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RESUMO: PSICOLOGIA JURIDICA

01 - Perito psicólogo em varas de família:


 três ordens distintas de conflito:

1. dissensão (discordância) familiar que deu origem ao processo


2. encontro nem sempre pacífico entre duas disciplinas distintas: a
Psicologia e o Direito
3. envolve a complexidade inerente ao exercício de nossa profissão
como psicólogos em qualquer lugar que ele aconteça.

 a Resolução nº 08/2010: necessidade de o psicólogo levar em conta as


relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas
relações sobre suas atividades profissionais, posicionando-se de forma
crítica e em consonância com os demais princípios do Código de Ética
Profissional, conforme disposto no princípio fundamental VII, do
Código de Ética Profissional

 O Direito, com seus códigos formais, organiza certas formas de


pacificação de conflitos nas relações sociais, constituindo um gênero
discursivo característico do processo judicial

 essas relações que nos constituímos como peritos e é a partir delas que
construímos o nosso fazer na cena processual. Isso não significa dizer
que o psicólogo deva abrir mão do instrumental teórico e metodológico
próprio à sua disciplina, mas que, de alguma forma, tal instrumental é
colocado forçosamente a serviço de uma ordem que o extrapola.

 as formas que demandas singulares adquirem no discurso jurídico


podem causar certo estranhamento, parecendo muitas vezes um tanto
bizarras e exageradas. Todavia, não podemos negar os efeitos retóricos
desse discurso, por vezes aliciadores de nossa simpatia, por vezes causa
de aversão.

 o lugar do perito como o de um auxiliar da Justiça que tem suas


atribuições determinadas pelas normas de organização judiciária. O
perito é um profissional de nível universitário, devidamente inscrito em
seu Conselho de classe.

 instruir suas decisões em processos (ou ações) judiciais que envolvem a


guarda e/ou visitação de “menores” – crianças e adolescentes. Não são
todos os processos dessa natureza, porém, que demandam a perícia
psicológica, mas principalmente aqueles em que há uma demanda
específica nesse sentido por parte de pelo menos um dos litigantes, ou
nos quais as provas documentais e testemunhais não oferecem
elementos suficientes para a formulação da sentença.

 Os autos: são preservados segundo o princípio de segredo de Justiça, é


autorizada a um determinado perito quando há neles um ofício da
autoridade judicial nesse sentido - Os autos configuram a cena
processual
o Se responder a demanda
o Como, quando e onde serão os encontros
o Ferramentas teóricas e técnicas

 A entrevista coloca-nos em relação com uma parte do processo, seja


qual for o estabelecimento ou espaço físico no qual aconteça:
consultório - Na medida em que procedemos às entrevistas, podemos
melhor compreender a demanda de cada um dos envolvidos em relação
ao Poder Judiciário e nos ressituar em relação à leitura inicial do
processo.

 Responsável pelos laudos

 O discurso do perito deve ser impessoal, ou eivado de uma suposta


neutralidade

02 – Litígios intermináveis:
 Características dos sujeitos: alto grau de agressividade, postura
refratária às intervenções, discurso baseado na lógica adversarial

 Conflitos na conjugalidade
 Objeto de pedido judicial: o filho

 cada parte luta para comprovar a sua versão, atribuindo ao outro a


culpa pelo fim do relacionamento, e busca a sua absolvição,
esperando que o juiz proclame sua inocência.

 Psicodinâmica da conjugalidade:

o o encontro amoroso entre duas pessoas não seria determinado


pelo acaso, mas haveria uma escolha baseada em critérios não
identificáveis no nível consciente
o dois tipos possíveis de escolha objetal: 1. Modelo analictico:
busca de um objeto que complete o sujeito. 2. Escolheria um
objeto que se assemelha a ele própria.

 a saúde do vínculo conjugal dependeria do tipo de identificação


objetal realizada entre os parceiros na constituição da conjugalidade,
por meio da introjeção (transformar o parceiro) ou da incorporação
(componente alteritário desconsiderado)

 Tipos de conjugalidade:

o Narcisista
o Oral
o Anal-sádica
o Fálico-edípica

 Separação conjugal: Para que ocorra a dissolução do vínculo, o


desejo de ruptura deve-se sobrepor ao desejo de complementaridade,
caso contrário, os sujeitos se manterão numa eterna tentativa de
separação.

