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NAYLEIDE SARAIVA

ENÉAS FILHO

SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL

Alienação Parental

Projeto de pesquisa apresentado para a


disciplina de Metodologia da Pesquisa como
nota da AP1.

Fortaleza
2011
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------3
1.1 A PROBLEMÁTICA --------------------------------------------------- 3
1.2 A JUSTIFICATIVA -----------------------------------------------------4
1.3 A RELEVÂNCIA --------------------------------------------------------5
1.4 A HIPÓTESE ------------------------------------------------------------ 7
2. OBJETIVOS(S) --------------------------------------------------------------8
2.1 GERAL --------------------------------------------------------------------8
2.2 ESPECÍFICO -------------------------------------------------------------9
3. METODOLOGIA -----------------------------------------------------------10
4. CRONOGRAMA ------------------------------------------------------------10
5. REFERÊNCIA ---------------------------------------------------------------11
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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho trata sobre Alienação Parental com ênfase na Síndrome de


Alienação Parental, mais conhecida pela sigla SAP. Essa síndrome é causada por
uma série de fatores, porém, dentre os mais relevantes envolvem diretamente a figura
dos pais os quais são responsáveis pelas inúmeras conseqüências causadas por esse
distúrbio. Pretende-se também identificar os fatores que determinam essa síndrome,
seus agentes (ativos e passivos) bem como suas causas e efeitos.

1.1 A Problemática

Como a Alienação Parental envolve a relação familiar, podendo resultar na


SAP, seus efeitos podem ser devastadores para a criança e/ou adolescente, pois os
pais, numa disputa pessoal desencadeada por inúmeras justificativas acabam
influenciado negativamente no desenvolvimento psicossocial da criança ou
adolescente.
Porém, é importante não confundir a Alienação Parental com a síndrome
propriamente dita, àquela consiste no afastamento do filho de um dos genitores pelo
outro, geralmente o titular da custódia, já a síndrome caracteriza-se pelas sequelas
emocionais e comportamentais que vêm acometer a criança.
Mas o que é a Síndrome de Alienação Parental? Veja essa definição de
Gardner (1999):

“Alienação Parental é um processo que consiste em


programar uma criança para que odeie um de seus genitores
sem justificativa. Quando a síndrome está presente a criança
dá sua própria contribuição na campanha para desmoralizar o
genitor alienado” (p.6).
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Agora veja o que diz o artigo 2º da Lei Nº 12.318 de 26 de Agosto de 2.010


sobre Alienação Parental:

“Considera-se ato de Alienação Parental a interferência na formação psicológica da


criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós
ou pelos que tenham a criança ou adolescente sobre sua autoridade, guarda ou
vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este” (Legislação complementar).

1.2 A Justificativa

Como se pode notar, nessa relação existe a presença de três figuras que
formam o processo de alienação a observar: os genitores (pai e mãe ou seus
responsáveis legais) e o filho (a). Geralmente a mãe é a progenitora alienante, ou
seja, àquela que promove a alienação e o pai é o progenitor alienado, configurando
àquele que sofre a campanha de desmoralização.
Vários são os motivos que o progenitor alienante utiliza-se para alienar o
filho contra o progenitor alienado, que vão desde ciúmes da relação que outro tem
com o filho, até a não aceitação da separação do casal, muito comum entre o genitor
feminino, já quanto ao masculino verifica-se a intenção de demonstrar quem tem
mais poder financeiro.
Nesses casos, o genitor alienante impõe todas as formas de impedir a
aproximação do outro com o filho. Veja o que diz o trecho do artigo de Priscila
Maria (2006) sobre o tema: “Em outras circunstâncias, o getinor alienante opõe às
visitas toda sorte de desculpas: estar a criança febril, acometida por dor de
garganta: visitas inesperadas de familiares; festinhas nas casa de amigos, etc”
(p.165).
O genitor-guadião quando acometido pela Síndrome, utiliza-se de vários
artifícios: subtrai o filho do meio sociocultural, muda-se para outra cidade ou até
mesmo para outro Estado e, algumas vezes, muda-se até de país.
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No tocante ao Poder Judiciário, Vera Lúcia Andersen Pinheiro (2009),


promotora de família do Estado do Pará ressalta que:

