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MICHEL FOUCAULT

1926-1984
Infância e Aprendizado Acadêmico

 Nasceu na França em uma família de classe média, teve uma série de


dificuldades de relacionamento com seu pai, o qual o internou com 22 anos
acusando-o de estar louco após uma tentativa de suicídio.
 Acabou iniciando no curso de filosofia e foi orientado por Jean Hippolite e
Louis Althusser.
 Atuou como diplomata cultural e ao voltar para a França publicou sua
primeira obra intitulada “A História da Loucura”.
 Depois acabou por publicar obras muito significativas como: “O nascimento
das Clínicas” e “As palavras e as Coisas”
 Mais tarde quando ingressou no Collége de France como professor publicou “A
Arqueologia do Saber”, “Vigiar e Punir” e “História da Sexualidade”.
 Onde analisou as mudanças e os diferentes discursos de poder na evolução da
sociedade.
As Instituições Disciplinares

 Como as instituições disciplinares exercem o poder sobre os indivíduos?


 Ele destacou a grande semelhança nos modos de tratamento dado ou
infligidos aos grandes grupos de indivíduos que constituem os limites do grupo
social: os loucos, prisioneiros, alguns grupos de estrangeiros, soldados e
crianças.
 Ele acredita que, em última análise, eles têm em comum o fato de serem
vistos com desconfiança e serem excluídos por uma regra em confinamento
com instalações seguras, especializadas, construídas e organizadas em
modelos semelhantes (asilos, presídios, quartéis, escolas), inspirados no
modelo monástico; instalações que ele chamou de "instituições disciplinares".
A Loucura
 Como a sociedade modifica seus conceitos ao longo do tempo?
 Na idade média até o século XV as sociedades viam os loucos como visionários;
os loucos vagavam livres pela sociedade, os mesmos estavam próximos aos reis,
servindo até de conselheiros.
 No Renascimento, a loucura é vista como “uma das formas da razão”, ou seja,
um saber fechado, esotérico, que produz e manifesta a realidade de outro
mundo e nos entrega o homem essencial, que em sua natureza íntima é furor e
paixão.
 Com as mudanças da idade clássica as relações sociais passaram a aumentar o
seu número de relacionamentos nas cidades crescentes e com isso os loucos
passaram a ter um condicionamento muito distinto do anterior, sendo que agora
os mesmos deveriam ser enclausurados, pois apresentavam um risco para a
sociedade, pois eram vistos como criminosos.
 No século XVIII em diante a loucura passa a ser estudada, principalmente com a
influencia do iluminismo na maneira de encarrar a realidade, e a loucura passa a
ser um dos assuntos nas pautas médicas. Assim o louco é tratado como um
doente mental que necessita de cuidados médicos.
 Percebam como a cultura da sociedade em cada tempo, acaba por ter seus
A História da Loucura

 Estudando a mutação das técnicas penais no final do século XVIII que ele pôde
analisar a emergência de uma nova forma de subjetividade constituída pelo
poder: “o que se observa nas margens se constrói no centro”.
 A história, segundo Foucault nos cerca e nos delimita:
 Ela não diz o que somos, mas do que estamos nos diferenciando;
 Ela não estabelece nossa identidade, mas a dissipa em proveito do outro que
somos.
 Em resumo, a história é o que nos separa de nós mesmos.
O Poder

 A ontologia de Foucault é uma experiência, um exercício sobre os


limites do nosso presente, a experimentação dos nossos limites, a
forma paciente da "nossa impaciência pela liberdade", o que explica o
seu interesse pelo tema da relação de poder entre o institucional e o
indivíduo - e por uma certa ideia da subjetivação. Esse poder funda a
constituição de saberes e é, por sua vez, fundado por eles: é a noção
de "saber-poder".
 É preciso considerar que o sujeito que conhece, os objetos a conhecer
e as modalidades de conhecimento são, de fato, efeitos dessas
implicações fundamentais do poder-saber e de suas transformações
históricas
Poder-saber

