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Assim, nos termos da jurisprudência acima e nos termos do inciso I do art. 22 da Lei do
Inquilinato, é que deve ser reconhecida a pretensã o inicial da Requerente, de ver
rescindido o contrato de locaçã o isenta do pagamento de multa rescisó ria e de reparos. A
exclusã o da multa contratual é medida que se impõ e. Indiscutível a culpa da Requerida na
rescisã o contratual pretendia pela Requerente.
Excelência, nã o bastasse o mofo que começou a surgir nas paredes, os problemas com a
rede de esgoto, a necessidade de manutençã o continua da mangueira do gá s, a
hidromassagem que nã o funcionava, o forro de gesso chegou a desabar. O imó vel além de
indigno para moradia oferece risco aos seus inquilinos.
O valor cobrado a título de reparos também nã o é devido. Referem-se a pinturas na parede,
bem como os valores cobrados decorrem de orçamento unilateral elaborado pela
Requerida, nã o sendo possível sequer averiguar se houve tal despesa na manutençã o do
imó vel.
Adicionalmente, como cobrar pintura de paredes da Requerente se esta entregou o imó vel
pintado? Absolutamente descabida tal pretensã o. Deve-se anotar também que a
Requerente contestou o laudo de vistoria de saída justamente por nã o serem devidos tais
reparos. Tanto é que este laudo sequer foi assinado por seu pai, fiador do contrato de
locaçã o que acompanhou a vistoria.
Desta forma, diante de todo o exposto, é que se verifica legítima a rescisã o do contrato de
locaçã o por culpa da Requerida, isentando a Requerente do pagamento de multa contratual
e dos supostos reparos a serem realizados no imó vel, eis que a Requerente nã o deu causa a
tais danificaçõ es no imó vel, tendo inclusive, durante a vigência contratual, efetuado
reparos no imó vel que nã o eram de sua competência.
b) DA INEXIGIBILIDADE DOS REPAROS
A Requerida demonstra em sua planilha de levantamento dos valores para rescisã o, a
intençã o de cobrar o valor de R$ XXXXXX (XXXXXXXX) referente à reparos. Apó s muita
insistência da Requerente, enviaram um descritivo relacionando a origem de tal montante,
conforme documentos anexo (Doc. 7).
Ocorre que a Requerente discorda absolutamente em dispender da importâ ncia de R$
XXXXXX (XXXXXXX) a título de reparos, por vá rios motivos: 1º - Antes de entregar as
chaves mandou pintar o imó vel à s suas custas (Docs. 10/11); 2º - Nã o concorda com o
orçamento unilateral e superfaturado apresentado pela Segunda Requerida, tanto que nã o
assinou o laudo de vistoria; 3º - solicitou à Segunda Requerida uma segunda visita ao
imó vel, apó s a vistoria de saída ocorrida no dia 12/11/2015, para poder reavaliar
pessoalmente na presença de responsá veis da mesma sobre os apontamentos
apresentados, e isso lhe foi negado.
Em suma, a Requerente nã o pode se ver obrigada a desembolsar novamente valores de
reparos já realizados à s suas custas, tã o pouco, pode se ver obrigada a aceitar o orçamento
unilateral e superfaturado apresentado pela Requerida, sendo que este por si só nã o é
capaz de comprovar os “reparos” lá mencionados.
Neste sentido o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, vejamos:
CIVIL E PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE LOCAÇÃO. DANOS NO IMÓVEL. PROVA. AUSÊNCIA.
1. O LAUDO DE VISTORIA PRODUZIDO UNILATERALMENTE PELO LOCADOR NÃO É CAPAZ, ISOLADAMENTE, DE
COMPROVAR AS AVARIAS NO IMÓVEL LOCADO, TAMPOUCO QUE ELAS FORAM PROMOVIDAS PELO INQUILINO. 2.