“Em juízo faz acusações falsas de abuso sexual, o que leva o Poder Judiciário, por
cautela, proteger a prole do risco que a acusação representa. Nessas circunstâncias,
juízes, promotores e advogados optam pelo afastamento do suposto agressor,
intensificando a fragilidade da relação que une o pai não-guardião aos filhos” (pág.
8-9).

Como se pode observar, o Poder Judiciário deve ter muita cautela ao analisar
denúncias de abuso sexual e outras acusações, por exemplo, no tocante aos processos
que envolvem a guarda da criança ou adolescente, pois, do contrário, poderá
acarretar inúmeros e até irreversíveis prejuízos para a relação daquele filho com o
progenitor alienado, este, vítima de falsas acusações.

1.3. A Relevância

O estudo da Alienação Parental é de grande importância para a sociedade


civil, pois envolve a relação familiar onde o interesse maior nessa problemática é a
criança ou adolescente. No entanto, se faz necessário que não só os profissionais da
área jurídica, sejam eles advogados, promotores ou juízes, mas também psicólogos e
assistentes sociais tenham uma especial atenção nos casos de Alienação Parental.
Porém para que esses profissionais estejam atentos a SAP é preciso que
estejam bem preparados para que possam diagnosticar o problema logo no início e
que dessa forma possam agir dentro das suas respectivas áreas.
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Segundo Lamontagne (1998), “É importante, antes de diagnosticar isso,


estar seguro que o genitor alienado não mereça de forma nenhuma, ser rejeitado e
odiado por comportamento realmente depreciáveis” (p.81).
Lowenstein (1998) também afirma que “Os profissionais da saúde,
conhecedores da Síndrome da Alienação Parental, de suas origens e de seus efeitos,
devem intervir o mais rapidamente possível para impedir que os danos causados
pela alienação se tornem irreversíveis.”
Como já foi assinalado, também é de suma importância que no âmbito
jurídico a SAP seja detectada o mais rápido possível, pois o advogado deve estar
atento ao caso exposto, mesmo que o genitor alienante seja o provedor da denúncia,
visto que o advogado pode inclusive se negar a dar provimento à causa.
Ainda no campo judicial é preciso que o julgador (Juiz) tome as devidas
providências para que o processo corra da forma mais célere possível e causando o
menor dano possível à criança ou adolescente.
De acordo com Xaxá (2008):

“O magistrado, diante de uma denúncia de abuso sexual, por exemplo, vê-se em


difícil situação. Se, por um lado, ele tem a obrigação de tomar uma atitude, por
outro, sabe-se que, se a denúncia não for verdadeira, inimagináveis são os danos
causados tanto para o genitor acusado, quanto para a criança.” (p.13)

Como se pode analisar, nos casos em que envolve Alienação Parental, é de


grande importância que os profissionais envolvidos estejam atentos e bem
preparados, visto que nesses casos, muitas vezes, ocorre à implantação de falsas
denúncias, como a de abuso sexual, por exemplo.
A Síndrome de Alienação Parental, se não detectada em tempo ágil, pode
causar graves sequelas para a criança e muitas delas irreversíveis, tais como
sentimento de culpa, depressão, agressividade e afastamento social.
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Segundo Gardner, num estágio médio a alto da enfermidade, a criança pode


apresentar sintomas como: um comportamento hostil e provocador e até mesmo
destruidor quando da visita do progenitor alienado.
Embora Gardner descreva o processo de alienação parental como uma
síndrome, tanto o DSM-IV-TR (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders) quanto o CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas relacionados à Saúde), ambos os órgãos classificatórios nosológicos não
levam em consideração o processo descrito por Gardner como um quadro nosológico
sindrômico específico.
Portanto, apesar do termo “síndrome” ser comumente utilizado pelos
Tribunais, pelos profissionais de saúde e pelas famílias, ela não é oficialmente
reconhecida por um processo sindrômico pelos sistemas classificatórios nosológicos
da atualidade.

