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FACULDADE DE DIREITO
LORRAYNE LIMA
RIO VERDE – GO
2020
2
LORRAYNE LIMA
Orientador: Profª:
RIO VERDE - GO
2020
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LORRAYNE LIMA1
Orientador: Dr. James2
ABSTRACT: The present work analyzes Law 12.398 / 2011 against Parental Alienation
Practiced by grandparents. After a brief approach as to its typification, active and passive
authors of the act, references regarding the Parental Alienation Syndrome (SAP), it will bring a
pertinent study to protect the best interest of the child, verifying some of its fundamental
principles and guarantees. practices parental alienation in which grandparents are the
protagonists.
1 INTRODUÇÃO
Devido a inobservância daqueles que detém guarda e ou vigilância, assim como
dos genitores, a Alienação Parental tem se tornado cada vez mais frequente, uma vez
que devido a desconstrução da imagem de um dos seus genitores, a busca do judiciário
com a finalidade de coibir tem se tornado constantes.
A pratica da alienação parental ocorre as vezes mais sútil, às vezes mais
explícito, aos poucos vão, mesmo sem ver, implantando nos filhos uma imagem
negativa daquele que é um dos responsáveis pela formação e estruturação psíquica do
1
É acadêmica do curso de Direito na Universidade de Rio Verde – Go UniRV
2
É Doutor.
4
filho. Quando se reporta as consequências causadas aos menores compreende-se que são
tão violentos que dificilmente serão reparados.
Frente a alienação Parental na qual tem como protagonista os avós, essa pratica
sempre existiu, mas atualmente vem se tornando frequente devido ao novo cenário de
família moderna e das relações que não tem a solidez adequada.
A alienação parental pode ser realizada pelo pai, pela mãe, ou até
mesmo pelos dois. Ou seja, o alienador é quem impede ou dificulta o
contato do filho com outro genitor com o intuito de destruir ou de
prejudicar o vínculo. Principalmente, o genitor/genitora que assumiu a
guarda da criança ou adolescente após a separação. No entanto, a
alienação também pode ser praticada por avós, tios ou outras pessoas
que convivem com a criança ou adolescente.
Constantemente é reproduzido um cenário deprimente, onde a criança que não
possui capacidade de compreensão dos acontecimentos é induzida ao erro levada a
acreditar em fatos carregados de mentiras e omissões com a finalidade denegrir e
dificultar o convívio familiar da parte oposta.
Quando tratamos da definição de alienação parental Maria Berenice Dias (2010,
p. 455) define como “nada mais do que uma ‘lavagem cerebral’ feita pelo guardião, de
modo a comprometer a imagem do outro genitor, narrando maliciosamente fatos que
não ocorreram ou que não aconteceram conforme a descrição dada pelo alienador”.
Neto; Queiroz ... (2019, p7) acentua que:
Desta feita, VIEIRA (2014, p. 43) elucida que não somente os genitores, mas
outros também podem praticar a alienação parental.
São muitos os meios que o alienador utiliza para a pratica da síndrome, mas
tendo em seu contexto o denominador comum como a organização em torno de
avaliações prejudiciais, negativas que desqualifique e injurie o outro genitor.
Explana a professora Priscila Corrêa da Fonseca3, que se faz importante
diferenciar o processo de alienação parental da já posta Síndrome da Alienação Parental
(SAP), uma vez que:
A síndrome da alienação parental não se confunde, portanto, com a
mera alienação parental. Aquela geralmente é decorrente desta, ou
seja, a alienação parental é o afastamento do filho de um dos
genitores, provocado pelo outro, via de regra, o titular da custódia. A
síndrome, por seu turno, diz respeito às sequelas emocionais e
comportamentais de que vem a padecer a criança vítima daquele
alijamento. Assim, enquanto a síndrome refere-se à conduta do filho
que se recusa terminantemente e obstinadamente ater contato com um
dos progenitores e que já sofre as mazelas oriundas daquele
rompimento, a alienação parental relaciona-se com o processo
desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor da
vida do filho. Essa conduta – quando ainda não dá lugar à instalação
da síndrome – é reversível e permite – com o concurso de terapia e
3
Síndrome de alienação parental, Revista Brasileira de Direito de Família, ano VIII, n. 40, fev.-
mar. 2007, p. 7.
