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NOÇÕES GERAIS 

– Com a citação válida forma-se a relação jurídica


processual, e instala-se o contraditório, dando início ao princípio da
ampla defesa.

A resposta do réu é um termo genérico e compreende a contestação,


a exceção e a reconvenção.
O PRAZO PARA RESPONDER, independente da quantidade de réus,
sempre é o mesmo, exceto se tiverem procuradores diferentes (art.
191 e 298 do CPC). Outra exceção quanto ao início do prazo é trazida
pelo art. 298, § único.
A contestação e a reconvenção se subordinam ao princípio da
simultaneidade porque devem ser oferecidas, simultaneamente, em
peças autônomas, não significando, necessariamente, que a
reconvenção não possa ser apresentada na seqüência da
contestação, desde que esteja destacada (art. 299).
Se o réu protocolar a contestação sem a reconvenção, ainda que não
tenha esgotado o prazo, opera-se a preclusão consumativa, não
podendo mais reconvir.
A contestação e a reconvenção se processam nos mesmos autos e se
decidem pela mesma sentença. A exceção se processa em autos
apensos e se decide por decisão interlocutória.
ESPÉCIES DE DEFESA DO RÉU
O réu poderá atacar o processo, a pretensão ou ambos.
PROCESSO = REQUISITOS PROCESSUAIS.
PRETENSÃO = MÉRITO.
– DEFESA PROCESSUAL QUANTO AO OBJETO = DIRETA OU
INDIRETA.
– DIRETA = ausência ou defeito dos pressupostos processuais ou
qualquer das condições da ação.
– INDIRETA = defesa processual. Ataque apenas mediato ao
processo. Exceções instrumentais (incompetência relativa, suspeição
ou impedimento do juiz e não do Juízo).
– DEFESA PROCESSUAL QUANTO A EFICÁCIA
– DEFESA PEREMPTÓRIA = é a que reconhecida pelo juiz, fulmina
de morte o processo, levando-o à extinção. Nessa situação, o juiz não
suspenderá o processo para que o autor sane o vício.
São exemplos: falta das condições da ação, violação da coisa julgada,
litispendência e perempção.
 – DEFESA DILATÓRIA = é aquela que quando acolhida não extingue
o processo. A defesa indireta é sempre dilatória, posto que,
acolhendo-a o juiz simplesmente remeterá o processo para o que seja
competente ou seu substituto legal. No mesmo sentido a defesa direta
também poderá ser dilatória quando suportar emenda.
– DEFESA DE MÉRITO
Passada a discussão quanto ao processo (direta ou indireta), passa-
se à defesa contra o mérito.
A defesa contra o mérito é o questionamento feito pelo réu, em
relação ao pedido formulado pelo autor, atacando A sua pretensão,
incluindo o pedido e a causa de pedir.
– DEFESA DE MÉRITO DIRETA = é quando o réu impugna o fato
constitutivo do direito do autor. Exemplo: numa ação de indenização
por acidente de trânsito o réu nega que o fato tenha ocorrido, ou,
embora admita o fato (acidente), nega que o resultado seja o
pretendido pelo autor (atentar para o art. 269, II).
– DEFESA DE MÉRITO INDIRETA (OBJEÇÃO) = ART. 326 DO CPC.
Exemplos: reconhecimento pelo réu de que fez a venda, mas, ao ser
cobrado para entrega da coisa, alega incapacidade absoluta ao
contratar para não cumpri-la (fato impeditivo) – o reconhecimento pelo
réu que contraiu a dívida, mas ao ser cobrado diz que já a saldou (fato
extintivo) – o reconhecimento de que contraiu a dívida, mas não da
forma como lhe é cobrada (fato modificativo).
DA CONTESTAÇÃO
Palavra derivada do latim, contestari, surgida no terceiro período do
processo romano, a contestação está para o réu assim como a petição
inicial está para o autor.
PRINCÍPIOS REGENTES:
– DA CONCENTRAÇÃO = o réu deve incluir na sua petição, de uma
só vez, todas as matérias de defesa que tiver, mesmo que entenda
que só uma seja o bastante para excluir a pretensão do autor ou pelo
menos extinguir o processo.
Por outras palavras, a contestação não confere ao réu o direito que
tem o autor de emendar a petição inicial.
Exceção ao princípio da concentração = direito subjetivo
superveniente (o devedor que se torna credor do autor e pode alegar
em seu favor a compensação superveniente) – matéria de que o juiz
pode conhecer de ofício (art. 267, par. 3°).
– PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE = este princípio justifica o
primeiro e significa que as matérias alegadas em defesa pelo réu,
além daquelas que por si só servem para excluir a pretensão do autor,
representam uma precaução.
