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Vejamos:
“Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de
autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça”
Como se pode ver acima, temos treze matérias que podem ser arguidas em
sede de preliminar de contestação, sob pena de preclusão. Portanto, veremos
à frente, todas as preliminares do artigo transcrito acima.
Incompetência absoluta:
A incompetência absoluta se dá em razão da não observância da
competência constitucional (ou legal) em função da matéria, natureza da
ação ou da pessoa (prerrogativa de foro).
Exemplo de incompetência absoluta: reclamação trabalhista ajuizada no Juiz
Estadual de primeiro grau. No caso, a competência seria do Juiz do Trabalho
e não do Magistrado da Justiça Estadual.
A preliminar de contestação de incompetência absoluta é de ordem pública,
podendo ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive de
ofício (§ 1º, art. 64, do CPC). Após trânsito em julgado e tendo a ação sido
julgada por juiz absolutamente incompetente, caberá ação rescisória
(art. 966, inciso II, do CPC).
Incompetência relativa:
A incompetência relativa é de natureza territorial. Entende-se
como relativa porque pode ser prorrogada caso não seja alegada pela parte
em sede de preliminar de contestação (art. 65, do CPC).
Exemplo de incompetência relativa: ação de exoneração de alimentos
protocolada no domicílio do autor, enquanto que deveria ter sido
protocolada no domicílio do alimentando (art. 53, inciso II, do CPC).
A natureza da preliminar de contestação do inciso II, do art. 337, do CPC/15,
é dilatória, uma vez que tem o condão de elastecer a duração da relação
processual, pois haverá a necessidade de remessa do processo para o juiz
competente.
4.4 – Perempção:
A perempção (inciso V, do art. 337, do CPC)é a perda do direito processual
de reclamar em juízo sobre determinada demanda em que o autor tenha
deixado de promover as diligências necessárias para seu prosseguimento,
restando configurado, portanto, o que se chama de “abandono”, conforme
dispõe § 3º, do art. 486, do CPC.
“Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que
a parte proponha de novo a ação.
§ 1º […]
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono
da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto,
ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu
direito.”
4.5 – Litispendência:
Inicialmente, devemos definir o que seria “litispendência” para entender sua
ocorrência no caso concreto. De modo bem direto, podemos aduzir que
a litispendência ocorrerá quando, simultaneamente, existirem duas ações
com as mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido, isso
conforme aduz o § 2º, do art. 337, do CPC/15.
Exemplo: “D” ajuizou em face de E ação de cobrança visando o recebimento
de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) em razão de uma venda de um veículo
F. A ação foi protocolada na comarca de São Paulo, sendo a ação
protocolada e distribuída no dia 01/09/2020. O processo caiu na 1 Vara Cível.
Ocorre, porém, que no dia 08/09/2020, foi protocolado também na Comarca
de São Paulo, ação de cobrança com identidade de partes, mesma causa
de pedir e mesmo pedido, tendo sido o processo distribuído para a 5ª Vara
Cível.
4.12 – Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar:
Pode ser que no caso concreto, a lei processual (ou outra legislação)
condicione o exercício da ação ao cumprimento de determinada condição
de procedibilidade. Assim, caso a parte não recolha a caucão ou cumpra a
exigência legal, terá seu processo extinto sem resolução de mérito (art. 485,
inciso I, do CPC/15).
Porém, frise-se que antes da extinção da relação processual, o Magistrado
deverá dar a parte a oportunidade de sanar o vício, inclusive indicado qual a
medida que deve ser adotada (conforme manda o princípio da cooperação).