RECURSO NÃO PROVIDO. (TJ-DF - APC: 20100112145795 DF 0068420-39.2010.8.07.0001, Relator: CRUZ MACEDO,
Data de Julgamento: 04/06/2014, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE: 01/07/2014. Pág.: 194).
Diante do exposto, se verifica que parte do que se cobra no tó pico “reparos” ou já foi
realizado pela Requerente ou nã o existe sua necessidade, nã o obstante apresentar valores
exorbitantes, assim requer seja afastada a cobrança de qualquer valor relativo a título
reparos visto que se mostram indevidos.
c) DO DEPÓ SITO EM JUÍZO – CHAVES E ALUGUERES PROPORCIONAIS
Extrai-se da jurisprudência abaixo a possibilidade de que a Requerente deposite em juízo
tanto as chaves que ainda estã o em seu poder, bem como o valor que entende devido
referente aos alugueres proporcionais ao tempo em que permaneceu no imó vel. Vejamos.
RESCISÃO DE CONTRATO DE ALUGUEL. INTERESSE PROCESSUAL. IMÓVEL COM DEFEITO. ENTREGA DAS CHAVES.
DEPÓSITO DAS QUANTIAS DEVIDAS. I - A ação é útil, necessária e adequada à pretensão deduzida em Juízo.
Rejeitada a alegada falta de interesse processual. II - Incontroverso que o defeito que tornou o imóvel inabitável
não foi ocasionado por culpa da locatária, deve ser rescindido o contrato de locação, incidindo a multa contratual
prevista para o locador pagar. III - Realizada a entrega das chaves em Juízo pela autora e depositados os valores
locatícios devidos até esse momento, não há qualquer inadimplência de sua parte. IV - Havendo sucumbência
recíproca, os respectivos ônus serão proporcionalmente distribuídos entre as partes, art. Do. V – Apelação do réu
parcialmente provida. (TJDF - APC: 20130110278475 DF 0007755-52.2013.8.07.0001, Relator: VERA ANDRIGHI,
Data de Julgamento: 06/08/2014, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE: 19/08/2014. Pág.:
232).21CPC
Desta forma, a Requerente pugna pelo depó sito de có pias das chaves do imó vel locado em
juízo. Além de nã o concordar com o valor “orçado” pela Requerida, no montante de R$
XXXX (XXXXX) para có pia de três chaves simples, que custam em média R$ XXX (XXXX).
Adicionalmente, a Requerente entende como devido a título de alugueres proporcionais e
“reparos” tã o somente a importâ ncia de R$ XXXXX (XXXXXX), motivo pelo qual, com a
finalidade de ilidir a mora, considerando que a Requerida nega-se a receber tais valores,
requer seja deferido ainda o depó sito em juízo de referida quantia.
d) DOS DANOS MATERIAIS
Conforme se extrai da síntese fá tica narrada nesta petiçã o inicial, mesmo sendo o imó vel
novo conforme afirmaçõ es da Requerida, a Requerente foi compelida ao pagamento da
quantia de R$ XXXX (XXXXXX) a título de reparos na rede de esgoto e encanamento da
residência locada para sua moradia.
Ocorre que, referidos reparos decorreram de vícios ocultos do imó vel, e se apresentaram
apó s pouquíssimo tempo de uso pela Requerente, motivo pelo qual, resta evidente que os
problemas já existiam quando de sua entrada no imó vel.
Logo, era de responsabilidade dos Requeridos o dispêndio de tal quantia, nã o da
Requerente, conforme se extrai da jurisprudência abaixo:
REPARAÇÃO DE DANOS. RESPONSABILIDADE CÍVIL. INFILTRAÇÃO DE ÁGUA EM IMÓVEL LOCADO POR PROBLEMAS
NAS CALHAS DO TELHADO. RESPONSABILIDADE DO LOCADOR. FORÇA MAIOR NÃO DEMONSTRADA.