Estas alegações adicionais são feitas para a eventualidade de o juiz
não acolher a principal.
A CONTESTAÇÃO E A NEGATIVA GERAL
Contestar é o réu refutar ponto a ponto todos os fatos trazidos pelo
autor. Não se admite a defesa por negativa geral (art. 302).
Caso o réu defenda-se genericamente, não significa que o pedido
formulado pelo autor seja procedente. Aliás, contestando o réu, ainda
que seja por negativa geral, afastada fica a revelia e seus efeitos.
REQUISITOS DA CONTESTAÇÃO
– FORMAIS = petição escrita – dirigida ao juiz da causa – com todos
os pressupostos da petição inicial (qualificação das partes, endereço
do advogado, etc).
– SUBSTANCIAIS = é a resposta com base nos pedidos formulados.
PRAZOS PARA CONTESTAR
– PROCEDIMENTO ORDINÁRIO = 15 (quinze) dias – exceção art.
188 e 191 do CPC – Lei n° 1.060/50.
– PROCEDIMENTO SUMÁRIO = deve ser entregue na audiência de
conciliação, se vencida esta etapa, não houver acordo entre os
litigantes (art. 278).
– Diferentes prazos nós temos em outros tipos de procedimentos
como: ação de depósito = 5 dias (art. 902); prestação de contas (art.
915 e 916); cautelares (art. 802) e outros.
QUESTÕES QUE DEVEM ANTECEDER AO MÉRITO
Aponta o art. 301, que antes de enfrentar o mérito da pretensão do
autor, o réu deve discutir as questões denominadas “preliminares”, se
existirem.
PRELIMINARES SUBJETIVAS E OBJETIVAS
São consideradas como PRELIMINARES SUBJETIVAS a
incompetência absoluta – incapacidade da parte (art. 6° e 7°) – defeito
de representação (art. 12, 13 e 39) – falta de autorização (art. 10).
São consideradas PRELIMINARES OBJETIVAS a inexistência ou a
nulidade da citação (atentar para o art.. 214, § 2°) – inépcia da inicial
(art. 295) – perempção (art. 268, § único) – litispendência (art. 301, §
1°, 2° e 3°) – coisa julgada material (art. 467) – conexão (art. 105 e
106) – falta de caução ou de outra prestação (art. 28, 268, 829 a 835)
– convenção de arbitragem (única das preliminares que o juiz não
pode conhecer de ofício – art. 301, § 4°).
DEFESA DE MÉRITO
Superadas as discussões meramente processuais, cabe ao réu entrar
na discussão do mérito.
Defesa de mérito consiste no ataque do réu contra os fatos alegados
pelo autor, provas e pedidos articulados.
ESPÉCIES DE DEFESA DE MÉRITO
– DEFESA DE MÉRITO ABSOLUTA = o réu nega os próprios fatos
em que o autor fundamenta seus pedidos. Exemplo: inexistência do
acidente em ação de reparação de danos.
– DEFESA DE MÉRITO RELATIVA = o réu admite os fatos narrados
pelo autor mas, nega as conseqüências jurídicas por ele pretendidas.
PEDIDO DE CONTRAPOSTO NA CONTESTAÇÃO
Pedido de contraposto é uma exceção na processualística brasileira e
consiste no direito que tem o réu de formular pedido contra o autor na
própria peça de contestação, independentemente de reconvenção.
Sendo assim, onde se permite o pedido de contraposto não cabe o
pedido de reconvenção, haja vista, o mesmo efeito prático dos dois
institutos.
As ações que comportam pedido de contraposto são denominadas de
natureza dúplice.
O pedido de contraposto só é admissível quando previsto em lei.
Exemplos: rito sumário (art. 278, par. 1°) – juizados especiais (art. 31
da LJE).
Em síntese: é essencial que o pedido de contraposto guarde certa
relação de conexidade com o pedido inicial.
DIFERENÇAS DA CONTRAPOSIÇÃO COM A RECONVENÇÃO
A) A reconvenção é feita em peça separada à da contestação, embora
simultânea a esta. O pedido contraposto é feito na própria peça da
contestação.
B) A reconvenção tem lugar onde não for proibida ou não couber
pedido de contraposto, enquanto que este só tem lugar quando
previsto em lei.
C) A desistência da ação não impede o prosseguimento da
reconvenção, enquanto o contraposto perde a razão de ser porque a
contestação deixa de existir se o autor desistir da ação.
Outras naturezas de ação que comportam o pedido de contraposto por
estarem previstas em lei:
· ação de prestação de contas (art. 915, par. 3° );
· ação possessória (art. 922);
· ação renovatória de aluguel (art. 72, lei 8.245/91);
· ação de usucapião especial (art. 7° , lei n° 6.969/81).
