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Exame Direito Processual Civil

 Impugnação ao cumprimento de sentença


o Prazo
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente
de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios
de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações,
em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus,
é oferecida defesa por apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos

o Matéria que o executado pode alegar


c) Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se
também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou
ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em
aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal
como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade
concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal
poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser
anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da
decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em
julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

e) Excesso de execução.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente
de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à
revelia; ilegitimidade de parte; inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
penhora incorreta ou avaliação errônea; excesso de execução ou cumulação indevida de
execuções; incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; qualquer causa
modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação,
transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
§2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts.
146 e 148.
§3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
§4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução,
pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o
valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu
cálculo.
§5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado o
demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o
seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não
examinará a alegação de excesso de execução.
§6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos,
inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que
garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito
suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for
manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta
reparação.
§7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a
efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação
dos bens.
§8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas
a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos
executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o
respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.
§10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente
requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos,
caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
§11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para
apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da
penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por
simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias
para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do
ato.
§12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se
também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou
ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em
aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal
como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade
concentrado ou difuso.
§13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal
poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior
ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
§15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da
decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em
julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
o Efeito suspensivo
§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos,
inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que
garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito
suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for
manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta
reparação.
§ 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o não impedirá a
efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação
dos bens
§ 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito
apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos
executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o
respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao
exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios
autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.

 Princípios da execução
4- Princípio da responsabilidade patrimonial – pessoal
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
...
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas
ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
5- Princípio da menor onerosidade da execução
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o
juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais
gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de
manutenção dos atos executivos já determinados.

 Cumprimento provisório de sentença


o Dispensa de caução
Art.1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do
tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando
fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em
julgamento de recursos repetitivos.
 Penhora
o Efeitos da penhora
-procedimento de segregação de bens que efetivamente se sujeitarão à
execução, respondendo pela dívida inadimplida.
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros
para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do
devedor.
-Por meio da penhora são individualizados os bens que responderão pela
dívida objeto da execução.
-determinados bens do devedor (ou terceiro responsável), sujeitam-se
diretamente à execução.
-os bens tornam-se indisponíveis para o devedor – que não poderá aliená-los
ou onerá-los eficazmente.
-A penhora não retira do titular a propriedade do bem
-Quando houver algum ato q desvalorize o bem será ineficaz, a partir da
citação válida
-Em relação aos terceiros adquirentes haverá presunção de má-fé, desde que
haja averbação da penhora no registro público respectivo.
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
...
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o
devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida
pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no
registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou
indisponibilidade.
...
§ 4º Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens
efetuada após a averbação.
-altera a natureza da posse do bem, mesmo quando tal condição é atribuída ao
devedor.
-gera preferência legal sobre o produto da venda do bem penhorado,
-quando sobre o mesmo bem incidir mais de uma penhora de diferentes
exequentes, primeiro deverá receber o exequente que primeiro pediu a penhora
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o
concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela
penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
-realizada a penhora seus efeitos surgem após a lavratura do auto ou do termo
de penhora.
-Não é necessário que ocorra o depósito ou a remoção da coisa para que o ato
seja considerado perfeito e acabado
Art. 839. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito
dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia.

 Entrega do dinheiro ao credor


o Concurso singular de credores
1- Cabimento
-vários credores, o dinheiro será distribuído e entregue consoante à ordem das
respectivas preferencias;
-não havendo título legal à preferência, receberá em primeiro lugar o credor
que realizou a primeira penhora, se sobrar vai para os outros.
-A competência para o concurso é do juízo onde tramita a execução.
“STJ Súmula nº 270 - Preferência do Crédito Tributário de Ente Federal –
Execução que Tramita na Justiça Estadual - Deslocamento da Competência. O protesto
pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita na
Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal”.
2- Ordem de preferência em havendo concurso singular de credores.
a) Crédito trabalhista
b) Crédito previdenciário
c) Crédito fiscal não previdenciário
União - Estados - municípios
d) Crédito dotado de garantia real
O credor hipotecário em primeiro grau prevalecerá sobre o de segundo grau.
CC Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a
coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada,
quanto à hipoteca, a prioridade no registro.
Parágrafo único. Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo as dívidas
que, em virtude de outras leis, devam ser pagas precipuamente a quaisquer outros
créditos.
e) Crédito dotado de privilégio especial (CC 964)
Art. 964. Têm privilégio especial:
I - sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas
judiciais feitas com a arrecadação e liquidação;
II - sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento;
III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis;
IV - sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer
outras construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação,
reconstrução, ou melhoramento;
V - sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à
cultura, ou à colheita;
VI - sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou
urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do anterior;
VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela,
ou seus legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da
edição;
VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu
trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador
agrícola, quanto à dívida dos seus salários.
IX - sobre os produtos do abate, o credor por animais.

