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Direito Processual do Trabalho

Professor: Rogério Dias


@profrogeriodias
1. Amanda ajuizou reclamação trabalhista contra a Sociedade Empresária Brinquedos Infantis Ltda., na
qual atuou como caixa durante 7 meses. A reclamada foi citada e apresentou defesa sem sigilo no
sistema Pje, com os documentos correspondentes, 2 dias antes da audiência. No dia da audiência, feito
o pregão, a juíza tentou a conciliação entre as partes, sem sucesso. Então, recebeu formalmente a
defesa e deu vista à advogada da autora. Após analisar a contestação em mesa, a advogada de
Amanda pediu a palavra pela ordem e requereu a desistência da reclamação trabalhista, com o que
não concordou o advogado da reclamada. Considerando a situação e as normas previstas na CLT,
assinale a afirmativa correta.
A) A desistência pode ser homologada, porque requerida antes do início da instrução.
B) O requerimento deve ser homologado pelo magistrado, uma vez que a desistência jamais depende da
concordância do reclamado.
C) A desistência não poderá ser homologada, porque tendo a contestação sido oferecida, a desistência
depende da concordância do reclamado.
D) O requerimento não pode ser atendido, porque tanto a desistência quanto a renúncia dependem de
aquiescência do reclamado se a defesa tiver sido apresentada sem sigilo.
Art. 841 CLT. (...)
§ 3o Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o
consentimento do reclamado, desistir da ação.
2. Em 7 de fevereiro de 2022 (uma segunda-feira), Carlos ajuizou reclamação trabalhista pelo rito
ordinário contra a Sociedade Empresária Calçados Ícaro Ltda., postulando vários direitos que afirma
terem sido lesados ao longo dos 3 (três) anos nos quais trabalhou na empresa. A Vara para a qual o
processo foi sorteado é extremamente organizada, tendo comprovadamente ocorrido a citação em 9
de fevereiro (quarta-feira) e designada a audiência una para o dia 11 de fevereiro (sexta-feira). Todos
os dias da referida semana são úteis. Diante dos fatos e do que dispõe a CLT, assinale a afirmativa
correta.
A) A audiência deve ser remarcada, se houver pedido do reclamado, porque não se observou prazo
mínimo de 5 (cinco) dias úteis contados da citação.
B) A Justiça do Trabalho deve primar pela celeridade, daí porque a designação de audiência breve é
válida, pois respeitado o prazo legal de 48 (quarenta e oito) horas.
C) Inválida a data marcada para a audiência porque a Lei determina um interregno mínimo de 8 (oito)
dias úteis contados da citação.
D) Se a audiência fosse na modalidade presencial não seria válida pelo curto espaço para deslocamento,
mas se fosse telepresencial seria válida.
Art. 841 CLT. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48
(quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado,
notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a
primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
3. Duas irmãs costureiras trabalharam juntas em uma confecção. A mais velha era empregadora da
mais nova, que gerenciava a atividade. Devido a um desentendimento em família, a irmã mais nova foi
dispensada. Em decorrência da relação fraternal, chegaram a um bom termo sem a necessidade de
ajuizamento da demanda. Porém, por segurança de ambas, gostariam de ver garantidos,
judicialmente, os termos do acordo e procuraram você, como advogado consultor. Diante disso,
observados os termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
A) Deverá ser distribuída uma petição requerendo a homologação de acordo extrajudicial, sendo que as
partes deverão obrigatoriamente estar representadas por advogado, ainda que comum.
B) Deverá ser ajuizada uma ação trabalhista e realizado um acordo na primeira audiência, vigorando o jus
postulandi.
C) Deverá ser distribuída uma petição requerendo a homologação de acordo extrajudicial, sendo que as
partes não precisarão estar representadas por advogado, em razão do jus postulandi.
D) Deverá ser distribuída uma petição requerendo a homologação de acordo extrajudicial, sendo que as
partes deverão obrigatoriamente estar representadas por advogados distintos.
Art. 855-B CLT. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.

§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.

§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.


