiras
● Pedido reipersecutório: pedido de perseguição da coisa que a pessoa é
proprietária e havia sido entregue a alguém por um contrato de
depósito que, após sua extinção, não foi devolvida
● “O contrato de depósito é real, por se aperfeiçoa com a entrega da
coisa móvel ao depositário, o qual assume a obrigação de guardá-la,
‘até que o depositante a reclame’ (Código civil, Art.627). O vínculo
contratual se extingue, portanto, no momento em que o pedido de
restituição é formulado. Se a devolução imediata não ocorre, a
retenção da coisa depositada se torna verdadeiro esbulho”
● Necessária a comprovação;
● Da existência do contrato
● Do vencimento do contrato
● Da não devolução da coisa
4)Documento sem dúvida razoável
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar
dúvida razoável.

● Parte ré não apresenta provas que gerem dúvida razoável acerca das
provas documentais apresentadas pelo autor
● Críticas
● O que seria dúvida razoável?
● O réu pode gerar dúvida razoável por qualquer meio de prova e
não apenas prova documental. Então, seria necessário aguardar
o final da fase probatória para que ficasse comprovado que o réu
não conseguiu geral tal dúvida. Mas, após a fase probatória, já
ocorreria naturalmente a fase decisória, então essa hipótese não
mudaria nada
Procedimento

● Requerimento – Concussão
● Juiz defere
● Juiz indefere
● Em ambos os casos cabe recurso (agravo de instrumento ,
Art.1015,I, CPC)
Petição com pedido de tutela provisória
● Tutela provisória
● De urgência
● Satisfativa/antecipada
● Cautelar
● De evidência
● Não tem o caráter do periculum in mora
● Art.300
● Probabilidade do direito (indício de prova)
● Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo
● A tutela de urgência pode ser requeria em caráter antecedente
ou incidental
● Post próprio de tutela provisória: clique aqui
Tutela de urgência de natureza antecipada com caráter antecedente

● A que nos interessa é a tutela de urgência antecipada antecedente,


que é a que será requerida no âmbito da petição inicial
● Objetivo: antecipação total ou parcial dos efeitos daquilo que se
pretende na sentença
● Competência: a mesma do juízo que deva conhecer do pedido
principal (Art.299)
● Partes: autor e réu do pedido principal
● Fundamentos: Arts. 303 e 304 do CPC
● Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo
● Apresentar a narrativa do ocorrido, demonstrando de
forma bem clara o receio de grave dano para o autor
● Probabilidade do direito
● Deve ser aferida quando a urgência for contemporânea à
propositura da ação
● Pedido
● 1- A concessão da tutela antecipada, liminarmente, para
o fim de …, expedindo-se ofício ao (cartório, réu, órgão
X…). Caso V. Exa. não esteja convencido, requer a
concessão de prazo para a prestação de caução ou
designação de audiência de justificação prévia
● 2- A citação do réu pelo correio para comparecer em
audiência de conciliação ou mediação. Caso reste
infrutífera, que, querendo, apresente sua defesa no prazo
de 15 dias, sob pena de revelia
● 3- A intimação do réu para apresentar recurso, sob
pena de estabilização da tutela antecipada nos termos
do artigo 304 do CPC
● Recurso contra eventual decisão liminar. Não
havendo o recurso, há estabilização
● 4- Informar que o pedido final será XXX
● 5- O aditamento da petição inicial no prazo de 15 dias para
apresentar mais argumentos e novos documentos
● 6- A condenação do réu às custas e honorários a serem
arbitrados
● 7- Requerer a juntada da guia de custas devidamente
recolhidas
● 8- Que as intimações sejam dirigidas ao advogado X no
endereço X
● Provas
● Protesta provar o alegado por todos os meios permitidos
em direito, em especial …
● Indicar o valor da causa

Tutela de urgência de natureza cautelar com caráter antecedente

● Objetivo: buscar uma medida de apoio para preservar o resultado


útil do processo
● A tutela cautelar foca no processo, enquanto a satisfativa foca no
perigo de dano
● Competência: Juízo competente para conhecer o pedido principal
(Art.299, CPC)
● Partes: Autor/réu
● Fundamentos: Arts. 305 e 310 do CPC
● Perigo da demora
● Narrativa ou descrição dos fatos que demonstrem que o
resultado pode não ser útil ao procedimento, se a medida não for
concedida
● Probabilidade do direito
● Deve indicar a lide e seu fundamento, bem como a exposição
sumária do direito que se objetiva assegurar (normalmente, um
direito processual)
● Pedidos
● A concessão da tutela cautelar, para o fim de…, caso V. Exa.
não esteja convencido, requer a concessão de prazo para
prestação de caução ou a designação de audiência de
justificação prévia
● A citação do réu pelo correio para, querendo, apresentar defesa
no prazo de 15 dias, sob pena de revelia
● Efetiva a tutela cautelar, o autor formulará o pedido principal de
…, no prazo de 30 dias
● A aplicação da fungibilidade do artigo 305, § único do CPC
● A condenação do réu ao pagamento das custas e honorários, a
serem arbitrados
● A inclusão da guia de recolhimento da custas
● Que as intimações sejam dirigidas ao advogado X, no endereço
X
● Provas
● Protesta provar o alegado por todos os meios permitidos em
direito, em especial …
● Indicar o valor da causa

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