f) Crédito dotado de privilégio geral (CC 965)


Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do
devedor:
I - o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o
costume do lugar;
II - o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e
liquidação da massa;
III - o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do
devedor falecido, se foram moderadas;
IV - o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no
semestre anterior à sua morte;
V - o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua
família, no trimestre anterior ao falecimento;
VI - o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no
anterior;
VII - o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor,
nos seus derradeiros seis meses de vida;
VIII - os demais créditos de privilégio geral.

g) Crédito quirografário (sem nenhum tipo de preferência)


§ 2º Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre os
concorrentes, observando-se a anterioridade de cada penhora.
3- Procedimento
-não se poderá discutir matéria que não verse sobre o direito de preferência e
anterioridade da penhora.
-A decisão que decide concurso singular de credores é interlocutória,
impugnável pelo recurso de agravo de instrumento.
Art. 909. Os exequentes formularão as suas pretensões, que versarão
unicamente sobre o direito de preferência e a anterioridade da penhora, e, apresentadas
as razões, o juiz decidirá.
4- Legitimidade do credor com garantia real
-credor com garantia real está apto a participar do concurso mesmo que ainda
não esteja promovendo a execução do seu crédito.
5- Levantamento do dinheiro e quitação
-pode acontecer que precisamente aquele que promovia a execução singular,
em que os bens foram alienados, fique sem receber.
Art. 906. Ao receber o mandado de levantamento, o exequente dará ao
executado, por termo nos autos, quitação da quantia paga.
Parágrafo único. A expedição de mandado de levantamento poderá ser
substituída pela transferência eletrônica do valor depositado em conta vinculada ao juízo
para outra indicada pelo exequente.
6- Momento da entrega do dinheiro
Art. 904. A satisfação do crédito exequendo far-se-á:
I - pela entrega do dinheiro;
II - pela adjudicação dos bens penhorados.
Art. 905. O juiz autorizará que o exequente levante, até a satisfação integral
de seu crédito, o dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto dos bens
alienados, bem como do faturamento de empresa ou de outros frutos e rendimentos de
coisas ou empresas penhoradas, quando:
I - a execução for movida só a benefício do exequente singular, a quem, por
força da penhora, cabe o direito de preferência sobre os bens penhorados e alienados;
II - não houver sobre os bens alienados outros privilégios ou preferências
instituídas anteriormente à penhora.
Parágrafo único. Durante o plantão judiciário, veda-se a concessão de pedidos
de levantamento de importância em dinheiro ou valores ou de liberação de bens
apreendidos.
Art. 906. Ao receber o mandado de levantamento, o exequente dará ao
executado, por termo nos autos, quitação da quantia paga.
Parágrafo único. A expedição de mandado de levantamento poderá ser
substituída pela transferência eletrônica do valor depositado em conta vinculada ao juízo
para outra indicada pelo exequente.
Art. 907. Pago ao exequente o principal, os juros, as custas e os honorários, a
importância que sobrar será restituída ao executado.
Art. 908. Havendo pluralidade de credores ou exequentes, o dinheiro lhes será
distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas preferências.
§ 1o No caso de adjudicação ou alienação, os créditos que recaem sobre o
bem, inclusive os de natureza propter rem, sub-rogam-se sobre o respectivo preço,
observada a ordem de preferência.
§ 2º Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre os
concorrentes, observando-se a anterioridade de cada penhora.
Art. 909. Os exequentes formularão as suas pretensões, que versarão
unicamente sobre o direito de preferência e a anterioridade da penhora, e, apresentadas
as razões, o juiz decidirá.