 O trabalho do psicólogo jurídico requer um olhar transdisciplinar,


atento ao contexto social que influencia a formação das
subjetividades, ao conjunto normativo onde sua práxis está inserida,
à representação da lei para os sujeitos que recorrem a ela e, tudo isso,
sem perder de vista o funcionamento singular de cada célula desse
organismo – o sujeito.

03 – Guarda da criança:
 A guarda dos filhos é direito e dever dos pais. Usa-se o termo
“guarda” para caracterizar a vigilância, proteção e cuidado. Assim, a
guarda dos filhos é o direito e o dever que os pais têm de vigiar,
proteger e cuidar das crianças.

 A guarda é marcada no momento em que um casal se separa ou


quando estes nunca moraram juntos e é preciso definir com quem a
criança vai morar.

 Na guarda compartilhada os pais possuem deveres e direitos iguais


para com o menor, tomando decisões em conjunto sobre a vida em
todos os âmbitos da criança,

 Desse modo, os pais participam efetivamente da criação, diferente da


guarda unilateral, em que apenas um dos pais se responsabiliza e o
outro “supervisiona” de longe.

 É comum que na guarda compartilhada haja dúvidas à respeito sobre


onde será a residência da criança

 A guarda compartilhada: possui como maior finalidade a divisão


de decisão, responsabilidade e maior participação de ambos na vida
do menor, não pretendendo de forma alguma gerar na criança
confusões de identidade e pertencimento

 O ordenamento jurídico define a guarda unilateral prevista no


Código Civil em seu art. 1.583 §º, é atribuída a um só dos genitores
ou a alguém que o substitua.

 guarda exclusiva: para apenas um dos genitores resulta da vontade


de ambos ou quando um deles declara ao juiz que não se interessa
em ter a guarda compartilhada visto ser esse o tipo de guarda que é
segundo os especialistas a mais benéfica à criança.

 A guarda unilateral: pode ser fixada além da vontade de um dos


genitores em não querer a guarda compartilhada bem como também
na verificação de inaptidão, evidenciada, dentre outros, na falta de
zelo e cuidado com o filho, por meio de abuso de autoridade ou
descumprimento de deveres paternos ou maternos, caso comprovado
por investigação detalhada, haverá a manutenção da guarda unilateral
quando houver pedido para conversão para compartilhada ou a
reversão da compartilhada para unilateral, quanto a isto, existe
jurisprudência a respeito.
 guarda alternada: caracteriza-se pela troca de períodos entre os
genitores.

04 – Alienação Parental:
 é uma forma de maltrato ou abuso; é um transtorno psicológico que
se caracteriza por um conjunto de sintomas pelos quais um genitor,
denominado cônjuge alienador, transforma a consciência de seus
filhos, mediante diferentes formas e estratégias de atuação, com o
objetivo de impedir, obstaculizar ou destruir seus vínculos com o
outro genitor, denominado cônjuge alienado, sem que existam
motivos reais que justifiquem essa condição

 Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que
repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este.

 A Síndrome da Alienação Parental: como um distúrbio que surge


excepcionalmente no contexto de disputas de custódia de filhos. É
um distúrbio em que as crianças são programadas através da
campanha de um dos genitores, a agir com descrédito em relação
ao genitor odiado.