1.4 A Hipótese

Diante do processo de Alienação Parental que pode culminar na Síndrome


de Alienação Parental, se faz necessário que todos os indivíduos envolvidos na
questão, desde a própria família, até os advogados e culminando no Juiz de direito,
ao qual caberá decidir sobre o caso, saber identificar o problema de forma eficiente.
É mister que haja uma sensibilidade desses indivíduos no que tange aos
interesses da criança e do adolescente e paralelo a isso que haja uma legislação
eficiente para que possa amparar de forma satisfatória a criança ou adolescente bem
como o progenitor alienado, pois que sofre demasiado se for comprovado que tal
alienação se fundamentou em falsas denúncias e o progenitor alienante também seja
devidamente responsabilizado por tais atos.
A seguir, vejamos o que diz a legislação americana do estado da Califórnia
e também o código Civil alemão, respectivamente:
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“Toda pessoa que guarda, aloja, detém, suprime ou esconde uma criança e impede
com intenção maliciosa o genitor possuidor da guarda legal de exercer esse direito,
ou impede uma pessoa do direito de visita, será castigado com prisão máxima de um
ano e multa máxima US$1, 000.00 ou dos dois...” (GARDNER_ADDEDUN2)

O seguinte trata da guarda compartilhada:

“Art. 1.626 do Código Civil Alemão ‘(...) um filho tem direito de ver seus dois pais,
que têm cada um a obrigação de manter contatos e o direito de visitá-lo. Ademais, os
pais têm que renunciar qualquer ato que seja danoso para as relações entre o filho e
o outro genitor, ou que prejudique seriamente sua educação (...) (ELSHOLZ)

Como se pode notar, em alguns países estrangeiros o tema SAP já é bastante


evidente onde há uma legislação eficiente e até severa. No Brasil a lei ainda é
bastante recente e o Judiciário ainda não está bem preparado, somado ao
desconhecimento da sociedade civil sobre o tema, haja vista os poucos casos que
chegam à justiça e que são julgados a contento.

2. Objetivos
2.1 Objetivo geral

Esse tema tem como objetivo geral abordar a problemática familiar


envolvendo a Síndrome de Alienação Parental (SAP) com o interesse de fazer vistas
ao assunto para a sociedade civil, de informar a esclarecer e facilitar a compreensão
do problema de maneira que seja possível seu diagnóstico precoce.
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2.2 Objetivo específico

Como a SAP se configura num problema de difícil dissolução no tocante ao


seu diagnóstico e posterior análise e visando a dificuldade que o judiciário tem em
reconhecer e julgar sobre esse tema, essa pesquisa tem como objetivo específico,
trazer ao conhecimento do Poder Judiciário e seus operadores (juízes, advogados e
promotores) como identificar, diagnosticar e agir da forma menos danosa aos
envolvidos nesses casos, haja vista que se trata de uma situação delicada e que,
geralmente, por conta na demora do diagnóstico, acaba trazendo grandes perdas e
consequências para os familiares, principalmente à criança ou adolescente.
Veja o que diz Priscila Maria (2006) sobre a importância do advogado e do
Poder Judiciário:

“Identificar a alienação parental e evitar que esse maléfico processo afete a criança e
se converta em síndrome são tarefas que se impõem ao Poder Judiciário, que, para
esse fim, deverá contar com o concurso de assistentes sociais e, principalmente, de
psicólogos. Por sua vez, ao advogado que milita na área do direito de família,
quando procurado pelo genitor alienante para a defesa de seus direitos, tarefa de
menos dificuldade e importância não lhe é destinada. Quando está patente o
processo de alienação parental, promovido pelo progenitor alienante, não se permite
aos advogados em nome de uma suposta defesa de seus direitos, prejudicar aquele
que é, em tais casos o interesse maior a ser protegido: o do menor. Em tais situações,
a recusa ao patrocínio da causa do progenitor alienante impõe-se, também por força
do comando constitucional que erige à condição de dever da sociedade – e, por
conseguinte, de todo e qualquer cidadão, assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade o direito a convivência familiar.” (p.168)

