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1.1.

1 Informações gerais

Finalidade do acordo: Permitir a extinção do processo com a resolução do mérito (alínea b do


inciso III do art. 487), mediante concessões mútuas.
Momento da realização do acordo: Em qualquer momento do processo, até mesmo após a
prolação da sentença, na fase de cumprimento da sentença.
Necessidade de homologação: O acordo pode ser celebrado em qualquer audiência do processo
ou ser manifestado por petição conjuntamente assinada pelas partes e por seus advogados, ou apenas
por estes, quando investidos de poderes especiais, só produzindo efeitos depois de homologado por
sentença, que extingue o processo com a resolução do mérito.
Consequências da homologação do acordo: A homologação do acordo acarreta a extinção do
processo com a resolução do mérito e permite a instauração da execução fundada em título judicial se
a parte que se obrigou a adimplir determinada obrigação (de pagar soma em dinheiro, de fazer, de não
fazer ou de dar coisa) não a cumprir.
Necessidade de outorga de poderes especiais: O art. 105 do CPC condiciona a prática do ato de
transigir à outorga de poderes especiais ao advogado da parte. Se a petição for assinada pelo advogado
não investido de poderes especiais, é frequente o magistrado determinar a juntada da procuração no
prazo de cinco dias para validar o ato.

1.1.2 Minuta comentada da petição de acordo

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 14ª Vara Cível da Comarca do Recife.1

EMPRESA ABC LTDA. e JOSÉ DA SILVA, qualificados nos autos da Ação Ordinária no
000.000.000, por seus advogados infra-assinados, investidos de poderes especiais para transigir, vêm,
respeitosamente, expor as condições pelas quais celebram o presente acordo e requerem a sua
homologação por sentença,2 permitindo a extinção do processo com a resolução de mérito:

1. Para pôr fim ao litígio, a ré concorda em pagar ao autor e este concorda em receber a quantia de
R$ 129.540,10 (cento e vinte e nove mil, quinhentos e quarenta reais e dez centavos), cabendo R$
105.402,49 (cento e cinco mil, quatrocentos e dois reais e quarenta e nove centavos) ao Sr. José da Silva,
inscrito no CPF sob o no 000.000.000-00, devendo o referido valor ser depositado na conta corrente no
000-0, do Banco do Brasil, agência 0000, até o dia 27.1.2016, e R$ 24.137,61 (vinte a quatro mil, cento
e trinta e sete reais e sessenta e um centavos) ao patrono do autor, o Bel. João da Silva, inscrito no CPF
sob o no 000.000.000-00, a ser depositada na conta-corrente no 0000-8, do Banco Itaú (341), agência
0000, também até o dia 27.1.2016.
2. Essa transação é celebrada em caráter irrevogável, irretratável e irrenunciável, valendo como
título executivo judicial, nos termos da legislação processual,3 obrigando as partes, seus herdeiros e
sucessores, a qualquer título e a todo tempo.
3. Em decorrência desse acordo, o autor confere ao réu a mais plena, geral e irrevogável quitação,
nada mais havendo a reclamar em juízo ou fora dele com relação ao fato que deu ensejo à formação do
processo e suas eventuais consequências, desde que os valores acordados sejam depositados na data
definida em linhas anteriores.
4. Se a ré não efetuar os depósitos estipulados nesta manifestação processual, o autor e o seu
patrono podem solicitar a instauração da execução, pelo valor constante da planilha de cálculos
apresentada junto ao requerimento que deu início à fase de cumprimento da sentença, acrescido da
multa de 10% (dez por cento).4
5. As partes declaram que este acordo não implica reconhecimento de culpa ou qualquer
responsabilidade do réu em relação ao fato que deu causa à instauração da ação, restando claro que a
transação firmada é celebrada no intuito único de pôr termo ao processo.
6. As partes renunciam, desde logo, a todos os prazos para a interposição de recursos, permitindo
que a sentença homologatória do acordo transite em julgado e produza seus efeitos imediatamente.
7. Desse modo, em face da composição amigável, as partes requerem se digne Vossa Excelência a
homologar o acordo, permitindo a extinção do processo com fundamento na alínea b do inciso III do
art. 487 do Código de Processo Civil, com o consequente arquivamento e baixa dos autos na
distribuição.

Nestes termos,
Pedem deferimento.
Recife, janeiro de 2016.