 Títulos executivos judiciais


-contêm determinação a uma das partes de prestar algo a outra, com eficácia
de empregar atos executórios, sendo eles:
a) As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
b) A decisão homologatória de autocomposição judicial;
c) A decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer
natureza;
d) O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
e) O crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
f) A sentença penal condenatória transitada em julgado;
g) A sentença arbitral;
h) A sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
i)A decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta
rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;

 Fraude à execução
Fraude à execução é vício muito mais grave, que não atinge apenas os
interesses de credores, afetando diretamente a autoridade do Estado concretizada no
exercício jurisdicional.
Havendo ação judicial em andamento, o interesse na manutenção do
patrimônio do executado não é mais apenas do credor, mas também da jurisdição, cuja
atividade atua sobre esse conjunto de bens. Em razão disso a fraude à execução não se
limita a gerar efeitos no campo processual, sendo ainda tipificada como delito criminal (CP
art. 179).
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo
registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo
de execução, na forma do art. 828;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou
outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o
devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.
§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente
tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a
exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se
encontra o bem.
§ 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à
execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende
desconsiderar.
§ 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro
adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze)
dias.
A proteção da boa-fé impõe ao credor que de ciência a eventual terceiro
interessado em adquiri bem do devedor, da existência da ação, evitando assim que
contrate sobre os bens possíveis de serem afetados pela demanda.
Neste sentido a sumula 375 do STJ – o reconhecimento da fraude à execução
depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova da má-fé do terceiro
adquirente.
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida
pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no
registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou
indisponibilidade.
A fraude à execução gera ineficácia relativa ao ato de alienação ou oneração.
Caraterizada a fraude à execução, o ato praticado, embora válido entre o devedor
executado e terceiro, não surte qualquer efeito em relação a execução movida, podendo o
bem ser penhorado normalmente. É como se para a execução, a alienação ou oneração
não tivesse acontecido.
Independe de ação própria para ser reconhecida. Simples requerimento do
credor, acolhido por decisão interlocutório reconhece a fraude à execução.

 Fraude contra credores– Código civil artigo 158 a 165


Instituto de direito material, representando defeito do negócio jurídico que
importa alienação ou oneração patrimonial, praticado por quem está em condições de
insolvência, criada por fator anterior ou pelo próprio negócio jurídico, em prejuízo dos seus
credores.
Trata-se de hipótese de anulabilidade do negócio jurídico, dependendo o seu
reconhecimento de ação autônoma (ação Pauliana). Por conta disso, reconhecida a fraude
contra credores, desfaz-se o ato da afetação do patrimônio (alienação ou oneração),
restituindo-se o bem a esfera patrimonial do devedor.
Requisitos para o reconhecimento da fraude contra credores:
a- Ato de disposição de patrimônio pelo devedor que implique em sua redução;
b- Preexistência de credores;
c- Prejuízo acarretado aos credores pelo ato de disposição do devedor;
d- Insolvência do devedor em razão do ato de disposição patrimonial;
O consilium fraudis (ciência do terceiro adquirente que o ato procura lesar
interesse de credores) não é mais entendido pela doutrina como necessário a
caracterização da fraude contra credores.
É ônus do autor da ação Pauliana demonstrar a existência de trais requisitos,
não se presumindo a sua existência.
Não se admite esse reconhecimento de forma incidental na execução,
demandando ação própria para o reconhecimento da fraude.
Código civil – arts. 158 a 165
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida,
se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o
ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus
direitos.
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a
anulação deles.
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor
insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro
contratante.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago
o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo,
com a citação de todos os interessados.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá
depositar o preço que lhes corresponda ao valor real.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o
devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta,
ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o
pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo
sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as
garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários
indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à
subsistência do devedor e de sua família.
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá
em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos
preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente
na anulação da preferência ajustada.

 Penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel


Quando o objeto da penhora for imóvel ou veículo, a efetivação da constrição
se dará mediante a lavratura do respectivo auto ou a assinatura do termo,
independentemente de sua localização. Não é necessário que penhora seja realizada pelo
juízo do local onde a coisa se situa, podendo-se se dar nos autos pôr termo, diante da
simples exibição da certidão da matrícula do imóvel, ou da certidão que atesta a sua
existência, no caso de veículo (art. 845, §1º). Deverá o exequente providenciar a
averbação da penhora junto a registro de imóveis ou de propriedade do veículo para gerar
efeitos contra terceiros (art. 844).

 Intimação do cônjuge
Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel,
será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de
separação absoluta de bens.
 Quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-
parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da
alienação do bem.
§ 1o É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a preferência
na arrematação do bem em igualdade de condições.
§ 2o Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da avaliação
na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge alheio à
execução, o correspondente à sua quota-parte calculado sobre o valor da avaliação.

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