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RESUMO - PSICOLOGIA INTERDISCIPLINAR:

01 – Comportamento alimentar:

 Ponto de vista fisiológico: alimentar-se é satisfazer necessidades


nutricionais

 do ponto de vista psicodinâmico: alimentar-se inclui a dimensão


do prazer e do desejo que ultrapassa e, por vezes, subverte tais
necessidades.

 Os transtornos alimentares são caracterizados por uma perturbação


persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à
alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de
alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o
funcionamento psicossocial.

Anorexia nervosa:

 perda de peso auto induzida


 recusa de manter o peso corporal no intervalo da normalidade, ainda
que em seu limite inferior, por meio de abstenção de alimentos que
engordam
 adoção de comportamentos que favorecem o emagrecimento
 busca implacável de magreza e o medo intenso e mórbido de parecer
ou ficar gordo
 peso corporal 15% abaixo do esperado.
 distorção da própria imagem corporal
 restritivo e purgativo: o restritivo, caracterizado por restrição
alimentar e o purgativo, no qual, além da restrição alimentar a pessoa
adota comportamentos ativos na perda de calorias
 começa geralmente durante a adolescência ou na idade adulta jovem.
Raramente se inicia antes da puberdade ou depois dos 40 anos,
porém casos de início precoce e tardio já foram descritos. O início
desse transtorno costuma estar associado a um evento de vida
estressante.

 Risco de suicídio: elevado na anorexia nervosa, com taxas de 12


por 100.000 por ano.
Pica:

 Ingestão persistente de substâncias não nutritivas, não alimentares,


durante um período mínimo de um mês
 O comportamento alimentar não faz parte de uma prática
culturalmente aceita.
 Se o comportamento alimentar ocorrer no contexto de outro
transtorno, é suficientemente grave a ponto de necessitar de atenção
clínica adicional.
 A manifestação inicial de pica pode ocorrer na infância, na
adolescência ou na idade adulta, embora a manifestação na infância
seja mais comumente relatada.

Bulimia Nervosa:

 A bulimia nervosa consiste em compulsão periódica para alimentar-


se e adoção de métodos compensatórios inadequados para evitar
ganhos de peso.
 preocupação persistente com a ingestão de alimentos e um desejo
irresistível de comida, o que leva a pessoa a repetir episódios de
hiperfagia.
 preocupação excessiva com o peso corporal, que conduz à adoção de
medidas compensatórias. De modo geral, nos indivíduos com
bulimia nervosa há um forte sentimento de falta de controle, o que os
leva a sentirem vergonha e a ocultarem o sintoma.
 A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios
inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana
durante três meses.
 A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso
corporais.
 três aspectos essenciais na bulimia nervosa:

1. episódios recorrentes de compulsão alimentar


2. comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes
para impedir o ganho de peso
3. autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e pelo
peso corporais.
 A bulimia nervosa começa na adolescência ou na idade adulta jovem.
A manifestação inicial antes da puberdade ou depois dos 40 anos é
incomum.
 risco de suicídio: é alto

Obesidade:

 Não está inclusa no DSM-5 como um transtorno mental.


 resulta do excesso prolongado de ingestão energética em relação ao
gasto energético.
 existem associações robustas entre obesidade e uma série de
transtornos mentais.
 Os efeitos colaterais de alguns medicamentos psicotrópicos
contribuem de maneira importante para o desenvolvimento da
obesidade, e esta pode ser um fator de risco para o desenvolvimento
de alguns transtornos mentais

02 – Perturbações Mentais:
a. Personalidade Borderline
b. Depressivo Maior Recorrente
c. Obsessivo – compulsivo
d. Psicótico
e. Narcisista de personalidade

Borderline:

 Instabilidade nos relacionamentos interpessoais na autoimagem e


afetam e acentuada impulsividade
 Esforços frenético para evitar o abandono (real ou imaginado)
 Profundas alterações de autoimagem de afeto, cognição e
comportamento
 Abandono/rejeição: maldade
 Comportamento suicida e automutilação

Depressivo maior:
 A principal característica é o humor deprimido ou uma perda
generalizada de interesse por período não inferior a duas semanas
 Sintomas adicionais:

