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Art.

880
Alienação particular. Dispõe o art. 880 que, não efetivada a
adjudicação dos bens penhorados, o exequente poderá requerer a
alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor
ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário.
Verifica-se que a alienação por iniciativa particular constitui
faculdade do exequente, e somente ocorrerá mediante
requerimento deste, não havendo possibilidade de determinação do
juiz.

O Poder Judiciário, portanto, não operacionaliza o ato de


expropriação, limitando-se a estabelecer parâmetros gerais e a
controlar eventuais desvios ou irregularidades

No requerimento, o exequente indicará se alienação do bem será


feita por iniciativa própria ou por intermédio de corretor ou
leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário. Se o
próprio exequente promover a alienação, não fará jus à comissão
de corretagem ou àquela que seria destinada ao leiloeiro, mas terá
direito de ser reembolsado das despesas com publicidade, desde
que prevista no plano de alienação fixado pelo juiz.

No caso de o exequente requerer que a alienação seja realizada com


a intermediação de corretor, o juiz nomeará um profissional cujo
perfil se amolde ao negócio, tendo em vista principalmente a
natureza do bem a ser alienado. Tratando-se de leiloeiro público, o
juiz dará preferência àqueles previamente credenciados no
Tribunal, conforme dispuserem as normas regimentais. Diz a lei
que a nomeação deve recair sobre corretor ou leiloeiro que contar
com, pelo menos, três anos de experiência (§ 3º).

E se na localidade não houver leiloeiro ou corretor cadastrado?


Nesse caso, a indicação será de livre escolha do exequente,
conforme dispõe o (§ 4º).

Isso porque deve o juiz levar em conta o melhor proveito para a


execução, ou seja, a alienação deve ser realizada pelo melhor preço,
com a maior rapidez possível e com o menor custo.
Seja quem for realizar a alienação, o próprio exequente, corretor,
empresa especializada ou leiloeiro, terá que submeter ao juiz uma
proposta, da qual constarão o prazo em que a alienação deve ser
efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de
pagamento com as respectivas garantias, bem como a comissão de
corretagem (§ 1º).

A lei constitui apenas os parâmetros, o meio, o fim é o melhor


proveito para a execução – repita-se.

Ultimação da alienação. A alienação será formalizada por termo


nos autos, assinado pelo juiz, pelo exequente, pelo adquirente e, se
for presente, pelo executado, expedindo-se carta de alienação do
imóvel para o devido registro imobiliário, ou, se bem móvel,
mandado de entrega ao adquirente (§ 2º, I e II).

JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA:
Enunciado 192 do FPPC: “Alienação por iniciativa particular
realizada por corretor ou leiloeiro não credenciado perante o órgão
judiciário não invalida o negócio jurídico, salvo se o executado
comprovar prejuízo”.

Art. 881:
Alienação judicial. A alienação em leilão judicial presencial ou
eletrônico é, por sua vez, meio subsidiário de satisfação da execução.
Nos termos do art. 881, essa forma de alienação somente será realizada
quando a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular não tiver
sido efetivada.
Assim, frustrada a possibilidade de adjudicação e de alienação por
iniciativa particular, com a finalidade de converter os bens penhorados
em dinheiro, outro caminho não resta senão o leilão ou, dependendo das
circunstâncias, apropriação de frutos e rendimentos de empresa, de
estabelecimentos ou de outros bens.
No âmbito do processo executivo, a alienação judicial far-se-á por
leiloeiro público, com a finalidade de, por meio de arrematação,
proceder à conversão dos bens em dinheiro, para posterior pagamento
do credor. O leilão pode ser presencial ou eletrônico, mas a lei dá
preferência à segunda modalidade (art. 882). Em todo caso, o
procedimento desdobra-se em três fases: atos preparatórios, leilão e
assinatura do auto.

A alienação judicial, cabe sublinhar, será conduzida, como regra, por


leiloeiro público, salvo nos casos em que se tratar de bens alienáveis em
bolsa de valores (§§ 1º e 2º).

A dualidade que existia no CPC de 1973 entre praça (para bens


imóveis) e leilão (para bens móveis) foi abolida pelo CPC de 2015. O
emprego do substantivo leilão pelo CPC de 2015, destarte, é genérico,
havendo nítido amálgama da disciplina que o CPC de 1973 dedicava
àquelas duas diferentes formas de hasta pública.

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