DAS EXCEÇÕES INSTRUMENTAIS E IMPUGNAÇÃO AO VALOR
DA CAUSA
Exceção no sentido estrito em que foi utilizada no art. 297 do CPC é o
incidente processual destinado à argüição da incompetência relativa
do juízo (e a absoluta?), e de suspeição ou impedimento do juiz (art.
304).
Embora arrolada entre as repostas do réu (art. 297), a verdade é que
as exceções em causa podem ser argüidas por “qualquer das partes”,
conforme esclarece o art. 304.
A competência e a imparcialidade são pressupostos processuais
relacionados com a pessoa do juiz, sendo requisitos essenciais para o
desenvolvimento válido da relação processual.
A exceção é, pois, matéria de defesa processual dilatória, que não se
volta propriamente contra o outro litigante, mas sim contra o órgão
jurisdicional.
O Código instituiu dois procedimentos para as exceções: um para a
incompetência (arts. 307 a 311) e outro para o impedimento (arts. 312
a 314). Ambos se iniciam por petição de uma das partes, em peça
separada da contestação e correm apensos ao processo principal (art.
299).
Ao que propõe a exceção se dá o nome de excipiente; à parte
contrária, o de exceto.
PRAZO = a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição poderá a
parte suscitar o incidente, “no prazo de 15 dias, contados do fato que
ocasionou a incompetência, o impedimento ou a suspeição” (art. 305).
Se o fato for anterior ao ajuizamento da causa, o prazo começará a
correr, para o réu, a partir da citação, e para o autor, a partir do
momento em que tomou conhecimento da distribuição do feito ao juiz
incompetente, impedido ou suspeito.
EFEITOS DA EXCEÇÃO
A argüição de qualquer das exceções produz suspensão do processo
(art. 306).
No caso de incompetência, o incidente será julgado pelo próprio juiz
do processo principal.
Nos casos de impedimento ou suspeição, o processo será julgado em
única instância pelo Tribunal a que estiver vinculado o juiz.
Inacolhida a exceção, o vencido sujeita-se às custas do incidente (art.
20, par. 1°), mas não haverá condenação em verba de honorários
advocatícios, pois esta, só é cobrável na sentença (art. 20).
Decisão que acolhe ou rejeita a exceção desafia agravo de
instrumento.
Após o julgamento da exceção, o processo principal retorna ao seu
curso normal e o prazo de contestação será restituído ao réu, pelo
tempo igual ao que lhe faltava para a sua complementação (art. 180).
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
A incompetência absoluta não é argüida sob a forma de exceção.
A incompetência relativa jamais poderá ser decretada de ofício pelo
próprio juiz.
PROCEDIMENTO – provocada sempre por petição escrita distinta da
inicial ou da contestação.
A petição deve ser fundamentada e devidamente instruída (art. 307).
O prazo para resposta do exceto é de 10 dias.
O juiz proferirá sua decisão em igual prazo (art. 308).
Caso de audiência (art. 309).
Julgada improcedente a exceção, o processo principal retomará seu
andamento normal. Se, porém, a decisão for de acolher da
declinatória, os autos serão prontamente remetidos ao juiz competente
(art. 311).EXCEÇÕES DE IMPEDIMENTOS E DE SUSPEIÇÃO
O impedimento e a suspeição dizem respeito ao juiz como pessoa
física encarregada da prestação jurisdicional. Assim, quando o juiz é
afastado do processo por motivo de impedimento ou suspeição, o
processo não se desloca do juízo e sim o julgador é que é substituído.
Observar o art. 137 – 314.
A petição é dirigida ao juiz, não sendo lícito indeferi-la, quando reputá-
la manifestamente improcedente.
Não há sequer lugar para ouvida da parte contrária.
A petição deverá especificar o motivo da recusa do juízo (arts. 134 e
135).
Autuada e registrada a exceção, o juiz poderá:
A – Reconhecer, desde logo, o impedimento ou suspeição, caso em
que ordenará a remessa dos autos ao seu substituto legal.
B – Caso contrário, responderá a exceção em 10 dias, juntando os
documentos que julgar convenientes e rol de testemunhas. Em
seguida determinará a remessa dos autos ao tribunal competente para
processar e julgar o incidente.
No tribunal o rito a observar será o preconizado pelo seu regimento
interno.
É indispensável para o acolhimento da exceção de suspeição ou
impedimento que haja prova induvidosa.
