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Gabriela Kossmani
Geovanna Fernandesii
Marcia Braiaiii
Sheila Souzaiv
Resumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar as relações de poder e saber em
Foucault, salientar que a partir do embate dessas relações produz conhecimento.
Entendendo a diferença entre o poder em suas malhas para Foucault e uma
ideologia de poder para Marx. O desenvolvimento dos dispositivos de poder, para a
subjetivação do sujeito, o processo adotado em instituições sociais para o controle,
disciplinando cada ser humano, ao mesmo tempo em que criam uma ilusão de
liberdade para as pessoas, mesmo que sejam controladas, inclusive em sua
privacidade.
Palavras-chave: Poder. Saber. Ideologia. Disciplina.
Resumen
El presente artículo tiene como objetivo presentar las relaciones de poder y saber
em Foucault, mostrar que el contraste de estas relaciones produce conocimiento.
Una comprensión entre el poder en sus mallas para Foucaul e una ideologia de
poder para Marx. El desarollo de los dispositivos de poder, para la subjetividad del
sujeto, el proceso adoptado en las instituciones sociales para el control,
disciplinando a cada ser humano, que al mismo tiempo crea una ilusión de libertad
para las personas y a la par son controladas, incluso en su espacio de privacidad.
Trata-se, de captar o poder nas formas cada vez menos jurídicas, que
possam ser expressas fora do âmbito das normalizações, ultrapassando os aparatos
e os esquemas repressivos. A rede tentacular que ocupa a esfera do mundo vivido é
o espaço que leva à tona as análises de Foucault, retirando o poder do seu centro,
entendendo-o como realmente é, a forma como é exercido, seu modo de atuação e
a maneira de transformar os indivíduos e produzir conhecimento.
Para Foucault o discurso tem uma ordem própria, uma organização
imanente, um sistema de regras através das quais seus elementos constitutivos se
relacionam; “A ordem é ao mesmo tempo aquilo que se oferece nas coisas como
sua lei interior, a rede secreta segundo a qual elas, de uma certa forma, se olham
entre si e que só existe através do crivo de um olhar de atenção, de uma linguagem”
(FOUCAULT, 1999, p.16). Trata-se tanto da ordem interna ao discurso, quanto da
ordem externada pelo discurso: O discurso é uma palavra da ordem e de ordem.
O objetivo do filosofo com este eixo, é revelar que o saber tanto efetiva uma
ordem no campo social, quanto é produzida por essa mesma necessidade de
organizar, disciplinar e controlar aquilo que pode ser dito e visto dentro de uma
sociedade. Procedimento relacionado a uma série de enunciados que permitem, por
exemplo, que determinada sociedade possa selecionar, induzir, derivar, ampliar,
limitar ou até mesmo excluir “bons discursos” dos maus.
O conhecimento, como instância discursiva produz se na diástole entre dito
e não dito entre a interdição e a licença da palavra. Tal dinâmica revela como o
saber é indissociável de uma luta política constante que há uma vontade um desejo
que pulsa de uma muda na história do saber. O saber não é apenas dominação,
depois a palavra poder não traz em si uma conotação exclusivamente negativa.
A linguagem torna-se algo capaz de dizer a verdade e não de fazê-la, ou
produzir. Ela perde então seu caráter persuasivo e sua dimensão retórica essencial
para se tornar neutra e capaz de espelhar plenamente o mundo. Mas questiona-se
Foucault, o que se diz nesta transformação entre a função da verdade se não uma
vontade de saber. O filósofo sustenta a possibilidade de diferentes abordagens para
situar o sujeito em sua relação com a verdade. (WEIZENMANN: 2013, p.33).
Foucault diz que a verdade não existe fora do poder ou sem poder. A
verdade é deste mundo; ela é produzida nele, graças a múltiplas coerções e nele
produz efeitos regulamentados de poder. Cada sociedade tem seu regime de
verdade, sua “política geral” de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela acolhe e
faz funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instancias que permitem
distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sanciona uns e
outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da
verdade; o estatuto daqueles que têm o encargo de dizer o que funciona como
verdadeiro.
O estudo dessa relação entre saber e poder é que estrutura
esquematicamente toda a análise de Foucault. Seus escritos são baseados
principalmente nesses dois processos que se completam: uma arqueologia do saber
e uma genealogia do poder. Seu primeiro procedimento e denominado arqueológico,
porque procura as camadas fundamentais, configuradoras do saber ocidental
contemporâneo. Essas camadas não são, contudo, uniformes e contínuas; segundo
Foucault, a análise dessas regularidades discursivas presentes nos saberes
formadores de uma determinada época traz à tona uma descontinuidade, que
apresentam os discursos relacionando-se de forma dinâmica.
Ao afirmar a relação poder e saber, Foucault cria uma definição nova que
garante que o poder do discurso pode funcionar negativamente, distorcendo a
verdade e garantindo a dominação do poder opressor. Essa forma de “ameaça” se
dá através do saber. Mas, qual o perigo que a liberdade do discurso pode trazer? É
nessa dúvida que a teoria do filósofo aposta e vai se desenvolver. Para começarmos
uma compreensão faz-se necessário um olhar sobre a questão do saber e o
conceito de vontade de verdade.
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