 Alterações de apetite e peso


 Perturbação do sono e da atividade psicomotora
 Redução de energia
 Sentimentos de menos valia e culpa
 Dificuldade para pensar/concentrar-se, tomar decisões
 Pensamentos recorrentes sobre morte e ideação suicida
 Confirmação do diagnóstico: pelo menos 4 sintomas

TOC:

 Obsessões e compulsões suficientemente severas para causar


sofrimento e prejuízos (A pessoa reconhece que elas são excessivas e
irracionais)
 Obsessões: são ideias, pensamentos, impulsos ou imagens
persistentes, vivenciados como instrutivos e inadequados, causadores
de ansiedade e sofrimento
 Compulsões: Manifestam-se através de comportamentos repetitivos

Transtorno Psicótico:

Sintomas psicótico:

 Delírios
 Alucinações

 Discurso
 comportamentos desorganizados, catatonia

Personalidade Narcisista:

 Padrão de grandiosidade que se estabelece gerando necessidade de


admiração e dificuldade para estabelecer empatia
 Sentimento grandioso da própria importância
 Fantasias de sucesso: limitado, poder, inteligência, beleza e amor
Funções Psíquicas e alterações psicopatológicas:

Durante os exames do estado mental normalmente são avaliadas as


seguintes funções psíquicas:
 nível de consciência
 orientação alopsíquica (relativa ao tempo e ao espaço) e auto
psíquica (relativa a si mesmo)
 atenção
 memória
 percepção sensorial (sensopercepção)
 pensamento (velocidade e modo de fluir; estrutura e conteúdo;
organização),
 linguagem
 juízo de realidade
 vida afetiva
 processo volitivo
 psicomotricidade
 Inteligência
 personalidade.

Atenção:
 O exame da atenção tem por objetivo verificar se há normoprosexia
(funcionamento normal) ou hipoproxia (diminuição global da
atenção e da concentração)
 se o paciente é capaz de concentrar-se, de manter a atenção sobre
determinado objeto e de alterar o foco da atenção de um objeto para
outro.
 Alterações da atenção são comuns em distúrbios neurológicos e
neuropsicológicos, bem como em transtornos mentais, como
demências e transtornos do humor.

Sensopercepção:
 Durante o exame de sensopercepção busca-se verificar, entre outras
variáveis, a qualidade perceptual, ou seja, se há percepção deformada
de objetos reais (ilusão) ou percepção sem a presença de objetos
estimulantes (alucinação).
 Ilusões e alucinações visuais geralmente indicam comprometimento
orgânico, enquanto as auditivas indicam psicoses funcionais -
esquizofrenia, mania, depressão psicótica

Memória:
 Durante o exame da memória são verificadas as funções da memória
imediata, recente e remota, bem como da memória de fixação e de
evocação.
 Disfunções da memória incluem, além dos casos de amnésia, casos
de retenção de lembranças que insistem em permanecer na
consciência por mais que o paciente se esforce por livrar-se delas.
 Esse tipo de fixação e recorrência de lembranças, muitas vezes
indesejáveis, sugere tratar-se de paciente com transtorno obsessivo-
compulsivo.

Pensamento:
 Durante o exame do pensamento busca-se verificar a velocidade e
fluência do pensamento e seu conteúdo; sua organização e coerência.

 Para esse exame certamente recorre-se ao exame da linguagem,


buscando verificar se a fala do paciente é compreensível e se ele
entende o que ouve.
 Entre as alterações psiquiátricas da linguagem incluem-se a inibição
da linguagem, o aumento do fluxo verbal sem incoerência, o
aumento do fluxo verbal com incoerência, o mutismo, as A verbais e
os neologismos.
 Alterações da linguagem podem indicar a presença de quadro
esquizofrênico, uma vez que a formação e uso de conceitos, o
raciocínio e a capacidade de julgar podem estar afetados por uma
desestruturação da personalidade
03 – Psicanálise e Neurociência:

A neurociência estuda o sistema nervoso, formado pelo cérebro, medula


espinhal e nervos periféricos, e as ligações dele com toda a fisiologia do
corpo humano. O objetivo dos neurocientistas é decifrar os comandos e as
funções do cérebro, além das alterações que o órgão sofre no processo de
envelhecimento humano. Os principais temas estudados na neurociência
são:

 Controle neural das funções vegetativas


 Controle neural das funções sensoriais
 Controle neural das funções motoras
 Mecanismos de atenção, memória e aprendizagem
 Emoção, linguagem e comunicação;  Relação entre cérebro e
comportamento
 Doenças do sistema nervoso, da enxaqueca à doença de Alzheimer
 Transtornos de saúde mental, como a depressão.

 combinar dois métodos já existentes – o da Psicanálise e o da


Neurociência – evidenciando articulações entre esses dois campos do
saber. Considerando as diferenças entre os pressupostos teórico-
metodológicos dessas duas áreas, o diálogo interdisciplinar
estabelecido apresenta convergências e divergências.
 A neurociência também admite que fatores biológicos, psicológicos
e sociais interagem na determinação de fenômenos psicopatológicos.

Neurociência das emoções:

 As emoções, frequentemente manifestas por meio de expressões


faciais, acham-se relacionadas a pensamentos, sensações e
sentimentos, estejam estes associados a lembranças do passado, a
projetos desenvolvidos no presente, ou a planos de realizações
futuras
 As expressões faciais não apenas constituem uma das formas de
manifestação emocional como servem de estímulo emocional nas
relações interpessoais.
 Expressões faciais encontram correspondência neurológica em
determinadas zonas cerebrais.
 As sensações de prazer, alegria, felicidade, medo e raiva, por
exemplo, uma vez distinguidas pelas expressões faciais daqueles que
as vivenciam induzem sentimentos em quem as observam.
 A percepção de tons da voz, de movimentos e de expressões faciais
estimulam o sistema nervoso autônomo, diretamente envolvido em
situações de enfrentamento e esquiva, e este, por sua vez, estimula
comportamentos que visam a obtenção de segurança.
 O desenvolvimento das neurociências possibilitou conhecer que a
emoção, a percepção e a ação acham-se relacionadas a circuitos
cerebrais distintos.
 As emoções geralmente se fazem acompanhar de respostas
autonômicas (reações autônomas do sistema nervoso), endócrinas
(alterações relativas ao funcionamento das glândulas) e motoras
esqueléticas que, dependentes de áreas subcorticais do sistema
nervoso, preparam o corpo para a ação.
 O SNA está diretamente envolvido nas denominadas “situações de
luta e/ou fuga” e imobilização. Tais ocorrências estão
intrinsecamente relacionadas a um mecanismo de neurocepção, que
se caracteriza pela capacidade de o indivíduo de agir conforme sua
percepção de segurança ou ameaça a respeito do meio onde ele se
encontra.

 Essa percepção pode ser dada, por exemplo, pelo tom da voz ou
pelos movimentos e expressões faciais da pessoa ou do animal com
quem ele se comunica
 considera-se que algumas formas de manifestação de emoções
podem ser aprendidas e outras, especialmente as expressões faciais,
são inatas. Assim, deve ser refutada qualquer teoria reducionista que
atribua à emoção uma base exclusivamente ambiental ou uma base
exclusivamente genética na manifestação de expressões faciais
 Em favor do componente genético das expressões faciais de
emoções, esse autor menciona o caso de crianças nascidas cegas e
que expressam felicidade por meio de sorrisos ou tristeza por meio
de choro. Refere-se, também, à similaridade na expressão de estados
emocionais entre culturas distintas: “em todas as culturas a alegria é
expressa com sorriso, a raiva com franzimento das sobrancelhas e
tensão dos lábios, e assim por diante
Córtex pré frontal – funções executivas:

 responsável por um conjunto de funções cognitivas denominadas


funções executivas, que englobam processos que nos permitem
planejar, tomar decisões e executar tarefas de forma organizada e
premeditada. Estes processos são a memória de trabalho, o
planejamento e organização, a atenção e concentração, o manejo do
tempo, a metacognição, as respostas inibitórias, a regulação do afeto,
a iniciação de tarefas e os conceitos morais
 As relações entre lesões neurológicas e funções psíquicas têm se
tornado compreensíveis devido aos estudos desenvolvidos na área de
Neurociências, cujo objeto de investigação é o sistema nervoso e
suas relações com a fisiologia de todo o organismo e que inclui a
relação entre o cérebro e as funções psíquicas: atenção, memória,
aprendizagem, emoções, linguagem e comunicação, entre outras
 e no cérebro humano há regiões neuroanatomicas específicas
associadas às funções psíquicas, fisiológicas e motoras. No entanto,
nem todas as operações ou mecanismos básicos do psiquismo
encontram correspondência precisa em determinadas regiões
cerebrais, havendo nesse sentido, certa plasticidade neuronal para a
manutenção das funções psíquicas nos casos de lesão.
 Avanços recentes das neurociências, especialmente os apoiados em
recursos da neuroimagem funcional, vêm confirmando a hipótese de
que as funções psíquicas encontram, portanto, correspondência em
regiões cerebrais, embora não sejam totalmente explicáveis em
função dessa localização, dada a ação multifatorial à qual estão
sujeitos os organismos vivos.

04 – Teorias da inteligência:

 A inteligência pode ser definida como o conjunto das habilidades


cognitivas do indivíduo, a resultante, o vetor final dos diferentes
processos intelectuais. Refere-se a capacidade de identificar e
resolver problemas novos, de reconhecer adequadamente as
situações vivenciais cambiantes e encontrar soluções as mais
satisfatórias possíveis para si e para o ambiente, respondendo às
exigências de adaptação biológicas e sociocultural.
 considera três dimensões de traços intelectuais: operações,
conteúdos e produtos:

 Operações: refere -se ao processo cognitivo implicado na


tarefa (aquilo que a pessoa faz)
 Conteúdo: refere -se ao processo cognitivo implicado no tipo
de informação veiculada (natureza dos materiais)
 produto: refere-se ao processo cognitivo implicado no
resultado obtido pela atividade mental de processamento da
informação

 Outras competências a serem medidas, as seguintes: força


muscular, velocidade do movimento, sensibilidade à dor, acuidade
visual e auditiva, discriminação de peso, tempo de reação e memória

 considerar a inteligência constituída por três aspectos:


1. o criativo: que possibilita solucionar problemas novos
2. o analítico: que possibilita solucionar problemas já
conhecidos e favorece a tomada de decisões
3. o prático: que possibilita recorrer a teorias para responder a
demandas de ordem prática

 Substituíram o paradigma unidimensional da inteligência pelo


multidimensional, a partir do reconhecimento de que a inteligência é
composta de diversas “inteligências” interdependentes
 A teoria das inteligências múltiplas foi estudada pelo psicólogo
Howard Gardner como um contrapeso para o paradigma da
inteligência única.
 Ele propôs que a vida humana requer o desenvolvimento de vários
tipos de inteligências.
 A pesquisa de Howard Gardner identificou e definiu oito tipos
diferentes de inteligência: Intrapessoal, interpessoal, logica-
matemática, espiritual, cinestésico-corporal, musical, espacial e
linguística-verbal

Bases neurológicas da inteligência:


 A inteligência, que pode ser definida como “habilidade de aprender a
partir da experiência, solucionar problemas e usar o conhecimento
para se adaptar a novas situações"
 Envolve diversas capacidades, entre as quais o raciocínio, a
capacidade de planejar, de resolver problemas, de pensar de modo
abstrato, de compreender ideias complexas, de aprender
rapidamente, de aprender com a experiência
 O conceito de inteligência geral, proposto por Spearman inclui a
noção de que diferentes tipos de desempenho cognitivo - atenção,
memória, funções executivas, raciocínio abstrato, habilidade de
cálculo, linguagem etc.
 são positivamente correlacionados entre si, ou seja, o bom
desempenho em determinada área, como cálculo, por exemplo, se faz
acompanhar da tendência a um bom desempenho em outras áreas -
atenção, memória etc.

 A partir dessa constatação foi postulada a existência de um fator


geral de inteligência - fator “g”, que influencia todo e qualquer
desempenho cognitivo. Fatores específicos (“s”), por sua vez,
influenciam performances específicas, como memória e capacidade
de cálculo
 Inteligência fluida: entende-se a capacidade de resolver problemas
novos, relacionar ideias, induzir conceitos abstratos, compreender
implicações, extrapolar e reorganizar informações. Associada a
componentes não-verbais, a inteligência fluida depende pouco de
conhecimentos prévios. Ela depende, pois, de conhecimentos
específicos da condição sociocultural dos indivíduos
 Correlações entre zonas cerebrais e inteligência: embora a
inteligência não esteja localizada em área específica do cérebro,
correlações são estabelecidas, havendo diferenças relativas às áreas
de substância branca, que contêm fibras nervosas mielínicas
(axônios), que lhe conferem aspecto esbranquiçado, e áreas de
substância cinzenta, que contêm corpos dos neurônios, fibras
amielínicas e neuroglia, que lhe conferem aspecto acinzentado. O
córtex, camada fina da superfície do cérebro e do cerebelo, também é
composto por substância cinzenta.