DETERIORAÇÃO DE MOBÍLIA. REPARAÇÃO DO DANO MATERIAL ARBITRADA CORRETAMENTE. SENTENÇA
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005624770, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas
Recursais, Relator: Cleber Augusto Tonial, Julgado em 06/08/2015). (TJ-RS - Recurso Cível: 71005624770 RS,
Relator: Cleber Augusto Tonial, Data de Julgamento: 06/08/2015, Terceira Turma Recursal Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 10/08/2015).
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. DIREITO DO CONSUMIDOR.
CONTRATO DE LOCAÇÃO NA MODALIDADE POR ADESÃO. RELAÇÃO HAVIDA ENTRE O INQUILINO E A
ADMINISTRADORA QUE ADMINISTRA O IMÓVEL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. APLICABILIDADE. CADEIA
DE CONSUMO. RESPONSABILIDADE POR FORÇA DOS CONTRATOS. LEGITIMIDADE PASSIVA DO LOCADOR.
EXISTÊNCIA DE VÍCIO OCULTO QUE NÃO PODE SER DETECTADO COM A SIMPLES VISTORIA. INFILTRAÇÃO E
GOTEIRAS. PROBLEMA SEM SOLUÇÃO EFICAZ PELA ADMINISTRADORA. RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO DE
LOCAÇÃO PELA LOCATÁRIA. COBRANÇA DE MULTA CONTRATUAL E DAS DESPESAS COM PINTURA DO IMÓVEL.
IMPOSSIBILIDADE. VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. PROBLEMAS NO IMÓVEL
E INEFICIÊNCIA PARA SOLUCIONAR A QUESTÃO. FALHAS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. OBRIGAÇÃO DE REALIZAR
OS SERVIÇOS NECESSÁRIOS EM PRAZO RAZOÁVEL. FATOS QUE EXTRAPOLAM AO MERO ABORRECIMENTO DO
COTIDIANO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. SENTENÇA REFORMADA. Recurso conhecido e provido. Decidem os
Juízes integrantes da 1ª Turma Recursal do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, conhecer e dar
provimento ao recurso, nos exatos termos deste vot (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0038124-53.2012.8.16.0182/0 –
Curitiba - Rel.: Eveline Zanoni de Andrade - - J. 02.03.2015) (TJ-PR - RI: 003812453201281601820 PR 0038124-
53.2012.8.16.0182/0 (Acórdão), Relator: Eveline Zanoni de Andrade, Data de Julgamento: 02/03/2015, 1ª Turma
Recursal, Data de Publicação: 06/03/2015).
Verifica-se que houve a cobrança de taxa de vistoria de entrada no imó vel no importe de R$
XXXXX (XXXXXX), bem como se quer cobrar da Requerente o mesmo valor alegando taxa de
vistoria de saída.
Excelência, a cobrança de referidas taxas é ilegal, considerando que é de responsabilidade
da Requerida suportar tanto os riscos como os custos de sua atividade e, em especial, a
obrigaçã o de fornecer o laudo de vistoria é do Locador do
imó vel, nã o do inquilino, motivo pelo qual deve suportar os custos daí decorrentes.
Desta forma, considerando a cobrança indevida operada pela Requerida no que tange a
taxa de vistoria de entrada no importe de R$ XXXXX (XXXXXX), requer seja operada a sua
devoluçã o em dobro, bem como reforça o pedido de afastamento de referida cobrança no
que diz respeito a taxa de vistoria de saída, inclusa indevidamente na cobrança de reparos
inexistentes.
Adicionalmente, o contrato celebrado entre as partes prevê a criaçã o de um Fundo de
Reserva no importe de 6% (seis por cento) dos valores pagos a título de aluguel, os quais
devem ser restituídos à Requerente.
O dever em restituir tais valores é, inclusive, reconhecido pela Requerida, eis que no
demonstrativo de débitos encaminhado, em que pese as cobranças indevidas, demonstra a
quantia de R$ XXXXX (XXXXXXX) deduzida em favor da Requerente a título de ‘FCI”, o qual
refere-se aos descontos efetuados para a criaçã o de referido fundo de reserva.