Advogado do autor
OAB

Assinatura do autor

Advogada da ré
OAB

Assinatura da ré

1.1.3 Fluxograma
1.1.4 Principais prazos relacionados ao ato

Ato Prazo
Cumprimento de exigências impostas como condição para a homologação do acordo Cinco dias – § 3º do art. 218
Homologação do acordo 30 dias (prazo impróprio) – inciso III do art. 226
Interposição da apelação contra a sentença homologatória 15 dias úteis, como regra

1.2 ADJUDICAÇÃO DE BENS PENHORADOS (NA EXECUÇÃO), PEDIDO DE

1.2.1 Informações gerais

Finalidade do pedido de adjudicação de bens penhorados: Permitir a extinção da execução


(como regra), representando modalidade de pagamento (inciso II do art. 904 do CPC), pela qual o
credor recebe o bem penhorado como pagamento da dívida.
Momento da apresentação da petição que requer a adjudicação: A petição que requer a
adjudicação deve ser apresentada pelo credor após a avaliação e sempre antes da realização do leilão
judicial, com as ressalvas de que parte da doutrina permite a apresentação da petição após a realização
do leilão, que não apresenta interessados na aquisição do bem penhorado.
Legitimidade para requerer a adjudicação: A adjudicação pode ser requerida pelo credor (o que é
mais frequente), pelo coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração ideal, pelo
titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão de uso especial para fins
de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre bem gravado com tais
direitos reais, pelo proprietário de terreno submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse,
concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora
recair sobre tais direitos reais, pelo credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com
penhora anteriormente averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames, caso não seja
o credor, de qualquer modo, parte na execução, pelo promitente comprador, quando a penhora recair
sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada, pelo promitente vendedor,
quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada,
pela União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado, pelos credores concorrentes
que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos descendentes ou
ascendentes do executado, nessa ordem (§ 5º do art. 876 do CPC).
Procedimento após a apresentação da petição: A juntada aos autos da petição que requer a
adjudicação é seguida da intimação do executado (pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado
constituído nos autos, por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria
Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos ou por meio eletrônico, quando não tiver
procurador constituído nos autos, nos casos das empresas públicas e das empresas privadas) e da
prolação de decisão de natureza interlocutória, além do depósito da diferença entre o valor do crédito
e o da avaliação, se aquele for inferior ao valor dos bens (inciso I do § 4º do art. 876). Após a adoção
dessas providências, e o decurso do prazo de cinco dias, contado da última intimação, e decididas
eventuais questões, o juiz ordena a lavratura do auto de adjudicação e expede a carta em favor do
credor, permitindo que este compareça ao cartório de imóveis, ao DETRAN etc., registrando-a e se
tornando proprietário do bem adjudicado.
Necessidade de depósito da diferença entre o valor do crédito e do(s) bem(ns) penhorado(s)
como condição de validade da adjudicação: O inciso I do § 4º do art. 876 do CPC é textual em
estabelecer que, se o valor do crédito for “inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação depositará de
imediato a diferença, que ficará à disposição do executado”.

1.2.2 Minuta da petição que requer a adjudicação

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 10ª Vara Cível da Comarca de Porto Alegre.

JOSÉ DA SILVA, por seu advogado infra-assinado, nos autos da Ação de Execução proposta
contra MANOEL DOS SANTOS, processo no 000.0000 – 00, considerando que a lei processual civil
prevê que a adjudicação é modalidade preferencial de pagamento, vem, pela presente, requerer se
digne Vossa Excelência deferir a ADJUDICAÇÃO DO BEM PENHORADO, comprometendo-se a
efetuar o depósito da diferença entre o valor do crédito e o da avaliação, solicitando, após a adoção
dessa providência, a lavratura do auto e a expedição da carta de adjudicação.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Porto Alegre, janeiro de 2016.

Assinatura do advogado
OAB

1.2.3 Fluxograma
1.2.4 Principais prazos relacionados ao ato

Ato Prazo
Para que o devedor se manifeste sobre o pedido de adjudicação Cinco dias – § 3º do art. 218
Para que o juiz enfrente o pedido de adjudicação 10 dias (prazo impróprio) – inciso II do art. 226
Para que a parte interponha o recurso de agravo de instrumento contra a decisão que defere ou que indefere o pedido de adjudicação 15 dias, como regra – § 5º do art. 1.003

1.3 AGRAVO DE INSTRUMENTO, RECURSO CONTRA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

1.3.1 Informações gerais

Legitimidade: O recurso pode ser interposto por qualquer das partes, pelo Ministério Público
(como parte ou como fiscal da ordem jurídica) e/ou pelo terceiro prejudicado (art. 996 do CPC).
Objeto e finalidade do recurso: O recurso de agravo de instrumento ataca decisão interlocutória
(isto é, decisão proferida no curso do processo, que causa prejuízo a uma das partes, sem encerrar a
demanda), desde que esteja inserida na relação do art. 1.015 do novo CPC. As demais decisões
interlocutórias proferidas durante o processo, não inseridas no art. 1.015 não precluem, e podem ser
atacadas como questão preliminar da apelação ou nas contrarrazões desse mesmo recurso (§ 1º do art.
1.009).
Decisões interlocutórias que podem ser atacadas pela interposição do recurso de agravo de
instrumento: pronunciamentos que versam sobre as tutelas provisórias, sobre o mérito do processo,
que rejeitam a alegação de convenção de arbitragem, que julgam o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica, que rejeitam o pedido de gratuidade da justiça ou que acolhem o pedido de sua
revogação, que determinam a exibição ou a posse de documento ou coisa, que excluem litisconsorte,
que rejeitam o pedido de limitação do litisconsórcio, que admitem ou inadmitem a intervenção de

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