Fatores hereditários e ambientais:


 Um dos debates tradicionais da Psicologia diz respeito aos
determinantes de características individuais. Historicamente,
diferentes autores têm defendido posições favoráveis à prevalência
de variáveis genéticas, ou de variáveis ambientais, na gênese e no
desenvolvimento das diversas capacidades humanas.

05 – Teorias da personalidade:
 Personalidade: predominância de distintos fatores, como por
exemplo, livre arbítrio/determinismo; peculiaridade/universalidade;
 natureza/criação; equilíbrio/crescimento; otimismo/pessimismo;
importância do passado/importância do presente.

 Conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total das


características individuais, em sua relação com o meio, incluindo
todos os fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais de sua
formação, conjugando tendências inatas e experiências adquiridas
no curso de sua existência.
 A personalidade, padrões mais estáveis e arraigados no modo de
cada um se comportar, emocionar, pensar e agir, é construída
durante a infância e parte da adolescência.
 Personalidade, temperamento e caráter têm conceitos distintos,
mas totalmente integrado
 Dessa forma, a personalidade compõe o resultado final do efeito do
ambiente sobre a base inata do temperamento. Isso porque a partir
do nascimento, a pessoa pode ter suas tendências temperamentais
(biológicas) potencializadas, minimizadas ou consolidadas. O caráter
é um conjunto de aprendizagens relacionado às regras de conduta
moral que norteiam a sociedade
 os transtornos da personalidade podem ser agrupados em três
grandes subgrupos, que são:
1. esquisitos e/ou desconfiados
2. instáveis e/ou manipuladores
3. ansiosos e/ ou controlados-controladores

Transtorno de pânico:
 caracteriza-se por crises de medo e desconforto intensos,
acompanhadas de quatro ou mais sintomas desenvolvidos súbita e
abruptamente: taquicardia, sudorese, tremores, falta de ar,
sensação de desmaio, náusea, tonturas, vertigem, desrealização ou
despersonalização, sensação de descontrole ou de enlouquecer,
medo de morrer ou de enlouquecer, anestesia ou sensações de
formigamento, calafrios ou ondas de calor
 Os ataques de pânico geralmente são imprevisíveis
 Os ataques individuais usualmente duram apenas minutos, ainda
que às vezes sejam mais prolongados; sua frequência e o curso do
transtorno são, ambos, muito variáveis. Um indivíduo em um
ataque de pânico frequentemente experimenta um crescendo de
medo e sintomas autonômicos, o qual resulta em uma saída,
usualmente apressada, de onde quer que ele esteja.

 Para realizar um diagnóstico, é preciso verificar se os ataques são


frequentes e inesperados e se são acompanhados da preocupação de
ter novos ataques

 vários ataques graves de ansiedade autonômica devem ter


ocorrido num período de cerca de 1 mês:

1. em circunstâncias onde não há perigo objetivo


2. sem estarem confinados a situações conhecidas ou previsíveis
3. com relativa liberdade de sintomas ansiosos entre os ataques
(ainda que ansiedade antecipatória seja comum).

 pode-se supor a existência de subtipos de TP e, dependendo das


peculiaridades de cada tipo, a resposta a determinado tratamento é
mais rápida ou mais lenta
 A evolução do TP é crônica e flutuante, havendo períodos de
melhoras e de pioras. Os primeiros sintomas ocorrem, geralmente,
no período da adolescência, estendendo-se até os 35 anos.
 Transtorno de pânico deve ser distinguido de ataques de pânico
ocorrendo como parte de transtornos fóbicos estabelecidos, como
já ressaltado.
06 – Memória:
 A memória é a capacidade de registrar, manter e evocar as
experiências e os fatos já ocorridos. A capacidade de memorizar
relaciona-se intimamente com o nível de consciência, com a
atenção e com o interesse afetivo. Tudo o que uma pessoa aprende
em sua vida depende intimamente da capacidade de memorização -
uma instância da mente, na qual são depositadas e mantidas as
informações advindas de eventos vividos

