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e contínuo
- “Não existe, em Foucault, algo unitário e global chamado poder, mas unicamente
formas díspares, heterogêneas, em constante transformação.”
- Esse poder atinge a realidade concreta dos indivíduos, agindo sobre seu corpo em
atos cotidianos
- Micropoder ou subpoder
- O poder não existe; existem práticas ou relações de poder. É algo que se exerce, que
se efetua, que funciona
- Se dissemina por toda a estrutura social; não é um objeto, uma coisa, mas uma
relação
- Poder: eficácia, estratégia, positividade; tem como alvo o corpo humano, não para
mutilá-lo, mas para aprimorá-lo, adestrá-lo
- Gerir a vida dos homens para que sejam utilizados ao máximo (sujeito-
assujeitado; matéria-prima)
- Tecnologia de controle
- Um poder que não atua do exterior, mas trabalha o corpo dos homens
- Todo saber é político, pois tem sua gênese nas relações de poder
- O saber funciona na sociedade dotado de poder. É como saber que tem poder
VERDADE E PODER
- “O que está em questão é o que rege os enunciados e a forma como eles se regem a
si mesmos e entre si para constituir um conjunto de proposições aceitáveis
cientificamente e, consequentemente, suscetíveis de serem verificadas ou infirmadas
por procedimentos científicos.”
- O segredo das coisas é sem essência; sua essência foi construída peça por peça a
partir de figuras que lhe eram estranhas
- Descobrir que na raiz daquilo que nós conhecemos e daquilo que nós somos não
existem a verdade e o ser, mas a exterioridade do acidente
- Crítica
- A humanidade não progride para um fim perfeito (Hegel). Ela instala cada uma de
suas violências em um sistema de regras e prossegue assim de dominação em
dominação
- “A História ‘efetiva’ se distingue daquela dos historiadores pelo fato de que ela não
se apoia em nenhuma constância: nada no homem – nem mesmo seu corpo – é
bastante fixo para compreender outros homens e se reconhecer neles.”
- “A minha hipótese é que o tribunal não é a expressão natural da justiça popular, mas,
pelo contrário, tem por função histórica reduzi-la, dominá-la, sufocá-la, reinscrevendo-
a no interior de instituições características do aparelho de Estado.”
- O sistema penal teve por função introduzir um certo número de contradições no seio
das massas e, em particular, uma contradição maior: opor os plebeus proletarizados
aos plebeus não proletarizados
- “Por isso o tribunal, como forma exemplar dessa justiça, me parece ser
um lugar de infiltração da ideologia do sistema penal na prática popular. Por isso
penso que não devemos apoiar-nos em um modelo como esse.”
- Deve inventar a justiça popular, criá-la; não tentar adaptá-la às formas que combate
- “Um ato de justiça popular não pode atingir a plenitude de sua significação se não for
politicamente elucidado controlado pelas próprias massas.”
- A teoria, assim, é uma prática, mas não totalizadora. É regional e local. Ela se
multiplica
- Esse sistema em que vivemos nada pode suportar. Tudo deve estar integrado a ele
- “Penso que, atrás do ódio que o povo tem da justiça, dos juízes, dos tribunais, das
prisões, não se deve apenas ver a ideia de outra justiça melhor e mais justa, mas, antes
de tudo, a percepção de um ponto singular em que o poder se exerce em detrimento
do povo.”
- Não se sabe ao certo quem o detém, mas se sabe quem não o possui
- “Como é possível, então, que pessoas que não têm muito interesse nele
sigam o poder, se liguem estreitamente a ele, mendiguem uma parte dele?”
- A individualização dos cadáveres, dos túmulos, surge por uma motivação não
teológico-religiosa, mas por uma razão político-sanitária. Gestão da higiene urbana
- A medicina urbana não é uma medicina dos homens, mas uma medicina das coisas
- Controle médico dos pobres – se mantiverem o controle sobre seus corpos doentes, a
revolta se torna mais difícil
- “Essa forma da medicina social inglesa foi a que teve futuro, diferentemente da
medicina urbana e sobretudo da medicina de Estado.”
- Hospital até início do século XVIII como local estratégico de recolhimento de pobres,
de exclusão
- Discplina – análise do espaço – exerce seu controle não sobre o resultado de uma
ação, mas sobre seu desenvolvimento – busca da eficácia máxima
- Individualidade atomizante?
- “Se existe uma geografia da verdade, é a dos espaços onde reside, e não
simplesmente a dos lugares onde nos colocamos para melhor observá-la.”
- A verdade não como aquilo que se é, mas como aquilo que se dá – ela é
acontecimento
- “Como se pode ver, tudo é questão de poder: dominar o poder do louco, neutralizar,
os poderes que de fora possam se exercer sobre eles, estabelecer um poder
terapêutico e de adestramento, de ‘ortopedia’”.