 Papel dos pais no desenvolvimento psicológico do filho: O


relacionamento inicial entre os pais e a criança deve ser entendido,
a partir da observação dos dois lados do contexto, do
desenvolvimento do vínculo dos pais com a criança e do afeto da
criança para com seus pais. As condutas de apego são incitadas a
partir de quando a pessoa necessita de cuidados, acolhimento ou
consolação. - A criança possivelmente só exibirá uma conduta de
apego quando estiver assombrada, chateada ou sob algum estresse.
E será o conteúdo demonstrado através desses comportamentos
que nos falará algo sobre a característica do vínculo afetivo entre os
envolvidos.
 Alienação Parental X Síndrome da alienação Parental:
o O termo síndrome: constitui um distúrbio, um agrupamento de
sintomas que se alojam em decorrência da extrema reação
emocional que os pais submetem seus filhos - diz respeito às
questões emocionais, aos prejuízos e consequências que o filho
alienado vem a sofrer.

 A SAP geralmente decorre da AP, ou seja, enquanto


a AP tem como objetivo o afastamento da criança de
um genitor através de procedimentos desonestos da
titular da guarda

 engloba os sintomas que a vítima pode vir ou não a


exibir, resultante dos atos de alienação parental.

 ocorre através de uma emoção doentia oriunda das


emoções do genitor alienador. Esse, por sua vez, tem
dificuldade em ver o filho distanciado e elabora
modos de conservar essa criança numa relação
doentia, em que, oprime, superprotege e mantém a
criança subordinada à suas recomendações, ideias e
ações.

 o genitor alienador é tomado pelos excessos de seus


sentimentos, como a raiva, os ciúmes em relação ao
ex-parceiro, agindo de forma intempestiva, deixando-
se levar por seus impulsos

o Já a alienação parental: são as ações que proporcionam


verdadeira campanha de desrespeito de um genitor em
relação ao outro.

 define o ato de levar a criança a abandonar o pai/mãe


alvo de críticas, através de comportamentos de
menosprezo até a odiosidade ou acusações de abuso
sexual, influenciados pelo outro componente do par
parental.

 são as ações que proporcionam verdadeira campanha


de desrespeito de um genitor em relação ao outro.
 o genitor alienador, com o decorrer do tempo, pode
transparecer uma personalidade agressiva,
diferentemente do pai alienado, que normalmente
não tem comportamentos hostis. Contudo, o genitor
alienado pode vir a perder a razão em decorrência da
dor ocasionada pela campanha difamatória e pela
separação dos filhos, originando frustração.

 Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que
repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este.

 Papel do psicólogo: o profissional psicólogo diante a Síndrome da


Alienação Parental age em sentido contrário ao que estabelece as
diretrizes nacionais do Conselho Federal de Psicologia a respeito do
trabalho do mesmo. O processo terapêutico das partes abrange uma
penalidade que o profissional dirige ao alienador quando
diagnosticada a síndrome.

05 – Abandono Afetivo:
 O pai que se omite em cuidar do filho, abandonando-o, ofende a
integridade psicossomática deste, acarretando ilícito ensejador de
reparação moral

 O distanciamento entre pais e filhos produz sequelas de ordem


emocional e reflexos no seu sadio desenvolvimento. O sentimento de
dor e de abandono pode deixar reflexos permanentes em sua vida

 Podemos pensar que uma das condições que torna possível acionar
um membro da família por abandono afetivo é um movimento nos
próprios modos de compreender a(s) família(s).

06 – Acolhimento:
 os acolhimentos de crianças normalmente se davam em razão do
abandono
 à criação de orfanatos, com função recuperadora e depois estas
crianças eram devolvidas ao convívio social, o que na maioria das
vezes não acontecia. As crianças acabavam vivendo até adultas
nessas instituições e depois lançadas à sociedade, sem nenhum tipo
de suporte que as permitisse uma vida autônoma e feliz.