1. Memória cognitiva (psicológica): É uma atividade altamente


diferenciada do sistema nervoso, que permite ao indivíduo
registrar, conservar e evocar, a qualquer momento, os dados
aprendidos da experiência.
2. Memória genética (genótipo): Conteúdos de informações
biológicas adquiridos ao longo da história filogenética da
espécie, contidas no material genético (DNA, RNA,
cromossomos, mitocôndrias) dos seres vivos
3. Memória imunológica: Informações registradas e
potencialmente recuperáveis pelo sistema imunológico de
um ser vivo
4. Memória coletiva ou cultural: Conhecimentos e práticas
culturais (costumes, valores, habilidades artísticas e estéticas,
preconceitos, ideologias, estilo de vida, etc.) produzidos,
acumulados e mantidos por um grupo social minimamente
estável.
 ocorre em três etapas: codificação, armazenamento e recuperação
- As etapas de codificação, armazenamento e recuperação ocorrem
pelas intermediações bioquímicas, via neurotransmissores, e pela
intermediação elétrica, via neurônios.
 relação entre as emoções e a memória: Toda memória é adquirida
num certo estado emocional.
a memória é mais favorecida por certos níveis de emoção do
que pela repetição dos eventos e frequência de evocação.
 Hipocampo: área do sistema nervoso responsável pela memoria
 Memoria a longo prazo: Implícita e explicita
Memoria e esquecimento:
 O esquecimento pode ser atribuído a diversas causas. Uma dessas
causas pode ser a ocorrência de uma falha em alguma etapa do
processo de memorização.
 Nos casos de interferência, embora a experiência tenha sido
codificada e armazenada adequadamente, não pode ser acessada e
recuperada. A incapacidade de relembrar algo pode estar associada
a um acúmulo de informações, que chega a comprometer o resgate
de um aprendizado específico
 Proativa: as informações anteriores interferem sobre outras,
adquiridas posteriormente
 Retroativa: quando novas informações comprometem a recordação
de algo memorizado em momento anterior.

Falsas Memorias:
 Falsas memórias consistem na recordação de eventos que na
realidade não ocorreram ou na lembrança significativamente
distorcida de eventos reais.

07 – Bases neurais da emoção:


 uma complexa interação entre as áreas cerebrais envolvidas nos
processos emocionais, cognitivos e homeostáticos, estes últimos
relacionados à manutenção de constância no meio corporal interno
 Diferentes estímulos térmicos, táteis, visuais, auditivos, olfativos e
de natureza visceral (como as alterações da pressão arterial) partem
de receptores e atingem diferentes regiões do encéfalo, por vias
neuronais aferentes. Respostas adequadas a esses estímulos são
por sua vez disparadas de determinadas áreas corticais e seguem
por vias eferentes para diferentes partes do corpo, através de um
refinado complexo funcional.
 as principais áreas envolvidas na regulação do humor e na geração
de emoções são: o córtex pré-frontal dorsolateral e medial, o córtex
órbitofrontal, a amígdala, o cíngulo anterior, o corpo estriado e o
córtex insular.
 Elementos do processamento: o reconhecimento do significado
emocional de um estímulo, a emergência do estado afetivo
propriamente dito, as alterações neurovegetativas associadas a esse
significado e, por fim, a modulação da resposta comportamental
apropriada.

