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substantivo feminino
[Psicologia] Estado da pessoa que, tendo sido educada em condições sociais determinadas,
se submete cegamente aos valores e instituições dadas, perdendo assim a consciência de
seus verdadeiros problemas.
expressão
Alienação Parental. Situação em que um dos progenitores é impedido de estar com o(s)
filho(s), sendo afastado do convívio com a criança.
É muito difícil lidar com casos nos quais os genitores não conseguem dialogar para resolver
as questões dos filhos e, com todos os tumultos oriundos da disputa pela guarda ou
convivência com a criança, efeitos e consequências aparecem, sendo um deles a prática de
alienação parental.
Casos de alienação parental são mais comuns do que se imagina, não sendo difícil deparar-
se atualmente com pais ou mães que estimulam o filho a repudiar o outro pai alienado. Nos
conflitos envolvendo alienação parental, a criança deve ser protegida.
Este tema é objeto de muitas discussões nos dias atuais, vez que os casos que chegam às
Varas de Família são recorrentes e demandam muita cautela ao serem analisados, pois a
maioria dos problemas relativos à alienação parental não é de cunho jurídico, tratam antes,
de questões emocionais ou psicológicas.
O psiquiatra infantil Richard GARDNER foi quem criou o termo “síndrome da alienação
parental”, através de estudos realizados na área da psiquiatria forense, avaliando crianças
de famílias em situações de divórcio[1].
GARDNER descreveu a síndrome como sendo: “um distúrbio infantil, que surge,
principalmente, em contextos de disputa pela posse e guarda de filhos. Manifesta-se por
meio de uma campanha de difamação que a criança realiza contra um dos genitores, sem
que haja justificativa para isso.” [2]
A Lei 12.318 de 2010 dispõe acerca da alienação parental, conceituando-a em seu artigo 2º:
“Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança
Sabe-se que há uma intensa discussão e uma corrente que vem crescendo de pessoas que
são contra a lei de alienação parental (Lei 12318/2010). Porém, o que se vê na prática é
que, existem vários tipos de situação. Por exemplo, de um lado, estão os genitores que
alegam a prática de alienação parental – quando ela não existe – para tentarem se livrar de
alguma acusação. De outro, existem os casos nos quais os genitores, sem justificativa
razoável para tanto, tentam impedir o contato do filho com o outro (muitas vezes por não
terem resolvidos as questões emocionais relativas à separação).
Ambas as situações podem ser prejudiciais aos filhos e caberá ao magistrado responsável
pelo julgamento da ação, com o auxílio da equipe interdisciplinar (assistentes sociais e
psicólogos), verificar as circunstâncias de casa caso para avaliar quais medidas são
possíveis em cada situação.
A observação de comportamentos, tanto dos pais, avós ou outros responsáveis, quanto dos
filhos, pode indicar a ocorrência da prática. No caso das crianças e dos adolescentes
submetidos à Alienação Parental, sinais de ansiedade, nervosismo, agressividade e
depressão, entre outros, podem ser indicativos de que a situação está ocorrendo. No caso
dos pais, avós ou outros responsáveis, a legislação aponta algumas condutas que
caracterizam a Alienação Parental.
Tão logo seja identificada, a prática deve ser coibida e devem ser adotadas as medidas para
a preservação da integridade psicológica da criança, sendo importante o acompanhamento
psicológico de todos os envolvidos, podendo a questão ser tratada no âmbito judicial.
Neste sentido, o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas
provisórias necessárias para a preservação da integridade psicológica da criança ou do
adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com o genitor prejudicado ou
viabilizar a efetiva aproximação entre ambos, se for o caso. Se for verificado indício de
ocorrência da prática, o juiz poderá determinar a elaboração de laudo da situação, feito a
partir de perícia psicológica ou biopsicossocial.
A legislação prevê que seja assegurada aos filhos a garantia mínima de visitação assistida,
exceto nos casos em que sejam identificados possíveis riscos à integridade física ou
psicológica da criança ou do adolescente. Tanto os pais quanto os filhos são, ainda,
encaminhados para acompanhamento psicológico realizado por profissionais
especializados.
Se você está passando por uma situação semelhante e já tentou várias alternativas, mas
nada resolveu o problema, talvez seja o momento de pensar em buscar ajuda judicial, uma
vez que a prática da alienação parental é prejudicial à formação psicológica e afetiva de
crianças e adolescentes.
Para tanto, basta que realize um requerimento (podendo ser de ofício também) em qualquer
momento processual, em ação autônoma ou incidental. O processo terá tramitação
prioritária e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas
provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do
adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximação entre ambos, se for o caso”.