 Tem-se observado que, em grande parte dos acolhimentos, não há


uma única causa. A pobreza, muitas vezes, vem acompanhada da
negligência, dos maus-tratos, do alcoolismo. O certo é que, nos
últimos tempos, vem aumentando significativamente o acolhimento.

 o acolhimento é uma realidade na sociedade brasileira e cada vez


mais essas crianças estão se distanciando de suas famílias e perdendo
os vínculos afetivos. O que se observa que as instituições de
acolhimento representam uma segurança para essas crianças e
adolescentes para que possam preservar suas vidas e integridade.

 excepcional, provisório, pelo menor tempo possível, e exige a


implantação de programas

 Por isso o psicólogo deve atuar com sensibilidade frente a estas


crianças, fazendo com que compreendam que o espaço que estão
provisoriamente frequentando precisam respeitar as individualidades
e diferenças individuais, de forma que preserve a vida comunitária
dessa criança e adolescente.
 Caberá ao psicólogo conhecer a realidade desta criança e
adolescente, assim como os motivos que o levaram a
institucionalização, para que possa através deste conhecimento da
realidade intervir com mais segurança.
 É preciso também que a equipe que atende essas crianças tenha
competência técnica, pois dessa forma contribuirá para que a criança
e o adolescente tenham a menor quantidade de traumas e marcas
possíveis. É preciso que as instituições de acolhimento tenham ações
que não excluam a criança de sua vida social, pois o que mais se vê
nas instituições que conhecemos é o isolamento que essas crianças e
adolescentes se submetem.
07 – Adoção/Núcleos Familiares:
 todos os menores de 18 anos de idade, garantindo a permanência
irrevogável no seio da família adotivo, sob a condição de filho,
assegurando-lhes os mesmos direitos dos filhos biológicos,
rompendo os vínculos de parentesco com a família de origem.

 Algumas pessoas tem receio da adoção por não saberem questões


genéticas da criança, como sangue ou personalidade

 É comum entre as pessoas que adotam, a preferência por crianças de


pouca idade e com características físicas próximas às suas - E isso
causa impacto negativo em algumas famílias adotivas, que acabam
por se sentirem menores, como uma subcategoria. Assim, num efeito
bola de neve, a adoção permanece sendo um dos segredos das
famílias e estas, por mais que valorizem os laços de afeto, buscam,
incessantemente, a imitação da biologia.

 Os pais, cujo filho é adotivo, muitas vezes se sentem inseguros sobre


os vínculos afetivos desenvolvidos entre eles, fantasiando que um dia
o filho deseje conhecer os pais biológicos e, caso esse encontro
venha a acontecer, o ‘sangue’ fale mais alto e ele opte por ficar com a
família “de sangue

 Nessa modalidade de acolhimento, crianças e adolescentes são


encaminhados para famílias devidamente cadastradas, selecionadas e
formadas para esta função. As famílias acolhedoras recebem em suas
casas as crianças que precisam de acolhimento temporário e
provisório, até que possam retornar para suas famílias de origem ou,
quando isso não é possível, sejam encaminhadas para adoção.

 Pais homossexuais: A homoafetividade não é apontada nem pelas


teorias jurídicas da paternidade socioafetiva, nem pelas teorias
psicológicas do apego, como um fator impeditivo para o
estabelecimento do afeto com uma criança - O foco do julgamento da
adoção volta-se, então, para o ambiente familiar como um todo – não
determinado pela sexualidade

08 – Psicólogo e conselho tutelar:


 A atuação de psicólogos em CTs pode ocorrer com irregularidades se
não compreendidas as diferenças entre órgãos judiciais, legislativos e
administrativos.
 A Doutrina da Proteção Integral, todavia, trouxe uma visão garantista
de direitos, de modo a conceber crianças e adolescentes como seres
de direitos e deveres e em situação peculiar do desenvolvimento.
Com ela, tornou-se constitucional, por meio do artigo 227, a
prioridade absoluta aos direitos das crianças e adolescentes

 O CT pode realizar encaminhamentos a órgãos de atendimento,


podendo representar ao Ministério Público os casos em que suas
deliberações foram descumpridas sem justificativa