Desta feita, requer a condenaçã o da Requerida ao pagamento inverso da multa contratual,
bem como à restituiçã o em dobro da taxa de vistoria de entrada e à restituiçã o do fundo de
reserva, apresentando um total de R$ XXXXXX (XXXXXXXX).
III - TUTELA DE URGÊ NCIA ANTECIPADA EM CARÁ TER ANTECEDENTE - INAUDITA
ALTERA PARS
Conforme amplamente demonstrado ao longo da petiçã o inicial restou devidamente
comprovada a presença da verossimilhança das alegaçõ es bem como do perigo de dano,
requisitos estes autorizadores da concessã o de tutela de urgência antecipató ria
antecedente em conformidade com o art. 300 do Có digo de Processo Civil para que seja
determinado à Requerida que se abstenha de incluir a Requerente ou os fiadores nos
ó rgã os de proteçã o ao crédito.
Importante salientar que nada impede que a antecipaçã o de tutela ora pleiteada seja
deferida antes mesmo da oitiva da Requerida em razã o da urgência em sua concessã o, nos
termos do § 2º do art. 300 do Có digo de Processo Civil.
Na mesma linha, o entendimento do ministro Teori Albino Zavaski, abaixo transcrito:
Antes de decidir o pedido, deve o juiz colher a manifestação da parte contrária. Trata-se de providência exigida
pelo princípio constitucional do contraditório que a ninguém é lícito desconsiderar. (...) Em princípio, pois, a
antecipação da tutela não pode ser concedida inaudita altera pars. Providência somente poderá ser dispensada
quando outro valor jurídico, de mesma estatura constitucional que o direito ao contraditório, puder ficar
comprometido com a ouvida do adversário. Por exemplo, se a demora decorrente da bilateralidade da audiência
for incompatível com a urgência da medida pleiteada, ou se a cientificação do requerido acarretar, por si só, risco
de dano ao direito, é evidente que, nesses casos, a dispensa da providência estará justificada, em nome da
garantia da efetividade da jurisdição"(Antecipação de Tutela, SP: Saraiva, 2005, pág. 117/118).
Com efeito, o perigo de dano (periculum in mora) resta evidenciado quando da iminência
dos Requeridos emitirem cobrança dos valores indevidos e posteriormente incluírem a
Requerente nos ó rgã os de proteçã o ao crédito.
A verossimilhança das alegaçõ es pode ser observada dos e-mails acostados aos autos que
demonstram cabalmente as condiçõ es de inabitabilidade e risco do imó vel, nã o sendo
crível, inclusive, que a Requerente seja compelida a pagamento de reparos inexistentes,
bem como ao pagamento de reparos que já efetuou no imó vel.
A medida é salutar, em especial se considerado que a Requerente depositará em juízo a
quantia relativa aos alugueres proporcionais em aberto, quantia esta que é a ú nica que
entende devida.
Adicionalmente, a verossimilhança das alegaçõ es resta evidenciada pela inexistência de
provas cabais de que a Requerente efetivamente deve os valores que pretende cobrar a
Requerida, em especial por estes se pautarem em orçamento unilateral sem prova do
dispêndio das quantias.
Corroborando com este entendimento o Tribunal de Justiça do Estado de Sã o Paulo,
vejamos:
AGRAVO DE INSTRUMENTO – Ação Declaratória de Rescisão Contratual c/c Restituição de Valores – Decisão que
indeferiu a tutela antecipada, ao fundamento de que não ficou suficientemente demonstrado o dano irreversível e
a verossimilhança das alegações - Inconformismo – Autor que pretende a rescisão do contrato de compra e venda
e devolução dos valores pagos, por razões de foro íntimo - Nos termos da Súmula nº 1 deste Egrégio Tribunal de
Justiça, o consumidor, mesmo inadimplente, pode postular a rescisão do contrato, não havendo, portanto,
justificativa para a exigibilidade do preço, sendo certo, por outro lado, que a iminência da inscrição do nome do
autor em órgãos de proteção ao crédito representa possibilidade de dano irreparável ou de difícil reparação -
Recurso provido. (TJ-SP - AI: 20727573620158260000 SP 2072757-36.2015.8.26.0000, Relator: José Aparício
Coelho Prado Neto, Data de Julgamento: 12/11/2015, 9ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
12/11/2015).
