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DOS FATOS
No dia 3 de julho de 2023 a requerente questionou mais uma vez a autora quanto
a problemas do imóvel, na ocasião, a falta de água foi o motivo do questionamento, a
mãe da requerida afirmou que aquela falta de água se tratava de problema causado pela
má prestação do serviço público. No entanto, a autora afirma e comprova com “prints”
de conversa entre ela e a ré que a matriz do problema era mesmo a bomba que enchia os
tanques de água que abasteciam o imóvel, portanto, a responsabilidade de terceiros pela
falta de água na residência é excluída, uma vez que o problema de distribuição de água
é anterior ao início das negociações de aluguel da residência e que era de conhecimento
da locatária a necessidade de uma bomba d’agua para que a casa não ficasse
desabastecida.
Sete dias depois, no dia 18 de julho de 2023, a locadora questionou mais uma
vez a locatária sobre o problema de falta de água, a resposta dada foi que a proprietária
do imóvel tinha esvaziado a caixa para fazer uma benfeitora no piso de fora. Nesse
mesmo dia, a locadora foi até o imóvel, mas ele estava fechado, horas depois a ré
afirmou que manteria o contrato para vencimento no dia 20 de cada mês e que iria
providenciar uma cópia da chave do imóvel para a autora. Nesse momento a autora
questionou o porquê de ser aquela data uma vez que ela não tinha se mudado para o
imóvel devido a falta de água e aos demais problemas estruturais do imóvel. A ré afirma
no mesmo trecho da conversa que o problema da água foi resolvido, o que contradiz ela
mesmo que no dia 11 daquele mês que ainda havia um vazamento no tanque principal
da casa, além do mais, foi constatado que o ralo do banheiro estava entupido e que a
casa estava alagada no dia 18.
No mesmo dia 18, a então locatária questionou a locadora sobre qual seria o dia
da sua mudança, uma vez que, segundo ela, o problema da água já estaria resolvido.
Porém, a autora só recebe seu salário no final de mês e propôs a mudança da data do
vencimento das mensalidades referentes ao pretenso aluguel do imóvel. A ré aceitou a
proposta, mas impôs como condição, o pagamento da diferença entre o dia do
pagamento acordado anteriormente e a data que a autora pretendia por como o dia dos
vencimentos. Afirmou ainda que ela teria de redigir um novo contrato e que esse novo
contrato acarretaria mais custas que deveriam ser pagas pela autora.
PRELIMINARMENTE:
DA DESNECESSIDADE DE AUDIÊNCIA
III – DO DIREITO
Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por
tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa
retribuição. (grifo nosso)
Portanto, evidencia-se o pretenso objeto e o tipo de contrato que seria firmado
entre as duas partes desta ação, que seria, o aluguel de imóvel localizado no Beco Mário
Andreaza, s/n, São José, Jutaí-Am, CEP: 69660-000.
Desta forma, verifica-se que a locadora do imóvel não cumpriu com suas
obrigações ao não entregar o imóvel com as devidas condições de uso a que se destina,
ou seja, moradia, pois não se pode viver em uma casa sem abastecimento de água,
elemento essencial para a vida humana, útil tanto para o preparo de alimentos, como
para consumo, limpeza e higiene pessoal, além dos problemas na tubulação que faziam
a casa a alagar.
(...)
O Código Civil resguarda o locatário de resolver o contrato caso este não sirva
para o fim a que se destina, conforme o Art. 567:
Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa do
locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato,
caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava.
Art. 418. (...); se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as
deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e
honorários de advogado. (grifo nosso)
Desta forma, deverá a ré pagar o valor de R$ 800,00 em dobro, uma vez que
presume-se que a exigência de depósito prévio deste valor para assegurar a efetivação
do contrato preenche o conceito de arras uma vez que Arras ou Sinal:
As condutas apresentadas pela ré constituem ato ilícito, uma vez que ela causou
dano patrimonial ao exigir arras para a tradição de contrato de locação de imóvel bem
como violou a moral da ré ao afirmar que ela não teria condições de buscar a tutela
jurisdicional do estado por estar fazendo questão daquele valor que a ré alegou ser
baixo.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo. (grifo nosso)
IV - DOS PEDIDOS