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4
Direito civil brasileiro: direito de família, v. 6, p. 23.
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Síndrome da alienação parental, p. 14
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Por tanto, no ambiente familiar, é notório que a criança e ao adolescente não são
dotados de capacidade para gerirem sua vida por conta própria, cabendo a outros
prezarem por seu bem-estar e segurança de maneira sadia.
Com tal finalidade surge o Estatuto da Criança e do Adolescente onde este tem
como primazia a proteção integral do menor em toda a sua etapa, pois estes são sujeitos
de direitos universalmente reconhecidos, nos quais devem ser assegurados por sua
família, Estado e sociedade.
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AMIN, Andréa Rodrigues Curso de Direito da Criança e do Adolescente – Kátia Regina
Ferreira Lobo Andrade Maciel ( coordenadora) – p. 12 .Lumen Juris - 2ª edição.2007
12
3.1 Princípios
O Princípio da Prioridade Absoluta vem elencado no Artigo 4º, do ECA que diz:
Por tanto, verifica-se um direito Constitucional, que tem no seu bojo a garantia
do bem-estar da criança, o artigo 227 da Constituição Federal reforça a sua aplicação.
Desta forma, ressalta-se que o papel do corpo social, não se limita as questões
financeiras ou simples coabitação e sim, está inserido algo bem mais complexo, de
denominação psicológica conhecida por sentimento e afetividade.
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No entanto, vale ressaltar que a parentalidade deve permanecer entre os entes, uma vez
que com os novos moldes de família moderna as tarefas/responsabilidades permanecem, pois,
os menores são sujeitos ainda em formação, no mais essa pratica além de social é também de
cunho moral.
Katia Regina Ferreira Lobo Andrade Maciel (2015, p. 74) apud J.J. Gomes
Canotilho menciona o que é direito fundamental:
Por tanto, se faz, mas que necessário a garantia aos direitos fundamentais da
criança e do adolescente garantindo lhe amparo, afeto, para que estes sejam inseridos na
sociedade de forma consciente e responsável.
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O ato da alienação Parental praticado pelos avós é algo que deve ser bem
analisado uma vez que isso ocorre até mesmo quando há o laço matrimonial, ou quando
devido a dissolução conjugal ou por outro motivo o menor passa a conviver ou residir
com o alienador/avós.
4.1 Do Direito de Visita dos Avós diante da Pratica da Alienação Parental.
O direito de visita está assegurado ao genitor ou um parente próximo (avós) que
não possuem a guarda do menor, esse tem o direito de visita e permanência temporária
em sua companhia, e assim lhe é também permitido fiscalizar a manutenção e educação
do menor.
Tem-se que os avós de modo geral é parte essencial para estrutura familiar, uma
vez que independentemente dos fatores externos. A atual família tem suas histórias
arraigada nas gerações passadas. Assim, a relação entre avós e netos está envolta em
influências mútuas, onde velhos e jovens se confrontam entre valores antigos e novos,
onde todos ensinam e aprendem (SILVA, 2011, p.32).
O atual cenário tem-se que os genitores em busca de manutenção e da
subsistência de si e de sua família, necessita que os avós cuidem dos filhos, e estes
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acabam por praticar a alienação parental, uma vez que a criança e ao adolescente está
sob sua guarda ou vigilância, e assim, os avós aumentam a autoridade entendendo ter
mais direitos de pais para com os netos, simplesmente por ajudarem na sua criação.
Desta feita, o vínculo entre a criança e ao adolescente com seus genitores ou
detentor da guarda e vigilância passa a enfraquecer, visto que a situação passa a ser de
repudia do menor por qualquer ato ou pratica do genitor, acreditando que é de maior
valia o que lhe é dito pelos avós.