- “Aquilo que estava logo de início implicado nas relações de poder, era o
direito absoluto da não loucura sobre a loucura.”
- Cria-se a doença
- Economia do poder: é mais eficaz e rentável vigiar do que punir – século XVIII e XIX
- “A prisão profissionalizava”
- ”Sem delinquência não há polícia. O que torna a presença policial, o controle policial
tolerável pela população senão o medo do delinquente?”
- “Se se impõe um castigo a alguém, não é para punir o que ele fez, mas para
transformá-lo no que ele é.”
PODER – CORPO
- Proteger o corpo
- Constante vigilância
- O poder se exerce nos e sobre os corpos – nada é mais material do que ele
- O poder não é apenas repressivo, não se exerce apenas negativamente – “se ele é
forte, é porque produz efeitos positivos no nível do desejo – como se começa a
conhecer – e também no nível do saber.”
- “Uma das primeiras coisas a compreender é que o poder não está localizado no
aparelho de Estado e que nada mudará na sociedade se os mecanismos de poder que
funcionam fora, abaixo, ao lado dos aparelhos de Estado, em um nível muito mais
elementar, quotidiano, não forem modificados.”
- Arqueologia das ciências humanas: estudo dos mecanismos que penetram nos
corpos, nos gestos, nos comportamentos
- Metodologia da descontinuidade
- “Território é sem dúvida uma noção geográfica, mas é antes de tudo uma noção
jurídico-política: aquilo que é controlado por um certo tipo de poder.”
GENEALOGIA E PODER
- Caráter locar da crítica: produção teórica autônoma, não centralizada; para sua
validade, não precisa estar subsumida a um sistema comum
- Insurreição desses saberes contra o poder que homegeiniza o saber em sua virtude
- Teoria da descontinuidade
- “Insurreição dos saberes contra a instituição e os efeitos de poder e de saber do
discurso científico.”
- A relação entre política e economia, ou Estado e economia, não deve ser vista apenas
como uma relação de subordinação
SOBERANIA E DISCIPLINA
- Perguntar-se não por que alguns querem dominar, mas como se dá o processo de
sujeição, o processo que continuamente sujeito os corpos
- “Em outras palavras, em vez de perguntar como o soberano aparece no topo, tentar
saber como foram constituídos, pouco a pouco, progressivamente, real e
materialmente os súditos...”
- “O poder deve ser analisado como algo que circula, ou melhor, como algo que só
funciona em cadeia.”
- O poder se exerce em rede – os indivíduos não só sofrem sua ação, mas também a
exercem
- Os indivíduos são centros de transmissão – o poder não se aplica a eles; passa por
eles
- Constrói-se o saber nas zonas capilares para que ali o poder se exerça e domine
- Disciplinas: veiculam uma regra “natural”, uma norma que tem por função e efeito a
normalização
- Sociedade de normalização
- A família medicalizada-medicalizante
- Eficácia
O OLHO DO PODER
- Na periferia, uma construção em anel; no centro, uma torre com vistas para tudo
- A periferia é dividada em celas, e cada uma delas tem uma janela abrindo-se para o
interior e uma para o exterior; alguém vigia e alguém é vigiado
- É um ponto central, a torre, que deve ser o lugar de exercício do poder e, ao mesmo
tempo, de registro do saber
- O poder: uma maquinaria que se exerce através de todos, mas que ninguém é titular
- “O sexo foi aquilo que, nas sociedades cristãs, era preciso examinar, vigiar, confessar,
transformar em discurso.”
- Sexualidade infantil – construir uma rede de poder sobre a infância – não é negativo,
é positivo
- “A sexualidade não é fundamentalmente aquilo de que o poder tem medo; mas ela é,
sem dúvida e antes de tudo, aquilo através de que ele se exerce.”
- “As relações de poder estão talvez entre as coisas mais escondidas no corpo social.”
- “A questão da filosofia é a questão presente que é o que somos. Daí a filosofia hoje
ser inteiramente política e inteiramente indispensável à política.”
- Onde existe poder, existe resistência – e essa resistência deve ser como o poder; em
rede, móvel, de baixo para cima
- Encontrar as condições que fizeram com que a sexualidade entrasse nas estratégias
de poder, como uma verdade a ser produzida, um saber a ser registrado e um
mecanismo de poder a ser exercido
- Relação poder-saber
A GOVERNAMENTALIDADE
- O Príncipe, de Maquiavel
- Sabedoria do governante soberano: conhecimento das coisas, dos objetivos que deve
procurar atingir e da disposição para atingi-los
- Diligência: aquilo que faz com que o governante só deva governar à medida que se
considere e aja como se estivesse a serviço dos governados
- Gestão da população – técnica disciplinar – não é global, é capilar, vai direto nos
indivíduos