Quanto ao papel do juiz ela ainda afirma que:

“Uma vez identificado o processo de alienação parental, é importante que o Poder


Judiciário aborte seu desenvolvimento, impedindo, dessa forma, que a síndrome
venha a se instalar. Via de regra, até por falta de adequada formação, os juízes de
família fazem vistas grossas às situações que, se examinadas com um pouco mais de
cautela, não se converteriam em exemplos do distúrbio ora analisado. É imperioso
que os juízes se dêem conta dos elementos identificadores da alienação parental,
determinando, nesses casos, rigorosa perícia psicossocial, pra então ordenar as
medidas necessárias para a proteção do infante.” (pág. 166-167)
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Como foi possível observar, não cabe ao juiz e nem ao advogado diagnosticar
a síndrome, porém, é imperioso que haja uma equipe multidisciplinar composta por
assistentes sociais e psicólogos para que estes possam auxiliar o juiz e,
posteriormente, embasar a decisão que poderá ser proferida no fim do processo.

3. Metodologia

Este trabalho tem como base em seus objetivos o método de pesquisa


exploratório-explicativa, visto que pretende proporcionar maior familiaridade com o
tema abordado (fenômeno) com o intuito de torná-lo mais explícito e identificar os
fatores que contribuem e/ou determinam tais fenômenos. E, com base nos
procedimentos técnicos, este projeto se utilizará de pesquisa bibliográfica baseada
em material já elaborado como: periódicos, artigos científicos, livros, etc.

4. Cronograma

Atividades/Períodos Fevereiro Março Abril Maio Junho

Escolha do tema X

Pesquisa X X
bibliográfica

Pesquisa de campo

Escrita do projeto X X

Entrega do projeto X

Redação do artigo X X

Impressão do X
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Apresentação do X
banner

Entrega do artigo X

5. Referências

 ELSHOULZ, Arret. Alienação Parental. 2000. Disponível


em:<http://www.isonet.fr/stop/cour_europeen2.html>. Acesso em: 25 de Fev. 2011.

 FONSECA, Priscila Maria Pereira Corrêa Da. Síndrome de Alienação Parental. Revista
de Pediatria. São Paulo, 28, n.3, p.162-8, 2006.

 GARDNER, Richard A. Family therapy of the moderate type of parental alienation.


1999. Disponível em:<http://www.rgardner.com/refs/or2.html>. Acesso em: 2 Mar. 2011.

 GARDNER, Richard A. March, 2000 addendum. 2000. Disponível em:


<http://www.rgardner.com/refs/addendum2.html>. Acesso em: 20 Mar. 2011.

 GARDNER. Richard A. The Parental Alienation Syndrome. 1992. Second edition,


1998.
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 LAMONTAGNE, Huben Van Gijseghen. Us et abus - de la mise em mots em matière


d’abuse sexuel. Meridien, 1998.

 LOWENSTEIN, L.F. Parental alienation syndrome, a two steps approach toward a


solution. 1998. Disponível em:<http://www.fact.on.ca/info/pas/lowen98.htm. Acesso em:
20 Mar. 2011.

 PINHEIRO, Vera Lúcia Andersen. Editorial – Síndrome de alienação parental. Revista


do Cao Cível, Pará, 15, n.11, p.7-9, Jan-Dez,2009.

 BRASIL. Decreto-lei nº 12.318, 26 de Agosto de 2010. Diário Oficial da União.


Publicado em 27 de Agosto de 2010.

 XAXÁ, Igor Nazarovicz. A síndrome de alienação parental e o Poder Judiciário. 2008,


77p. Trabalho de conclusão de curso. (graduação). Universidade Paulista, Brasília.
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