Elucida RIBEIRO (2019, p. 3) que:
Em diversas situações foi observado que os avós falam mal dos
próprios filhos detentores da guarda para a criança e adolescente, além
de serem permissivos tirando assim toda a autoridade do genitor em
diversas situações, observa-se casos em que os avós quando em poder
da criança, incentivam-na a chamá-los de pai e mãe gerando uma
enorme confusão na cabeça da criança que perde a noção de quem é
de fato seu pai e mãe e acaba por se afastar do seu genitor, sem contar
que eles usam da permissividade para manipular a criança e
adolescente, sem pensar em nenhum momento no mal que está a
causar a eles, pensam apenas na sua satisfação pessoal de trazer a
criança e adolescente para o seu lado, fazendo com que seja uma
disputa entre os avós e o genitor, onde o objetivo principal é buscar
com que a criança e ao adolescente tenha mais amor, carinho e
devoção apenas para si, colocando por escanteio toda a autoridade do
genitor.
Nessa premissa compreende-se que a participação dos avós na vida dos netos,
tem grande relevância, porém, esses devem ter seu papel definido, sem apropriar-se das
funções dos pais, estando esses prontos para ajudar, mas sem tolher; orientar quando
solicitados, porém, sem julgar; apresentar opções sem invadir os projetos educativos
empreendidos pelos genitores, não os confrontando.
SILVA (2011, p. 16) assevera que embora a solidariedade dos avós para auxiliar
nos cuidados com os netos, para muitos esse é um caso de proteção e apoio, onde cabe
aos pais buscar suas responsabilidades parentais para se tornarem autônomos, em
fundamental processo de individuação, que os tornem diferenciados em relação aos
próprios pais. No entanto, quando da necessidade de auxílio dos avos, mesmo em
momentos de crises, cabe a esses estimularem seus filhos a independência por meio de
um trabalho que não favoreça a acomodação e a dependência emocional.
Com tudo, diante dos danos causado pela pratica da alienação parental onde a
autoria decorre dos avos, esses eximem-se de qualquer responsabilidade, tendo por
justificativa o fato de estarem com o menor para que os pais possam trabalhar.
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Dessa forma o judiciário se depara com uma grande barreira para coibir essa
pratica, já que a criança e ao adolescente, quando não residem na residência destes,
convivem mais tempo com eles. Ao buscar amparo Legal trava-se com um direito
constitucional de Direito a Convivência Familiar.
Complementa RIBEIRO (2018, p 5) que:
o direto à convivência familiar previsto pela Constituição Federal de
1988 além do direito a convivência com os avós preceituado na Lei
12.398/2011, porém, a lei 12.318/2010 que versa sobre a alienação
parental, traz em sua redação que nos casos onde não se consiga uma
resolução amigável, informando ao alienante os prejuízos causados a
criança e ao adolescente para que ele cesse a prática da alienação
parental, serão tomadas medidas mais drásticas, onde o alienante
perde de fato o direito de convivência com a criança e adolescente,
com isso, estamos em um impasse judicial dentro desse contexto, visto
que ficaria inviável cessar a convivência entre os avós alienantes e a
criança e adolescente pelo fato de ambos residirem no mesmo local,
portanto, mesmo após tomarem ciência sobre o mal causado pela
alienação parental, os avós alienantes optarem por não cessar a prática
ainda não existe amparo judicial que traga uma solução alternativa
para o caso concreto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Relatou que essa pratica tem grande peso de cunho social e psicológico do
menor que tem a figura dos pais deformada pelo alienador.
Com tudo, demostrou que a alienação parental pode ser praticada além dos
genitores, tendo como protagonistas parentes que mantem proximidade e convivência,
além de responsabilidade, guarda e vigilância do menor.
Ressaltou que os avós são uns dos que podem alienar o menor, denegrindo a
imagem de um ou de seus genitores, em algumas vezes até de seu próprio filho, se
apoderando do papel/ responsabilidade de pai.
REFERENCIA
DIAS, Maria Berenice. Alienação parental: uma nova lei para um velho problema!
2010. Disponível em www.mbdias.com.br www.mariaberenice.com.br
www.direitohomoafetivo.com.br, acessado em março 2020;
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 17 ed. São
Paulo: Malheiros, 2004, p .451;
NETO, Álvaro de Oliveira; QUEIROZ, Maria Emília Miranda de. Alienação parental
e família contemporânea: um estudo psicossocial / organização de Andreia Calçada;
coordenação, Maria Quitéria Lustosa de Sousa. -- Recife : FBV /Devry, 2015. 121 p. :
il. v.2;