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CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL
CIVIL I
ESTUDO –.
MANHUAÇU-MG
OUTUBRO/2023
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FATOS IMPEDITIVOS, MODIFICATIVO E EXTINTIVO
CONCEITO
O Código de Processo Civil elenca no seu artigo 350, que o réu pode alegar fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor.
Fatos Impeditivos: são aqueles que inviabilizam o fundamento do pedido na ação do autor. È
aquele que susta o exercício de um direito de forma a impedir os efeitos deste.
Fatos Modificativos: são aqueles que modificam o direito alegado pelo autor. Por exemplo
novação, a compensação. Podem ser incluídas nessa categoria toas as formas de extinção das
obrigações, desde que a extinção seja parcial: pagamento por sub-rogação, imputação no pagamento,
pagamento por consignação, transação, novação, compensação, confusão, etc.
Fatos extintivo: são aqueles tem o poder de fulminar, quando comprovado pelo réu, a pretensão
inicial detendo ou até mesmo eliminando o direito do autor. É aquele que faz perecer o direito do
autor. A exemplo podemos citar o pagamento, ainda que em atraso, a remissão, a decadência e a
prescrição.
Fato extintivo: é aquele que tem força de fazer extinguir o direito que decorre de qualquer relação
jurídica e ao qual correspondia obrigação do réu. São exemplos o pagamento, perdão de dívida e
prescrição.
Fato impeditivo: é circunstância não elementar do fato constitutivo, mas que lhe obstacula os
efeitos. É a hipótese da incapacidade dos contratantes e da ilicitude real do objeto do contrato.
Fato modificativo: altera as condições iniciais do gozo do direito pretendido. Prorrogação do prazo
contratual, por exemplo novação, a compensação. Podem ser incluídas nessa categoria toas as
formas de extinção das obrigações, desde que a extinção seja parcial: pagamento por sub-rogação,
imputação no pagamento, pagamento por consignação, transação, novação, compensação, confusão,
etc.
Por fim, quando o réu alegar fatos novos aptos a impedir, modificar, ou extinguir o direito do autor,
o art. 350, CPC/2015 dá ao autor o direito de se manifestar em réplica, dentro do prazo de 15 dias,
podendo para tanto produzir provas, sendo imprescindível que o réu reconheça o fato em que se
fundou a ação para opor um fato modificativo, impeditivo ou extintivo de determinado direito.
Referência:
Código de Processo Civil comentado [livro eletrônico] / Nelson Nery Junior, Rosa Maria de
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Andrade Nery. -- 3. ed. -- São Paulo : Thomson Reuters Brasil, 2018. 6 Mb ; PDF 3. ed. em e-book
baseada na 17. ed. impressa.
Ônus da Prova Trabalhista
Saber a correta distribuição da prova trabalhista pode ser a diferença entre ganhar ou perder um
processo, se trata de um elemento processual que demanda máxima atenção do advogado.
E durante a audiência de instrução tal cuidado precisa ser redobrado. Sim, um ônus probatório pode
ser invertido e o resultado da ação mudar drasticamente.
Você provavelmente já conhece a teoria básica do ônus da prova: sendo fato constitutivo cabe ao
autor comprovar, sendo fato impeditivo, modificativo ou extintivo, cabe ao réu.
Inclusive, a Reforma Trabalhista de 2017 veio acrescentar tal entendimento na CLT no Artigo 818,
copiando integralmente a regra do CPC, sendo essa uma das melhores alterações da reforma. Na
maioria dos casos essa será a tese aplicada, com ela é possível resolver as ações de maneira justa e
equilibrada. Mas é importante nos aprofundarmos no tema e entendermos o que se trata de fato
constitutivo, impeditivo, modificativo e extintivo.
• Fato constitutivo: é o acontecimento narrado pelo autor que irá gerar seu direito, é o fato
que constrói sua tese.
• Fato modificativo: é quando ele modifica o direito já requerido, ele não impede nem
encerra o direito, mas modifica ele para outro.
