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DE AGOSTO

AULA 03
1

IMPUGNAÇÃO
À GRATUIDADE
DA JUSTIÇA

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Alterações na legislação trabalhista a respeito da


gratuidade da Justiça ainda estão tendo suas bases
sedimentadas na jurisprudência. Atualmente, temos no
texto da lei uma sistemática que, via de regra, exige
comprovação da necessidade, inclusive para o
Reclamante.

Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos


Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de
pagamento das custas e emolumentos obedecerá às
instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do
Trabalho.
[...]
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte
que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento
das custas do processo.

CPC
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da
lei.

Contudo, o § 3o  do art. 790 da CLT apresenta a


possibilidade de deferimento até mesmo de ofício
AAAAA
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àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%


do limite máximo dos benefícios do RGPS:
§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes
dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a
requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,
inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que
perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por
cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.

A observância dessa nova sistemática, constante


especificamente da CLT, deve ser exigida por parte das
empresas, principalmente. E é importante estar atento
porque a legislação veio em sentido contrário ao que
até então entendia a jurisprudência, como vemos pela
redação da Súmula 463, I do TST:

A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência


judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de
hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu
advogado, desde que munido de procuração com poderes
específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015)

Assim, a impugnação à justiça gratuita pode ser muito


necessária, sempre que for deferida fora dos padrões
claramente impostos pela legislação.

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Procedimento
para impugnação
O procedimento a ser observado para impugnar o
deferimento de justiça gratuita ao Reclamante é aquele
trazido pelo CPC, a partir do art. 100:

Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer


impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões
de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou
formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser
apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do
próprio processo, sem suspensão de seu curso.

Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com


as despesas processuais que tiver deixado de adiantar e
pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título
de multa, que será revertida em benefício da Fazenda
Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita em dívida
ativa.

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atenção!
Já tendo sido deferida a justiça gratuita ao
Reclamante quando da intimação para
apresentação de defesa, deverá ser aberto
tópico na própria contestação, como primeiro
tópico do mérito.

É possível sustentar a tese de que a prova da


necessidade deverá partir do Reclamante, já que o texto
da lei aponta nesse sentido de forma explícita. De todo
modo, se há provas disponíveis de que o Reclamante
não tem estilo de vida condizente com a necessidade
para ter deferido o benefício, vale a pena apresentar nos
autos.

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Vantagens de
apresentar a impugnação
Assim, a impugnação à justiça gratuita pode ser muito
necessária, sempre que for deferida fora dos padrões
claramente impostos pela legislação. O apontamento
bem fundamentado já dá o tom da defesa
comprometida com o processo e pode ser um bom
método de chamar o Reclamante para um acordo ou
fazê-lo desistir de alguns pedidos mais aventureiros. A
isso, por fim, se soma o fato de que a execução dos
honorários fica mais facilitada.

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2

DEFESA ORAL:
QUANDO E COMO FAZER

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Estar preparado para fazer defesa oral garante que você


não perderá a oportunidade de representar um cliente
que lhe procura de última hora, bem como pode salvar
um escritório de algum erro cometido no cadastro da
audiência na agenda ou no prazo para a apresentação
da defesa. Não importa o motivo, o bom advogado deve
ter uma noção básica do que fazer quando
surpreendido pela necessidade de defender o cliente
oralmente em audiência.

A primeira estratégia é nunca entre na sala de


audiências dizendo que não conhece o processo ou que
fará a defesa oral!

O seu objetivo ao entrar na sala de audiências, se já


alinhado com seu cliente, é tentar encerrar o processo
com um acordo que sane a questão.

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1
Sinalize para o juiz que você vê possibilidade
de realizar acordo e peça que coloquem a
Inicial na tela, caso o processo seja virtual.

2
Verifique o período do contrato, quais foram
os pedidos e o valor do último salário -
conferindo essa informação com seu cliente.

Verifique se o Reclamante tem uma proposta


e se é possível trabalhar em cima dessa

3
proposta de modo realista, ou seja, se a
proposta guarda relação com o que você viu
do processo e se seu cliente pode e está
disposto a pagar. O objetivo não é uma
condenação, mas um acordo!

4 Se o acordo não for possível, informe que


fará a defesa oral.

