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JUS POSTULANDI
+ Princípio da Simplicidade
- É a possibilidade de as partes realizarem os atos processuais sem a representação de advogado;
- Art. 791, CLT: Empregados e empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a JT;
- Súmula 425, TST: Não subsiste o jus postulandi na ação cautelar, ação rescisória, no mandado de segurança e nos
recursos para o TST;
- A justificativa é bastante plausível. Em relação aos recursos julgados pelo TST, os requisitos de admissibilidade
complexos (prequestionamento, cabimento, fundamentação, etc) impedem que alguém, que não seja advogado,
realize o ato corretamente. Nas demais hipóteses, os requisitos e procedimentos também dificultam a prática dos
atos, merecendo o acompanhamento de advogado, que possui capacidade postulatória.
- A Reforma Trabalhista criou nova restrição ao jus postulandi, no art. 855-B da CLT, que trata da homologação de
acordo extrajudicial, já que impõe a necessidade de as partes estarem obrigatoriamente assistidas por Advogado,
não podendo ser Advogado comum, ou seja, cada parte deve estar assistida por Advogado próprio, que assinarão a
petição com o pedido de homologação.
1) Gratuidade do processo:
- Art. 789, §1º, CLT;
- O ajuizamento (pelo reclamante) é gratuito;
- As custas (relativas ao processo de conhecimento) serão pagas pelo vencido somente após o trânsito em julgado
da decisão;
- Se o reclamante for beneficiário da justiça gratuita, nos termos da Lei 5584/70, ele não precisará arcar com as
custas, caso seja vencido;
OBS: O percentual de custas na JT é de 2% sobre o valor arbitrado provisoriamente na sentença (art. 789, CLT);
RECOLHIMENTO DE CUSTAS NA JT
RECLAMANTE RECLAMADO
Recolhe, somente se não for Não precisa pagar nada, caso queira
Sentença Improcedente
beneficiário da justiça gratuita; recorrer;
Sentença Procedente/ Não precisa pagar nada para Recolhe custas de 2% + depósito
Procedente em parte recorrer recursal
4) Depósito Recursal
- Art. 899, §1º, CLT;
- É pressuposto de admissibilidade especial da Justiça do Trabalho, cobrando somente do empregador;
- É usado para GARANTIR uma futura execução por quantia certa;
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
- O Direito Processual Comum será fonte subsidiária do Direito Processual do Trabalho (art. 769, CLT);
PODCAST REFORMA TRABALHISTA
- O que era uma proposta de maior segurança jurídica, se mostrou na contramão do prometido;
- Velhas vontades e demandas do empresariado brasileiro;
- Objetivos da Reforma: flexibilização de direitos historicamente construídos, pelo barateamento da mão de obra (do
custo Brasil);
- Argumentos a favor da reforma: A CLT engessa a economia, é muito burocrática e ultrapassada perante as novas
relações de trabalho, mais modernas, tecnológicas; A reforma é um meio de adequação às novas relações
econômicas;
- Eles entendem que a reforma pode promover o “milagre da multiplicação dos vínculos de emprego” com os mesmos
empregados (que vão ter que trabalhar em mais de 1 lugar), mas não vai gerar novos postos de emprego;
* Contratos intermitentes
- O desemprego efetivo não vai se modificar;
- Retirada do trabalhador intermitente o direito ao seguro desemprego pela MP 808 A própria MP, portanto,
desconsidera esse tipo de contrato como sendo um contrato de emprego efetivamente. O empregado é considerado
empregado na estatística, mas na prática não tem a condição de empregado: não tem remuneração mínima por mês
e não tem a garantia do seguro desemprego;
- Não houve intuito efetivo de modernização, na medida em que os velhos dispositivos se mantêm; O intuito é mesmo
o enfraquecimento dos direitos trabalhistas;
- A Reforma, na parte processual, tenta impedir o acesso à justiça e não a existência de demandas trabalhistas;
- Se os trabalhadores têm medo de acionar a justiça do trabalho, é bem possível que diminua o n° de ações;
- Se se estabelece uma assistência judiciária gratuita que é onerosa na medida em que o trabalhador que deixar
arquivar a ação tem que pagar custas, sob pena de não poder entrar com nova ação, o receio do ajuizamento é
razoável;
- Modelo de sociedade para poucos: Mão de obra barata Não há consumidor interno para consumir seu produto;
- Para o setor exportador e para o mercado financeiro, a reforma é ótima!
- Para quem presta serviços, produz e vive do trabalho do mercado interno, a reforma é PREJUÍZO! Ela empobrece a
população, arrasa com o consumo interno;
- A terceirização tenta quebrar a relação de trabalho, afrontando a ordem constitucional que prevê, no art. 7°, I, CF,
garante como direito fundamental a relação de emprego. Ora, relação de emprego só tem dois lados. A terceirização
tenta justamente colocar um TERCEIRO ENTRE o capital e o trabalho para conseguir a redução dos salários
(redução dos custos com a mão de obra), aumento de exploração, dificuldade de fiscalização do ambiente de
trabalho (segurança), fragmentação da categoria;
No que diz respeito aos demais princípios próprios do Processo do Trabalho, podemos
observar notáveis ofensas, trazidas pela Reforma, aos princípios da Proteção do trabalhador e ao
Jus Postulandi.
No mesmo sentido, é possível destacar outra ofensa ao princípio da proteção, por parte da
Reforma, quando ela propõe uma mitigação ao impulso oficial na execução trabalhista ao prever
que a execução somente poderá ser iniciada de ofício pelo juiz nos casos em que a parte não
estiver representada por advogado (art. 878, CLT), contrariando, assim, a previsão celetista
anterior e impondo limites à atuação do juiz trabalhista (art. 765, CLT). Em última instância, o
condicionamento, como regra, do início da execução a pedido realizado pelo reclamante, implica,
como prejuízo, menor celeridade na obtenção dos créditos pelo credor.
O princípio do jus postulandi, que encontra embasamento legal no art. 791 da CLT, prevê
que as partes, no âmbito da Justiça do Trabalho, podem atuar pessoalmente no processo, isto é,
sem a representação técnica de advogado. Trata-se de medida que busca, notadamente,
viabilizar a solução da ação trabalhista nas hipóteses em que não seja imprescindível o
conhecimento de um advogado para realização dos atos processuais.
Apesar de não ser a atuação sem advogado uma permissão absoluta, uma vez que
encontra restrições pontuais no ordenamento jurídico (vide Súmula 425 do TST), trata-se de,
como regra, de uma possibilidade real nas ações trabalhistas. E na contramão desse ideário, o
que a Reforma fez foi introduzir uma nova restrição, para além das já existentes, à aplicação
desse princípio. A restrição consiste na obrigatoriedade de representação das partes por
advogado para homologação de acordo extrajudicial (art. 855-B, CLT).
Enfim, este é um retrato do que, pela observância dos princípios processuais do trabalho e
do podcast do SMJ, pôde-se identificar como medidas introduzidas pela Reforma que vão à
contramão dos ideais processuais trabalhistas. Efetivamente, a Reforma, que, ao público se
revestiu em caráter de progresso, guarda, em suas entrelinhas, verdadeiros retrocessos materiais
e processuais. Felizmente, muitas das suas previsões seguem alvo de questionamentos e
discussões, enquanto outras já foram declaradas inconstitucionais – como é o caso da previsão
de cobrança de honorários sucumbenciais e periciais aos beneficiários da justiça gratuita. O que
nos cabe, nesse movimento, é permanecer atentos e críticos no debate.