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PROCESSO Nº 0808739-16.2019.8.12.

0110

J.N. interpôs ação de reparação por danos morais em face de M.P.R. LTDA, alega em sua inicial
que realizou uma compra através do site da requerida, referente a um imóvel para locação por
temporada na cidade de Pipa/RN. Esse intermediador seria o responsável por proteger o
montante pago até o efetivo recebimento do produto e satisfação da compra, pois a empresa
requerida passou uma segurança para a requerente. Porém, passado alguns dias
após a compra, a requerente descobriu que a verdadeira proprietária do imóvel era italiana,
não residia no Brasil, mas possuía sim a casa de locação, porém não era esse o
nome da proprietária que havia sido anunciado. Sendo assim, a requerente passou
a investigar o corrido e descobriu que se tratava de um golpe. Ao entrar em contato com a
verdadeira proprietária, a mesma informou que não conhecia ocorretor que havia sido o
intermediador da locação, muito menos a pessoa que se dizia ser proprietária e ainda informou
que na data que a requerente havia supostamente locado o imóvel, a proprietária já tinha feito
locação para outra pessoa. Cumpre em salientar que o imóvel oferecido não existe no
endereço que estava descrito no contrato. Após descobrir que se tratava de um golpe,
iniciaram-se as buscas para descobrir a identidade do suposto corretor, e houve a constatação
que o mesmo era foragido no estado de Mato Grosso e havia sido preso. A requerente entrou
em contato com a intermediadora da compra (requerida), e foi instruída para que entrasse em
contato com o vendedor e tentasse resolver, porém encaminhou e-mail que foi respondido
somente através do “whatsapp” alegando que não conseguia realizar o estorno do valor pago
pela requerente. A empresa requerida aduziu não ter responsabilidade alguma sobre o
ocorrido após um comunicado, não dando qualquer respaldo à compradora/requerente. Sendo
assim, entrou em contato com o cartão de crédito para tentar bloquear a compra, e, felizmente
foi o único meio que conseguiu sucesso. Diante do exposto, a requerente requer que a
requerida seja citada via postal, para que, querendo, conteste. Requer ainda a procedência da
presenta ação para condenar a empresa requerida ao pagamento de uma indenização, de
cunho compensatório e punitivo, pelos danos morais causados à utora, em importe não inferir
a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Por fim, requer que seja julgado totalmente procedente o
pedido formulado, condenando a requerida o pagamento das custas e honorários advocatícios
a ser arbitrado. A empresa requeria, apresentou contestação alegando que a parte autora
informa em sua inicial que pagou a locação de um imóvel utilizando a plataforma da requerida,
no entanto, não junta aos autos nenhuma fatura, e nem o cartão utilizado, para confirmar o
suposto prejuízo. Logo, informa que a compra foi realizada fora do seu site, sendo que apenas
o pagamento foi através do mesmo. No entanto, como a compra não foi efetuada através do
site da requerida, mas sim através de um anúncio de uma rede social e a negociação da
locação ocorreu entre aparte autora e o suposto corretor, a negociação não tem a cobertura do
programa compra garantida, devendo a parte autora direcionar a presente demanda
somente em face do suposto corretor e da suposta dona do imóvel, posto que foi ele quem
auferiu os valores da negociação. Ressalta inda, que quando a compra é realizada dentro da
plataforma, o valor fica retido até que a entrega seja realizada ou, passado o prazo, não tenha
nenhuma reclamação, o valor pago é transferido diretamente ao vendedor, sem qualquer
intermediação da empresa. Diante do exposto, requer o acolhimento das preliminares
suscitadas com a extinção do processo e, caso não entenda, requer a improcedência dos
pedidos. Designada audiência foi feito o pregão das partes e foi contatada a presença de
ambas. Aberta a audiência foi renovada a proposta conciliatória, a qual restou frustrada. Pela
ré foi anexada a contestação e documentos. A parte autora alega compra através de um
anuncio do facebook, fato este que é inverídico, alega também, que não foi juntado
comprovante de pagamento ou cartão, fato este comprovado. Por fim, cumpre salientar que o
motivo de a requerente ter realizado o pagamento através do site da requerida foi a
segurança e garantia por eles apresentada. As partes não tem outras provas, deduziu-se a
suas alegações finais de forma remissivas à petição inicial e contestação. Não tendo outras
medidas a serem tomadas neste ato, reputa-se encerrada a instrução do feito e determino sua
conclusão para sentença. A sentença proferiu que há questão preliminar a ser
apreciada, contudo, verificando a possibilidade de julgamento favorável a requerida, deve ser
aplicada, na hipótese, a regra do§2º do artigo 282 CPC. No que tange ao mérito, mesmo
diante da aplicação do código de defesa do consumidor, tem que a pretensão da reclamante
é improcedente, não havendo substratos jurídicos capazes de conceder a tutela jurisdicional
na forma pleiteada. Conforme consta na petição inicial e no boletim de ocorrência, toda a
tratativa da locação do imóvel ocorreu diretamente com o suposto corretor de imóvel, sendo
que somente o pagamento ocorreu através da plataforma da requerida. Portanto, resta
evidente que a reclamante não realizou a compra via site da reclamada de forma que não
comprovou este fato, de modo que não há que se falar em responsabilidade da reclamada pelo
fato de o contrato de locação ser uma fraude. Por isso, a pretensão da reclamante é
improcedente, diante da falta de comprovação de ato ilícito praticado pela
requerida, logo, julgo improcedente o pedido formulado por J.N. nesta ação
indenizatória, declarando extinto o feito, com resolução do mérito, ante a rejeição do pedido,
deixando de condenar a reclamante no pagamento de custas processuais e honorários
advocatícios, por não serem exigíveis na presente instancia. Procede com a homologação.

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