 "Não há relações de poder sem a constituição correlata de um campo


de saber, nem há saber que não suponha e constitua, ao mesmo
tempo, relações de poder... Portanto, essas relações de "poder-saber"
não devem ser analisadas a partir de um sujeito de conhecimento,
que seria livre ou não em relação ao sistema de poder; ao contrário, é
preciso considerar que o sujeito que conhece, os objetos a conhecer e
as modalidades de conhecimento são, de fato, efeitos dessas
implicações fundamentais do poder-saber e de suas transformações
históricas. Em resumo, não é a atividade do sujeito de conhecimento
que produziria um saber útil ou resistente ao poder, mas o poder-
saber, os processos e as lutas que o perpassam e pelas quais ele é
constituído, que determinam as formas e as áreas possíveis do
conhecimento".
Biopoder
 O Biopoder não é apenas biológico, mas entendido como toda a vida: a vida
de indivíduos e povos como a sua sexualidade, como afeta alimentos e por
consequência a saúde, a recreação como produtividade econômica - como
entre os mecanismos de poder ele se torna uma questão-chave para a
política.
 “O homem há milênios, permaneceu o que era para Aristóteles: um animal
vivo, e mais capaz de existência política, o homem moderno é um animal cuja
política coloca sua vida, o estar vivo em questão.”
 O problema político é, portanto, aquele que investe sobre o corpo aparelhos
de micropoder e, silenciosamente, inventam formas de dominação, mas que
pode também oferecer a oportunidade para novas possibilidades de vida.
 O poder de morrer e deixar viver foi substituído pelo biopoder que é viver e
deixar morrer, do estado de bem-estar: segurança social, seguros, etc.
A Subjetividade

 "Os problemas políticos, éticos, sociais e filosóficos que enfrentamos hoje não
são para tentar libertar o indivíduo do Estado e das suas instituições, mas
libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que se refere.
Temos que promover novas formas de subjetividade.”
 O problema do desejo e objeto de controle são o cerne da questão da
subjetividade.
 Nos últimos anos de vida Foucault passou a se interessar por elementos mais
periféricos do sistema total, isto é, passou a estudar os locais onde a lei é
efetivada realmente. Hospitais psiquiátricos, forças policiais, etc. são os
locais preferidos do pensador para a compreensão das forças reais em ação e
com as quais devemos realmente nos preocupar, compreendermos e buscar
renovar nossos conhecimentos constantemente.
A Lei e a Verdade

 Segundo Foucault, devemos compreender que a lei é uma verdade


"construída" de acordo com as necessidades do poder, em suma, do sistema
econômico vigente, sistema atualmente, preocupado principalmente com a
produção de mais-valia econômica e mais-valia cultural, tal como explicado
por Guattari (1993).
 O poder em qualquer sociedade precisa de um delimitação formal, precisa ser
justificado de forma abstrata o suficiente para que seja introjetado
psicologicamente, a nível macro social, como uma verdade a priori, universal.
Desta necessidade, desenvolvem-se as regras do direito, surgindo, portanto,
os elementos necessários para a produção, transmissão e oficialização de
"verdades". "O poder precisa da produção de discursos de verdade!
Panóptico

 Figura do panóptico (projeto arquitetônico de prisão inventado por Jeremy


Bentham e destinada a garantir que todos os prisioneiros possam ser vistos a
partir de uma torre central) como um paradigma da evolução da nossa
sociedade
O Panóptico
 Pan: unificação Óptico: visão
 Uma visão unificada de toda a prisão.
 De uma certa forma, hoje uma visão unificada da sociedade através das
câmeras instaladas, tanto nas áreas públicas como privadas onde o controle é
feito através da tecnologia de uma maneira impessoal é amplamente
utilizado.
 O poder, portanto, é visível, pois o detento sempre verá a torre central, que é
inverificável, pois o detento nunca saberá se está de fato sendo vigiado. Sua
essência, assim, repousa na centralidade da situação do inspetor, combinada
com as mais eficazes ferramentas para ver sem ser visto. É por meio dessa
técnica que a sociedade regula seus membros. Segundo Foucault, o Panóptico
não apenas aumenta o poder das autoridades, como também induz os
indivíduos a internalizar aqueles que os vigiam, garantindo o funcionamento
automático do poder. “Nossa sociedade não é de espetáculos, mas de
vigilância. Não estamos nem nas arquibancadas nem no palco, mas na
máquina panóptica, investidos por seus efeitos de poder que nós mesmos
renovamos, pois somos suas engrenagens”.
Estamos sendo sempre vigiados?

 Para Foucault estamos sendo constantemente vigiados.

 Muitas vezes nos preocupamos mais em seguir as normas do que as próprias


leis.

 “Nossa sociedade não é de espetáculos, mas de vigilância.”

 Na atualidade a tecnologia contribui para a vigilância contínua.

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