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FACULDADE DE DIREITO
UNIDADE 5
MÓDULO DE APRENDIZAGEM
BELO HORIZONTE
2023
1) João Pedro é estudante universitário e ficou responsável pelo tema contestação
trabalhista. Nesse sentido deve responder: a) o momento e tempo para a apresentação
da defesa; b) A defesa pode ser apresentada por escrito? Qual o meio e prazo? c) Qual o
prazo mínimo legal para o réu preparar a resposta escrita? Se o prazo não for
respeitado, necessariamente será decretada a nulidade dos atos processuais
subsequentes? d) Qual o prazo para preparação da contestação possui a pessoa jurídica
de direito público?
b) Sim, a defesa pode e deve ser apresentada por escrito. A contestação é um documento
formal no qual o réu apresenta suas argumentações e respostas às alegações do autor (quem
moveu o processo). O meio para apresentar a contestação é por meio de petição escrita, que
deve ser protocolada na vara do trabalho onde o processo está em andamento. O prazo
c) O prazo mínimo legal para o réu preparar a resposta escrita é de 20 dias corridos, conforme
estabelecido pelo artigo 847 da CLT. Se o prazo não for respeitado, isso pode resultar em
consequências prejudiciais para a parte ré, como a revelia, na qual a parte autora pode obter
decisões favoráveis por falta de contestação. No entanto, a mera não observância do prazo
não implica automaticamente na nulidade dos atos subsequentes. A nulidade dependerá das
circunstâncias e do entendimento do juiz em cada caso específico.
d) As pessoas jurídicas de direito público, como órgãos governamentais, também têm o prazo
de 20 dias corridos para preparar a contestação em um processo trabalhista, a menos que haja
disposição legal específica em contrário. O prazo é o mesmo que se aplica aos demais réus
em ações trabalhistas, conforme estabelecido pelo artigo 847 da CLT. Portanto, não há um
prazo diferenciado para as pessoas jurídicas de direito público nesse contexto.
2) Cite, conceitue e explique o procedimento das 3 exceções (defesas) que podem ser
apresentadas pelo réu (reclamado) no processo do trabalho.
Exceção de Incompetência: A exceção de incompetência é uma defesa na qual o réu alega
que o juízo que está conduzindo o processo não é competente para julgá-lo. Isso pode ocorrer
quando a ação foi ajuizada em um local inadequado ou quando o juízo não tem jurisdição
sobre o assunto discutido. Por exemplo, se um processo trabalhista foi movido em uma vara
do trabalho que não tem jurisdição territorial sobre o local de trabalho do empregado, o réu
pode alegar incompetência.
a) Não foi observado o prazo mínimo de cinco dias entre a data do recebimento da
notificação citatória e a audiência: Isso se refere ao cumprimento dos pressupostos
processuais, mais especificamente ao prazo para a realização da audiência. Se o prazo
mínimo de notificação não foi respeitado, pode-se arguir essa questão como uma
irregularidade nos pressupostos processuais.
b) Duas ou mais ações idênticas tramitando perante o mesmo ou juízos diversos: Isso se
enquadra como uma questão preliminar relacionada à litispendência, que é uma das
condições da ação. A litispendência ocorre quando duas ou mais ações idênticas estão em
curso ao mesmo tempo perante o mesmo juízo ou juízos diversos. O réu pode alegar isso
como uma defesa preliminar.
c) Petição inicial com pedido indeterminado e incerto: Essa questão está relacionada à falta
de clareza na petição inicial, o que pode afetar os requisitos formais da petição inicial, mas
não necessariamente se enquadra nos pressupostos processuais ou nas condições da ação. O
réu pode arguir que a petição inicial não está devidamente formulada como parte de sua
contestação, mas não é uma questão relacionada diretamente aos pressupostos ou condições
da ação.
d) Réu é citado no processo trabalhista, porém a demanda versa sobre lide consumerista: Esse
é um exemplo de falta de adequação entre o objeto da ação e a competência do juízo
(pressuposto processual). Se a demanda se refere a uma questão de direito do consumidor que
não está relacionada ao direito trabalhista, o réu pode alegar que o juízo trabalhista não é
competente para julgar o caso. Trata-se de incompetência absoluta.
e) Verificado que se repete uma ação que já foi decidida por sentença de que não caiba
recurso (transitado em julgado): Essa questão se relaciona à coisa julgada, que é uma das
condições da ação. Quando uma ação já foi decidida por sentença transitada em julgado, não
é permitido propor novamente a mesma ação com as mesmas partes e objeto. O réu pode
alegar a coisa julgada como defesa preliminar.
É importante notar que as questões preliminares devem ser arguidas na contestação, ou seja,
como parte das defesas processuais antes de entrar no mérito da ação. O juiz analisará essas
questões preliminares antes de prosseguir com o julgamento do mérito da ação.
a) Fatos Impeditivos: São fatos que, se comprovados, impedem a alegação do direito pelo autor, ou
seja, negam a própria existência da pretensão do autor. Eles atuam como uma barreira à procedência
do pedido. Um exemplo seria uma ação de cobrança na qual o autor afirma que o réu nunca pagou
uma dívida. O réu, por sua vez, alega que já havia pago a dívida antes do vencimento, o que impediria
a procedência do pedido de cobrança.
b) Fatos Modificativos: São fatos que, se comprovados, modificam a pretensão do autor, tornando-a
diferente do que foi alegado na petição inicial. Em outras palavras, eles reconhecem que o autor tem
um direito, mas argumentam que esse direito é diferente do que foi inicialmente afirmado. Por
exemplo, em uma ação de indenização por danos materiais, o autor alega que o réu causou danos no
valor de R$ 10.000. O réu contesta, afirmando que os danos foram causados, mas que o valor real dos
danos é de apenas R$ 5.000, modificando a pretensão do autor.
c) Fatos Extintivos: São fatos que, se comprovados, extinguem o direito do autor, alegando que o
autor não tem direito a qualquer forma de reparação ou indenização. Um exemplo seria uma ação de
divórcio em que o autor alega que o casamento está em ruína devido à conduta do cônjuge. O réu
contesta, alegando que o casamento já foi legalmente dissolvido anteriormente, o que extinguiria o
direito do autor a buscar um divórcio.