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Você terá 20 minutos para fazer a defesa


oral, podendo pedir alguns minutos para a
leitura da Inicial. Fundamente seu pedido no

5 art. 847, da CLT: “Não havendo acordo, o


reclamado terá vinte minutos para aduzir sua
defesa, após a leitura da reclamação, quando
esta não for dispensada por ambas as
partes.”

Se possível, peça para você mesmo digitar os

6
termos da defesa na ata, de modo que você
ganhe tempo e não precise conferir o que
está sendo registrado pelo assistente que
acompanha a audiência.

Registre um pedido de improcedência geral e

7
impugnação de todos os documentos
juntados pelo Reclamante. Afirme que a
empresa cumpriu todas as suas obrigações
ao longo do contrato de trabalho.

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8 Se houver pedido de danos morais, reforce


que o ônus probatório é do Reclamante.

Observe pedidos acessórios e faça a

9 impugnação, a exemplo de multas


convencionais, multa do art. 477, inversão do
ônus da prova, etc.

10 Registre o pedido de observância da Súmula


368 do TST sobre IR e recolhimentos
previdenciários.

11
Peça a compensação geral de tudo quanto já
pago ao Reclamante, citando a OJ 415 (horas
extras).

12 Peça a produção de todas as provas


admitidas no processo do trabalho.

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Resolução 184/2017
Art. 22. A contestação ou a reconvenção e seus respectivos
documentos deverão ser protocolados no PJe até a
realização da proposta de conciliação infrutífera, com a
utilização de equipamento próprio, sendo automaticamente
juntados, facultada a apresentação de defesa oral, na forma
do art. 847 da CLT.
(Redação dada pela Resolução CSJT n. 241, de 31 de maio
de 2019)

Há muito a ser feito DEPOIS da audiência. Você deverá


juntar uma manifestação, que pode ser apresentada a
qualquer tempo, juntando documentos que a empresa
tenha disponíveis. A juntada de documentos é possível
até o encerramento da instrução, via de regra, porém
tente fazê-lo o mais rápido possível, garantindo tempo
para que se dê vistas ao Reclamante, sem chance para
alegação de inexistência de contraditório.

O fundamento legal para a juntada de documentos após


a apresentação da defesa é o art. Art. 845, da CLT:
“O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência
acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa
ocasião, as demais provas.”

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PARE DE CORRIGIR A
INICIAL APONTANDO
INÉPCIA

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É muito comum que pedidos elaborados em ações


trabalhistas sejam verdadeiramente ineptos,
especialmente por ausência de fundamentação
específica, que justifique o pedido. Por outro lado, um
dos maiores erros estratégicos em defesas é apontar
inépcia em algum pedido da Inicial.

A questão da inépcia é tratada o art. 840 da CLT e


também no art. 330 do CPC:

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.


§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a
designação do juízo, a qualificação das partes, a breve
exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que
deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor,
a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.
[...]
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º
deste artigo serão julgados extintos sem resolução do
mérito.

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:


I - for inepta;
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;

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II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses


legais em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a
conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

Ocorre que, diante de um pedido inepto é fundamental


que o advogado da defesa se questione sobre as
vantagens estratégicas de contestar o pedido tal qual
ele foi apresentado na Inicial.

Isso porque é muito melhor se defender de um pedido


mal elaborado, do que de um pedido bem elaborado -
desde, claro, que não haja efetivamente elementos para
seu acolhimento. O pedido inepto, via de regra, fornece
ainda mais argumentos de defesa, pois é possível
apontar que, tanto é indevida a parcela pleiteada, que o
Reclamante sequer pode elaborar adequadamente seu
pedido.

Por outro lado, se o Reclamante não tem mais prazo


para ajuizar nova demanda corrigindo pedido
eventualmente julgado extinto sem resolução do mérito
(por acolhimento da inépcia), aí sim é importante que a
inépcia seja apontada na defesa, de forma clara e
objetiva.

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Estamos na reta final, quinta-feira, 19h, temos nosso
encontro final, com uma revisão geral e espaço para eu
tirar suas dúvidas. Vou te mostrar nessa aula como
continuar crescendo e se tornando referência na
elaboração de defesas trabalhistas estratégicas.

Defina agora mesmo um lembrete para essa aula


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Seguimos juntos,
Diogo Guedert

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