Desta forma, resta demonstrada a presença da verossimilhança das alegaçõ es bem como do
perigo de dano, requisitos estes autorizadores da concessã o de tutela antecipada em
conformidade com o art. 300 do Có digo de Processo Civil, pelo que requer seja
determinado à Requerida que se abstenha de incluir a Requerente e/ou os fiadores nos
ó rgã os de proteçã o ao crédito, sob pena de multa diá ria nã o inferior a R$ 100,00 (cem
reais) na hipó tese da ocorrência da inscriçã o.
IV – DA NULIDADE DE CLÁ USULA E REDUÇÃ O DA MULTA CONTRATUAL
Conforme se extrai da aná lise do contrato de locaçã o em anexo (Doc. 4), em caso de
rescisã o contratual solicitada pelo locatá rio, imputa-se o pagamento de multa no importe
de 10% (dez por cento) sobre a totalidade dos alugueres vincendos, nos termos da Clá usula
10.
Ocorre que, além de indevida conforme visto ao longo da presente, referida multa também
é abusiva. A determinaçã o legal e jurisprudencial é no sentido de que eventual multa deve
ser cobrada de forma proporcional em atençã o ao princípio da razoabilidade e
proporcionalidade, consoante art. 413 do Có digo Civil c/c Art. 4º da Lei do inquilinato,
conforme segue:
Art. 413. ( Código Civil) A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido
cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e
a finalidade do negócio.
Art. 4º (Lei Inquilinato) Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador reaver o
imóvel alugado.
Com exceçã o ao que estipula o § 2º do art. 54-A, o locatá rio, todavia, poderá devolvê-lo,
pagando a multa pactuada, proporcional ao período de cumprimento do contrato, ou, na
sua falta, a que for judicialmente estipulada.
Assim é que, caso o entendimento de Vossa Excelência seja pela nã o exclusã o da multa
contratual em razã o das condiçõ es de inabitabilidade do imó vel e dos riscos inerentes, o
que nã o se espera, apenas verberbera, a multa contratual deve ser reduzida, declarando a
nulidade de aludida clá usula contratual.
Veja-se que a proporcionalidade do tempo restante da locaçã o cá lculo deve recair sobre um
aluguel, e nã o sobre a totalidade dos alugueres vincendos à época da rescisã o.
Neste sentido, considerando que de 30 meses a Requerente cumpriu, ainda que em
condiçõ es precá rias e sob riscos de sua integridade física, 12 meses do contrato de locaçã o,
a multa contratual, se cabível, deve representar a 60% (sessenta por cento) do valor do
aluguel líquido, ou seja, aluguel bruto com abatimento da bonificaçã o para pagamento em
dia, considerando que esta era a habitualidade dos pagamentos.
Corroborando com este entendimento a jurisprudência:
APELAÇÃO CÍVEL - CONTRATO DE LOCAÇÃO – RESCISÃO ANTECIPADA – MULTA – VALOR EXCESSIVO –
HONORARIOS ADVOCATÍCIOS PREVISTOS NO CONTRATO – REDUÇÃO. 1. Mantém-se a r. Sentença que reduziu o
valor da multa pela rescisão antecipada do contrato para o valor correspondente a 01 mês de aluguel, se o
locatário permaneceu no imóvel por 24 meses tendo o contrato vigência de 36 meses ( CC 413). 2. Os honorários
previstos no contrato de locação apenas são exigíveis se há purga da mora. Precedentes deste TJDFT. 3. Requerida
pelo embargado/apelante a manutenção dos honorários advocatícios fixados no contrato de locação, e não
havendo apelo do embargante, mantém-se a redução dos honorários fixados no contrato de 20% para 10% sobre o
valor da dívida. 4. Havendo notícia nos autos sobre ocorrência de fraude na emissão de título de crédito,
determinasse o encaminhamento de cópia dos autos ao Ministério Público para averiguação de suposta prática de
crime pelo embargante. (TJ-DF - APC: 20120710172062 DF 0016603- 44.2012.8.07.0007, Relator: SÉRGIO ROCHA,
Data de Julgamento: 25/02/2015, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE: 11/03/2015. Pág.: 344).