Amanda afirma que, nesses casos, o juiz poderá, dependendo da gravidade da prática,
“declarar ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; ampliar o regime de
convivência familiar em favor do genitor alienado; estipular multa ao alienador; determinar
acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; determinar a alteração da guarda para
guarda compartilhada ou sua inversão; determinar a fixação cautelar do domicílio da c riança
ou adolescente e declarar a suspensão da autoridade parental”. Além disso, a advogada
ressalta que o alienante poderá ser processado penalmente pela prática do crime de
denunciação caluniosa ou de comunicação falsa de delito ou de contravenção, de acordo
com o caso específico.
Amanda ainda afirma que, com o objetivo de atuar contra a prática de alienação parental,
“há um projeto de lei em tramitação (PL 4488/2016), que, se aprovado, tornará o ato de
alienação parental crime passível de reclusão de três meses a três anos, com pontuais
agravantes”.
A Síndrome da Alienação Parental (SAP) não se confunde com a Alienação Parental (AP).
A partir dessa constatação, Dias (2013) postula que “síndrome” significa distúrbio e, no caso
da SAP, engloba os sintomas resultantes da prática que os menores foram vítimas, de
extremada reação emocional em relação a um dos genitores. Logo a “alienação” são os atos
que excitam certa campanha desmoralizadora induzida pelo “alienante”, que nem sempre é
o guardião. Chama-se de “alienado” tanto o pai quanto o filho vítimas desta prática.
A SAP geralmente decorre da AP, ou seja, enquanto a AP tem como objetivo o afastamento
da criança de um genitor através de procedimentos desonestos da titular da guarda, a
Síndrome, por sua vez, diz respeito às questões emocionais, aos prejuízos e consequências
que o filho alienado vem a sofrer Pinho (2007, apud SOUZA, 2014).
De acordo com Silva (2011) a alienação parental define o ato de levar a criança a
abandonar o pai/mãe alvo de críticas, através de comportamentos de menosprezo até a
odiosidade ou acusações de abuso sexual, influenciados pelo outro componente do par
parental. Já a Síndrome da Alienação Parental engloba os sintomas que a vítima pode vir ou
não a exibir, resultante dos atos de alienação parental.
Da mesma forma Darnall (1997 apud SOUSA 2010) afirma que a alienação parental é o
procedimento que pode dar seguimento à acomodação da Síndrome da Alienação Parental.
Enquanto esta última é referente à criança, a qual exibe extremo desinteresse ao genitor
nãotitular da guarda, a alienação parental refere-se à ação consciente ou não, realizada por
um dos pais, geralmente o guardião, tendo como objetivo separar a criança do outro
responsável. Ainda, de acordo com o autor, contrariamente ao que ocorre na SAP, a AP é
um procedimento reversível, principalmente quando o filho alienado é afastado do lar do
genitor alienador. Por outro lado, se a criança continuar com este, pode desenvolver a
Síndrome, e neste caso, o autor supracitado afirma que menos de 5% das crianças
conseguem se restaurar da patologia.
Fonseca (2007 apud SOUZA, 2014) relata que a Síndrome refere-se ao comportamento do
VELLY, Ana Maria Frota. Alienação Parental: uma visão jurídica e psicológica. Publicado em
24 de ago. 2010. Disponível em: <www.ibdfam.org.br/impressao.php?t=artigos&n=666>.
Acesso em: 01/10/2016.
BASTOS, E.F, A. F. L. (2008) (Coord.). Família e Jurisdição II. Ed. Del Rey. p.15- 19. Belo
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BRASIL. Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010. Presidência da República Casa Civilart. 236
da Lei LEI No 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010. Acesso em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12318.htm
DIAS, M.B. et. Al. Incesto e alienação parental: realidades que a justiça insiste em não ver.
São Paulo: Revista dos Tribunais,2013.
FONSECA, P. M. P. C Da. (2006). Síndrome de alienação parental. Pediatria, v.28, n.3, São
Paulo, SP.
https://bdjur.stj.jus.br/jspui/bitstream/2011/70419/papel_mediador_identificacao_mazzoni.pdf
SILVA, D. M. P. (2006), Psicologia Jurídica no processo Civil Brasileiro. 1.ed P. 123 – 130.
São Paulo, SP.
SOUZA, A.M. (2010) Síndrome da Alienação Parental: um novo tema nos juízos da
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parental: realidades que a Justiça insiste em não ver: São Paulo: Revista dos tribunais.
VELLY, Ana Maria Frota, (2010). A Síndrome da Alienação Parental: uma Visão Jurídica