4. Wilma foi dispensada sem justa causa e recebeu a indenização correspondente do ex-empregador.
Ela, no entanto, alega ter direito a uma equiparação salarial com um colega que realizava as mesmas
atividades. Em razão disso, Wilma procura você, como advogado(a), e, com sua assessoria, dá início a
um acordo extrajudicial com o ex-empregador. O acordo é materializado em documento, especificando
o valor e a identificação da parcela, sendo assinado pelas partes e seus respectivos advogados, e
levado à Justiça do Trabalho para homologação. Contudo, a juíza do caso nega-se a homologar o
acordo, argumentando que ele seria lesivo à trabalhadora, proferindo decisão nesse sentido. Diante
disso, e de acordo com a norma legal, assinale a opção que indica a medida processual adequada para
buscar a reforma da decisão proferida.
A) Não há medida cabível, por se tratar de decisão interlocutória.
B) Recurso Ordinário.
C) Mandado de Segurança.
D) Novo pedido de homologação de acordo extrajudicial idêntico, mas agora dirigido para outra Vara.
Art. 855-D CLT. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o
acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.
5. Maurício ajuizou reclamação trabalhista, em agosto de 2021, contra a sua ex-empregadora, a
sociedade empresária Sorvetes Glacial Ltda., postulando o pagamento de horas extras e verbas
resilitórias. No dia da audiência inaugural, feito o pregão com pontualidade, o autor compareceu
acompanhado de seu advogado, estando ainda presente o advogado da empresa, mas ausente o
preposto. O advogado do réu requereu que se aguardasse o prazo de 15 minutos, mas diante da
negativa do advogado do autor, que não concordou em aguardar, teve início a audiência. O advogado
do autor requereu a aplicação da revelia e o advogado do réu informou que havia protocolizado defesa
com documentos pelo processo judicial eletrônico (PJe), requerendo que fossem recebidos. Diante da
situação e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
A) Deverá ser aplicada a revelia em razão da ausência do preposto e desprezada a defesa.
B) Há nulidade do ato porque a CLT determina que se aguarde a parte até 15 minutos após o horário
designado.
C) Sendo a CLT omissa a respeito, caberá ao juiz definir se haverá revelia ou remarcação da audiência.
D) A defesa e os documentos apresentados devem ser aceitos.
Art. 844 CLT. (...)
§ 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a
contestação e os documentos eventualmente apresentados.
6. Melissa era uma empregada terceirizada do setor de limpeza que atuou durante todo o seu contrato
em uma sociedade de economia mista federal, que era a tomadora dos serviços (contratante). Após ter
sido dispensada e não ter recebido nem mesmo as verbas resilitórias, Melissa ajuizou reclamação
trabalhista contra o ex-empregador e contra a sociedade de economia mista federal, requerendo desta
a responsabilidade subsidiária por ser tomadora dos serviços. O volume dos pedidos de Melissa
alcança o valor de R$ 17.000,00. Considerando os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
A) A ação tramitará pelo procedimento sumaríssimo, de modo que Melissa poderá conduzir, no máximo,
duas testemunhas.
B) Diante do valor dos pedidos formulados, a reclamação deverá se submeter ao rito sumário e, da
decisão que vier a ser proferida, não caberá recurso.
C) A reclamação adotará o rito especial misto e será possível a citação por edital caso o ex-empregador
não seja localizado na fase de conhecimento.
D) A demanda observará rito ordinário, independentemente do valor do pedido de Melissa, pois um dos
réus é ente público.
Art. 852-A CLT. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário
mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento
sumaríssimo.

Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a


Administração Pública direta, autárquica e fundacional.

Art. 852-H CLT. (...)


§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de
instrução e julgamento independentemente de intimação.
7. Após ser alvo de um inquérito civil junto ao Ministério Público do Trabalho – MPT, tendo sido
investigada pela prática de suposta irregularidade, a sociedade empresária Vida Global assinou um
Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPT para sanar o problema e evitar a judicialização daquela
situação, o que poderia abalar sua credibilidade perante os investidores nacionais e estrangeiros.
Ocorre que a sociedade empresária não cumpriu o que foi estipulado no TAC, seja no tocante à
obrigação de fazer, seja no pagamento de multa pelo dano moral coletivo. Diante dessa situação, e de
acordo com os termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
A) O parquet deverá propor execução de título judicial.
B) O MPT deverá ajuizar execução de título extrajudicial.
C) A ação própria para a cobrança será o inquérito judicial.
D) O MPT deverá propor reclamação trabalhista pelo rito ordinário.
Art. 876 CLT. As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com
efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados
perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as
Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.
Direito do Trabalho
Professor: Rogério Dias
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1. A sociedade empresária Mangiare Bene, do ramo de serviços de alimentação, tem um plano de expansão em
que pretende assumir as atividades de outros restaurantes, passando a deter a maioria do capital social destes.
Preocupada com os contratos de trabalho dos futuros empregados, ela consulta você, na condição de advogado(a).
Em relação à consulta feita, considerando a CLT em vigor, assinale a afirmativa correta.
A) A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da sociedade não afetará os contratos de trabalho dos
respectivos empregados, mas, em caso de sucessão de empregadores, as obrigações trabalhistas, inclusive as
contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do
sucessor.
B) A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos
respectivos empregados, mas, operando-se a sucessão de empregadores, as obrigações trabalhistas contraídas à
época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida serão de responsabilidade desta; já as
obrigações trabalhistas posteriores à sucessão são de responsabilidade do sucessor.
C) Em caso de comprovação de fraude na sucessão de empregadores, a empresa sucessora responde como
devedora principal, e a sucedida responderá subsidiariamente.
D) Em caso de sucessão trabalhista, esta implicará novação dos contratos de trabalho dos empregados admitidos
antes da sucessão, de modo que poderão ocorrer alterações contratuais pelo atual empregador por se entender
como novo contrato, respeitado apenas o tempo de serviço.
Art. 10 CLT. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados.