Emoções:
 uma condição que surge em resposta a determinadas experiências
que envolvem estados afetivos ou sentimentos
 mecanismos adaptativos que regulam os objetivos de mais alto
nível do cérebro, mobilizando a mente e o corpo para enfrentar
determinados desafios
 Três componentes: ativação fisiológica, expressão de
comportamento e experiência consciente

08 – Loucura:
 passou-se a definir a loucura através de uma separação vertical
entre a razão e a desrazão: ela constitui, portanto, não mais como
aquela zona indeterminada que daria acesso às forças do
desconhecido, mas como o Outro da razão segundo o discurso da
própria razão
 O conceito de loucura (doença mental grave) acha-se intimamente
relacionado com a representação de saúde, doença e cura de cada
grupo sociocultural.
 A postura a ser adotada diante da loucura, segundo sua proposta, é
a de reconhecimento da possibilidade de inserção social das
pessoas portadoras de sofrimento psíquico, postura essa contrária à
do conformismo diante de formas de exclusão como as internações,
as dependências medicamentosas e até mesmo o abandono.
 Lei 9.867: permite o desenvolvimento de programas de suporte
psicossocial para os pacientes psiquiátricos em acompanhamento
nos serviços comunitários
 Lei 10.216: Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de
transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem
qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo,
orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade,
família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de
evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.

09 – Esquizofrenia:
 Transtorno mental crônico
 Cisão das funções mentais
 Existem vários fatores que podem causar o aparecimento desse
transtorno: quadro psicológico da pessoa, o ambiente, o histórico de
desorganizações mentais na família e a utilização de substâncias
psicoativas
 Se manifesta de forma variada, por isso, muitas vezes é difícil
identificar sinais e sintomas da esquizofrenia na fase inicial. Os
principais são divididos em dois grupos, chamados de sintomas
positivos e sintomas negativos
 Sintomas positivos: delírios, alucinações e alterações do
pensamento
 Sintomas negativos: alterações da afetividade, diminuição da
motivação, dificuldade de concentração, alterações da motricidade,
desconfiança excessiva e indiferença

Quadros psicopatológicos:
Psicanálise: os sintomas, ao revelarem dinamismos inconscientes, atuam
como porta-vozes do sistema psíquico e, por isso, não podem ser
submetidos a classificações generalizantes, nem a uma apreciação crítica
com vistas a sua classificação

Comportamental: as categorias nosológicas também não se mostram


úteis, dado que objetiva identificar as variáveis presentes nos
comportamentos e as relações estabelecidas entre elas.

Sistêmica: dispensa totalmente o uso do DSM, pois, visando a identificar a


relação complementar entre o sintoma e o sistema no qual ele se
manifesta, considera que as classificações nosológicas prestam um
desserviço, na medida em que contribuem para ocultar dinâmicas do
sistema, ao atribuir as causas do sintoma a um único indivíduo,
desconsiderando o contexto em que ele está inserido.
Fenomenologia: dispensa o uso do DSM por considerar que a classificação
de quadros psicopatológicos em nada contribui para elucidar vivências
subjetivas, que devem ser compreendidas e acolhidas, ao invés de serem
rotuladas.

10 – Obesidade Infantil:
 obesidade é considerada uma doença crônica e tem se tornado um
problema de saúde pública, por afeta a qualidade de vida das
pessoas em diferentes dimensões e nas diversas faixas etárias.
 Quanto mais precoce seu surgimento, mais impacto na vida e na
saúde da população pela susceptibilidade ao desenvolvimento de
doenças associadas.
 A criança obesa tem maior risco de se tornar um adulto obeso,
destaca-se na literatura que aproximadamente 80% dos
adolescentes obesos permanecem com excesso de peso quando
adultos
 obesidade infantil é considerada um distúrbio do estado nutricional,
relacionado ao aumento do tecido adiposo, com acréscimo do peso
corporal.
 Trata-se de uma morbidade com inúmeras causas, as quais acabam
se agravando por diversos fatores como os genéticos, alimentares e
os comportamentais.
 pode ainda favorecer o surgimento de outros problemas de saúde
como ortopédicos, distúrbios do sono, incidência de diversos tipos
câncer, além de alguns distúrbios psicológicos
 os impactos emocionais desenvolvidos por indivíduos obesos, entre
eles: angústia, culpa, depressão, baixa autoestima, vergonha,
timidez, ansiedade, isolamento e fracasso.
 A autoestima de crianças obesas parece ser inversamente
proporcional à idade, quando comparada a crianças de peso
normal. Verifica-se também que a baixa autoestima de crianças
obesas se relaciona às expressões de insatisfação dos pais com o
peso da criança

TDAH:
 O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma
desordem neurobiológica caracterizada por dificuldade em privilegiar
um foco e sustentá-lo com nível suficiente de atenção, modular níveis
de atividade cognitiva e, em alguns casos, controlar comportamentos
impulsivos.