Logo, na hipó tese de nã o ser o entendimento deste juízo pela exclusã o da multa contratual
nos termos acima mencionados, referida multa deve ao menos ter sua aplicaçã o de acordo
com a razoabilidade e proporcionalidade, incidindo tã o somente no percentual de 60%
(sessenta por cento) sobre o valor líquido do aluguel.
V – DOS REQUERIMENTOS
Isto posto, a Requerente pugna pelo recebimento e processamento da presente petiçã o
inicial, requerendo:
1. O deferimento do pedido de tutela de urgência antecipató ria antecedente, determinando
à Requerida que se abstenha de inscrever a Requerente e/ou os fiadores nos ó rgã os de
proteçã o ao crédito por supostas dívidas decorrentes da relaçã o locatícia em questã o, sob
pena de multa diá ria em valor nã o inferior a R$ 100,00 (cem reais);
2. Autorizar o depó sito em juízo das có pias das chaves que ainda estã o em poder da
Requerente, bem como autorizar o depó sito judicial da quantia de R$ XXXXX (XXXXXXXX)
referente aos alugueres proporcionais do mês de outubro e novembro do ano de 2015.
3. No mérito, declarar por rescindido o contrato de locaçã o entabulado entre as partes por
culpa da Requerida, excluindo-se por consequência a incidência da multa contratual nos
termos da fundamentaçã o, e, subsidiariamente, caso o entendimento de Vossa Excelência
nã o seja pela exclusã o da multa contratual, requer seja declarada nula a clá usula décima de
referido contrato, para que eventual multa rescisó ria incida na proporçã o de 60%
(sessenta por cento) do valor de um aluguel em seu valor líquido.
4. Condenar a Requerida ao pagamento de indenizaçã o por danos materiais no importe de
R$ XXXXX (XXXXXXXX), acrescidos de juros morató rios e correçã o monetá ria desde o
desembolso, nos termos da fundamentaçã o;
5. Condenar a Requerida ao pagamento de indenizaçã o por danos morais em valor nã o
inferior a R$ XXXXXX (XXXXXX), em decorrência da evidente desídia em resolver problemas
relativos as condiçõ es de habitabilidade do imó vel, nos termos da fundamentaçã o;
6. Condenar a Requerida à devoluçã o em dobro da taxa de vistoria de entrada cobrada
indevidamente com o primeiro aluguel, bem como condenar a Requerida ao pagamento
reverso da multa contratual por ela estipulada e à restituiçã o do fundo de reserva, no total
de R$ XXXXXX (XXXXXXXX) nos termos da fundamentaçã o;
7. A citaçã o da Requerida para querendo apresentar reposta no prazo de 15 (quinze
dias) sob pena de revelia;
8. A produçã o de todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a juntada de
novos documentos, prova testemunhal e o depoimento pessoal das partes;
9. A condenaçã o do Requerido ao pagamento das custas processuais e honorá rios
advocatícios a serem fixados por este respeitá vel juízo nos termos do art. 85, § 2º do
Có digo de Processo Civil.
10. A Requerente informa que nã o possui interesse na realizaçã o de audiência de
conciliaçã o e mediaçã o nos termos do art. 319, VII do Có digo de Processo Civil;
Dá -se a causa o valor de R$ XXXXX (XXXXXXXXX).
Termos em que pede deferimento.
Local, data.
ADVOGADO
OAB 00000
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