DA RECONVENÇÃO
NOÇÕES – A contestação não é o meio adequado para formular
pedidos contra o autor, mas apenas para defender-se do pedido por
ele formulado. Por isso, em obediência ao princípio da economia
processual, a lei permite, em circunstâncias tais, que o réu “proponha
uma ação em face do autor”, no mesmo processo, em peça separada,
mas simultânea à contestação.
CAMPO DE INCIDÊNCIA
A reconvenção se aplica nas obrigações bilaterais, quando o réu
também pode ter direito a ser exercido contra o autor.
É essencial, porém, que se trate de ação de conhecimento onde não
esteja previsto o pedido de contraposto.
Ação versando sobre direito obrigacional. Exemplo: o credor quer
receber uma dívida, e o réu, também se dizendo credor do autor,
invocando a compensação de crédito, porém, de valor maior do que o
débito.
Ação versando sobre direito indisponível. Exemplo: mulher propõe
ação de separação alegando maus tratos por parte do marido, que
contesta o motivo, mas não o pedido em si, posto que também quer se
separar.
Todavia, não podendo formular pedido no corpo da contestação e não
querendo arcar com a culpa da separação, oferece reconvenção
alegando que a culpa é da mulher que abandonou o lar conjugal.
OUTROS CASOS DE CABIMENTO
– ação rescisória;
– consignação em pagamento;
– nunciação de obra nova;
INADMISSIBILIDADE DE RECONVENÇÃO
Não se admite reconvenção nos processos de execução e cautelar,
nem nos procedimentos perante os juizados especiais.
Não cabe reconvenção no procedimento sumário.
Não cabe reconvenção nos procedimentos de jurisdição voluntária.
Na ação de alimentos não se admite reconvenção, salvo se for
adotado o rito ordinário (lei nº 5.478/68 é de rito célere).
Não cabe reconvenção em procedimento de liquidação de sentença.
REQUISITOS ESPECÍFICOS
Além de todas as condições genéricas das ações, bem como
pressupostos processuais, são requisitos, ainda:
1. A matéria articulada na reconvenção deve ser conexa com a da
ação principal ou com os fundamentos da defesa (idêntica causa de
pedir ou objeto mediato).
2. Mesmas partes.
3. Simultaneidade de oferecimento da reconvenção com a
contestação (preclusão consumativa).
4. Identidade de procedimento.
5. competência do juízo para conhecer da ação e da reconvenção.
FINALIDADE
Formulação de pedido contra o autor, no mesmo processo, para que
ambas (ação e reconvenção) sejam decididas por uma mesma e única
sentença (art. 318).
A sentença deve ser única para os dois pedidos, sob pena de
nulidade.
PROCEDIMENTO RECONVENCIONAL
PRAZO, FORMA, ANOTAÇÕES E CUSTAS.
Deve ser oferecida no mesmo prazo da contestação (mesmo que não
oferecida a contestação).
A petição reconvencional indicará também o valor da causa, que é o
do bem juridicamente tutelado pretendido pelo réu, por isso nem
sempre coincidirá com o da causa principal.
Não há propriamente distribuição da petição reconvencional, haja vista
que será juntada aos autos principais.
Os Regimentos dos Tribunais podem isentar do recolhimento de
custas a reconvenção.
Há divergências, porém, por causa do art. 317 do CPC.
RESPOSTA
O autor não é citado, mas apenas intimado na pessoa de seu
advogado.
O juiz, verificando que não há vício capaz de prejudicar a defesa do
reconvindo, mandará intimar o advogado do autor para impugná-la, no
prazo de 15 dias.
A resposta da reconvenção terá forma de contestação.
REVELIA
Caso o autor não apresente resposta na reconvenção, será declarado
revel, presumindo-se verdadeiros os fatos articulados pelo réu.
SENTENÇA
Em regra a reconvenção e a ação principal são julgadas
simultaneamente na mesma sentença (art. 318).
É possível, porém, a duplicidade de sentenças quando o autor desistir
da ação principal e o réu prosseguir com a reconvenção.
É que a desistência da ação só produzirá efeitos depois de
homologada por sentença (art. 158, § único), por isso haverá uma
sentença homologatória, e, continuando a reconvenção, outra
sentença ao final.
RECURSO CABÍVEL
Sendo uma sentença que porá fim ao processo de reconvenção, o
recurso cabível é o de apelação.
No caso de indeferimento liminar da petição da reconvenção o recurso
cabível será o de agravo de INSTRUMENTO.
IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA
É tratada no art. 261 do CPC.
É autuada em apartado, sob a forma de incidente processual, e
destina-se a corrigir valor da causa incorretamente atribuído.
Caso não seja aviado o incidente de impugnação no prazo fixado para
a contestação, a matéria preclui, presumindo-se aceito o valor
atribuído pelo autor.
Por: xadai2

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