Art. 448 CLT. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os
contratos de trabalho dos respectivos empregados.

Art. 448-A CLT. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts.
10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em
que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do
sucessor.

Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar
comprovada fraude na transferência.
2. Sua cliente é uma empresa do setor calçadista com sede em Sapiranga, no Rio Grande do Sul, e lhe
procurou indagando acerca da possibilidade de transferir alguns empregados para outras localidades.
Diante disso, considerando o texto da CLT em vigor e o entendimento jurisprudencial consolidado do
TST, assinale a afirmativa correta.
A) O empregado com contrato de trabalho no qual consta cláusula expressa de transferência decorrente
de comprovada real necessidade de serviço obrigatoriamente deve aquiescer com a transferência, sendo
tal concordância requisito indispensável para a validade da transferência.
B) Apenas serão consideradas transferências aquelas que acarretarem, necessariamente, a mudança de
domicílio do empregado.
C) Em caso de necessidade de serviço, o empregador será livre para transferir o empregado
provisoriamente, desde que com a aquiescência deste, sendo desnecessário o pagamento de qualquer
outra vantagem ou benefício ao empregado, exceto a ajuda de custo para a mudança.
D) Havendo transferência provisória com o pagamento do respectivo adicional, as despesas resultantes
da transferência serão do empregado, uma vez que já indenizada a transferência pelo adicional
respectivo.
Art. 469 CLT. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade
diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar
necessariamente a mudança do seu domicílio .

§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de
confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando
esta decorra de real necessidade de serviço.

§ 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.

§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade


diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará
obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o
empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.

Art. 470 CLT. As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador.
3. Eduarda é auditora contábil e trabalha na sociedade empresarial Calculadora Certa Ltda., exercendo
sua atividade junto aos vários clientes do seu empregador. Por necessidade de serviço, e tendo em
vista a previsão expressa em seu contrato de trabalho, Eduarda será transferida por 4 (quatro) meses
para um distante Estado da Federação, pois realizará a auditoria física no maior cliente do seu
empregador. Considerando essa situação e os termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
A) A transferência é nula, porque o empregado tem a expectativa de permanecer em um só lugar.
B) A empregada pode ser transferida e receberá um adicional de 10% (dez por cento), que será
incorporado ao seu salário mesmo após o retorno.
C) A transferência somente será possível se houver prévia autorização judicial e, caso permitida, Eduarda
fará jus a um adicional mínimo de 50% (cinquenta por cento).
D) Eduarda poderá ser transferida e terá direito a um adicional não inferior a 25% (vinte e cinco por
cento) sobre seu salário, enquanto estiver na outra localidade.
Art. 469 CLT. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade
diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar
necessariamente a mudança do seu domicílio .

§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de
confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando
esta decorra de real necessidade de serviço.

§ 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.

§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade


diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará
obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o
empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.