 São atribuições dos conselheiros tutelares ainda o encaminhamento


de casos específicos a órgãos jurídicos. Ao Ministério Público, os
casos em que se verifiquem crime ou infração administrativa contra
os direitos das crianças ou adolescentes

 A Psicologia pode e deve se inserir nessa instituição [o CT], de


forma a contribuir para a promoção de saúde da população, buscando
a garantia do desenvolvimento pleno da criança e do adolescente

 A atuação dos psicólogos deve funcionar no sentido de desvelar as


demandas técnicas que são solicitadas à psicologia no campo
jurídico, com o devido olhar atento que evita a reprodução da
violência estrutural presente na sociedade contemporânea. Isso
significa que, ao atender as demandas de ordem jurídica, os
psicólogos devem ter um olhar crítico, atentando-se para que, por
meio de seu discurso, não sejam alastradas verdades que
estigmatizem seus atendidos, mas um olhar de complexidade sobre
sua existência e realidade social
 A atuação dos psicólogos em CTs deve ter como base ações de
promoção à saúde, desenvolvendo a autonomia e potencialidades da
população. Nessa perspectiva, os atendidos pelo órgão adotam a
postura de sujeitos propriamente ditos, tornando-se mais críticos

 Para além dos encontros entre psicólogos e conselheiros tutelares,


essas supervisões técnicas podem se dar também a partir de
encontros entre psicólogos e os núcleos familiares em atendimento
no CT. Tais ações devem ocorrer, contudo, somente de forma
pontual, tendo em vista o caráter do CT de fomentar na sociedade
civil a postura de reivindicação de direitos.

 Os conselheiros tutelares, nesse sentido, tornam-se representantes


locais desse objetivo constitucional, de modo que o saber técnico não
deve se sobrepor ao fazer popular.

 No que se refere às atividades de fiscalização, o CT pode e deve


desenvolver visitas institucionais a programas de atendimento
socioeducativos, casas de acolhimento institucional e demais
entidades de atendimento a crianças e adolescentes, verificando
possíveis infrações administrativas, ameaças e violações dos direitos
das crianças e adolescentes

 A pedido dos conselheiros tutelares, os psicólogos podem também


participar de estudos de caso realizados com as equipes técnicas
desses locais, seja para o tratamento de questões relacionadas às
instituições, seja a seus atendidos.

 Dado o caráter intersetorial da prática psicológica no contexto das


entidades de atendimento às crianças e adolescentes, o conhecimento
em psicologia pode munir a proposição de propostas de políticas
públicas a diversos setores.

 Tendo por base o conhecimento sobre as diversas possibilidades de


atenção às crianças e adolescentes em diferentes contextos
(Educação, Saúde, Assistência Social, etc.), os psicólogos podem
auxiliar os conselheiros tutelares no mapeamento de serviços
ausentes e precários no município.

 Dentre as atribuições dos conselheiros tutelares, destaca-se a


delegação de medidas protetivas a crianças e adolescentes que
tenham seus direitos ameaçados ou violados, bem como a crianças
de até 12 anos incompletos autoras de ato infracional. Cabe ao CT
também providenciar as medidas protetivas determinadas pelas
autoridades judiciais a adolescentes e jovens de 12 a 21 anos
incompletos autores de ato infracional.

 As medidas protetivas mencionadas estão descritas nos sete


primeiros incisos do artigo 101 do ECA e referem-se a
encaminhamento aos pais, orientação, apoio e acompanhamento
temporários e acesso a outros serviços e programas como forma de
garantia de seus direitos.

09 – Violência contra a criança e o adolescente:


 A violência contra a criança e o adolescente é todo ato ou omissão
cometidos por pais, parentes, outras pessoas e instituições, capazes
de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima.

