Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
0110
J.N. interpôs ação de reparação por danos morais em face de M.P.R. LTDA, alega em sua inicial
que realizou uma compra através do site da requerida, referente a um imóvel para locação por
temporada na cidade de Pipa/RN. Esse intermediador seria o responsável por proteger o
montante pago até o efetivo recebimento do produto e satisfação da compra, pois a empresa
requerida passou uma segurança para a requerente. Porém, passado alguns dias
após a compra, a requerente descobriu que a verdadeira proprietária do imóvel era italiana,
não residia no Brasil, mas possuía sim a casa de locação, porém não era esse o
nome da proprietária que havia sido anunciado. Sendo assim, a requerente passou
a investigar o corrido e descobriu que se tratava de um golpe. Ao entrar em contato com a
verdadeira proprietária, a mesma informou que não conhecia ocorretor que havia sido o
intermediador da locação, muito menos a pessoa que se dizia ser proprietária e ainda informou
que na data que a requerente havia supostamente locado o imóvel, a proprietária já tinha feito
locação para outra pessoa. Cumpre em salientar que o imóvel oferecido não existe no
endereço que estava descrito no contrato. Após descobrir que se tratava de um golpe,
iniciaram-se as buscas para descobrir a identidade do suposto corretor, e houve a constatação
que o mesmo era foragido no estado de Mato Grosso e havia sido preso. A requerente entrou
em contato com a intermediadora da compra (requerida), e foi instruída para que entrasse em
contato com o vendedor e tentasse resolver, porém encaminhou e-mail que foi respondido
somente através do “whatsapp” alegando que não conseguia realizar o estorno do valor pago
pela requerente. A empresa requerida aduziu não ter responsabilidade alguma sobre o
ocorrido após um comunicado, não dando qualquer respaldo à compradora/requerente. Sendo
assim, entrou em contato com o cartão de crédito para tentar bloquear a compra, e, felizmente
foi o único meio que conseguiu sucesso. Diante do exposto, a requerente requer que a
requerida seja citada via postal, para que, querendo, conteste. Requer ainda a procedência da
presenta ação para condenar a empresa requerida ao pagamento de uma indenização, de
cunho compensatório e punitivo, pelos danos morais causados à utora, em importe não inferir
a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Por fim, requer que seja julgado totalmente procedente o
pedido formulado, condenando a requerida o pagamento das custas e honorários advocatícios
a ser arbitrado. A empresa requeria, apresentou contestação alegando que a parte autora
informa em sua inicial que pagou a locação de um imóvel utilizando a plataforma da requerida,
no entanto, não junta aos autos nenhuma fatura, e nem o cartão utilizado, para confirmar o
suposto prejuízo. Logo, informa que a compra foi realizada fora do seu site, sendo que apenas
o pagamento foi através do mesmo. No entanto, como a compra não foi efetuada através do
site da requerida, mas sim através de um anúncio de uma rede social e a negociação da
locação ocorreu entre aparte autora e o suposto corretor, a negociação não tem a cobertura do
programa compra garantida, devendo a parte autora direcionar a presente demanda
somente em face do suposto corretor e da suposta dona do imóvel, posto que foi ele quem
auferiu os valores da negociação. Ressalta inda, que quando a compra é realizada dentro da
plataforma, o valor fica retido até que a entrega seja realizada ou, passado o prazo, não tenha
nenhuma reclamação, o valor pago é transferido diretamente ao vendedor, sem qualquer
intermediação da empresa. Diante do exposto, requer o acolhimento das preliminares
suscitadas com a extinção do processo e, caso não entenda, requer a improcedência dos
pedidos. Designada audiência foi feito o pregão das partes e foi contatada a presença de
ambas. Aberta a audiência foi renovada a proposta conciliatória, a qual restou frustrada. Pela
ré foi anexada a contestação e documentos. A parte autora alega compra através de um
anuncio do facebook, fato este que é inverídico, alega também, que não foi juntado
comprovante de pagamento ou cartão, fato este comprovado. Por fim, cumpre salientar que o
motivo de a requerente ter realizado o pagamento através do site da requerida foi a
segurança e garantia por eles apresentada. As partes não tem outras provas, deduziu-se a
suas alegações finais de forma remissivas à petição inicial e contestação. Não tendo outras
medidas a serem tomadas neste ato, reputa-se encerrada a instrução do feito e determino sua
conclusão para sentença. A sentença proferiu que há questão preliminar a ser
apreciada, contudo, verificando a possibilidade de julgamento favorável a requerida, deve ser
aplicada, na hipótese, a regra do§2º do artigo 282 CPC. No que tange ao mérito, mesmo
diante da aplicação do código de defesa do consumidor, tem que a pretensão da reclamante
é improcedente, não havendo substratos jurídicos capazes de conceder a tutela jurisdicional
na forma pleiteada. Conforme consta na petição inicial e no boletim de ocorrência, toda a
tratativa da locação do imóvel ocorreu diretamente com o suposto corretor de imóvel, sendo
que somente o pagamento ocorreu através da plataforma da requerida. Portanto, resta
evidente que a reclamante não realizou a compra via site da reclamada de forma que não
comprovou este fato, de modo que não há que se falar em responsabilidade da reclamada pelo
fato de o contrato de locação ser uma fraude. Por isso, a pretensão da reclamante é
improcedente, diante da falta de comprovação de ato ilícito praticado pela
requerida, logo, julgo improcedente o pedido formulado por J.N. nesta ação
indenizatória, declarando extinto o feito, com resolução do mérito, ante a rejeição do pedido,
deixando de condenar a reclamante no pagamento de custas processuais e honorários
advocatícios, por não serem exigíveis na presente instancia. Procede com a homologação.