Art. 470 CLT. As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador.
4. Sheila e Irene foram admitidas em uma empresa de material de construção, sendo Sheila mediante
contrato de experiência por 90 dias e Irene, contratada por prazo indeterminado. Ocorre que, 60 dias
após o início do trabalho, o empregador resolveu dispensar ambas as empregadas porque elas não
mostraram o perfil esperado, dispondo−se a pagar todas as indenizações e multas previstas em Lei
para extinguir os contratos. No momento da comunicação do desligamento, ambas as empregadas
informaram que estavam grávidas com 1 mês de gestação, mostrando os respectivos laudos de
ultrassonografia. Considerando a situação de fato, a previsão legal e o entendimento consolidado do
TST, assinale a afirmativa correta.
A) As duas empregadas poderão ser dispensadas.
B) Somente Sheila poderá ser desligada porque o seu contrato é a termo.
C) Sheila e Irene não poderão ser desligadas em virtude da gravidez.
D) Apenas Irene poderá ser desligada, desde que haja autorização judicial.
Súmula 244 do TST
GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA.
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da
indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de
estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao
período de estabilidade.
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por
tempo determinado.
5. Na reclamação trabalhista movida por Paulo contra a sociedade empresária Moda Legal Ltda., o juiz
prolator da sentença reconheceu que o autor tinha direito ao pagamento das comissões, que foram
prometidas mas jamais honradas, mas indeferiu o pedido de integração das referidas comissões em
outras parcelas (13º salário, férias e FGTS) diante da sua natureza indenizatória. Considerando a
situação de fato e a previsão legal, assinale a afirmativa correta.
A) Correta a decisão, porque todas as verbas que são deferidas numa reclamação trabalhista possuem
natureza indenizatória.
B) Errada a decisão que indeferiu a integração, porque comissão tem natureza jurídica salarial, daí
repercute em outras parcelas.
C) Correta a decisão, pois num contrato de trabalho as partes podem atribuir a natureza das parcelas
desde que haja acordo escrito neste sentido assinado pelo empregado.
D) A decisão está parcialmente correta, porque a CLT determina que, no caso de reconhecimento judicial
de comissões, metade delas terá natureza salarial.
Art. 457 CLT. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que
receber.

§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo
empregador.

§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado
seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer
encargo trabalhista e previdenciário.
6. Determinada sociedade empresária propôs, em 2022, a um grupo de candidatos a emprego, um
contrato de trabalho no qual a duração máxima seria de 30 (trinta) horas semanais, sem a
possibilidade de horas extras. Como alternativa, propôs um contrato com duração de 26 (vinte e seis)
horas semanais, com a possiblidade de, no máximo, 6 (seis) horas extras semanais. Um dos candidatos
consultou você, na qualidade de advogado(a), sobre os contratos de trabalho oferecidos. Assinale a
opção que apresenta, corretamente, sua resposta.
A) Os dois casos apresentam contratos de trabalho em regime de tempo parcial.
B) No primeiro caso, trata-se de contrato de trabalho em regime de tempo parcial; no segundo, trata-se
de contrato de trabalho comum, dada a impossibilidade de horas extras nessa modalidade contratual.
C) Os dois casos não são contratos em regime de tempo parcial, já que o primeiro excede o tempo total
de horas semanais e, o segundo, contém horas extras, o que não é cabível.
D) Não se trata de contrato por tempo parcial, pois, na hipótese, admite-se tempo inferior ao limite
máximo, quando na modalidade de regime por tempo parcial os contratos só poderão ter 30 (trinta) ou
26 (vinte e seis) horas.
Art. 58-A CLT. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a
trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja
duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas
suplementares semanais.
7. Milton possui uma fábrica de massas que conta com 23 (vinte e três) empregados. Em fevereiro de
2021, Milton conversou individualmente com cada empregado e propôs, para trazer maior agilidade,
que dali em diante cada qual passasse a marcar ponto por exceção, ou seja, só marcaria a eventual
hora extra realizada. Assim, caso a jornada fosse cumprida dentro das 8 (oito) horas diárias, não
haveria necessidade de marcação. Diante da concordância, foi feito um termo individual para cada
empregado, que foi assinado. Sobre a hipótese apresentada, de acordo com o disposto na CLT, assinale
a afirmativa correta.
A) O acordo é inválido, porque somente poderia ser feito por norma coletiva, e não individual.
B) O acerto é válido, porque o registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho pode ser feito
por meio de acordo individual.
C) A alteração, para ter validade, depende da homologação do Poder Judiciário, por meio de uma
homologação de acordo extrajudicial.
D) Para o acerto da marcação por exceção, é obrigatória a criação de uma comisssão de empregados,
que irá negociar com o empregador, e, em contrapartida, a empresa deve conceder alguma vantagem.
Art. 74 CLT. O horário de trabalho será anotado em registro de empregados.

§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)

§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação da hora
de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do
período de repouso.

§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará do registro
manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste artigo.

§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho, mediante
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

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