 Implica, de um lado, numa transgressão no poder/dever de proteção


do adulto e da sociedade em geral; e de outro, numa coisificação da
infância. Isto é, numa negação do direito que crianças e adolescentes
têm de serem tratados como sujeitos e pessoas em condições
especiais de crescimento e desenvolvimento.

 sempre esteve muito vinculada ao processo educativo. Ela tem sido


considerada, em todos os tempos, como um instrumento de
socialização e, portanto, como resposta automática a desobediências
e rebeldias

 Violência Estrutural: aquela que incide sobre a condição de vida das


crianças e adolescentes, a partir de decisões histórico-econômicas e
sociais, tornando vulnerável o seu crescimento e desenvolvimento -
Por ter um caráter de perenidade e se apresentar sem a intervenção
imediata dos indivíduos, essa forma de violência aparece
"naturalizada“ como se não houvesse nela a ação de sujeitos
políticos - Portanto é necessário desvendá-la e suas formas de
reprodução através de instrumentos institucionais, relacionais e
culturais
 Violência Intrafamiliar: é aquela exercida contra a criança e o
adolescente na esfera privada. Geralmente se usa dividir em quatro
tipos suas expressões mais visíveis - Em geral, as justificativas para
tais ações vão desde a preocupação com a segurança, a educação,
até a hostilidade intensa.
 Violência sexual: todo ato ou jogo sexual, relação hétero ou
homossexual entre um adulto (ou mais) em uma criança ou
adolescente, tendo por finalidade estimulá-los sexualmente e obter
estímulo para si ou outrem.
 Violência Psicológica: que ocorre quando os adultos
sistematicamente depreciam as crianças, bloqueiam seus esforços
de autoestima e realização, ou as ameaçam de abandono e
crueldade. Trata-se de um tipo de relação muito pouco estudado
entre nós, mas que tem um efeito muito perverso no
desenvolvimento infanto-juvenil
 Violência contra a saúde: Desta forma, seja a partir de ações
específicas do setor saúde para prevenir e para tratar as
consequências da violência; seja na sua articulação interdisciplinar,
Inter profissional e multisetorial, é importante ter em mente que
nossas energias devem ser encaminhadas para a construção dos
direitos humanos e sociais - Pois atuar contra as causas da violência
significa atuar também contra a pobreza e a miséria que sacrificam
nossos meninos e meninas e respeitar seus direitos consagrados na
Constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente.

10 – Violência contra a mulher:


 A violência contra a mulher e um fenômeno universal que atinge
todas as classes sociais, culturas, religiões e etnias, podendo ocorrer
em populações de diferentes níveis de desenvolvimento social e
econômico.
 A violência conjugal varia desde humilhações, ameaças, acusações
ate a violência física. Todas estas expressões de violência são
toleradas, silenciadas e desculpadas, pois por diversas vezes as
mulheres explicam este comportamento como sendo inerente ao
gênero masculino, ou problemas no trabalho, ou ainda porque os
homens não controlam seus impulsos.

 A família de origem tem uma importante representatividade na


composição desta mulher passivo‐dependente. Famílias em que o
crescimento individual da mãe foi inibido, as filhas tendem a
apresentar o mesmo comportamento, como um voto de fidelidade
inconsciente, pois se as filhas apresentarem um comportamento mais
autônomo estarão sendo desleais e traindo a mãe.

 No que diz respeito as mudanças sociais no Brasil, em agosto de


2006, entraram em vigor a Lei Maria da Penha que trata
exclusivamente de crimes cometidos contra a mulher no ambiente
familiar.

 A violência psicológica: tem como principal objetivo controlar,


solucionar conflitos e manter a esposa sob seu jugo. Uma
característica comum aos homens que praticam abusos emocionais e
a habilidade em encontrar um ponto fraco na esposa, utilizando‐o
como uma arma para mantê-la como sua propriedade. Alguns
utilizam os filhos, outros o trabalho, ou ainda sua capacidade como
dona de casa e como mulher.