• Fato extintivo: é aquele que encerra por completa o direito que o autor está requerendo.
Por exemplo, num processo de vínculo de emprego, é fato constitutivo do autor comprovar que o
reclamante trabalhava na empresa. Agora, é fato impeditivo e extintivo da empresa comprovar que
não havia os requisitos do vínculo de emprego, sendo seu ônus da prova.
Essa se trata da regra estática do ônus da prova, sendo a mais comumente utilizada, mas não a única.
A reforma trabalhista seguindo os passos do CPC de 2015, trouxe a possibilidade do ônus da prova
dinâmico, incluído na CLT no Artigo 818, parágrafo 1º.
• Para chegar à verdade real do processo, quando verificar dificuldade excessiva de uma das
partes de produzir alguma prova ou quando houver previsão legal. Claro, tal inversão e
redistribuição precisa ser fundamentada para que não haja prejuízo a nenhuma das partes e evitar
decisão surpresa, que é vedada pelo CPC.
Além disso, as partes precisam ser avisadas antecipadamente da inversão do ônus da prova, para que
possam se preparar para a produção probatória. Caso o juiz realize essa inversão em audiência, ele
deverá redesignar ela e conceder prazo para as partes produzirem suas provas. Importante dizer que
essa Decisão Interlocutória que inverte o ônus da prova não será recorrível de imediato, devendo o
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advogado protestar e recorrer posteriormente, conforme determina o art. 893,§ 1º da CLT.
Por isso, caso entenda que seu cliente está sendo prejudicado pela inversão do ônus, não deixe de
protestar e recorrer, já que a inversão se trata de medida excepcional que precisa ser muito bem
fundamentada.
Para esclarecer ainda mais o assunto, vamos trazer alguns exemplos de ônus da prova na rotina
trabalhista que podem te auxiliar.
• Vínculo de Emprego: aqui um caso mais interessante para mostrar como é importante
estudar esse tema. Porque o ônus da prova irá depender da tese de defesa da Reclamada. Caso ela
negue a existência de qualquer relação com o trabalhador, que ele nunca trabalhou na empresa, o
ônus da prova de comprovar a relação empregatícia será do Reclamante.
Agora, caso a empresa se defenda falando que ele era um trabalhador eventual ou autônomo, que
não havia subordinação, será dela o ônus de comprovar tais teses, por se tratar de fato impeditivo e
extintivo. Mas o advogado do Reclamante somente saberá de quem será o ônus da prova após a
apresentação da contestação.
• Horas Extras: outro pedido muito comum na justiça do trabalho que precisa ter uma
análise minuciosa sobre o ônus da prova trabalhista.
Em regra geral, é ônus da prova do trabalhador comprovar a realização de horas extras, sendo fato
constitutivo. Contudo, é obrigação da empresa com mais de 20 funcionários anexar ao processo
cartão ponto do trabalhador, caso a empresa não apresente, o ônus da prova será invertido, e ela que
precisará comprovar a não realização de horas extras. Tal entendimento está firmado no ARTIGO
74, § 2º DA CLT. SÚMULA 338, I, TST.
Agora, caso a empresa tenha menos de 20 funcionários e esteja desobrigada de manter controle de
jornada, será ônus probatório exclusivo do Reclamante em comprovar as horas extras. Por isso, é
necessário analisar a quantidade de funcionários da empresa, se havia controle de jornada e se eles
foram juntados, para verificar a distribuição do ônus.
• Justa Causa: o processo de reversão de demissão por justa causa também é muito comum
na justiça do trabalho, onde caberá a Reclamada fundamentar e comprovar a aplicação da justa
causa, já que se trata de fato extintivo.
E em tal caso dificilmente veremos uma inversão do ônus da prova, já que a justa causa é uma
demissão excepcional, que dever ser aplicada com muito esmero.
Assim, cabe sempre ao advogado analisar quais a provas da conduta do trabalhador para a aplicação
da justa causa, sabendo que o ônus da prova sempre será da empresa.
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JURISPRUDÊNCIA
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/1237481298