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Capítulo 1

Da Alienação Parental

1.1- Conceito

1.2- Identificação

1.3- Lei da Alienação Parental

1.4- Aplicação da Lei da Alienação Parental

1.5- Eficácia da Lei

Capítulo 2

Da Guarda

2.1- Procedimento da Ação de Guarda

2.2- Guarda compartilhada

2.3- Guarda unilateral

2.4- Ação sem guarda fixada

2.5- Finalidade

Capítulo 3

Da Alienação Parental no Processo de guarda

3.1- Direito da Família e o Psicólogo Jurídico

3.2- Genitor alienante

3.3- Criança exposta à Alienação Parental

3.4- O que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente

3.5- Danos causados pela Alienação Parental no processo de guarda

Considerações finais
CAPÍTULO I

DA ALIENAÇÃO PARENTAL

1.1- CONCEITO

O relacionamento entre pais e filhos deve ser regado e preservado mesmo após a
dissolução da família, ou mesmo que esta nunca tenha se formado, visando para a criança ou
adolescente, e até mesmo para os genitores, um alicerce de respeito mútuo, laços afetivos e
considerações.

Com o fim das relações conjugais, infelizmente, costuma ser comum, o despertar de
sentimentos que assolam a separação, tais como traição, angústia, abandono e rejeição. Outro
fato também comum, é que, em algumas pessoas, esses sentimentos e conflitos pessoais não
sejam bem administrados, fazendo com que esses sentimentos, transcendam o âmbito pessoal,
findando na projeção de seus fracassos pessoais no outro, o que gera conflitos interpessoais.
Da mesma forma, juntamente com o luto pela separação, ou fim da ligação entre os genitores,
as mudanças decorrentes dela, acrescentado pelo período de instabilidades emocionais, pode
fazer com que os pais recorram aos filhos, como instrumento de desejo de vingança para com
o outro. Dar-se-á também, a partir do momento em que o menor, atinja uma idade suficiente,
de pernoitar, ou até mesmo, ampliar seu horário de visitas com o pai não guardião.

A alienação parental, geralmente, inicia-se concomitantemente com as disputas


judiciais pela guarda dos filhos, a fim de afastar o convívio da criança, um dos progenitores,
insere ideias e memórias falsas na vida do filho quanto ao outro progenitor,

Trata-se de uma campanha liderada por um genitor, no sentido de programar a


criança para que odeie e repudie, sem justificativa, o outro genitor, transformando a
sua consciência mediante diferentes estratégias, com o objetivo de obstruir, impedir
ou mesmo destruir os vínculos entre o menor e o pai não guardião, caracterizado,
também pelo conjunto de sintomas dela resultantes, causando, assim, uma forte
relação de dependência e submissão do menor com o genitor alienante. (CARPES
MADALENO; MADALENO, 2021, p.30)

Estes atos de alienação, ou tentativa de exclusão do pai não guardião da vida do filho,
por vezes, ocorre de maneira inconsciente, movidos por mágoas, ou ainda, seja a forma que
este pai ou mãe alienador foi criado, gerando um padrão familiar que ele traz consigo, e que
esteja apenas se reproduzindo. Alguns comportamentos são muito comuns, como por
exemplo, usar o filho como moeda de troca na questão de alimentos, muitos pensam ser
justificável condicionar a convivência com o pagamento em dia dos alimentos, o que não é
juridicamente aceito, nem psicologicamente saudável.

As crianças são usadas como armas, e cada genitor age pensando estar com a razão, de
um lado se tem um genitor que provém financeiramente, pouco vê o filho e acaba se sentindo
deixado de lado, apenas enxergado como fonte de renda, sem vínculo emocional com os
filhos, construindo um círculo vicioso, onde é comum querer pagar cada vez menos, e causa
desinteresse na própria criança. Já do outro lado, um genitor sobrecarregado, que cuida da
prole e que, majoritariamente, depende dos valores que advém do outro, ou que deveria advir,
para sua sobrevivência e dos filhos, ocorrendo, de forma culturalmente aceita, negocia e
subjuga a convivência do filho de acordo com o recebimento da pensão alimentícia.

Essa prática contra o outro progenitor, chamado de genitor alienado, pode ser
constituída de várias formas, em que o progenitor, dito alienante, começa a destruir a imagem
do outro, com comentários sutis, desagradáveis explícitos e hostis, que induzem a criança a se
sentir insegura, que telefone caso não se sinta bem, e passa a colocar obstáculos nas visitas,
por vezes, chega a ameaçar a própria vida ou a do filho, caso a criança encontre o pai ou mãe.

Conforme a doutrina brasileira, é evidente que a alienação parental se mostra como


uma grave situação ocorrida, em contextos de rompimentos conjugais, que geralmente, um
dos genitores utiliza a criança ou o adolescente como artifício, a fim de atingir o outro
progenitor, com impedimentos de convivência familiar, segundo Juliana Rodrigues de Souza
(2020, p. 76) “É fundamental neste momento da investigação analisar quem são as pessoas
que praticam a alienação parental e as consequências nas relações familiares, para
posteriormente refletir acerca de suas responsabilidades”, faz-se necessário também, ter em
mente como objetivo a prevenção, e atuação antes que os atos alienadores se instaurem, a
ponto de se enraizar em todo o sistema familiar, para que os vínculos quebrados ainda possam
ser reconstruídos.

1.2- IDENTIFICAÇÃO

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