 Diagnóstico Deve-se aventar a possibilidade da vigência do TDAH


quando a hiperatividade, o aumento do potencial de distração, a
baixa concentração ou a impulsividade começam a afetar o
desempenho escolar, os relacionamentos sociais ou o
comportamento em casa
 Avalia-se o contexto em que tais sintomas ocorrem, a sua duração,
a persistência em vários locais e ao longo do tempo, o grau de
comprometimento no desenvolvimento do indivíduo e as
consequências, além do entendimento do significado do sintoma

 TDAH predominantemente desatento: se, por um


período de seis meses, os critérios de desatenção forem
encontrados, mas não os de
hiperatividade/impulsividade.
 TDAH predominantemente hiperativo/impulsivo: se, por
um período de seis meses, os critérios de
hiperatividade/impulsividade forem encontrados, mas
não os de desatenção.
 TDAH combinado: se, por um período de seis meses,
forem encontrados os critérios tanto de distúrbio de
atenção quanto de hiperatividade/impulsividade.
O tratamento do TDAH exige intervenção multidisciplinar: ao
esforço de profissionais da saúde e da educação deve somar-se o
apoio de familiares e amigos e, quando necessário, o uso de
medicamentos.

11 – Uso de psicofármacos:
 Psicofármacos são fármacos que agem sobre funções psíquicas
(atenção, orientação, consciência, afetos, pensamentos, vontades,
percepção). Os medicamentos utilizados no tratamento de
transtornos psiquiátricos são incluídos nas seguintes classes:
psicoativos, neurolépticos, benzodiazepínicos e antidepressivos. Os
psicoativos agem principalmente no sistema nervoso central,
determinando alterações da função cerebral, da percepção, do
humor, do comportamento e da consciência.

AVC:
 Dos AVCs decorre um comprometimento súbito da função cerebral
devido a alterações na irrigação sanguínea do cérebro. Desse
prejuízo na irrigação sanguínea do cérebro decorrem lesão celular e
danos em funções neurológicas.
 apresentam sequelas, sejam motoras ou cognitivas,
necessariamente precisam de reabilitação.
 O psicólogo especialista em neuropsicologia contribui com a
reabilitação neuropsicológica visando à melhoria dos processos
cognitivos e das manifestações emocionais e sociais decorrentes da
lesão encefálica.

Cenário de políticas públicas:


 promoção de saúde supõe uma concepção que não restrinja a
saúde à ausência de doença, mas que seja capaz de atuar sobre
seus determinantes. Incidindo sobre as condições de vida da
população, extrapola a prestação de serviços clínico-assistenciais
 as propostas de promoção de saúde devem priorizar a eliminação
da fome, miséria, subnutrição, ignorância e qualquer forma de
opressão e violência.
 Consequentemente, o psicólogo que atua em saúde pública deve
adequar seu instrumental teórico-prático visando à reintegração e à
ressocialização da população de risco por meio de atenção
contínua. Essa atenção inclui a identificação precoce de situações-
problema, sintomas ou queixas, a incorporação de dados sobre o
funcionamento das instituições, o planejamento de programas
conforme a necessidade da população e a vinculação dos saberes de
outras áreas profissionais.

12 – Ação do Psi na atenção a saúde:


Três níveis:
 Atenção básica/primaria: serviços de caráter ambulatorial
 Atenção secundária: consultórios e pequenos hospitais
 Atenção terciaria: grandes hospitais

 Abordagem que privilegie o individuo em seu caráter biopsicossocial e


cultural
 Privilegia o trabalho em grupo
 Promoção da saúde mental dos indivíduos e coletivos

Estratégia com a família:


 Psicólogo com equipe multiprofissional: para a compreensão das
necessidades locais
 Atenção integral aos usuários do sistema
 Empoderar indivíduos e coletivos, contribuindo para torna-los
protagonistas da melhoria de sua qualidade de vida
 Atendimentos clínicos individuais não estão incluídos entre as
prioridades
 Coletividade molda os indivíduos
 ESF: valoriza o trabalho em equipe, construção de vínculos e o
comprometimento de profissionais e usuários. Estimula a
aproximação de usuário e família, profissionais e comunidades

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