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JURISPRUDENCIA – CONDOMINIO VOLUNTARIO 01

A demanda que apresento, refere-se a lide entre duas irmãs, onde a pretensão da
autora consiste no reconhecimento da existência de condomínio "pro indiviso", a autora da
demanda indica dois imóveis, sendo um apartamento e uma casa, em que alega ter
contribuído com a aquisição e pagamento das custas do financiamento dos bens.

Ocorre que, os bens em questão foram registrados em nome de sua irmã, e como a
autora declara ser coproprietária dos eventuais imóveis, resta a ela o ônus da prova. Para isso
apresenta comprovantes de depósitos que eram realizados em nome de sua irmã, alegando
que estes tinham como intuito, ajudar no custeio do pagamento das prestações do
empréstimo feito em nome da ré, empréstimo este utilizado para o pagamento do
apartamento. Também apresenta comprovante de transferência realizado em nome da ré,
utilizado para complementar a compra de uma casa.

Pois bem, acontece que a autora em audiência afirma que optaram para que os
imóveis fossem registrados em nome da sua irmã, pois na época ela estava em fase de divórcio
e divisão de bens, ou seja, temia ter de abrir mão de parte de seus bens.
Em contrapartida, sua irmã alega ser proprietária única dos bens, prova ter pago a
entrada do apartamento com dinheiro de verbas rescisórias e seu saldo FGTS oriundos da
empresa em que trabalhava, o restante do imóvel pago com o valor do financiamento feito em
seu nome totalizando Cr$ 18.135.330,62. Quanto a casa o pagamento foi feito imediato, no
valor de R$ 40.000,00.

Porém embora comprovado a realização de eventuais depósitos da autora em nome


da ré, jugou-se não ser possível presumir que de fato a origem desse dinheiro transferido teria
como fim o pagamento do financiamento do apartamento, até mesmo por que, as quantias
transferidas superavam o valor das mensalidades do mesmo.

Para fundamentar sua decisão, o desembargador conclui que a alegação da própria


autora, de que se encontrava, em meia a ação de divórcio e que por esse motivo preferiu não
registrar os bens em seu nome consiste em ato ilícito, não presumindo sua alegação
verdadeira sob pena da autora se beneficiar de sua própria torpeza. Considerando assim as
provas e argumentos levantados pelas autoras insuficientes para comprovar a relação de
coproprietária.
JURISPRUDENCIA – CONDOMINIO VOLUNTARIO 02

A segunda jurisprudência que trago, refere-se à ação movida entre uma associação de
moradores frente réu inadimplente. Ocorre que o réu ficou inadimplente com as taxas
condominiais por um período de dois anos.

Na ação, a associação de moradores foi constituída com fim de zelar pela


administração, limpeza e conservação do loteamento em questão sem fins econômicos, nela a
autora pede o pagamento das contribuições vencidas, alegando que o mesmo se beneficia dos
serviços prestados.

Já o réu alega que as despesas condominiais não seriam pagas por ele, pois teria sido
acordado que as contribuições seriam deduzidas dos gastos que o mesmo teve para realizar
melhorias no asfalto, piscina e gramado em frente ao seu lote, contesta ainda o pagamento
das taxas não é devido pois seu lote encontra-se fora da área de administração.

No entanto na ação fica provada que o réu demonstrou intenção de fazer parte da
associação de moradores, constituindo assim condomínio voluntario, comprova que o réu
contribuiu com as despesas no momento que achou oportuno a ele, desfrutando assim dos
benefícios promovidos por ela.

Como de fato o réu não se manifestou quanto a sua intenção de fazer parte da
associação de moradores, não contestou os valores devidos e não comprovou que eventuais
gastou realizados por ele, para a manutenção e melhoria de seu lote seriam de fato deduzidos
das taxas devidas o mesmo foi condenado ao pagamento integral das prestações devidas.

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