 Mesmo que os ossos nunca sejam quebrados, o sangue não tenha


sido derramado, a pele não seja queimada, mesmo assim a mulher e
ferida. Após tantos abusos, a mulher encontra‐se sem autoconfiança,
auto respeito e vive vazia, sem identidade, impossibilitada de
expressar‐se.

 A violência física: pode ser caracterizada pela ocorrência de


empurrões, tapas, murros, queimaduras, braços torcidos,
enforcamentos, socos, pontapés, puxar cabelos, ameaças com algum
tipo de instrumento ou arma de fogo, que possa causar lesões
internas, externas ou ambas

 Violência Cíclica: A violência pode ser apresentada em ciclos,


sendo composto por quatro fases distintas, mas que se
retroalimentam.
1. Construção da tensão: a violência não aparece diretamente, mas
traduz‐se pela ocorrência de agressões verbais, etc.
2. a tensão aumenta e atinge seu ponto máximo, configurando a fase da
agressão. O agressor perde o controle e surgem então agressões mais
graves. A violência física inicia‐se de forma gradual
3. pedido de desculpas: o agressor tende a minimizar seu
comportamento agressivo ou até mesmo anula‐lo. Esta fase e
acompanhada de arrependimento e o homem tenta encontrar uma
explicação para que não se sinta culpado, sendo mais fácil culpar a
vítima por seus comportamentos agressivos, ou ainda, justificando
sua agressividade por motivos externos como o excesso de bebida ou
de trabalho. O objetivo desta fase e responsabilizar a companheira e
fazer com que ela não sinta mais raiva pelas agressões sofridas
4. lua de mel: a ausência de tensão e o comportamento amoroso do
esposo. Este se comporta de forma agradável, amável, ajuda nas
tarefas domesticas, mostra‐se apaixonado e realiza diversos esforços
para tranquilizar a esposa levando‐a, inclusive, a pensar que e ela
quem detém o poder da relação. Neste momento, as mulheres
acreditam que podem corrigir esse homem e que com seu amor,
paciência e dedicação ele voltara a ser aquele homem gentil por
quem se apaixonaram.

 Tais comportamentos podem ser percebidos como uma manipulação


perversa a fim de manter a relação conjugal.

 Esta mudança de atitude pode ser explicada pelo medo do abandono,


medo de perder a mulher. Contudo, e este mesmo medo que
impulsionara o agressor a retomar o controle da vítima e reiniciar
mais uma vez o ciclo da violência

 Com a violência instalada, os ciclos se repetem e aceleram tanto no


tempo como em intensidade, ou seja, as fases tendem a serem mais
curtas e mais intensas. As vítimas por sua vez tentam reconfortar e
satisfazer o agressor, observando os sinais sutis que precedem a
crise.
 Diante das agressões verbais, comportam‐se de maneira constrita e
acalmam o parceiro. Perante as agressões físicas, tendem a fugir ou
tentam escapar, pois é uma questão de sobrevivência e evitam o
confronto, pois sabem que tal comportamento aumentara a violência
 Faz‐se necessário que as mulheres conheçam os conceitos de
violência para que possam distingui‐los. Identifica‐los possibilita-
lhes encontrar meios que as retirem de tal situação, uma vez que as
ambiguidades vivenciadas neste tipo de relação perpetram a
permanência em um relacionamento abusivo e violento.

11 – Mediação:
 Técnica alternativa de resolver os problemas

 Busca uma maneira de ter dois lados ganhadores (oposto ao conflito


judicial)

 Visa a transformação

 Apressa a resposta do poder judiciário

 Ajuda nas divergências de separação

 Usa algumas técnicas de psicoterapia

 O mediador não decide nada e sim promove uma divisão igualitária


(promove oportunidades)

 Não traz a solução

 Não é apenas o psicólogo que pode realizar a mediação

 A mediação pode ocorrer em qualquer ambiente

 Se houver briga durante a mediação é necessário interromper a


mesma

 Auxilia por meio da reabertura do dialogo

 O mediador é imparcial
 Possibilita a reflexão acerca dos limites

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